Os corpos indígenas não tinham defesa contra moléstias europeias, como gripes, resfriados, sarampo, varíola e cólera; em razão disso, a mortalidade entre eles foi espantosa. Como exemplo, temos a epidemia de 1560–1562 que matou cerca de 10 mil índios no recôncavo da Bahia — os que fugiram da região levaram as doenças para tribos ainda não contatadas no interior do território, provocando muitas outras mortes.
(Laima Mesgravis. História do Brasil colônia, 2015.)
O texto permite afirmar que
- A) os indígenas eram fisicamente mais fracos que os portugueses, o que facilitava a disseminação de doenças e os incapacitava para o trabalho escravo.
- B) a disseminação de doenças era uma das estratégias utilizadas pelos portugueses para submeter os povos nativos e reduzir a densidade populacional das terras ocupadas.
- C) os religiosos dispunham-se a catequizar os indígenas para salvar suas almas e acabaram por ser os principais responsáveis pela transmissão de doenças aos nativos.
- D) as doenças trazidas pelos portugueses eram até então inexistentes na colônia, o que impediu que os nativos conseguissem resistir a elas e facilitou sua disseminação.
- E) a organização de quilombos de escravizados fugitivos teve papel decisivo na interiorização das doenças e na ampliação do genocídio causado pelas epidemias.
Resposta:
A alternativa correta é letra D) as doenças trazidas pelos portugueses eram até então inexistentes na colônia, o que impediu que os nativos conseguissem resistir a elas e facilitou sua disseminação.
Gabarito: Letra D
As doenças trazidas pelos portugueses eram até então inexistentes na colônia, o que impediu que os nativos conseguissem resistir a elas e facilitou sua disseminação.
As doenças contagiosas trazidas pelos europeus, como sarampo, tifo, coqueluche, varíola e gripe, foram um elemento significativo na destruição e dominação dos povos indígenas, visto que eram, em geral, doenças letais para os nativos, pois por nunca terem tido contato com essas doenças, que não existiam na América até a chegada dos europeus, não possuíam a resistência imunológica necessária para superá-las. Rapidamente essas doenças se espalharam entre a população indígena, provocando epidemias que matavam milhares deles.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: os indígenas eram fisicamente mais fracos que os portugueses, o que facilitava a disseminação de doenças e os incapacitava para o trabalho escravo.
Os indígenas não eram fisicamente mais fracos que os europeus, apenas não tinham seu sistema imunológico preparado para enfrentar doenças com as quais nunca haviam tido contato.
Letra B: a disseminação de doenças era uma das estratégias utilizadas pelos portugueses para submeter os povos nativos e reduzir a densidade populacional das terras ocupadas.
A disseminação de doenças dos europeus para os indígenas não era uma estratégia utilizada pelos portugueses, mas sim uma consequência do contato entre populações distintas e de contextos socioculturais diversos.
Letra C: os religiosos dispunham-se a catequizar os indígenas para salvar suas almas e acabaram por ser os principais responsáveis pela transmissão de doenças aos nativos.
Não foram os religiosos os principais responsáveis pela transmissão das doenças, mas sim os colonizadores através dos contatos nas aldeias e nos engenhos. Também os próprios nativos transmitiam as doenças após contraí-las.
Letra E: a organização de quilombos de escravizados fugitivos teve papel decisivo na interiorização das doenças e na ampliação do genocídio causado pelas epidemias.
A organização de quilombos de escravizados é posterior a essa época inicial de epidemias e morte de indígenas por doenças. Nessa fase inicial da colonização, os próprios indígenas que contraíam as doenças foram responsáveis pela interiorização e ampliação das epidemias.
Referências:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 1. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 2. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
Deixe um comentário