No início do século XV, a expansão marítima correspondia aos interesses diversos de classes, grupos sociais e instituições que compunham a sociedade portuguesa. Para os comerciantes, era a perspectiva de um bom negócio; para o rei, era a oportunidade de criar novas fontes de receita; para os nobres e os membros da Igreja, servir ao rei ou servir a Deus cristianizando “povos bárbaros” resultava em recompensas e em cargos cada vez mais difíceis de conseguir, nos estreitos quadros da Metrópole; para o povo, lançar-se ao mar significava, sobretudo, emigrar, tentar uma vida melhor. Daí a expansão ter-se convertido em uma espécie de grande projeto nacional ao qual todos, ou quase todos, aderiram e que atravessou os séculos.
Boris Fausto. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995. p. 23 (com adaptações).
Considerando o contexto histórico da época Moderna apresentado no texto precedente, julgue o próximo item.
A exclusividade comercial do Brasil com a metrópole portuguesa foi rompida a partir da transferência da Corte portuguesa para o Brasil e da abertura dos portos às nações amigas.
- A) Certo
- B) Errado
Resposta:
A alternativa correta é letra A) Certo
Gabarito: CORRETO
No início do século XV, a expansão marítima correspondia aos interesses diversos de classes, grupos sociais e instituições que compunham a sociedade portuguesa. Para os comerciantes, era a perspectiva de um bom negócio; para o rei, era a oportunidade de criar novas fontes de receita; para os nobres e os membros da Igreja, servir ao rei ou servir a Deus cristianizando “povos bárbaros” resultava em recompensas e em cargos cada vez mais difíceis de conseguir, nos estreitos quadros da Metrópole; para o povo, lançar-se ao mar significava, sobretudo, emigrar, tentar uma vida melhor. Daí a expansão ter-se convertido em uma espécie de grande projeto nacional ao qual todos, ou quase todos, aderiram e que atravessou os séculos. Boris Fausto. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995. p. 23 (com adaptações).
Considerando o contexto histórico da época Moderna apresentado no texto precedente, julgue o próximo item.
- A exclusividade comercial do Brasil com a metrópole portuguesa foi rompida a partir da transferência da Corte portuguesa para o Brasil e da abertura dos portos às nações amigas.
O modelo de colonização típico da Idade Moderna se baseava no chamado pacto colonial, segundo o qual as colônias apenas poderiam comercializar com as suas respectivas metrópoles, que acumulavam tanto os ganhos sobre a produção colonial quanto os lucros advindos da exportação de mercadorias para as colônias. No caso brasileiro, o modelo vigorou com sucesso até 1808, quando D. João VI, ainda príncipe regente português, assinou a abertura dos portos brasileiros às nações amigas.
Essa alteração profunda se deu no contexto da fuga da família real e da transferência da capital do império português para a América. Em 1807, as tropas francesas de Napoleão Bonaparte assediavam a Península Ibérica para derrubar as monarquias absolutistas de Portugal e Espanha. Uma vez conquistada a Espanha, Portugal não dispunha de meios básicos para resistir à invasão francesa, sendo a derrota absolutamente eminente. A Grã-Bretanha, maior aliada de Portugal, tampouco dispunha de meios terrestres para rechaçar a campanha napoleônica da Guerra Peninsular, mas tinha condições de escoltar uma fuga da família real pelo Atlântico até sua colônia na América.
A operação foi levada a cabo no final de 1807, mobilizando cerca de dez mil membros da corte (entre nobres e empregados) e transferindo parte significativa do patrimônio real português. Em janeiro de 1808, a esquadra aportou em Salvador, concluindo com sucesso a fuga e a primeira medida adotada por D. João VI foi determinar a abertura dos portos às nações amigas, o que tinha o efeito comercial de encerrar o monopólio metropolitano sobre a colônia. Tratava-se de uma exigência britânica, que tinha grande interesse no mercado brasileiro e que ainda pressionaria nos anos seguintes por vantagens comerciais nas suas exportações para o Brasil. Assim, item CORRETO.
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