Não se conhece exatamente a data em que os portugueses introduziram a cana-de-açúcar no Brasil. Foi, entretanto, nas décadas de 1530 e 1540 que a produção se estabeleceu em bases sólidas. Embora tenha prosperado na região que hoje denominamos Nordeste, sendo a atividade açucareira o núcleo central da ativação socioeconômica dessa região, houve tentativas de implantação de engenhos de açúcar em quase todas as capitanias, de São Vicente a Pernambuco. O primeiro engenho do que hoje é a cidade de São Gonçalo, por exemplo, teria sido construído pelos descendentes de Antônio Marins ou Mariz, sesmeiro de 1568, e chamava-se Engenho de Nossa Senhora das Neves, hoje importante bairro, onde ficava a sede e a capela do engenho. Porém, o açúcar plantado no sudeste, em São Vicente e em outras localidades, não prosperou tanto quanto o do Nordeste. Dentre os fatores que explicavam as vantagens obtidas pela atividade açucareira nordestina, pode-se mencionar:
- A) a grande presença de indígenas no Nordeste do país, o que possibilitava uma farta oferta da mão de obra fundamental dos engenhos de açúcar
- B) o fato do Sudeste já estar desenvolvendo um outro modelo de desenvolvimento, baseado na pequena e média propriedade, e não no latifúndio agroexportador
- C) a ação eficaz dos jesuítas e da Coroa Portuguesa, que preservava o Centro-Sul do Brasil da ação predatória das atividades monocultoras vinculadas ao atraso mercantilista
- D) o açúcar produzido no Sudeste concorria desvantajosamente com o do Nordeste, seja pela qualidade do solo, seja pela maior distância dos portos europeus
- E) o desinteresse dos latifundiários do Sudeste, especialmente de São Vicente, que já sabiam ser a região Sudeste próspera em recursos minerais
Resposta:
A alternativa correta é letra D) o açúcar produzido no Sudeste concorria desvantajosamente com o do Nordeste, seja pela qualidade do solo, seja pela maior distância dos portos europeus
Gabarito: ALTERNATIVA D
Não se conhece exatamente a data em que os portugueses introduziram a cana-de-açúcar no Brasil. Foi, entretanto, nas décadas de 1530 e 1540 que a produção se estabeleceu em bases sólidas. Embora tenha prosperado na região que hoje denominamos Nordeste, sendo a atividade açucareira o núcleo central da ativação socioeconômica dessa região, houve tentativas de implantação de engenhos de açúcar em quase todas as capitanias, de São Vicente a Pernambuco. O primeiro engenho do que hoje é a cidade de São Gonçalo, por exemplo, teria sido construído pelos descendentes de Antônio Marins ou Mariz, sesmeiro de 1568, e chamava-se Engenho de Nossa Senhora das Neves, hoje importante bairro, onde ficava a sede e a capela do engenho. Porém, o açúcar plantado no sudeste, em São Vicente e em outras localidades, não prosperou tanto quanto o do Nordeste. Dentre os fatores que explicavam as vantagens obtidas pela atividade açucareira nordestina, pode-se mencionar:
- a) a grande presença de indígenas no Nordeste do país, o que possibilitava uma farta oferta da mão de obra fundamental dos engenhos de açúcar
Não era exclusividade do Nordeste a presença de indígenas, uma vez que as mais diversas nações ocupavam vastas áreas por toda a América portuguesa. Nas capitanias do sul, também havia contatos sistemáticos com índios tupis. Além disso, o que definiria a produção açucareira no Nordeste seria a mão de obra escrava africana, e não indígena. Alternativa errada.
- b) o fato do Sudeste já estar desenvolvendo um outro modelo de desenvolvimento, baseado na pequena e média propriedade, e não no latifúndio agroexportador
Como fica claro no enunciado, todas as capitanias receberam tentativas de organização do cultivo da cana de açúcar. Ou seja, em todas elas o modelo agroexportador baseado no latifúndio foi tentado, não sendo este um traço distintivo nas capitanias mais ao sul. Alternativa errada.
- c) a ação eficaz dos jesuítas e da Coroa Portuguesa, que preservava o Centro-Sul do Brasil da ação predatória das atividades monocultoras vinculadas ao atraso mercantilista
A alternativa não faz sentido, uma vez que era do interesse da Coroa portuguesa a prosperidade das atividades monocultoras. Por sua vez, os jesuítas estavam concentrados na conversão de indígenas, e não na preservação da natureza ou na configuração econômica da colônia. Alternativa errada.
- d) o açúcar produzido no Sudeste concorria desvantajosamente com o do Nordeste, seja pela qualidade do solo, seja pela maior distância dos portos europeus
A alternativa atinge o cerne da questão. O solo massapê encontrado no Nordeste era francamente favorável ao cultivo de cana de açúcar, que progrediu especialmente na capitania de Pernambuco. Vantagem natural esta que não era encontrada no Sudeste, onde a produtividade era muito inferior àquela do Nordeste. Além disso, dado que era uma lavoura inteiramente voltada à exportação, a proximidade com os portos portugueses era uma vantagem considerável para as capitanias do Nordeste. ALTERNATIVA CORRETA.
- e) o desinteresse dos latifundiários do Sudeste, especialmente de São Vicente, que já sabiam ser a região Sudeste próspera em recursos minerais
A descoberta de recursos minerais no Sudeste só ocorreria no final do século XVII; ou seja, quase duzentos anos mais tarde em relação ao estabelecimento da lavoura açucareira. Alternativa errada.
Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.
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