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O Barroco foi o estilo das formas dramáticas, grandiosas e opulentas, voltado ao intenso decorativismo e caracterizado pela exuberância dos dourados nas volutas e espirais. O Barroco exprimiu as incertezas de uma época – a Idade Moderna – que oscilava entre velhos e novos valores. Foi largamente utilizado pela Igreja da Contrarreforma como elemento de propaganda, destinado a atrair as criaturas pela pompa e magnificência. Através do Barroco, a Igreja compeliu Deus a vestir as mais suntuosas roupagens humanas, reproduzindo o Céu em toda a sua magnificência, grandeza e esplendor, extasiando e arrebatando os fiéis que frequentavam os templos.

LOPEZ, L. R. História do Brasil colonial. Porto Alegre: Novo Século, 2001.

O movimento estético-cultural no texto constitui-se historicamente em uma resposta às

Resposta:

A alternativa correta é letra A) contestações aos domínios espiritual e terreno exercidos pelo papado.

Gabarito: ALTERNATIVA A

   


LOPEZ, L. R. História do Brasil colonial. Porto Alegre: Novo Século, 2001.


O movimento estético-cultural no texto constitui-se historicamente em uma resposta às

  • a) contestações aos domínios espiritual e terreno exercidos pelo papado.

A chave para compreender esta questão estava em observar que o Barroco estava associado à Igreja da Contrarreforma.

Em 1517, Martinho Lutero publicou as obras que ficariam conhecidas como marcos fundamentais da Reforma Protestante, na qual denunciava gravíssimas contradições da Igreja Católica, como a infalibilidade papal, a venda de indulgências e abusos do clero em geral. Para Lutero, os princípios cristãos estavam se corrompendo com as práticas eclesiásticas católicas, inclusive a insistência em não permitir a tradução da Bíblia para as línguas modernas - uma vez que, em latim, as Escrituras permaneciam sob o monopólio do clero. Inclusive, seria Lutero o responsável pela primeira tradução da Bíblia para uma língua moderna. Já a Contrarreforma é o nome dado ao conjunto de decisões tomadas pelo Concílio de Trento (1545-1563). Na oportunidade, foram discutidas as proposições de Lutero e a Reforma Protestante como um todo e a Igreja Católica optou por reforçar os seus dogmas de fé e as suas estruturas eclesiásticas. Ou seja, a Igreja se fechava ainda mais contra as propostas protestantes e reforçava as relações de disciplina e de obediência a Roma. Portanto, a estética barroca estava alinhada nesse enfrentamento aos questionamentos aos dogmas católicos, fazendo pela opulência o caminho da conquista de fieis em meio ao esforço da Contrarreforma. ALTERNATIVA CORRETA.

   

  • b) oposições ao absolutismo monárquico como base do poder político.

Característico dos séculos XVII e XVIII, o Barroco viveu sob o esplendor do absolutismo monárquico, cuja crise só se faria sentir no final do século XVIII. Ou seja, não tem porque se associar o Barroco à crise do absolutismo. Alternativa errada.

 
  • c) divisões da nobreza fortalecida pelas expansões marítima e comercial.

A expansão marítima e comercial reforçou a centralização política do Antigo Regime e ampliou as possibilidades da burguesia comercial. Portanto, não há que se falar de uma nobreza fortalecida e, como aponta o texto do enunciado, tampouco era esse o foco dos artistas barrocos. Alternativa errada.

 
  • d) críticas    ao    heliocentrismo    como    modelo    de funcionamento do cosmos.

A revolução copernicana, que estabeleceu o modelo heliocêntrico, se deu no início do século XVI. Portanto, trata-se de acontecimento muito anterior à ascensão do Barroco como estética dominante. Além disso, o pensamento heliocêntrico permitiria aos barrocos o pensamento antropocêntrico que lhe era característico. Alternativa errada.

 
  • e) revoltas do campesinato oprimido pela multiplicidade de seitas religiosas.

Como explicado no texto do enunciado, estamos tratando com o período da Contrarreforma católica. Não se tratava de conter seitas religiosas, mas sim de enfrentar a expansão do protestantismo. Alternativa errada.

   

Note o estudante que a leitura atenta do texto do enunciado é fundamental para a resolução da questão, principalmente em provas do ENEM. É conduta recorrente da banca deixar a chave para a resposta em texto que introduz a questão. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

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