Os mecanismos de explicação das crises de fome inscrevem-se nas próprias estruturas da produção de alimentos. Podemos, assim, destacar como elementos fundamentais das crises de subsistência da economia colonial:
- A) Os portugueses aumentaram a biodiversidade dificultando os ataques de epizotias, possibilitando, assim, a redução de pragas em amplas superfícies homogêneas de biomassa.
- B) O manejo adequado da tecnologia agrícola herdada dos grupos indígenas: os portugueses adaptaram o cultivo de gêneros ameríndios adotando grande parte da tecnologia da floresta tropical.
- C) Um conjunto de normas e regulamentos, de cunho mercantilista, impostos pela Coroa, tabelando preços, estabelecendo mercados preferenciais, obrigatoriedade de abastecimento a fortes e à frota, garantiu a produção de alimentos aumentando suas forças.
- D) Ao fixar os cultivos e ignorar qualquer prática de recomposição de solos – conhecidas e praticadas, por exemplo, no cultivo do tabaco – promoveram o esgotamento, a erosão e a desertificação de vastas superfícies agricultáveis. Já no início do século XVII, ao sul de Salvador, em Porto Seguro e no Recôncavo, vastas áreas apresentam-se desertificadas e colonizadas por formigas. Vilas inteiras tiveram que se mudar devido à invasão de formigas.
Resposta:
A alternativa correta é letra D):
Ao fixar os cultivos e ignorar qualquer prática de recomposição de solos – conhecidas e praticadas, por exemplo, no cultivo do tabaco – promoveram o esgotamento, a erosão e a desertificação de vastas superfícies agrícolas. Já no início do século XVII, ao sul de Salvador, em Porto Seguro e no Recôncavo, vastas áreas apresentam-se desertificadas e colonizadas por formigas. Vilas inteiras tiveram que se mudar devido à invasão de formigas.
Esta afirmativa é correta porque, durante o período colonial, os portugueses fixaram os cultivos em monoculturas extensivas, especialmente de cana-de-açúcar, sem praticar a rotação de culturas ou outras técnicas de recomposição dos solos, como o uso de adubos ou a prática do descanso do solo. Isso levou ao esgotamento dos nutrientes do solo, à erosão e à desertificação de vastas áreas, principalmente nas regiões de clima mais quente e úmido, como o nordeste do Brasil. A desertificação e a erosão do solo provocaram a redução da produtividade agrícola e a necessidade de abrir novas áreas para o cultivo, o que levou à expansão da fronteira agrícola e à destruição dos ecossistemas locais.
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