Questões Sobre Período Colonial - História - concurso
1041) “Olhando para a história social do Recife na primeira metade do século passado, três aspectos chamam a atenção: o primeiro é o ciclo das insurreições liberais, que se inicia com a Insurreição de 1817, passa pela Confederação do Equador em 1824 e termina com a Praieira, em 1848; o segundo é a virtual ausência de rebeliões escravas, mesmo tendo havido até mais confusão no Recife do que na maioria das capitais provinciais nesse período; o terceiro é que a literatura sobre esses assuntos encontra-se dispersa em monografias, faltando portanto, tentativas mais concisas de análise dos possíveis nexos entre a resistência escrava e o contexto político mais amplo daquele período.” (CARVALHO , Marcus. Rumores e rebeliões: estratégias de resistência escrava no Recife, 1817-1848. Revista Tempo, vol.3, nº6, Niterói: UFF, 1998. In: ttp://www.historia.uff.br/tempo/artigos_dossie/artg6 -5.pdf. (22/11/06). Em relação aos eventos ocorridos em 1817, 1824 e 1848, é CORRETO afirmar que
- A) um elemento que essas revoltas possuem em comum é a defesa da abolição da escravatura. Essa foi uma bandeira defendida, principalmente, pelos rebeldes de 1817 e um dos pilares da Praieira.
- B) os escravos pernambucanos, ao contrário daqueles de São Domingos, não aproveitaram as rusgas entre as elites locais para se rebelarem contra a opressão do sistema escravista.
- C) uma das consequências da Praieira foi a promulgação, em 1850, da Lei Antitráfico Atlântico de Escravos, a qual fez parte da negociação com o governo imperial para o fim da revolta.
- D) a Confederação do Equador é considerada a mais elitizada das três reformas por quase não contar com a participação popular. Afastado e preso pelos confederados, Pedro Pedroso não pôde articular as massas, como fez em 1824.
- E) em 1817, muitos senhores utilizaram seus escravos para sua proteção. Mas esses cativos agiram como guarda-costas, e outros tantos aproveitaram a confusão para fugir, contribuindo para a formação do quilombo do Catucá, que começava quase às portas do Recife.
A resposta correta é a letra E) "em 1817, muitos senhores utilizaram seus escravos para sua proteção. Mas esses cativos agiram como guarda-costas, e outros tantos aproveitaram a confusão para fugir, contribuindo para a formação do quilombo do Catucá, que começava quase às portas do Recife."
Essa alternativa é a única que apresenta uma afirmação correta sobre os eventos ocorridos em 1817, 1824 e 1848. A Insurreição de 1817 não teve como bandeira a defesa da abolição da escravatura, e os escravos pernambucanos aproveitaram a confusão para fugir e formar quilombos. Além disso, a Confederação do Equador e a Praieira não tiveram como consequência a promulgação da Lei Antitráfico Atlântico de Escravos, e Pedro Pedroso não foi afastado e preso pelos confederados.
1042) Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna abaixo.
- A) Conjuração Baiana
- B) Conjuração Mineira
- C) Conjuração do Rio de Janeiro
- D) Revolta de Felipe dos Santos
- E) Revolução Pernambucana
ESTA QUESTÃO FOI ANULADA, NÃO POSSUI ALTERNATIVA CORRETA
Gabarito: ANULADA
Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna abaixo.
- “Na _______________ não houve martírios, nem grandes heroísmos, foi um mero sintoma da generalização do pensamento liberal que vai explodir na geração seguinte. As reuniões ocorriam na Sociedade Literária. A devassa se realizou de dezembro de 1794 a fevereiro de 1795. Entre os presos processados estavam Silva Alvarenga e Afonso Arinos.”
Infelizmente, não dispomos de qualquer justificativa oficial para se ter optado pela anulação desta questão. De toda forma, podemos fazer algumas considerações a esse respeito das alternativas propostas.
- a) Conjuração Baiana
A Conjuração Baiana (1798-1799) emergiu das contradições e das dificuldades vividas no ambiente da sua capitania. Salvador vivia ciclos de fome ao mesmo tempo em que a sociedade assumia uma configuração bastante singular: negros e mulatos (livres e libertos) vinham constituindo uma classe de trabalhadores urbanos (muitos deles, alfaiates) e autônomos com importante capacidade de articulação política. Nos anos anteriores, a escassez de alimentos atingiu níveis gravíssimos e deflagrou revoltas e saques em diversos pontos de Salvador. Paralelamente, negros e mulatos compunham cerca de 80% da população da capitania, e a noção de pertencimento e de revolta dos libertos contra a escravidão dava uma capacidade explosiva às mobilizações sociais na Bahia. Influenciados pelos acontecimentos no Haiti, pela Revolução Francesa e pelo pensamento iluminista, esses trabalhadores urbanos conspiraram pela proclamação de uma republica baiana independente, com fortes vínculos com a França revolucionária e livre da escravidão. Ou seja, a revolta tinha como ponto focal as questões mais importantes da vida da capitania, pretendendo libertá-la. Alternativa errada
- b) Conjuração Mineira
A Conjuração Mineira foi severamente reprimida antes de qualquer ação efetiva em 1789, tendo ocorrido a prisão dos seus líderes e a execução de Tiradentes (Joaquim José da Silva Xavier), do que decorreu o fim completo do movimento. O movimento mineiro reunia a elite intelectual e econômica de Vila Rica, principal cidade de Minas Gerais, numa conspiração para deflagrar a independência da capitania mineira frente ao domínio português. Entre as principais causas da revolta estava a cobrança de pesados impostos sobre a mineração, mesmo com o grave declínio da atividade mineradora no último quarto do século XVIII. À época, Portugal cobrava, em impostos, tanto a quinta parte de toda produção aurífera na colônia quanto estabelecia que anualmente a capitania deveria pagar uma quantia fixa em impostos (a chamada "Derrama"). Acossados pelos impostos em tempos de declínio, os principais membros da sociedade colonial ligada à mineração planejaram uma revolução para libertar apenas a capitania de Minas Gerais (e não toda a colônia) frente a Portugal, fundando uma república na América. Alternativa errada.
- c) Conjuração do Rio de Janeiro
Também referida como Conjuração Fluminense e como Conjuração Carioca, a Conjuração do Rio de Janeiro girou em torno de uma série de suspeitas infundadas contra figuras importantes da capital do Vice-Reino do Brasil. Em 1786, foi formada a Sociedade Literária, um grupo que, autorizado pelas autoridades coloniais, organizava reuniões regulares para debater toda sorte de temas científicos. No entanto, com o tempo, o grupo tomou ares políticos e havia certa simpatia com a Revolução Francesa (1789) e com as ideias iluministas e republicanas. Em 1794, o grupo seria proscrito pelo vice-rei e se daria início a uma devassa contra seus principais nomes. Com denúncias de que as reuniões continuavam acontecendo, as autoridades determinaram a prisão de duas figuras centrais: Silva Alvarenga (professor) e Mariano José Pereira da Fonseca (médico). Com suas casas revistas, nada foi efetivamente provado e acabariam libertos.
- d) Revolta de Felipe dos Santos
Também conhecida como Revolta de Vila Rica, a revolta de Felipe dos Santos ocorreu em 1720 num movimento de contestação contra as medidas de controle sobre a circulação do ouro extraído nas Minas Gerais. Sob a liderança do poderoso fazendeiro Felipe dos Santos, os revoltosos uniram as camadas mais populares num levante armado que durou cerca de um mês e chegou a tomar o controle de Vila Rica, um dos pontos mais importantes dos primeiros anos do Ciclo do Ouro. Entre as demandas dos revoltosos estavam a extinção das casas de fundição e a diminuição das redes de fiscalização, já que a Metrópole proibira a circulação de ouro em pepitas e em pó para aumentar o controle fiscal sobre a mineração. Com a derrota dos revoltosos, Portugal empreendeu uma série de alterações administrativas para aumentar o controle sobre a região aurífera, inclusive ampliando as casas de fundição. Alternativa errada.
- e) Revolução Pernambucana
A Revolução Pernambucana (1817) se deu no contexto das grandes transformações do Período Joanino (1808-1821). Com a transferência da família real para o Brasil, instalando a corte no Rio de Janeiro, houve uma importante expansão dos impostos sobre a colônia, que passava a ter de sustentar praticamente sozinha a monarquia portuguesa e as campanhas militares no Prata. Ao mesmo tempo, a reestruturação administrativa e militar da vida colonial implicou num franco favorecimento da nobreza portuguesa sobre a elite colonial, colocando portugueses em postos de comando em toda a colônia, principalmente nas Forças Armadas - desprestigiando as elites locais. Desprestigiados e tendo de pagar mais impostos, os principais nomes da vida colonial em Pernambuco começaram a organizar uma onda de insurreições para proclamar uma república na região, o que contava com o apoio de diversos grupos como latifundiários, clérigos, magistrados, profissionais liberais e estudantes. O clima geral de insatisfação facilitou o alastramento da revolta em direção ao sertão, acionando as elites de Alagoas, Rio Grande do Norte e Paraíba a favor das ideias dos pernambucanos. Ainda que cada grupo tivesse suas motivações muito próprias, há de se destacar que as questões eram, no máximo, regionais, não se tratando de um levante para libertar até o Rio de Janeiro, mas sim de um união de elites e de pessoas proeminentes da vida nordestina em favor de um rompimento contra o poder central. Alternativa errada.
Como se pode notar, a banca tentava fazer referência à Conjuração do Rio de Janeiro, que constava na alternativa C. No entanto, o enunciado apontava o nome de Afonso Arinos, jornalista e jurista brilhante, que teria grande atuação entre o final da monarquia e o início da república. Mas Arinos nasceria em 1846; ou seja, é muito posterior ao evento citado. Como o enunciado deve ser perfeito por definição, o erro cometido pela banca exige, de fato, a ANULAÇÃO da questão.
1043) A Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798) tiveram semelhanças e diferenças significativas. É correto afirmar que
- A) as duas revoltas tiveram como objetivo central a luta pelo fim da escravidão.
- B) a revolta mineira teve caráter eminentemente popular e a baiana, aristocrático e burguês.
- C) a revolta mineira propunha a independência brasileira e a baiana, a manutenção dos laços com Portugal.
- D) as duas revoltas obtiveram vitórias militares no início, mas acabaram derrotadas.
- E) as duas revoltas incorporaram e difundiram ideias e princípios iluministas.
A alternativa correta é letra E) as duas revoltas incorporaram e difundiram ideias e princípios iluministas.
Gabarito: Letra E
as duas revoltas incorporaram e difundiram ideias e princípios iluministas.
As revoltas que ocorreram durante o período colonial foram marcadas pela oposição a algumas medidas ou figuras políticas ligadas à Coroa Portuguesa e que eram entendidas como prejudiciais aos colonos. Em cada região que eclodiram rebeliões havia discrepâncias econômicas que marcaram os lugares de ocorrência dos movimentos.
No século XVIII com a difusão do movimento iluminista essas ideias de contestação às autoridades ou medidas régias ganharam contornos de insatisfação com a monarquia portuguesa e geraram conspirações que pretenderam separar regiões importantes da Coroa, em função do seu caráter econômico, como a conjuração mineira de 1789, em Minas Gerais ou transformar uma capitania em mais "democrática" ou republicana, com ideias de igualdade e liberdade, como a tentativa organizada em Salvador em 1798, que ficou conhecida como conjuração baiana.
Nas Conjurações Mineira e Baiana houve circulação das ideologias iluministas que foram postas em ação nas revoluções das 13 colônias e na França. Essa difusão era feita através de livros contrabandeados e panfletos contendo ideias de liberdade e igualdade.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: as duas revoltas tiveram como objetivo central a luta pelo fim da escravidão.
O objetivo central das duas revoltas era a autonomia das capitanias de Minas Gerais e da Bahia. Na Inconfidência Mineira não fica claro se a abolição da escravidão era uma bandeira dos conjurados. Na Conjuração Baiana havia a bandeira da abolição da escravidão no sentido de que esse sistema impedia a plena liberdade e igualdade defendida pelos adeptos do movimento.
Letra B: a revolta mineira teve caráter eminentemente popular e a baiana, aristocrático e burguês.
A revolta mineora teve pouca participação popular, sendo os adeptos em sua maioria, membros da elite colonial. A Conjuração Baiana foi diferente da mineira, pois contou com a participação de pessoas de camadas mais populares, como soldados e artesãos, escravizados, ex-escravizados, brancos pobres e alguns membros da elite que se reuniam em sociedades de estudos de obras iluministas.
Letra C: a revolta mineira propunha a independência brasileira e a baiana, a manutenção dos laços com Portugal.
Nenhuma das duas revoltas propôs a manutenção dos laços com Portugal, mas sim a ruptura das capitanias e a formação de um governo autônomo.
Letra D: as duas revoltas obtiveram vitórias militares no início, mas acabaram derrotadas.
As duas revoltas não chegaram a se concretizar, pois houve descoberta dos planos por parte dos governadores que abriram devassas para investigar os participantes dos movimentos.
Referências:
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2000.
SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
1044) No início do século XVIII, a concorrência das Antilhas fez com que o preço do açúcar brasileiro caísse no mercado europeu. Os proprietários de engenho, em Pernambuco, para minimizar os efeitos desta crise, recorreram a empréstimos junto aos comerciantes da Vila de Recife. Esta situação gerou um forte antagonismo entre estas partes, que se acirrou quando D. João V emancipou politicamente Recife, deixando esta de ser vinculada a Olinda. Tal fato desobrigou os comerciantes de Recife do recolhimento de impostos a favor de Olinda. O conflito que eclodiu em função do acima relatado foi a
- A) Revolta de Beckman.
- B) Guerra dos Mascates.
- C) Guerra dos Emboabas.
- D) Insurreição Pernambucana.
- E) Conjuração dos Alfaiates.
A alternativa correta é letra B) Guerra dos Mascates.
Gabarito: ALTERNATIVA B
No início do século XVIII, a concorrência das Antilhas fez com que o preço do açúcar brasileiro caísse no mercado europeu. Os proprietários de engenho, em Pernambuco, para minimizar os efeitos desta crise, recorreram a empréstimos junto aos comerciantes da Vila de Recife. Esta situação gerou um forte antagonismo entre estas partes, que se acirrou quando D. João V emancipou politicamente Recife, deixando esta de ser vinculada a Olinda. Tal fato desobrigou os comerciantes de Recife do recolhimento de impostos a favor de Olinda. O conflito que eclodiu em função do acima relatado foi a
- a) Revolta de Beckman.
Ocorrida em 1684 no Maranhão, a Revolta de Beckman foi uma das primeiras revoltas nativistas dentro da América Portuguesa. No entanto, estava inteiramente relacionada com os descontentamentos locais contra o comportamento da Companhia de Comércio do Maranhão, exigindo maior liberdade e maior respeito aos comerciantes locais enquanto as estruturas coloniais privilegiavam os comerciantes portugueses e o mercado metropolitano. Ou seja, a questão dos revoltosos tinha seu ponto focal na questão comercial, que era a principal atividade da região no século XVII. Alternativa errada.
- b) Guerra dos Mascates.
No início do século XVIII, Olinda, então capital da capitania de Pernambuco, vivia um delicado declínio de sua produção açucareira e o comprometimento do comércio que sempre sustentou a cidade. Paralelamente, Recife - um subúrbio de Olinda - crescia em importância pela atuação dos comerciantes locais, que praticavam juros abusivos. Em 1710, a Coroa portuguesa autorizou a separação de Recife com a criação de uma Câmara Municipal e de um Pelourinho; provocando a ira dos senhores de engenho, que acabariam invadindo Recife, acusando os comerciantes ("mascates") pela penúria econômica de Olinda. Disto, resultou a Guerra dos Mascates (1710-1711). ALTERNATIVA CORRETA.
- c) Guerra dos Emboabas.
Ocorrida entre 1708 e 1709, a Guerra dos Emboabas foi uma guerra civil que opôs paulistas contra estrangeiros e baianos pelo controle da região mineradora. Pela proximidade da capitania e pela participação paulista na descoberta dos metais nobres, São Paulo pressionava a Metrópole para que a mineração fosse declarada como atividade exclusiva dos paulistas, controlando a área ao seu favor. No entanto, a província não dispunha de números suficientes para o empreendimento, tampouco tinha condições de afastar a chegada de baianos e de estrangeiros na busca pelo ouro. Com a derrota paulista, Portugal optou por fortalecer a região com o desmembramento e o maior controle sobre as concessões para mineração, do que resultaria a criação da capitania das Minas Gerais. Alternativa errada.
- d) Insurreição Pernambucana.
As guerras movidas contra os holandeses em Pernambuco ficaram conhecidas como Insurreição Pernambucana ou simplesmente como "expulsão dos holandeses do Brasil". Esses conflitos estavam enquadrados no esforço da Restauração Portuguesa de 1640 (fim da União Ibérica) e dos enfrentamentos entre Portugal e Holanda; ou seja, mais uma de tantas guerras entre as potências europeias. Alternativa errada.
- e) Conjuração dos Alfaiates.
A Conjuração Baiana (1798-1799, e também referida como Conjuração dos Alfaiates) emergiu das contradições e das dificuldades vividas no ambiente da sua capitania. Salvador vivia ciclos de fome ao mesmo tempo em que a sociedade assumia uma configuração bastante singular: negros e mulatos (livres e libertos) vinham constituindo uma classe de trabalhadores urbanos (muitos deles, alfaiates) e autônomos com importante capacidade de articulação política. Nos anos anteriores, a escassez de alimentos atingiu níveis gravíssimos e deflagrou revoltas e saques em diversos pontos de Salvador. Paralelamente, negros e mulatos compunham cerca de 80% da população da capitania, e a noção de pertencimento e de revolta dos libertos contra a escravidão dava uma capacidade explosiva às mobilizações sociais na Bahia. Influenciados pelos acontecimentos no Haiti, pela Revolução Francesa e pelo pensamento iluminista, esses trabalhadores urbanos conspiraram pela proclamação de uma republica baiana independente, com fortes vínculos com a França revolucionária e livre da escravidão. Alternativa errada.
Sem mais, está correta a ALTERNATIVA B.
1045) Atente ao seguinte enunciado: “Nove anos após a Inconfidência Mineira, idealizada e liderada por membros da elite da capitania de Minas Gerais (advogados, magistrados, militares, padres e ricos contratantes), uma nova revolta ocorreu na Colônia, contra a dominação portuguesa. Essa, entretanto, não ficou restrita a um pequeno grupo da elite de brancos e intelectuais ou às ideias políticas liberais. Teve a participação e mesmo a liderança de pessoas oriundas dos grupos desprivilegiados (mulatos, brancos pobres, negros livres e escravos), dela participaram o médico Cipriano José Barata de Almeida, os soldados Lucas Dantas do Amorim Torres e Luís Gonzaga das Virgens e os alfaiates João de Deus do Nascimento e Manuel Faustino dos Santos Lira. Seus objetivos incluíam, além da autonomia em relação a Portugal, a implantação de um governo republicano, a busca por igualdade racial com a abolição da escravidão e o fim dos privilégios sociais e econômicos das elites, com a diminuição dos impostos e com aumentos salariais para o povo”. O enunciado acima se refere ao movimento separatista colonial denominado
- A) Conjuração Baiana, de 1798.
- B) Revolução Pernambucana, de 1817.
- C) Revolução Praieira, de 1848.
- D) Confederação do Equador, de 1824.
A alternativa correta é letra A) Conjuração Baiana, de 1798.
A Conjuração Baiana foi um movimento separatista colonial que ocorreu em 1798, na então capitania da Bahia. Diferentemente da Inconfidência Mineira, que foi liderada pela elite branca e intelectual, a Conjuração Baiana contou com a participação de pessoas de diferentes origens sociais, incluindo mulatos, brancos pobres, negros livres e escravos. Os objetivos do movimento incluíam a autonomia em relação a Portugal, a implantação de um governo republicano, a busca por igualdade racial com a abolição da escravidão e o fim dos privilégios sociais e econômicos das elites.
1046) O descontentamento civil é tão antigo quanto a sociedade humana. A história foi pontuada por insurreições, na qual injustiça e ambição alimentaram a ânsia de transformar a sociedade. Na maior parte da sociedade registrada, a grande maioria da humanidade constituiu-se de camponeses trabalhando em benefício de uns poucos senhores. Uma vez satisfeitas as exigências do senhor local, pouco restava para suprir as necessidades básicas dos camponeses. Ainda assim, raramente a revolta levava a mudanças fundamentais. Insurreições deixam marcas na história tal como fazem com frequência as suas brutais repressões, mas revoluções bem-sucedidas foram raras até os tempos modernos.
- A) Certo
- B) Errado
A alternativa correta é letra B) Errado
A Conjuração Mineira, também conhecida como Inconfidência Mineira, foi um movimento de caráter político e social que ocorreu em 1789, na então Capitania de Minas Gerais, durante o período colonial brasileiro. Embora tenha sido liderada por Tiradentes, um militar e minerador, o movimento não foi uma insurreição popular camponesa, mas sim uma conspiração de elite, envolvendo membros da nobreza, militares e intelectuais que visavam à independência da região em relação à metrópole portuguesa.
1047) Texto
- A) A despeito do relevante desenvolvimento agrícola anterior ao século XVIII, foi nesse período, e a partir da atividade mineradora, que se deram a efetiva ocupação do litoral e a consequente colonização do Brasil.
- B) A Revolução Praieira em Pernambuco foi o movimento nativista e emancipacionista de sentido social mais evidente no período colonial.
- C) Decisiva na fase áurea do açúcar nordestino, a escravidão africana perdeu importância com o passar do tempo, tendo quase desaparecido nas décadas que antecederam a Independência.
- D) A transferência do Estado português para o Brasil foi responsável por importantes transformações na colônia, a começar pela abertura dos portos, que, por sua vez, descerrou o caminho para a emancipação política em 1822.
A alternativa correta é letra D) A transferência do Estado português para o Brasil foi responsável por importantes transformações na colônia, a começar pela abertura dos portos, que, por sua vez, descerrou o caminho para a emancipação política em 1822.
Essa alternativa é a correta porque a transferência do Estado português para o Brasil, ocorrida em 1808, foi um marco importante na história colonial brasileira. Com a transferência, a corte portuguesa se estabeleceu no Brasil e trouxe consigo uma série de mudanças que contribuíram para a emancipação política do país. A abertura dos portos, que ocorreu em 1808, foi uma dessas mudanças, permitindo que o Brasil comerciasse diretamente com outras nações e se tornasse mais autônomo em relação a Portugal. Essas transformações criaram as condições para a declaração de independência do Brasil em 1822.
1048) Também conhecida por Conjuração dos Alfaiates, trata-se do movimento separatista:
- A) Conjuração Mineira.
- B) Revolta Farroupilha.
- C) Conjuração Baiana.
- D) Revolta de Beckman.
A alternativa correta é letra C) Conjuração Baiana.
A Conjuração Baiana, também conhecida como Conjuração dos Alfaiates, foi um movimento separatista ocorrido em 1798, na então capitania da Bahia, durante o período colonial brasileiro. O movimento foi liderado por um grupo de alfaiates, que eram artesãos que trabalhavam com tecidos, e outros membros da sociedade baiana. Eles pretendiam criar uma república independente na Bahia, inspirados pelas ideias da Revolução Francesa.
1049) A América portuguesa, no período colonial, assistiu a uma série de levantes, que não necessariamente voltavam-se contra o poder metropolitano, mas visavam a conquista de interesses de alguns grupos, tais como as querelas empreendidas acerca da escravização de indígenas e a precedência na ocupação de cargos políticos e militares na região das Minas Gerais. Podemos identificar como revoltas do período colonial:
- A) Guerra do Paraguai, Guerra dos Emboabas e Revolta de Beckman.
- B) Confederação do Equador, Revolução Farroupilha e Guerra do Contestado.
- C) Guerra dos Mascates, Guerra do Paraguai e Guerra do Contestado.
- D) Revolta de Beckman, Guerra dos Emboabas e Guerra dos Mascates.
- E) Confederação do Equador, Revolução Farroupilha e Guerra do Paraguai.
A alternativa correta é letra D) Revolta de Beckman, Guerra dos Emboabas e Guerra dos Mascates.
A resposta correta é a letra D porque as três opções mencionadas são revoltas que ocorreram durante o período colonial brasileiro.
A Revolta de Beckman foi uma insurreição ocorrida em 1684, em São Luís do Maranhão, liderada por Manuel Beckman, que visava a conquista de interesses econômicos e políticos na região.
A Guerra dos Emboabas foi um conflito ocorrido entre 1707 e 1709, na região das Minas Gerais, entre os paulistas (emboabas) e os forasteiros (emigrantes de outras regiões), que disputavam a exploração de ouro e a ocupação de cargos políticos e militares.
A Guerra dos Mascates foi uma revolta ocorrida em 1710, em Recife, Pernambuco, que envolveu a luta entre os mascates (comerciantes e proprietários de terras) e os senhores de engenho, que disputavam o poder político e econômico na região.
As outras opções apresentadas não são revoltas que ocorreram durante o período colonial brasileiro.
1050) Considere abaixo o trecho do Hino da Inconfidência Baiana.
- A) o Império Napoleônico e o positivismo, escola que cultuava a ciência como Razão universal.
- B) a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, e a Justiça praticada pela Maçonaria, como exemplos da defesa da igualdade em nome da Razão.
- C) a Revolução Francesa e o iluminismo, corrente que cultuava a Razão como valor universal.
- D) a Revolução Pernambucana e o nacionalismo como exemplos de libertação racional dos povos contra a escravidão e o colonialismo.
- E) o liberalismo e a religião calvinista, crença que considerava Deus como símbolo da Justiça e da Razão.
A alternativa correta é letra C) a Revolução Francesa e o iluminismo, corrente que cultuava a Razão como valor universal.
Vamos analisar cada alternativa, para identificar as influências da chamada Inconfidência Baiana (1798), também conhecida como Conjuração Baiana e Revolta dos Búzios.
A) o Império Napoleônico e o positivismo, escola que cultuava a ciência como Razão universal.
INCORRETO. O Império Napoleônico ocorreu após a Revolução Francesa, de 1799 a 1815, portanto, não poderia ter influenciado a Inconfidência Baiana que ocorreu em 1798. Quanto ao positivismo, ele é uma corrente filosófica que se desenvolveu no século XIX, posteriormente ao período da Inconfidência Baiana, e, portanto, também não poderia ter influenciado esse evento. Alternativa errada.
B) a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, e a Justiça praticada pela Maçonaria, como exemplos da defesa da igualdade em nome da Razão.
INCORRETO. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão é um documento fundamental da Revolução Francesa que influenciou o mundo com seus ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. No entanto, a Maçonaria, embora tenha tido um papel importante em várias revoluções e movimentos de independência, não é mencionada no trecho do Hino da Inconfidência Baiana. Além disso, a Maçonaria não é conhecida por uma "Justiça" específica, mas sim por seus ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, semelhantes aos da Revolução Francesa. Alternativa errada.
C) a Revolução Francesa e o iluminismo, corrente que cultuava a Razão como valor universal.
CORRETO. A Revolução Francesa e o Iluminismo são duas influências claras no trecho do Hino da Inconfidência Baiana. A Revolução Francesa é mencionada diretamente no trecho "Assim flutue o pendão dos franceses", e o Iluminismo é evidente na referência à "Razão" como um valor universal. A Revolução Francesa foi um marco na história, espalhando ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, e o Iluminismo foi uma corrente filosófica que enfatizava a razão, a ciência e o progresso, ideais que estão presentes no trecho do hino. Alternativa correta.
D) a Revolução Pernambucana e o nacionalismo como exemplos de libertação racional dos povos contra a escravidão e o colonialismo.
INCORRETO. A Revolução Pernambucana ocorreu em 1817, portanto, posteriormente à Inconfidência Baiana de 1798, e não poderia ter influenciado este movimento. Além disso, o nacionalismo, embora fosse um sentimento presente em muitos movimentos de independência e revoluções, não é mencionado no trecho do Hino da Inconfidência Baiana. Alternativa errada.
E) o liberalismo e a religião calvinista, crença que considerava Deus como símbolo da Justiça e da Razão.
INCORRETO. Embora o liberalismo possa ter influenciado a Inconfidência Baiana, a religião calvinista não é mencionada no trecho do Hino da Inconfidência Baiana. Além disso, o calvinismo é uma corrente do protestantismo que enfatiza a soberania de Deus e a predestinação, e não é conhecida por considerar Deus como um símbolo de Justiça e Razão. Alternativa errada.
Portanto, a alternativa correta é a LETRA C.