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O Brasil foi colonizado pelos portugueses entre os séculos XVI e XIX. De maneira geral, a colonização se fez subordinada aos interesses econômicos que prevaleciam na Europa Moderna, ou seja, o contexto de formação do sistema capitalista, de base mercantil. Por essa razão, a economia colonial foi organizada de modo a atender prioritariamente, ainda que não exclusivamente, ao mercado externo. Utilizou-se fartamente da mão-de-obra escrava africana e da estrutura latifundiária. Durante mais de um século, a cana-de-açúcar liderou as atividades econômicas coloniais, sobretudo na região nordestina. No século XVIII, foi a vez de a mineração destacar-se; com ela, porções do interior da colônia foram ocupados. Em larga medida, os bandeirantes ampliaram o território português na América, ultrapassando os limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas, que Portugal e Espanha assinaram à época dos descobrimentos.

Assinale a opção que apresenta uma característica fundamental da colonização do Brasil.

Resposta:

A alternativa correta é letra D) As relações de trabalho não-assalariadas responderam pela maior parte da produção colonial brasileira.

Gabarito: Letra D

 

As relações de trabalho não-assalariadas responderam pela maior parte da produção colonial brasileira.

   

De acordo com Boris Fausto, as relações de trabalho compulsórias são ao lado da empresa comercial e da produção em grandes propriedades, as três mais importantes características da colonização na América Portuguesa.

 

No que diz respeito às relações de trabalho, estas variaram ao longo do tempo. Primeiro com a forma conhecida como escambo, onde os indígenas trocavam sua mão de obra por utensílios de metal, armas e produtos comerciais. A partir da implantação das capitanias hereditárias e dos primeiros engenhos, os indígenas começaram a ser escravizados para trabalhar nas lavouras de cana-de-açúcar. Stuart Schwartz afirma que nas lavouras conviveram formas distintas de trabalho: indígenas escravizados, indígenas aldeados e indígenas que recebiam pagamento em bebidas e roupas.

 

Em fins do século XVI, começaram as primeiras importações de mão de obra escrava africana para o trabalho especializado nos engenhos. Os africanos eram destinados aos ofícios da moenda, mestres do açúcar, purgadores, dentre outras atividades.

 

A transição para a mão de obra escrava se completa nas três primeiras décadas do século XVII, quando o tráfico de africanos era uma atividade altamente lucrativa. Nos séculos seguintes, o Brasil passa a ser um dos maiores receptores de africanos e estes passam a ser a mão de obra predominante no país, realizando atividades no mundo rural, no mundo urbano, na mineração, no comércio e nas construções públicas.

   

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: As atividades industriais foram essenciais para que a colônia brasileira se desenvolvesse e, com isso, enriquecesse Portugal.

 

As atividades agrárias voltadas para a exportação foram essenciais para que a colônia brasileira gerasse lucro para Portugal.

   

Letra B: Graças à cana-de-açúcar, o território brasileiro foi ampliado, ao conquistar áreas antes pertencentes à Espanha.

 

O plantio da cana-de-açúcar ficou restrito ao litoral. A ampliação do território brasileiro foi possível graças à pecuária, às missões jesuítas, à construção de fortalezas e às expedições de bandeirantes em busca de indígenas, quilombos, metais e pedras preciosas. Todas essas atividades constantemente avançavam sobre o território espanhol durante os séculos XVI e XVIII.

   

Letra C: A economia colonial brasileira estava voltada, prioritariamente, para o abastecimento do mercado interno.

 

A economia colonial brasileira estava voltada, prioritariamente, para o abastecimento do mercado externo devido ao Pacto Colonial, ou seja, fornecer gêneros agrícolas, produtos extrativistas e metais preciosos para Portugal.

   

Referências:

 

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2000.

SCHWARTZ, Stuart. "Escravidão indígena e o início da escravidão africana". In: SCHWARCZ, Lilia M. e GOMES, Flávio dos Santos (Orgs.) Dicionário da escravidão e liberdade: 50 textos críticos. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

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