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Joaquim Norberto e Lúcio dos Santos […] embora divergentes em suas interpretações quanto aos papéis dos agentes, intensidade e objetivos do movimento, inauguraram o exame do tema preservando um tipo de construção narrativa baseada nos procedimentos instituídos no processo judicial. Prisioneiros dessa lógica, procuraram estabelecer os antecedentes (contexto do crime); a prioridade na ideia (principal culpado); a conspiração (planos e ações imediatas); o programa de ação e natureza da transformação (natureza do crime); os agentes (cúmplices); a traição (denúncia e indiciamento) e a repressão (prisão, inquérito e condenação).

(João Pinto Furtado, Imaginando a nação: o ensino de história da Inconfidência Mineira na perspectiva da crítica historiográfica. Em: Lana Mara de Castro Siman e Thais Nívia de Lima e Fonseca (orgs), Inaugurando a História e construindo a nação; discursos e imagens no ensino de História)

Para João Pinto Furtado, a adoção de tal sistema interpretativo

Resposta:

A alternativa correta é letra C) fez com que esses dois autores se tornassem tributários de uma lógica jurídica que, por natureza intrínseca, não dá conta da diversidade de interesses e concepções possivelmente presentes no movimento de Minas.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar a interpretação correta do sistema interpretativo adotado por Joaquim Norberto e Lúcio dos Santos na visão de João Pinto Furtado.

   

A) mostra que esses historiadores entendem que a Conjuração Mineira deve ser analisada como um processo revolucionário que, embora abortado pelas autoridades coloniais, pretendia abolir a escravidão e instalar indústrias em várias capitanias.

INCORRETO. O texto não menciona que Joaquim Norberto e Lúcio dos Santos interpretaram a Conjuração Mineira como um processo revolucionário com o objetivo de abolir a escravidão e instalar indústrias. Eles adotaram uma abordagem baseada nos procedimentos instituídos no processo judicial, focando nos antecedentes, conspiração, programa de ação, agentes, traição e repressão. Não há referência a esses objetivos revolucionários específicos.

   

B) reduziu a Inconfidência Mineira a um movimento de criminosos e não de rebeldes, porque os dois pesquisadores não souberam relativizar as acusações irreais e exageradas, presentes nos autos da devassa.

INCORRETO. O texto não sugere que os historiadores reduziram a Inconfidência Mineira a um movimento de criminosos. Eles seguiram os procedimentos do processo judicial, mas isso não implica que eles concordaram com as acusações ou não souberam relativizá-las.

   

C) fez com que esses dois autores se tornassem tributários de uma lógica jurídica que, por natureza intrínseca, não dá conta da diversidade de interesses e concepções possivelmente presentes no movimento de Minas.

CORRETO. Esta alternativa está alinhada com o texto, que afirma que os historiadores estavam "prisioneiros dessa lógica", referindo-se à lógica jurídica. O autor sugere que essa abordagem pode não ter capturado a diversidade de interesses e concepções no movimento.

   

D) traz a vantagem de oferecer uma série de dados que podem ser fonte de novas leituras historiográficas, mas também há um forte limite, pois esses ensaístas tratam o movimento sob o ponto de vista do neopositivimo histórico.

INCORRETO. O texto não menciona que a abordagem dos historiadores oferecia uma série de dados para novas leituras historiográficas. Também não sugere que eles trataram o movimento sob o ponto de vista do neopositivismo histórico.

   

E) revela que o movimento rebelde da elite mineira, associada a parcelas das classes médias, projetava a restauração da ordem política que existia antes da chegada do novo governador, o visconde de Barbacena.

INCORRETO. O texto não sugere que os historiadores interpretaram o movimento como uma tentativa de restaurar a ordem política anterior. A abordagem deles estava focada nos procedimentos do processo judicial, não na ordem política anterior.

   

Portanto, a alternativa correta é a LETRA C.

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