“Não se chegara a constituir na era colonial uma economia propriamente nacional, isto é, um sistema organizado de produção e distribuição de recursos para a subsistência material da população nela aplicada; mas ficara-se, modificando apenas a extensão do processo, nesta exploração comercial de um território virgem em proveito de objetivos completamente estranhos à sua população, e em que essa população não figura senão como elemento propulsor destinado a mantê-la em funcionamento. Este é o traço que sintetiza a economia brasileira no momento em que o país alcança a sua autonomia política e administrativa” (Caio Prado Júnior, História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1984. p. 102-103). Sobre a interpretação de Caio Prado Júnior a respeito do desenvolvimento histórico do Brasil, contida na obra citada, assinale a alternativa correta.
- A) para esse historiador, o sentido da colonização no Brasil foi o de não estabelecer as bases para uma “economia propriamente nacional”, posto que as colônias portuguesas na América foram estruturadas para atender a necessidades econômicas externas e não internas. Ainda segundo Caio Prado Júnior, a não constituição de uma economia plenamente nacional foi um legado histórico da era colonial que se reproduziu nos ciclos posteriores da economia brasileira e que dificultou o desenvolvimento autônomo do país. Isso explicaria a dependência do Brasil ao capital estrangeiro mesmo após alcançar sua “autonomia política e administrativa”.
- B) para esse historiador a não constituição de uma economia nacional no Brasil foi um traço permanente na história do país; entre as explicações para esse fenômeno, o autor atribuiu a reprodução de relações feudais de produção na era colonial, o que não foi superado nem mesmo com a “autonomia política e administrativa” do país.
- C) para esse historiador a não constituição de uma economia nacional no Brasil foi um traço permanente na história do país até a Independência; entre as explicações para esse fenômeno, o autor destaca as inconsistências do modo de produção escravista colonial que, para se reproduzir, necessitava de um suprimento de mão-de- -obra vindo do exterior, bem como, as motivações não capitalistas dos homens que constituíram as camadas dominantes da sociedade colonial brasileira.
- D) como já havia formulado em Formação do Brasil Contemporâneo (1942), segundo Caio Prado Júnior a economia brasileira não reproduziu relações feudais de exploração do trabalho, tal qual ocorreu na Europa. Essa particularidade da história brasileira permitiu, na argumentação do autor, que o sentido da colonização do Brasil fosse o a da afirmação do mercado interno, consolidado após a “autonomia política e administrativa” do país.
- E) a obra História Econômica do Brasil, publicada pela primeira vez em 1945, contém um argumento recorrente na obra do historiador Caio Prado Júnior, ou seja, o de que o sentido da colonização no Brasil foi o de estruturar o país para atender às necessidades econômicas externas, da Metrópole, e não para favorecer o desenvolvimento do mercado interno do país. Para o autor, apenas a partir do Estado Novo (1937-1945) o país superou a situação de dependência externa e constituiu uma economia nacional independente do capital estrangeiro.
Resposta:
Resposta
A alternativa correta é A) para esse historiador, o sentido da colonização no Brasil foi o de não estabelecer as bases para uma “economia propriamente nacional”, posto que as colônias portuguesas na América foram estruturadas para atender a necessidades econômicas externas e não internas. Ainda segundo Caio Prado Júnior, a não constituição de uma economia plenamente nacional foi um legado histórico da era colonial que se reproduziu nos ciclos posteriores da economia brasileira e que dificultou o desenvolvimento autônomo do país. Isso explicaria a dependência do Brasil ao capital estrangeiro mesmo após alcançar sua “autonomia política e administrativa”.
Essa resposta está correta porque Caio Prado Júnior afirma que a economia brasileira durante a era colonial não foi estruturada para atender às necessidades internas do país, mas sim para satisfazer as necessidades econômicas externas, o que levou à não constituição de uma economia propriamente nacional. Além disso, essa característica se manteve nos ciclos posteriores da economia brasileira, dificultando o desenvolvimento autônomo do país e levando à dependência do capital estrangeiro.
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