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“O ponto alto sobre as tensões entre a açucarocracia de Olinda e a Coroa se dá quando esta resolve em 1709 criar uma nova municipalidade vizinha à olindense: a Câmara Municipal do Recife. Desde a segunda metade do século XVII, havia uma clara oposição entre os comerciantes reinóis do Recife e os senhores de engenho de Olinda, estes representantes da nobreza das terras…”


(https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7578/1/arquivo6576_1.pdf)


O texto acima faz referência à “Guerra dos Mascates”, conflito, que colocou, em lados opostos, os senhores de engenho e os comerciantes reinóis. Em relação a esse episódio, é CORRETO afirmar que

Resposta:

A alternativa correta é letra A) a criação de uma nova municipalidade em atendimento às demandas dos comerciantes reinóis gerou grande insatisfação à açucarocracia olindense, que queria reservar a si não apenas honrarias e privilégios especiais como também o controle político da capitania.

Gabarito: Letra A

 

No Brasil colonial uma das mais importantes instituições era a Câmara Municipal, responsável por atribuições administrativas, fiscais, jurídicas e era onde as elites buscavam estar para poder reivindicar direitos e privilégios junto à Coroa Portuguesa. Entre a Coroa e seus colonos havia uma relação de tensão e negociação constantes.

 

Quando os colonos pernambucanos conseguem expulsar os holandeses, passaram a solicitar da Coroa o reconhecimento pelo feito, exigindo um tratamento diferenciado em relação às demais vilas e cidades do Brasil.

 

Uma dessas vilas que demandaram um regime especial foi a vila de Olinda através de sua Câmara.

 

Porém, a Coroa Portuguesa estava disposta a dificultar os pedidos da elite olindense, a açucarocracia, sobretudo, quando os “mascates”, ou comerciantes portugueses do povoado de Recife passam a pleitear uma câmara municipal própria, em função do crescimento econômico do povoado.

 

Então, o conflito denominado de Guerra dos Mascates (1710-1711) é na verdade um conflito entre dois segmentos econômicos distintos: as elites do açúcar e as elites do comércio.

 

A criação da câmara municipal para Recife e sua transformação em vila gerou insatisfação nas elites olindenses que pretendiam reservar para si as honras, os privilégios e a autoridade administrativa sobre a capitania pernambucana.

 

As elites se armaram e invadiram Recife e cercaram a cidade por um ano. Em 1711, os comerciantes de Recife se armaram, contaram com o apoio do governador da capitania para expulsar os proprietários de terras que haviam tomado a cidade.

 

Ao final do conflito, Recife acabaria se convertendo em sede da capitania de Pernambuco e a açucarocracia olindense mergulha em uma crise política e econômica.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra B:  mesmo tendo saído derrotados na “Guerra dos Mascates”, os senhores de engenho de Olinda não se abateram, pois não perderam o controle sobre a recém criada Câmara do Recife.

 

Os senhores de engenho de Olinda perderam o controle sobre Recife, pois a Coroa criou a câmara municipal e elevou Recife à condição de vila, independente de Olinda.

 

Letra C:  com seu fim, as elites comerciais de Recife e as latifundiárias de Olinda restabeleceram os laços graças à ativa influência da administração lusa, a quem não interessava financeiramente a desunião de comerciantes e produtores de açúcar.

 

A Guerra dos Mascates marca um rompimento entre as elites das duas vilas e as hostilidades ainda prosseguiram no pós guerra. A criação da câmara de Recife evidenciou um conflito pela disputa de cargos, rivalidades nas organizações de festas, problemas de fronteiras

 

Letra D:  influenciados pelas ideias revolucionárias que circulavam pela Europa, os senhores de engenho de Olinda defenderam os interesses da capitania, reafirmando o sentimento de identidade nacional do Brasil.

 

Estamos falando de um movimento colonial com interesses atrelados à lógica do mercantilismo e do Antigo Regime. Portanto, não tinha o caráter nacional. Quando se falou em separação, apenas da capitania de Pernambuco e não o Brasil inteiro.

 

Letra E:  considerado pela historiografia como um movimento liberal, buscava conservar a maior autonomia da Câmara de Olinda em relação à administração lusitana, algo que os pernambucanos conservavam desde o período duartino.

 

A historiografia considera a Guerra dos Mascates um conflito dentro da lógica do Antigo Regime baseando-se numa disputa entre municipalidades pelos prestígios e honrarias da Coroa Portuguesa. A Guerra dos Mascates não se enquadra como um movimento liberal.

 

Referências:

 

LISBOA, Breno Almeida Vaz. Uma elite em crise: a açucarocracia de Pernambuco e a câmara municipal de Olinda nas primeiras décadas do século XVIII. Dissertação de mestrado em História. UFPE, 2011.

 

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

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