O mapa abaixo apresenta parte do contorno da América do Sul destacando a bacia amazônica. Os pontos assinalados representam fortificações militares instaladas no século XVIII pelos portugueses. A linha indica o Tratado de Tordesilhas revogado pelo Tratado de Madri, apenas em 1750.

A alternativa correta é letra A) militarmente a bacia hidrográfica do Amazonas.

Gabarito: Letra A (militarmente a bacia hidrográfica do Amazonas.)

A região norte inicialmente pertencia ao Império espanhol conforme divisão estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas (1494), assinado entre a Coroa portuguesa e a espanhola para garantir as navegações marítimas pelo Oceano Atlântico.

Mas essa divisão foi questionada constantemente por outras nações europeias, sobretudo, franceses e holandeses que chegavam ao norte da América do Sul e estabeleceram feitorias para comercializar o pau-brasil. 

No contexto da União Ibérica (1580-1640), o Tratado de Tordesilhas não tinha mais fundamento, já que os espanhóis passaram a ter a parte portuguesa do Brasil como parte do seu Império. Além disso, durante esse período, as terras brasileiras foram constantemente alvo de incursões estrangeiras. Foi assim que os franceses, rivais dos espanhóis, fundaram no Maranhão o núcleo colonial de São Luís. Os franceses foram expulsos por espanhóis e luso-brasileiros em 1615.

Logo após a expulsão dos franceses, iniciou-se o projeto de ocupação da região amazônica, com o objetivo de evitar a perda dessa área diante de possíveis ataques de outras nações como a Inglaterra e os Países Baixos. Como o Brasil estava sob administração espanhola, os rios da Amazônia poderiam ser utilizados pelos estrangeiros para estabelecer rotas em direção às minas de Prata de Potosí, na Bolívia e assim obter o metal por contrabando. Portanto, a colonização da Amazônia tinha interesses estratégicos bem definidos em uma época de conflitos internacionais.

Assim, a ocupação foi realizada através de expedições de luso-brasileiros em direção aos rios da Bacia do Amazonas e ali foram fundardos os fortes militares como o de Belém (1616), o de Gurupá (1623),a fortaleza de São João da Barra do Rio Negro (1669), o forte de Nossa Senhora do Bom Sucesso do Paru (1680), o forte de Santo Antônio dos Pauxis (1685) e a fortaleza dos Tapajós (1697).

No século XVIII, a ocupação através das fortificações prosseguiu com a instalação do forte Nossa Senhora da Conceição (1754), do forte de São Gabriel da Cachoeira (1761), da fortaleza de São José de Macapá (1764), do forte São Francisco Xavier de Tabatinga (1766), do forte São Joaquim de Rio Branco (1775) e do do Real forte do Principe da Beira (1776).

Por que as demais estão incorretas?

Letra B: economicamente as grandes rotas comerciais.

Os fortes e fortalezas foram construídos como instrumentos de defesa dos territórios e não como locais de trocas comerciais. Além disso, não havia um conhecimento sobre o interior dessa áreas geográfica que foi sendo explorada aos poucos por navegadores luso-brasileiros.

Letra C: as fronteiras entre nações indígenas.

Os fortes e fortalezas são marcos de ocupação militar do território, demonstrando que a partir daquele momento pretendia-se organizar a defesa da área contra invasores. Os luso-brasileiros não estiveram interessados em demarcar fronteiras com populações indígenas, mas expulsá-los desses territórios.

Letra D: o escoamento da produção agrícola.

Ainda não se pode falar em escoamento da produção agrícola como a existente no Brasil atual. Naquele momento de ocupação da Amazônia o interesse era militar e não econômico. Somente a partir da segunda metade do século XVII é que podemos falar em interesses econômicos na região, buscando a exploração das drogas do sertão e dos minérios.

Letra E: o potencial de pesca da região.

Não havia conhecimento sobre a atividade pesqueira da região. Além disso, a ocupação ocorreu primeiramente por caráter militar. Posteriormente se acrescentaria o caráter econômico, explorando as drogas do sertão e nas buscas por indígenas, ouro, prata e outros minérios.

Referência:

COSTA, Graciete Guerra da. Fortes portugueses na Amazônia brasileira. Tese de pós doutorado em Relações Internacionais. Brasília: UNB, 2012.

REZENDE, Tadeu Valdir Freitas. A conquista e a ocupação da Amazônia Brasileira no período colonial: a definição das fronteiras. Tese de doutorado em História. São Paulo: USP, 2006.