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Leia o que o cronista colonial Gabriel Soares escreveu em Tratado descritivo do Brasil, de 1587, a respeito da segurança militar de Salvador:

 

“[…] porque [a cidade] pode ser socorrida por mar e por terra de muita gente portuguesa até a quantia de dois mil homens, de entre os quais podem sair dez mil escravos de peleja, a saber: quatro mil pretos da Guiné e seis mil índios da terra, mui bons flecheiros, que juntos com a gente da cidade, se fará mui arrazoada exército”. (SOUSA, Gabriel Soares de. Tratado descritivo do Brasil, 1587, p.140-141 [adaptado])

 

O trecho acima deixa evidente que:

Resposta:

A alternativa correta é letra B) a escravidão negra e escravidão indígena conviveram durante o século XVI e foram essenciais não só para a produção, mas para a manutenção do domínio da terra.

Gabarito: ALTERNATIVA B

  

Leia o que o cronista colonial Gabriel Soares escreveu em Tratado descritivo do Brasil, de 1587, a respeito da segurança militar de Salvador:

 

“[...] porque [a cidade] pode ser socorrida por mar e por terra de muita gente portuguesa até a quantia de dois mil homens, de entre os quais podem sair dez mil escravos de peleja, a saber: quatro mil pretos da Guiné e seis mil índios da terra, mui bons flecheiros, que juntos com a gente da cidade, se fará mui arrazoada exército”. (SOUSA, Gabriel Soares de. Tratado descritivo do Brasil, 1587, p.140-141 [adaptado])

 
  • O trecho acima deixa evidente que:

O avaliador é bem claro com a sua formulação do enunciado: o candidato deve se ater à interpretação do texto proposto. Dessa forma, não se trata de uma questão para avaliação dos conhecimentos históricos, mas sim algo voltado para a interpretação de texto. Assim, avaliemos as alternativas.

 
  • a)  as ameaças estrangeiras eram reais em um período de consolidação do poder luso e entre os escravos havia aqueles com funções e privilégios diferentes.

O texto de Gabriel Soares descreve a posição estratégica e militar de Salvador no final do século XVI, o que nos permite, sim, supor que a preocupação com uma agressão estrangeira. Na proteção da cidade, de fato, contava-se com o esforço dos cativos, mas em nenhum momento se pode supor que isso implicava em privilégios ou em imobilização da mão de obra escrava em organizações militares. O que o cronista tem em mente é fazer um arrazoado sobre a situação da cidade incluindo a capacidade de arregimentar os negros e os indígenas em sua defesa, mas não aponta privilégios de nenhuma sorte. Alternativa errada.

 
  • b)  a escravidão negra e escravidão indígena conviveram durante o século XVI e foram essenciais não só para a produção, mas para a manutenção do domínio da terra.

O trecho do texto de Gabriel Soares é claríssimo ao relatar a presença de escravos indígenas e negros em Salvador no final do século XVI, estando ambos os contingentes em números expressivos. Além disso, os planos militares descritos deixam claro que ambos os grupos eram peças da estratégia de defesa da colônia, o que nos permite supor o seu emprego além da produção agrícola e do extrativismo vegetal. Dessa sorte, a alternativa praticamente repete o conteúdo do trecho. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • c)  que a desproporção entre homens livres e escravos obrigava os lusos a fazerem alianças militares com os indígenas a fim de poderem contar com sua força militar.

O autor é claríssimo ao apontar que tanto negros quanto indígenas eram escravizados em Salvador no final do século XVI e que ambos os contingentes poderiam ser colocados a serviço da defesa da colônia. Tampouco consta nenhum tipo de sinalização de alianças militares entre portugueses e indígenas para manter a escravidão; já que os três contingentes são vistos como forças disponíveis para rechaçar uma invasão estrangeira. Alternativa errada.

 
  • d)  que os portugueses seriam capazes de oferecerem cargos militares a seus próprios escravos a fim de defenderem as lavouras de cana-de-açúcar no Nordeste colonial.

Gabriel Soares é extremamente econômico ao falar do emprego dos cativos na defesa militar da colônia. Todo o contingente é considerado apenas como forças disponíveis para a luta em caso de necessidade, mas não há referência alguma à criação de forças militares regulares com os escravos, tampouco a atribuição de patentes. Negros e indígenas, ao que tudo indica, seriam empregados como forças adicionais às tropas em um esforço contra possíveis invasões. Alternativa errada.

 
  • e)  o caráter doce e flexível da escravidão portuguesa na América pois conferia aos escravos um papel central nas guerras coloniais.

É completamente absurdo falar em "caráter doce e flexível" para qualquer tipo de escravidão. O cronista somente fala que a colônia dispunha de muitos homens escravos para um esforço militar, mas em nenhum momento cita que esses seriam de fato integrados às tropas regulares. De maneira geral, esses escravos seriam empregados de pouco militarizada e menos ainda ordenada para garantir a vantagem numérica das tropas portuguesas contra forças invasoras. Alternativa errada.

  

Numa questão dessa natureza, a vantagem absoluta está com o candidato que entendeu seu espírito fundamental: uma interpretação de texto. Aquele que se ateve a essa característica, conseguiu superar com sucesso a questão sem perder muito tempo. Trata-se de um ponto fácil na prova em que a melhor vantagem possível é a economia de tempo. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA B.

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