Questões Sobre Período Colonial - História - concurso

A alternativa correta é letra E) defendia a abolição da escravatura e o aumento da remuneração dos soldados.

Gabarito: ALTERNATIVA E

Em 1798, surgiu na Bahia um movimento rebelde conhecido como Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates, que contou com a participação das camadas sociais mais humildes. Esse movimento

• a)  pretendia fundar uma universidade e aproveitar as jazidas de ferro da região.

Como um movimento emancipacionista, a primeira preocupação da Conjuração Baiana era a separação formal frente a Portugal, e não reformas mais imediatas. Universidades e uso das jazidas minerais seriam um outro momento do processo. Alternativa errada.

• b)  contava, no plano político, com elementos adeptos da monarquia constitucional.

Os revoltosos eram profundamente inspirados pelos casos da Revolução Francesa e da Revolução Haitiana, ambos processos profundamente comprometidos com a república. Inclusive, a questão republicana era uma outra componente da rebelião: afinal, não apenas era ilegítima a colonização, como também era ilegítimo o domínio por uma monarquia absolutista, o que era o caso de Portugal. Alternativa errada.

• c)  defendia o estímulo à produção de couro e charque, principais produtos da Bahia.

Essas são reivindicações da Revolução Farroupilha (1835-1845), que ocorreria no Rio Grande do Sul (grande produtor de charque) durante o Período Regencial (1831-1840). Alternativa errada.

• d)  foi o primeiro movimento de rebeldia no Brasil a questionar o Pacto Colonial.

Durante o período colonial, outros movimentos chegaram a questionar os termos das relações entre colônia e Metrópole. No entanto, há de se lembrar o estudante que, em 1789, a Inconfidência Mineira já representara um caso muito emblemático de esforço emancipacionista dentro da América portuguesa. Alternativa errada.

• e)  defendia a abolição da escravatura e o aumento da remuneração dos soldados.

A Conjuração Baiana (1798-1799) emergiu das contradições e das dificuldades vividas no ambiente da sua capitania. Salvador vivia ciclos de fome ao mesmo tempo em que a sociedade assumia uma configuração bastante singular: negros e mulatos (livres e libertos) vinham constituindo uma classe de trabalhadores urbanos (muitos deles, alfaiates) e autônomos com importante capacidade de articulação política. Nos anos anteriores, a escassez de alimentos atingiu níveis gravíssimos e deflagrou revoltas e saques em diversos pontos de Salvador. Paralelamente, negros e mulatos compunham cerca de 80% da população da capitania, e a noção de pertencimento e de revolta dos libertos contra a escravidão dava uma capacidade explosiva às mobilizações sociais na Bahia. Influenciados pelos acontecimentos no Haiti, pela Revolução Francesa e pelo pensamento iluminista, esses trabalhadores urbanos conspiraram pela proclamação de uma republica baiana independente, com fortes vínculos com a França revolucionária e livre da escravidão. Além disso, o soldo dos brasileiros era uma questão relevante para os revoltosos, o que está, em grande medida, associado com o caráter urbano da revolta. ALTERNATIVA CORRETA.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.

A alternativa correta é letra E) Revolução Pernambucana.

Gabarito: ALTERNATIVA E

• No ano de 1817, na Província de Pernambuco, deu-se uma revolta contra o governo de D. João VI que ficou conhecida como

A Revolução Pernambucana (1817) se deu no contexto das grandes transformações do Período Joanino (1808-1821). Com a transferência da família real para o Brasil, instalando a corte no Rio de Janeiro, houve uma importante expansão dos impostos sobre a colônia, que passava a ter de sustentar praticamente sozinha a monarquia portuguesa e as campanhas militares no Prata. Ao mesmo tempo, a reestruturação administrativa e militar da vida colonial implicou num franco favorecimento da nobreza portuguesa sobre a elite colonial, colocando portugueses em postos de comando em toda a colônia, principalmente nas Forças Armadas - desprestigiando as elites locais.

Desprestigiados e tendo de pagar mais impostos, os principais nomes da vida colonial em Pernambuco começaram a organizar uma onda de insurreições para proclamar uma república na região, o que contava com o apoio de diversos grupos como latifundiários, clérigos, magistrados, profissionais liberais e estudantes. O clima geral de insatisfação facilitou o alastramento da revolta em direção ao sertão, acionando as elites de Alagoas, Rio Grande do Norte e Paraíba a favor das ideias dos pernambucanos. Ainda que cada grupo tivesse suas motivações muito próprias, há de se destacar que as questões eram, no máximo, regionais, não se tratando de um levante para libertar até o Rio de Janeiro, mas sim de um união de elites e de pessoas proeminentes da vida nordestina em favor de um rompimento contra o poder central. Assim, analisemos as alternativas propostas.

• a)  Revolução Liberal.

Ainda que a Revolução de 1817 tivesse, sim, um caráter liberal, a historiografia não costuma tratá-la por este nome. Alternativa errada.

• b)  Cabanagem.

A Cabanagem foi um levante popular ocorrido no Grão-Pará no contexto das rebeliões provinciais durante o Período Regencial (1831-1840). Especificamente a Cabanagem, depois de um breve período nas cidades, interiorizou-se e se estendeu de 1835 a 1840 com violenta intervenção do poder central contra os revoltosos. Alternativa errada.

• c)  Confederação do Equador.

Ocorrida em 1824, a Confederação do Equador foi uma resposta pernambucana à política centralizadora de D. Pedro I. Naquele momento, o Imperador recém outorgara a Constituição de 1824, ampliando seus próprios poderes e diminuindo as capacidades de ação local. Com a liderança de Frei Caneca, a Confederação do Equador tinha um recorte republicano e separatista frente ao Império. Alternativa errada.

• d)  Revolta dos Alfaiates.

Também referida como Conjuração Baiana, a Revolta dos Alfaiates emergiu das contradições e das dificuldades vividas no ambiente da sua capitania. Salvador vivia ciclos de fome ao mesmo tempo em que a sociedade assumia uma configuração bastante singular: negros e mulatos (livres e libertos) vinham constituindo uma classe de trabalhadores urbanos (muitos deles, alfaiates) e autônomos com importante capacidade de articulação política. Desse caldo de cultura, o levante de características republicanas se deu em 1798 com grande inspiração na Revolução Francesa e foi debelado já no ano seguinte. Alternativa errada.

• e)  Revolução Pernambucana.

Como apontado nos comentários iniciais, esta é a ALTERNATIVA CORRETA.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.

A alternativa correta é letra A) os inconfidentes tinham demonstrado clara oposição à forma monárquica de governo.

Gabarito: Letra A

O Brasil ao se tornar independente optou pela manutenção da forma de governo monárquica, ao contrário das colônias vizinhas na América Espanhola que experimentavam formas republicanas.

Essa solução monárquica foi pensada para evitar fragmentações políticas e territoriais tal como estava acontecendo nas colônias espanholas e para guardar a memória da presença da Corte Portuguesa no Brasil.

Resgatar e celebrar o episódio da Inconfidência Mineira era um incômodo para as elites intelectuais do Império uma vez que os inconfidentes se declararam contra a cobrança de impostos abusiva exercida por autoridades da Coroa Portuguesa, portanto, de certa forma, era contra o regime monárquico.

Assim, exaltar esse acontecimento era correr um risco muito grande à estabilidade imperial alcançada após as diversas rebeliões que ocorreram durante o período regencial.

Por que as demais estão incorretas?

Letra B: A Revolta em Minas Gerais se declarou a favor da independência da capitania em relação à metrópole.

Letra C: Não havia uma definição clara sobre projetos abolicionistas na Inconfidência mineira, mas é provável que não fosse uma questão sensível, uma vez que a maior parte dos participantes da sublevação eram da elite mineira, proprietários de terras ou comerciantes.

Letra D: Os revoltosos de 1789 tinham suas ideologias baseadas no Iluminismo,

Letra E: Os inconfidentes eram contrários a muitos impostos instituídos pela Coroa Portuguesa, principalmente aqueles sobre a exploração do ouro. Os imperadores não estabeleceram impostos com base no que os inconfidentes pensavam ou não pensavam. Fizeram de acordo com a situação econômica de seus reinados. Às vezes praticavam a mesma política da Corte como no caso da Confederação do Equador ocorrida no governo de D. Pedro I, no qual os impostos altos foram um fator para a eclosão do movimento.

A alternativa correta é letra D) O sistema escravista implantado pela metrópole foi a principal razão de implosão da Revolução Pernambucana de 1817.

Gabarito: Letra D

(O sistema escravista implantado pela metrópole foi a principal razão de implosão da Revolução Pernambucana de 1817.)

Atenção! A questão quer saber qual das alternativas é a incorreta.

A Revolução Pernambucana ou Insurreição Pernambucana foi um movimento político ocorrido em 1817 em Pernambuco e que se estendeu a outras províncias do Nordeste como a Paraíba, o Rio Grande do Norte, Alagoas e o Piauí. O principal objetivo do movimento era garantir a separação territorial e política dessas províncias em relação ao restante do Brasil.

Por que houve essa revolta?

• A transferência da Corte para o Brasil só beneficiou portugueses e quem esteve próximo da Corte, ou seja, as áreas do sul e sudeste.

• A Corte por diversas vezes aumentou impostos que recaíram sobretudo nos nordestinos.

• Pernambuco já possuía um histórico revolucionário desde o século XVIII.

• Seca de 1816

• Queda do preço do açúcar e do algodão e encarecimento do preço dos escravos

• Corrupção do governador da capitania

Com motivos de sobra montou-se, então, uma insurreição, unindo setores dispersos: comerciantes, grandes proprietários, membros do clero, militares, juízes, artesãos, e uma camada de homens livres que lhe conferiu um perfil mais radical e popular.

Os revolucionários tomaram o Recife e implantaram um governo provisório baseado na “lei orgânica” que proclamou a República, estabeleceu a igualdade de direitos e a tolerância religiosa, sem tocar no problema da escravidão.

A Corte consegui acabar com o movimento revolucionário usando de muita violência e punição exemplar a fim de eliminar qualquer nova possibilidade de sedições.

Portanto, a implantação da escravidão não foi uma das causas da Revolução de 1817, pois o sistema escravista já estava consolidado no Brasil desde o século XVI. Além do mais, os alguns adeptos do movimento eram proprietários e escravocratas e não desejavam o fim do trabalho servil.

Obs.: A letra C embora esteja correta, a meu ver está incompleta. A Transferência da Família Real por si não ocasionou a Revolução, mas algumas de suas medidas geraram insatisfação na população pernambucana a ponto de organizarem o movimento revolucionário. A questão poderia ser anulada.

As demais alternativas estão corretas, uma vez que:

Letra A: Teve como uma de suas principais causas as dificuldades econômicas do Nordeste.

Uma das causas da Revolução Pernambucana foram as dificuldades econômicas da região Nordeste, sobretudo com a seca de 1816, a queda do preço do açúcar e do algodão, principais produtos de exportação dessa área, além dos constantes aumentos de impostos por parte da Corte no Rio de Janeiro.

Letra B: Os impostos pesados cobrados pelas autoridades portuguesas.

Os impostos cobrados pelas autoridades portuguesas, principalmente para custear a ocupação da Guiana e da Cisplatina, foram um dos motivos para a eclosão do movimento pernambucano.

Letra C: A transferência da família real para o Brasil.

A transferência da família rela para o Brasil e sua política de beneficiar portugueses e as elites do centro-sul foram uma das causas do movimento emancipacionista de 1817.

Referências:

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2ª edição. São Paulo: EdUSP, 1995.

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

A alternativa correta é letra C) Queriam romper com a dominação colonial e tiveram influência do pensamento iluminista.

Gabarito: ALTERNATIVA C

Quais características são comuns entre eles?

• a)  A influência do pensamento iluminista e a participação maciça de pessoas da elite da sociedade local.

De fato, o pensamento iluminista estava muito presente nas duas experiências, penetrando na América portuguesa a partir de pessoas ilustradas do período, que viam na França um grande farol intelectual. No entanto, é errado supor uma maciça adesão das elites. A Conjuração Baiana foi pensada a partir de uma certa classe média ilustrada de Salvador com adesão limitada por membros da elite. No caso da Inconfidência Mineira, de fato, era um movimento mais relacionado às elites, mas apenas uma parcela da elite local. Ainda, há de se observar, havia uma elite portuguesa instalada no Brasil que se mantinha fiel à metrópole. Alternativa errada.

• b)  Foram inspiradas pelo lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade e pretendiam acabar com a escravidão.

É um pouco exagerado se dizer que o lema revolucionário francês tenha inspirado a Inconfidência Mineira, uma vez que era movimentos contemporâneos. Nesse caso, era mais influente a Revolução Americana, que já havia se consolidado. A Conjuração Baiana, de fato, teria um claríssimo compromisso com a abolição da escravidão, fundando uma república tropical inteiramente livre. No entanto, a Inconfidência Mineira não tinha uma posição clara sobre o tema, inclusive contando com senhores de escravos entre os seus membros. Alternativa errada.

• c)  Queriam romper com a dominação colonial e tiveram influência do pensamento iluminista.

Os dois principais fenômenos emancipacionistas no período colonial foram a Conjuração Baiana (1798-1799) e a Inconfidência Mineira (1789), sendo a última debelada antes mesmo do seu início. Ainda que tenham sido movimentos importantes e realmente influenciados pelo Iluminismo, não se pode dizer que qualquer um deles tenha de fato posto em risco o domínio português sobre a colônia. Nessa mesma esteira, é necessário relativizar a adesão ao Iluminismo dos levantes na América hispânica e no Brasil: ainda que houvesse, sim, um influência explícita, não se pode supor que todos esses movimentos desenvolviam as mesmas pautas, tampouco que convergiam para um ponto único. Enquanto a Revolução Haitiana (1791-1804) levantava a bandeira da igualdade para acabar com a escravidão e depor a administração colonial, a Inconfidência Mineira era liderada por membros da elite local, incluindo senhores de escravos, mais preocupados com a independência das Minas Gerais e muito distante de qualquer posição clara sobre a igualdade entre os homens. Ainda nesse âmbito, a experiência americana fez ascender uma nova direção para as demais colônias do continente, já que provava ser viável a conversão de antigos súditos de coroas europeias em cidadãos de legítimas repúblicas americanas. Ainda que nenhum dos dois movimentos pretendesse libertar todo o Brasil, há de se lembrar que queriam, sim, romper com Portugal a partir de suas capitanias. ALTERNATIVA CORRETA.

• d)  Foram sufocadas sem grande derramamento de sangue, pois havia grande participação de pessoas ligadas à elite da sociedade local.

Essa ideia é real apenas para o caso da Inconfidência Mineira, quando apenas Tiradentes foi condenado à morte e a rebelião foi debelada antes do seu início. No caso da Conjuração Baiana, era composta por classes médias ilustradas e sem grande apoio das elites locais. A repressão militar seria brutal e todos os seus líderes seriam executados pela Coroa portuguesa. Alternativa errada.

• e)  Pretendiam acabar com a escravidão e estabelecer a independência política do Brasil.

Como já explicado, ambos os movimentos pretendiam libertar apenas as suas capitanias; isto é, Bahia e Minas Gerais, sem qualquer identidade brasileira unindo o movimento. Além disso, como também já explicado, a Inconfidência Mineira não tinha compromisso claro com a abolição da escravidão. Alternativa errada.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

A alternativa correta é letra D) I, II e IV.

Vamos analisar cada uma das afirmativas para identificar as que estão corretas:

I. Essa revolução, influenciada pelos ideais da Revolução Francesa, buscava a criação de uma república independente, sediada em Pernambuco.

VERDADEIRO. A Revolução Pernambucana de 1817 foi um movimento separatista que buscava a independência de Pernambuco e das demais províncias do Nordeste em relação à Coroa Portuguesa. Influenciada pelos ideais da Revolução Francesa e da Independência dos Estados Unidos, a revolução tinha como objetivo estabelecer uma república federativa independente, cuja capital seria a cidade de Recife, em Pernambuco.

II. A maioria de seus integrantes, dentre os quais havia muitos proprietários rurais, defendia a manutenção da escravidão, que garantia o status econômico da elite agrária.

VERDADEIRO. Apesar de a Revolução Pernambucana ter sido um movimento de caráter republicano e liberal, a maioria de seus integrantes pertencia à elite agrária local, que tinha na escravidão a base de sua economia. Embora houvesse entre os revolucionários quem defendesse a abolição da escravidão, essa não era a posição dominante.

III. A revolução foi reprimida meses após sua eclosão, sem conseguir mobilizar a população ou tomar o poder local, uma vez que as oligarquias locais permaneceram leais à Coroa Portuguesa.

FALSO. Embora a Revolução Pernambucana tenha sido reprimida pela Coroa Portuguesa alguns meses após seu início, essa afirmação não está completamente correta. A revolução conseguiu mobilizar parte da população e tomar o poder local em Pernambuco e em outras províncias do Nordeste. A resistência da Coroa Portuguesa e de algumas oligarquias locais foi um dos fatores que levaram à derrota do movimento, mas não o único.

IV. Após essa Revolução, Rio Grande e Alagoas tornaram-se comarcas independentes de Pernambuco.

VERDADEIRO. Como consequência da Revolução Pernambucana, a Coroa Portuguesa decidiu desmembrar Pernambuco, criando as comarcas do Rio Grande do Norte e de Alagoas, que se tornaram províncias independentes.

Portanto, as afirmativas I, II e IV estão corretas. Logo, a alternativa correta é a LETRA D.