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Leia atentamente o texto abaixo:

 

“Joaquim Gonçalves de Freitas era de Santana do São João Acima, hoje Itaúna. No período da seca, ele obedecia ao magnífico itinerário a seguir: partia de Santana com a tropa carregada de gêneros e tecidos de algodão […] com destino ao porto de Estrela, no fundo da baía de Guanabara. […] O destino era o velho porto fluvial, onde recebia cargas para o norte da Mata do Rio e sul do Espírito Santo […]; ali recebia carregamento de algodão e couros para retornar ao porto da Estrela, onde finalmente se provia de cargas com destino a Santana e praças de permeio. Gastava nesse giro os seis meses da seca.”

 

DORNAS FILHO, João. Tropas e tropeiros. Disponível em: <http:// www.tratosculturais.com.br>. Adaptação.

 

Considerando as informações do texto e os estudos históricos sobre a economia do Brasil colonial, é correto afirmar que

Resposta:

A alternativa correta é letra D) Joaquim era um condutor de tropas que, com seus muares, podia viajar por lugares onde inexistiam vias férreas ou fluviais; como inúmeros tropeiros, percorria centenas de léguas para conduzir produtos, como tecidos de algodão e couros que iam do sertão para o litoral e vice-versa.

Gabarito: ALTERNATIVA D

  

Leia atentamente o texto abaixo:

 

“Joaquim Gonçalves de Freitas era de Santana do São João Acima, hoje Itaúna. No período da seca, ele obedecia ao magnífico itinerário a seguir: partia de Santana com a tropa carregada de gêneros e tecidos de algodão [...] com destino ao porto de Estrela, no fundo da baía de Guanabara. [...] O destino era o velho porto fluvial, onde recebia cargas para o norte da Mata do Rio e sul do Espírito Santo [...]; ali recebia carregamento de algodão e couros para retornar ao porto da Estrela, onde finalmente se provia de cargas com destino a Santana e praças de permeio. Gastava nesse giro os seis meses da seca.”

DORNAS FILHO, João. Tropas e tropeiros. Disponível em: <http:// www.tratosculturais.com.br>. Adaptação.

 
  • Considerando as informações do texto e os estudos históricos sobre a economia do Brasil colonial, é correto afirmar que

Note bem o estudante que parte significativa do esforço demandado nessa questão recai sobre habilidades elementares de interpretação de texto, exigindo, antes de tudo, que o candidato leia com a devida atenção o texto proposto. Assim, observemos as alternativas propostas.

 
  • a)  Joaquim era caixeiro de engenho e, como tal, verificava as contas do proprietário, encaminhava o encaixotamento do açúcar e responsabilizava-se pela organização da tropa de muares (burros) para o traslado do produto até os portos mais próximos do engenho; complementava seus ganhos com a atividade comercial.

Não há nenhuma referência, no texto, à vida nos engenhos de açúcar nem nada que associe diretamente a personagem a esse universo. O circuito entre Itaúna (Minas Gerais), norte fluminense e sul capixaba não passava por áreas expressivas de cultivo de cana-de-açúcar nem de engenhos. Sem qualquer referência a esses gêneros, não se poderia aceitar essa resposta. Alternativa errada.

 
  • b)  o trabalho de homens como Joaquim, que comprava muares, foi essencial para o crescimento do comércio em geral no Brasil colonial e imperial; como tropeiro e muladeiro, ele viajava com sua tropa, comprava os animais já “amansados” nas feiras e aproveitava o percurso para comercializar outros produtos.

Não há, no texto, referência ao comércio de muares, ainda que este, de fato, tenha tido relativa importância na vida colonial brasileira. A pecuária teve, sim, um importante aspecto na interiorização da colonização e no estabelecimento de redes de comércio pela América portuguesa. Joaquim comercializa cargas, e não propriamente animais de carga; bem como seu universo parece estar muito mais próximo ao mundo colonial do que a fase do Império do Brasil (1822-1889). A própria descrição das mercadorias existente no texto desmente inteiramente o argumento apresentado nesta resposta. Alternativa errada.

 
  • c)  Joaquim, que era, sobretudo, um minerador, devia organizar regularmente sua tropa para então deslocar-se em busca de novas jazidas; também buscava obter ganhos por meio do comércio, por isso traçava itinerários que lhe permitiam percorrer importantes regiões auríferas ao longo de meses de viagem.

O erro mais flagrante aqui era associar Joaquim à mineração. Ora, se suas viagens eram determinadas pelo ciclo natural da seca em Santana do São João Acima, como poderia ele estar predominantemente ligado à mineração, cujas atividades não dependem tão diretamente da meteorologia. O universo da personagem era fundamentalmente rural, ligado aos ciclos naturais e as tensões com os períodos de chuvas. Além disso, as movimentações entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo não tinham qualquer ligação com a busca por regiões auríferas, uma vez que a personagem estava exatamente saindo da capitania das Minas Gerais. Alternativa errada.

 
  • d)  Joaquim era um condutor de tropas que, com seus muares, podia viajar por lugares onde inexistiam vias férreas ou fluviais; como inúmeros tropeiros, percorria centenas de léguas para conduzir produtos, como tecidos de algodão e couros que iam do sertão para o litoral e vice-versa.

A alternativa é bastante simples e, de maneira geral, não contraria o texto que nos é apresentado. As tropas atuavam, em grande medida, na conexão comercial entre o sertão e o litoral num momento em que a infraestrutura instalada era praticamente nula na vida colonial. A condução de produtos nessas regiões sem conexão fluvial se dava, sobretudo, sobre os muares e com o trabalho dos tropeiros. Joaquim, ao que tudo indica, trabalhava nesse universo nos interstícios de sua vida rural em decorrência da seca; buscando no pequeno comércio possibilidades de ganhos e de ação. ALTERNATIVA CORRETA.

  

É difícil supor o interesse do avaliador na construção de uma questão como esta; afinal, todas as alternativas erradas eram plenamente identificáveis com uma compreensão parcial do texto proposto no enunciado. Aferindo poucos conhecimentos históricos, a questão mais parece um exercício claudicante de interpretação de texto - já que, claro fique, nem mesmo a única alternativa aceitável trabalha adequadamente com o texto proposto. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.

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