Leia um excerto da obra didática Brasil Vivo: uma nova história da nossa gente, da autoria de Chico Alencar e outros, com a primeira edição publicada em 1986.
A situação do Brasil colonial começou a mudar quando algumas pessoas – poucas, no início – passaram a achar que nem tudo tinha que ser como era, como El-Rei mandava. Ninguém pensava em mudança à toa. Havia motivos para isso. No final do século XVIII, Portugal vivia uma grande crise. O país produzia pouco, a Corte gastava o que tinha em banquetes e artigos de luxo importados da Inglaterra e da França. Por isso, Portugal cada vez mais pedia empréstimos aos banqueiros ingleses. Em resumo: a metrópole do Brasil era um reino decadente e dependente. O jeito era descontar no Brasil, sua “galinha dos ovos de ouro”: impostos, taxações, proibições e monopólios. Quem gostava? Até os proprietários de terras e de escravos começaram a reclamar do “espantoso cativeiro”.
(Apud Thais Nívia de Lima e Fonseca, “Ver para compreender”: arte, livro didático e a história da nação. Em: Lana Mara de Castro Siman e Thaís Nívia de Lima e Fonseca (org.), Inaugurando a História e construindo a nação; discursos e imagens no ensino de História)
A autora do artigo, ao analisar esse excerto de Brasil Vivo, conclui que essa obra
- A) defende que a ruptura colonial decorreu de uma longa negociação entre as elites portuguesa e brasileira, ambas interessadas em uma ampla liberdade econômica.
- B) enaltece a elite colonial do Brasil, porque ela foi capaz de defender o fim do tráfico negreiro e uma nova ordem política na colônia, com a ampliação da cidadania.
- C) reconhece os benefícios do colonialismo português para o Brasil, principalmente a partir da segunda metade do século XVIII, com a abertura dos portos brasileiros.
- D) reforça a imagem negativa da colonização portuguesa e a ação abusiva das autoridades lusitanas, colocando o Brasil na posição de vítima.
- E) pensa os movimentos de libertação colonial como provocados, equivocadamente, pela ação diplomática britânica, condição que enfraqueceu o poder português na América.
Resposta:
A alternativa correta é letra D) reforça a imagem negativa da colonização portuguesa e a ação abusiva das autoridades lusitanas, colocando o Brasil na posição de vítima.
Vamos analisar cada alternativa, para identificar a tese defendida pelo excerto da obra "Brasil Vivo".
A) defende que a ruptura colonial decorreu de uma longa negociação entre as elites portuguesa e brasileira, ambas interessadas em uma ampla liberdade econômica.
INCORRETO. O texto não menciona qualquer negociação entre as elites portuguesa e brasileira. De fato, o texto sugere que a elite brasileira estava se tornando cada vez mais insatisfeita com a situação colonial, mas não há indicação de que essa insatisfação tenha levado a negociações com a elite portuguesa. Além disso, o texto não sugere que as elites estavam interessadas em uma "ampla liberdade econômica". Em vez disso, o texto sugere que a elite brasileira estava insatisfeita com o aumento dos impostos e restrições econômicas impostas por Portugal.
B) enaltece a elite colonial do Brasil, porque ela foi capaz de defender o fim do tráfico negreiro e uma nova ordem política na colônia, com a ampliação da cidadania.
INCORRETO. O texto não menciona nada sobre a elite colonial brasileira defendendo o fim do tráfico negreiro ou uma nova ordem política na colônia. Em vez disso, o texto sugere que a elite colonial brasileira estava começando a reclamar das políticas econômicas abusivas de Portugal.
C) reconhece os benefícios do colonialismo português para o Brasil, principalmente a partir da segunda metade do século XVIII, com a abertura dos portos brasileiros.
INCORRETO. O texto não menciona qualquer benefício do colonialismo português para o Brasil. De fato, o texto sugere que o colonialismo português foi prejudicial para o Brasil, com Portugal explorando economicamente a colônia para compensar sua própria decadência econômica.
D) reforça a imagem negativa da colonização portuguesa e a ação abusiva das autoridades lusitanas, colocando o Brasil na posição de vítima.
CORRETO. Esta é a alternativa que melhor se alinha com o texto. O texto descreve Portugal como um "reino decadente e dependente" que estava explorando economicamente o Brasil para compensar sua própria decadência. O texto também sugere que a elite brasileira estava começando a se opor a essas políticas econômicas abusivas.
E) pensa os movimentos de libertação colonial como provocados, equivocadamente, pela ação diplomática britânica, condição que enfraqueceu o poder português na América.
INCORRETO. O texto não menciona qualquer ação diplomática britânica ou sugere que os movimentos de libertação colonial foram provocados por essa ação. Em vez disso, o texto sugere que a insatisfação com as políticas econômicas abusivas de Portugal estava começando a criar oposição na elite brasileira.
Portanto, a alternativa correta é a LETRA D.
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