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“O negócio das Minas há muitos dias está parado; porque andam aqueles moradores com as armas nas mãos, divididos em duas facções, sendo capitão de uma delas, que são todos os que não são paulistas, um Manuel Nunes Viana, natural daquela vila e morador no sertão da Bahia. Este se acha com mais de três mil homens armados em campanha; é homem que leva consigo muita gente por ser muito rico, facinoroso e intrépido por cujas razões é o que introduz nas minas muitas e grandes tropas da Bahia para onde vai a maior parte do ouro que elas produzem contra as outras de Sua Majestade que Deus guarde, e com grande prejuízo de sua real fazenda porque não paga quintos. […] O governador desta praça se resolveu passar aos sertões de Minas e ver se pode a sua pessoa sossegar aqueles moradores. Queira Deus que o consiga pelo muito que importa El Rei nosso senhor.” Podemos afirmar que o relato se refere à:

Resposta:

A alternativa correta é letra D) Guerra dos Emboabas.

Gabarito: Letra D

 

Guerra dos Emboabas.

 

O trecho trazido pela questão faz referência a um episódio da história colonial que envolveu uma disputa entre os paulistas e os forasteiros pelo domínio e controle das minas.

 

No final do século XVII, os paulistas descobriram o ouro em Minas Gerais queriam o direito exclusivo de explorá-lo. Porém, os portugueses e moradores de outras capitanias também pretendiam explorar essa riqueza. Ocorreram, então, disputas pelo direito de exploração do ouro.

 

É nesse contexto de disputas econômicas e políticas que estoura o conflito conhecido como Guerra dos Emboabas, entre 1707 e 1709. Os  paulistas chamavam os forasteiros  de  emboabas,  que em tupi significa “aves de pés cobertos ou emplumados”, por causa das botas que os forasteiros usavam, nitidamente um tratamento desrespeitoso.

 

O fim da Guerra dos Emboabas foi desfavorável aos paulistas. Após dois anos e meio de lutas, muitos combatentes morreram, e os paulistas não conseguiram a exclusividade na exploração das minas.

 

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: Revolta dos Malês.

 

Trata-se de uma revolta ocorrida em Salvador e parte do Recôncavo Baiano durante o período regencial. Seus principais participantes foram os escravizados e libertos de etnia malê, praticantes do islamismo.

 

Letra B: Revolta do Maneta.

 

Revolta ocorrida em Salvador em 1711 tendo como líder o comerciante baiano João de Figueiredo da Costa, apelidado de Maneta. Os motins ocorridos em Salvador tinham por objetivo fazer com que a Coroa reduzisse o preço do sal, artigo indispensável para a conservação de alimentos, eliminasse novas taxas sobre o valor das mercadorias importadas, principalmente os escravizados e voltasse atrás na ação de instalar na Bahia uma casa de arrecadação e controle fiscal. A revolta foi sufocada pelo governador da Bahia, mas com a lição de que não poderia aumentar mais taxas sem que houvesse explosão de revoltas.

 

Letra C: Guerra dos Mascates.

 

Trata-se de um conflito ocorrido na capitania de Pernambuco e que envolveu uma disputa de poder e prestígio entre as elites de Olinda, proprietárias de terras, de engenhos e escravos e as elites do recife, mais urbanas e dedicadas ao comércio (aos mascates). Ao final, a Coroa portuguesa decidiu pela emancipação de Recife, que saiu da esfera de domínio de Olinda e tempos depois foi elevado à sede da capitania desbancando Olinda.

 

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto e RODRIGUES, Jaime. Historiar, 7° ano: ensino fundamental: anos finais. São Paulo: Saraiva, 2018.

 

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

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