Questões Sobre Período Colonial - História - concurso
1061) Pessoas de diversas ocupações profissionais foram implicadas na investigação do que ficou conhecido como Conjuração ou Inconfidência Mineira. Considerando este evento político que marca o fim do século XVIII na colônia portuguesa, leia as alternativas a seguir e assinale a INCORRETA:
- A) Os conjurados eram influenciados por ideias de cunho iluminista que já circulavam pela Europa, como o questionamento à centralização e absolutismo monárquico.
- B) Foi um grande movimento armado, liderado por garimpeiros que pretendiam libertar a região aurífera dos altos impostos e do controle exercido pela Coroa Portuguesa.
- C) Intelectuais, clérigos e comerciantes participaram do movimento, que é considerado uma manifestação política da elite colonial contra a Coroa Portuguesa.
- D) Uma importante causa da conspiração era a quantidade de impostos cobrados pelas atividades na região mineradora num momento de declínio da produção.
- E) A investigação começou a partir da delação de um dos envolvidos, Joaquim Silvério dos Reis, em troca de benefícios da Coroa.
A alternativa correta é letra B) Foi um grande movimento armado, liderado por garimpeiros que pretendiam libertar a região aurífera dos altos impostos e do controle exercido pela Coroa Portuguesa.
Vamos analisar cada alternativa, para identificar qual delas é a incorreta.
A) Os conjurados eram influenciados por ideias de cunho iluminista que já circulavam pela Europa, como o questionamento à centralização e absolutismo monárquico.
CORRETO. Os inconfidentes eram, em sua maioria, homens letrados e de posição social elevada na colônia, o que lhes permitia acesso a ideias iluministas que circulavam pela Europa. Essas ideias questionavam o absolutismo monárquico e defendiam liberdades individuais, entre outros pontos. Assim, essa alternativa está correta.
B) Foi um grande movimento armado, liderado por garimpeiros que pretendiam libertar a região aurífera dos altos impostos e do controle exercido pela Coroa Portuguesa.
INCORRETO. A Inconfidência Mineira não chegou a ser um movimento armado. Ela foi uma conspiração, ou seja, um plano de rebelião que não chegou a ser concretizado. Além disso, não foi liderada por garimpeiros, mas por uma elite intelectual e econômica da colônia, que incluía profissionais liberais, comerciantes, militares, entre outros. Portanto, essa é a alternativa incorreta.
C) Intelectuais, clérigos e comerciantes participaram do movimento, que é considerado uma manifestação política da elite colonial contra a Coroa Portuguesa.
CORRETO. A Inconfidência Mineira foi uma conspiração que envolveu uma ampla gama de profissionais, incluindo intelectuais, clérigos e comerciantes. Eles representavam uma elite colonial insatisfeita com as políticas econômicas e fiscais da Coroa Portuguesa. Assim, essa alternativa está correta.
D) Uma importante causa da conspiração era a quantidade de impostos cobrados pelas atividades na região mineradora num momento de declínio da produção.
CORRETO. Uma das principais causas da Inconfidência Mineira foi a insatisfação com a alta carga tributária imposta pela Coroa Portuguesa, especialmente sobre as atividades de mineração. A situação se agravou com a diminuição da produção de ouro, o que tornava os impostos ainda mais onerosos. Assim, essa alternativa está correta.
E) A investigação começou a partir da delação de um dos envolvidos, Joaquim Silvério dos Reis, em troca de benefícios da Coroa.
CORRETO. A Inconfidência Mineira foi descoberta pela Coroa Portuguesa após a delação de Joaquim Silvério dos Reis, um dos conspiradores. Em troca de sua delação, ele recebeu benefícios da Coroa, incluindo o perdão de suas dívidas. Assim, essa alternativa está correta.
Portanto, a alternativa incorreta é a LETRA B.
1062) A história do Brasil é marcada por várias revoltas, guerras e rebeliões, que aconteceram em épocas diferentes e em regiões distintas do nosso território. Foram revoltas que ocorreram no Brasil:
- A) Apenas os itens I e II estão corretos.
- B) Apenas os itens II e III estão corretos.
- C) Apenas os itens I e III estão corretos.
- D) Todos os itens estão corretos.
Resposta
A alternativa correta é letra C) Apenas os itens I e III estão corretos.
Explicação
A Revolução Farroupilha (1835-1845) foi uma revolta que ocorreu no Brasil, mais especificamente no Rio Grande do Sul, e é considerada uma das mais importantes revoltas do período colonial brasileiro.
Já a Revolta da Bastilha não ocorreu no Brasil, mas sim na França, em 1789, e marcou o início da Revolução Francesa.
A Revolta dos Beckman, por sua vez, foi uma revolta que ocorreu em 1684, no estado do Maranhão, e foi liderada pelos irmãos Beckman, que se opunham ao governo colonial português.
Portanto, apenas as opções I e III estão corretas, pois ocorreram no Brasil.
1063) Conhecida oficialmente como Conjuração Baiana, tal movimento separatista é popularmente conhecido como:
- A) Revolta Farroupilha.
- B) Guerra dos Canudos.
- C) Conjuração dos Alfaiates.
- D) Guerra dos Mascates.
A alternativa correta é letra C) Conjuração dos Alfaiates.
A Conjuração Baiana, também conhecida como Conjuração dos Alfaiates, foi um movimento separatista ocorrido em 1798, na então capitania da Bahia, durante o período colonial brasileiro. O movimento visava à independência da Bahia em relação a Portugal e foi liderado por um grupo de alfaiates, comerciantes e militares.
1064) Os movimentos nativistas brasileiros podem ser definidos como movimentos:
- A) Internacionaslistas.
- B) Socialistas e comunistas.
- C) Em defesa dos interesses brasileiros.
- D) Em defesa dos interesses indígenas e silvícolas.
A alternativa correta é letra C) Em defesa dos interesses brasileiros.
Os movimentos nativistas brasileiros surgiram no período colonial e se caracterizaram por defender os interesses brasileiros contra a exploração e dominação portuguesa. Esses movimentos tinham como objetivo principal a defesa da identidade brasileira e a luta contra a opressão colonial.
As outras alternativas estão erradas porque:
- A) Internacionaslistas: Os movimentos nativistas brasileiros não tinham como objetivo a defesa de interesses internacionais, mas sim a defesa dos interesses brasileiros.
- B) Socialistas e comunistas: Os movimentos nativistas brasileiros não tinham uma ideologia socialista ou comunista, mas sim uma ideologia nacionalista.
- D) Em defesa dos interesses indígenas e silvícolas: Embora os movimentos nativistas brasileiros tenham defendido os direitos dos indígenas e silvícolas, seu objetivo principal era a defesa dos interesses brasileiros em geral.
1065) Leia as afirmativas a seguir:
- A) Nenhuma afirmativa está correta.
- B) Está correta a afirmativa I, apenas.
- C) Estão corretas as afirmativas II e III, apenas.
- D) Estão corretas as afirmativas I e III, apenas.
- E) Todas as afirmativas estão corretas.
A alternativa correta é letra E) Todas as afirmativas estão corretas.
Gabarito: ALTERNATIVA E
Leia as afirmativas a seguir:
- I. Para Piaget, o desenvolvimento social da criança influencia o seu desenvolvimento cognitivo e afetivo.
Jean Piaget foi um dos grandes pensadores do século XX e deixou uma robusta contribuição no campo da pedagogia. Seu trabalho estabeleceu que as relações de ensino-aprendizado não podem ser consideradas alheias às demais dimensões da vida e que a construção do aprendizado está intimamente ligada à formação do indivíduo como um todo. Nesse sentido, Piaget insiste que a cognição não pode ser vista como algo isolado, mas sim integrando um todo complexo e com grande relação com a afeição. Na prática, isso significa que os valores afetivos têm de se fazer presentes na organização da pedagogia. Nessa esteira, o desenvolvimento social e o desenvolvimento afetivo e cognitivo estão correlacionados mutuamente num processo de retroalimentação complexa, segundo o qual um não pode prescindir do outro. Exige-se, assim, uma construção pedagógica muito mais robusta para dar sustentação a essa estrutura para o desenvolvimento infantil. AFIRMATIVA VERDADEIRA.
- II. A Era Vargas, que ocorreu entre os anos de 1930 e 1945, foi o período em que Getúlio Vargas esteve no poder.
A chamada Era Vargas compreende os quinze anos do primeiro ciclo de poder de Getúlio Vargas, compreendido entre 1930 e 1945. Em 1930, Vargas subiu ao poder por um golpe de Estado que depôs Washington Luís e rompeu com a estrutura de poder que havia eleito Júlio Prestes naquele mesmo ano. Orquestrando o golpe juntamente com algumas elites estaduais, Vargas pôs fim à Primeira República e iniciou um governo provisório ao arrepio da ordem constitucional anterior, governando até 1934 sem uma Constituição de fato. Entre 1934 e 1937, Vargas viveu o chamado Governo Constitucional, ao longo do qual vigorava a a Constituição de 1934, sob a qual foi eleito indiretamente para um mandato de transição até o restabelecimento pleno da ordem democrática. Em 1937, no entanto, Vargas alardearia a existência de uma grande conspiração comunista contra o país e desfecharia um novo golpe de Estado, proclamando o Estado Novo e uma nova Constituição, banindo os partidos políticos e dando uma guinada autoritária de inspiração fascista. Estabelecendo um regime de exceção, Vargas governaria até 1945, quando, acossado pelas contradições após a derrota do fascismo na Europa, foi apeado do poder por um novo golpe de Estado em outubro. AFIRMATIVA VERDADEIRA.
- III. No Brasil, a Inconfidência Mineira teve forte influência do Iluminismo.
Ocorrida em 1789, a Inconfidência Mineira foi uma conspiração frustrada para levantar a região das Minas Gerais num levante contra a domínio português. A elite mineira, composta tanto por membros ilustrados quanto por senhores de minas, vinha acumulando frustrações e revoltas contra o arrocho colonial imposto pela metrópole por meio da estrutura tributária mesmo em meio ao declínio da mineração aurífera. A elite ilustrada local tinha grande contato com o momento filosófico da Europa e desenvolveu grande predileção pelos pensadores políticos do Iluminismo, que questionavam as bases do absolutismo e da própria monarquia e defendiam o estabelecimento da razão como forma de organizar todos os aspectos da vida. Além disso, a experiência da Revolução Americana (1776), profundamente inspirada nos pensadores iluministas e decisiva para a sorte dos Estados Unidos. AFIRMATIVA VERDADEIRA.
Assim, estão corretas as afirmativas I, II e III.
Marque a alternativa CORRETA:
a) Nenhuma afirmativa está correta.
b) Está correta a afirmativa I, apenas.
c) Estão corretas as afirmativas II e III, apenas.
d) Estão corretas as afirmativas I e III, apenas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.
1066) Por um lado, Napoleão representou o fim do processo revolucionário iniciado em 1789, impondo a unidade das facções e um governo autoritário e personalista que nada tinha que ver com as aspirações dos revolucionários republicanos radicais de 1789. Por outro lado, transformou alguns princípios revolucionários em instituições e leis estáveis, como o Código Civil − que regulamentou a relação entre pessoas livres e iguais −, além de espalhar seus ideais por toda a Europa, com a força de seus exércitos.
- A) Cabanagem.
- B) Conjuração Baiana.
- C) Revolta dos Malês.
- D) Balaiada.
- E) Revolução Praieira.
A alternativa correta é letra B) Conjuração Baiana.
Gabarito: ALTERNATIVA B
- a) Cabanagem.
Com poucas ligações efetivas com o Rio de Janeiro, a província do Grão-Pará viveu uma rebelião popular entre 1835 e 1840 em decorrência de disputas da elite local. Os revoltosos entendiam que o país vivia uma degeneração dos princípios do Império, com um governo ilegítimo - a Regência - fazendo multiplicar as iniquidades pelo país. Sem propor um modelo alternativo de governo, os cabanos tomaram o controle de Belém em 1835 reunindo uma tropa essencialmente popular e espalharam e rebelião pelo interior. A resposta central veio com o uso da força para expulsá-los de Belém e com o controle dos rios para estrangular as redes de abastecimento e de comércio dos revoltosos, que saíram derrotados do conflito. Estima-se que as perdas gravitem em torno dos 20% de toda população da província. Alternativa errada.
- b) Conjuração Baiana.
A Conjuração Baiana (1798-1799) emergiu das contradições e das dificuldades vividas no ambiente da sua capitania. Salvador vivia ciclos de fome ao mesmo tempo em que a sociedade assumia uma configuração bastante singular: negros e mulatos (livres e libertos) vinham constituindo uma classe de trabalhadores urbanos (muitos deles, alfaiates) e autônomos com importante capacidade de articulação política. Nos anos anteriores, a escassez de alimentos atingiu níveis gravíssimos e deflagrou revoltas e saques em diversos pontos de Salvador. Paralelamente, negros e mulatos compunham cerca de 80% da população da capitania, e a noção de pertencimento e de revolta dos libertos contra a escravidão dava uma capacidade explosiva às mobilizações sociais na Bahia. Influenciados pelos acontecimentos no Haiti, pela Revolução Francesa e pelo pensamento iluminista, esses trabalhadores urbanos conspiraram pela proclamação de uma republica baiana independente, com fortes vínculos com a França revolucionária e livre da escravidão. Ou seja, a revolta tinha como ponto focal as questões mais importantes da vida da capitania, pretendendo libertá-la dos dilemas fundamentais que assolariam o país no século seguinte. ALTERNATIVA CORRETA.
- c) Revolta dos Malês.
Ocorrida em Salvador em 1835, a Revolta dos Malês foi, de fato, a mais conhecida das rebeliões escravas da história brasileira. Tratou-se de um levante de um dia em que escravos de origem islâmica se organizaram para tomar a cidade de Salvador ao insuflar uma rebelião geral dos cativos. Por serem muçulmanos, esses escravos tiveram, antes da captura para o cativeiro, uma importante educação formal, sendo muitos deles alfabetizados e conscientes de suas situações. Ilustrados, esses cativos alcançaram um nível importante de organização e de coordenação que lhes viabilizaram o levante contra a escravidão e a imposição da fé católica. Ainda que não tenha durado sequer um dia inteiro, a Revolta do Malês foi um dos grandes símbolos da fragilidade da Regência e da resistência negra à escravidão. Alternativa errada.
- d) Balaiada.
Concentrada no Sul do Maranhão e no interior do Piauí, a Balaiada foi uma sublevação popular decorrente de disputas das elites locais. Reclamando sobre os abusos das autoridades e animados por uma profusão de insatisfações, os populares se levantaram em armas e chegaram a ocupar Caxias, a segunda maior cidade maranhense. Defendendo a sacralidade da monarquia e da fé católica, os revoltosos entendiam que as elites locais estavam traindo a Constituição e os princípios da liberdade. Pouco organizados, os revoltosos foram esmagados pelas forças regulares do governo central entre 1840 e 1841, apesar de terem permanecidos desde 1838. Alternativa errada.
- e) Revolução Praieira.
Ocorrida entre 1848 e 1850 em Pernambuco, a Revolução Praieira foi uma curiosa conjunção de insatisfações políticas com certo ideário de modernização socialista vindo das cidades. Sempre muito aguerrida, a província pernambucana vinha acumulando insatisfações contra o governo central por conta da centralização de poderes ao mesmo tempo em que críticas sociais se espalhavam nos jornais da região. Se os senhores de terra estavam insatisfeitos com a ascensão dos conservadores ao poder, aumentando as ingerências imperiais sobre Pernambuco; os citadinos sustentavam que as dificuldades vividas decorriam tanto das ações do governo central quanto da presença de portugueses dominando o comércio varejista na província. Nesse núcleo urbano da Revolução Praieira, certo republicanismo dialogava com algumas ideias socialistas, exigindo o fim do Poder Moderador, a organização de um federalismo e a nacionalização do comércio, bem como o sufrágio universal. Os principais ataques dos revoltosos ocorreram a partir dos senhores de engenho liberais, que assediaram Recife com uma força de cerca de 2500 homens, sendo repelidos sem maiores dificuldades pelas forças regulares. Em forma de guerrilhas, os combates se estenderam até 1850, mas sem oferecer nenhum risco real para o poder central. Alternativa errada.
1067) A ênfase fortemente regionalista dos inconfidentes inclinava -se, às vezes, para o nacionalismo econômico. Isto era mais explícito nos pronunciamentos do alferes Tiradentes, embora ele não estivesse isolado em tal posição. Silva elogiava a beleza de Minas e apontava seus recursos naturais. Livre, republicano, industrializado, continuava o propagandista, o Brasil não teria necessidade de importar mercadorias estrangeiras.
- A) reafirmação da prática econômica mercantilista e de instauração na metrópole portuguesa do absolutismo monárquico.
- B) avanço dos movimentos socialistas de contestação social e de difusão da concepção de igualdade natural dos homens.
- C) consolidação das independências políticas latino-americanas e de retração das riquezas proporcionadas pelas exportações agrícolas brasileiras.
- D) crítica ao Antigo Regime europeu e de aumento do peso da exploração colonial com o declínio da produção aurífera.
- E) disputas econômicas entre metrópoles coloniais e de guerras permanentes entre economias industrializadas europeias.
A alternativa correta é letra D) crítica ao Antigo Regime europeu e de aumento do peso da exploração colonial com o declínio da produção aurífera.
Como eu chego à resposta?
Entendendo qual contexto histórico está por detrás da inconfidência mineira:
- Crise do Antigo Regime europeu e do Sistema Colonial português
A partir desse contexto podemos formular a resposta:
A região das Minas Gerais, palco da inconfidência passava por um período de crises. A arrecadação do ouro não atingiu grandes valores e a Coroa Portuguesa continuava cobrando altos tributos dos colonos para recuperar os prejuízos. Além disso, fornecia produtos importados para a região com maior valor. Acrescenta-se também que havia a proibição das colônias desenvolverem manufaturas, estando sempre atreladas ao comércio com a metrópole.
E para relembrar um pouco das propostas dos inconfidentes:
- Reivindicação de um governo republicano, tomando a Constituição dos Estados Unidos como modelo.
- Transformação de São João del-Rei na capital do novo país,
- Obrigatoriedade do serviço militar e
- O apoio à industrialização.
- Libertação da região das Minas e do Rio de Janeiro.
Fonte: Vicentino, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História geral e do Brasil Volume 2. 2ª ed. – São Paulo: Ed. Scipione, 2013, p.181.
Portanto, justifica-se o discurso de Tiradentes na defesa de uma Minas Gerais livre, republicana, industrial e sem importar mercadorias estrangeiras.
Por que as demais estão incorretas?
Na letra A. O que os rebeldes queriam era distância do exclusivismo colonial, uma das características do mercantilismo. Lembrando que o mercantilismo era a prática econômica adotada pelas monarquias europeias para arrecadação de recursos financeiros. Tinha como pilares, a arrecadação de metais e o comércio exclusivo entre colônia-metrópole. Os colonos não desejavam a instauração na metrópole de uma monarquia absolutista, pois ela já era absolutista.
Na letra B. O socialismo ainda não havia nascido como filosofia e movimento, vindo a aparecer no século XIX.
Na letra C. O movimento da inconfidência é anterior ao período das independências na América Latina. Portanto, estão antes e não nessa conjuntura. A conjuntura da inconfidência mineira é a crise do Antigo Regime e do sistema colonial. No momento em que o Absolutismo começa a ser posto em críticas pelo movimento iluminista, pela Revolução Americana e mais tarde pela Revolução Francesa.
Na letra E. A primeira parte até que está correta, pois é um período de crise política e econômica muito em função da quantidade de guerras entre as metrópoles, porém, não eram guerras entre economias industrializadas, e sim, economias mercantilistas. A industrialização só aparecerá a partir do século XIX e as economias industriais se consolidam no final do mesmo século. Estamos falando com os nossos olhos no século XVIII, dentro de uma lógica de exploração colonial.
1068) A respeito das origens do processo de Independência do Brasil, julgue o item a seguir.
- A) Certo
- B) Errado
A alternativa correta é letra A) Certo
Gabarito: CORRETO
A respeito das origens do processo de Independência do Brasil, julgue o item a seguir.
- A Revolução Pernambucana, deflagrada em 1817, embora tenha sido rapidamente debelada, teve forte repercussão nas elites provinciais brasileiras, particularmente em regiões distantes do Rio de Janeiro. O aumento de impostos e a escassez de interlocução política, de que se ressentiam a maior parte das províncias, contrastavam com os relatos de uma Corte extravagante e perdulária, levando alguns a entenderem a transferência da Corte como um colonialismo interno, em que o Rio de Janeiro subjugava as demais províncias brasileiras.
A Revolução Pernambucana (1817) se deu no contexto das grandes transformações do Período Joanino (1808-1821). Com a transferência da família real para o Brasil, houve uma importante expansão dos impostos sobre a colônia, que passava a ter de sustentar praticamente sozinha a monarquia portuguesa e as campanhas militares no Prata. Ao mesmo tempo, a reestruturação administrativa e militar da vida colonial implicou num franco favorecimento da nobreza portuguesa sobre a elite colonial, colocando portugueses em postos de comando em toda a colônia, principalmente nas Forças Armadas. Desprestigiados e tendo de pagar mais impostos, os principais nomes da vida colonial em Pernambuco começaram a organizar uma onda insurrecionista para declarar uma república na região, o que contava com o apoio de diversos grupos como latifundiários, clérigos, magistrados, profissionais liberais e estudantes. O clima geral de insatisfação facilitou o alastramento da revolta em direção ao sertão, acionando as elites de Alagoas, Rio Grande do Norte e Paraíba a favor das ideias dos pernambucanos. Ainda que cada grupo tivesse suas motivações muito próprias, há de se destacar que as questões eram, no máximo regionais, não se tratando de um levante para libertar até o Rio de Janeiro, mas sim de um união de elites e de pessoas proeminentes da vida nordestina.
O movimento pernambucano, no entanto, foi debelado após pouco mais de dois meses e vários de seus líderes foram executados. Como apontado no item, ainda que breve, a Revolução Pernambucana de 1817 deixou flagrante a contradição decorrente da transferência da família real portuguesa para ao Rio de Janeiro e das subsequentes reformas joaninas. A centralização do poder em torno do Rio de Janeiro e o fortalecimento do Estado em detrimento das antigas formas de organização das elites locais criaram (ou, no mínimo, reforçaram) ou série de tensões internas em que as demais províncias se entendiam exploradas por um distante Estado central. E essas tensões foram severamente expostas no processo revolucionário pernambucano. Portanto, item CORRETO.
1069) A severidade das penas foi desproporcional à ação e às possibilidades de êxito dos conjurados. Nelas transparece a intenção de exemplo, um exemplo mais duro do que o proporcionado pelas condenações aos inconfidentes mineiros. […] A insurreição de escravos iniciada em São Domingos, colônia francesa nas Antilhas, em 1791, estava em pleno curso e só iria terminar em 1801, com a criação do Haiti como Estado independente. Por sua vez, a Bahia era uma região onde os conflitos iam se tornando frequentes. Essa situação preocupava muito a Coroa portuguesa.
- A) O repúdio às ideologias literais francesas e a aquiescência e apoio da Igreja Católica.
- B) O protagonismo exclusivo das classes desprivilegiadas e a radicalização dos movimentos.
- C) A ausência de participação de elementos da elite e o ideário nacionalista e emancipacionista.
- D) A reprimenda das cortes e as discrepâncias econômicas que marcavam os lugares em que cada uma ocorreu.
A alternativa correta é letra D) A reprimenda das cortes e as discrepâncias econômicas que marcavam os lugares em que cada uma ocorreu.
Gabarito: Letra D
A reprimenda das cortes e as discrepâncias econômicas que marcavam os lugares em que cada uma ocorreu.
As revoltas que ocorreram durante o período colonial foram marcadas pela oposição a algumas medidas ou figuras políticas ligadas à Coroa Portuguesa e que eram entendidas como prejudiciais aos colonos. Em cada região que eclodiram rebeliões havia discrepâncias econômicas que marcaram os lugares de ocorrência dos movimentos. Por exemplo, em Minas, a atividade predominante era a mineração e os elementos que se revoltaram tinham ligações com esse tipo de economia. Em Salvador, os revoltosos estavam ligados a atividades urbanas ou agrárias, como os engenhos de açúcar do Recôncavo Baiano.
No século XVIII, com a difusão do movimento iluminista essas ideias de contestação às autoridades ou medidas régias ganharam contornos de insatisfação com a monarquia portuguesa e geraram conspirações que pretenderam separar regiões importantes da Coroa, em função do seu caráter econômico, como a conjuração mineira de 1789, em Minas Gerais ou transformar uma capitania em mais "democrática" ou republicana, com ideias de igualdade e liberdade, como a tentativa organizada em Salvador em 1798, que ficou conhecida como conjuração baiana.
Outra semelhança entre as rebeliões foi o modo como a Coroa lidou com esses movimentos. Utilizando-se sempre de extrema violência na punição a fim de evitar novas tentativas de revolta, os agentes da monarquia em solo brasileiro foram exemplares em cumprir as disposições da Coroa ao realizarem as devassas, autos, inquéritos e executar penas de morte, como nos casos de Filipe dos Santos em 1720, Tiradentes em 1789 e os líderes da Conjuração Baiana em 1798, Lucas Dantas, João de Deus, Manuel Faustino e Luís Gonzaga das Virgens.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: O repúdio às ideologias literais francesas e a aquiescência e apoio da Igreja Católica.
Nas Conjurações Mineira e Baiana houve circulação das ideologias iluministas que foram postas em ação nas revoluções das 13 colônias e na França. Essa difusão era feita através de livros contrabandeados e panfletos contendo ideias de liberdade e igualdade.
Letra B: O protagonismo exclusivo das classes desprivilegiadas e a radicalização dos movimentos.
Em algumas rebeliões coloniais houve a participação das classes mais privilegiadas como senhores de engenho, comerciantes, mineradores e funcionários brasileiros da Coroa. Nem toda rebelião chegou ao radicalismo, como, por exemplo, a conjuração carioca de 1794 onde os participantes se reuniam para debater sobre ideias iluministas e do reformismo ilustrado.
Letra C: A ausência de participação de elementos da elite e o ideário nacionalista e emancipacionista.
Em algumas rebeliões coloniais houve a participação das classes mais privilegiadas como senhores de engenho, comerciantes, mineradores e funcionários brasileiros da Coroa. Tomemos por exemplo a Guerra dos Mascates, que opôs senhores de engenho de Olinda e comerciantes de Recife. Os senhores de engenho olindenses eram contrários às medidas adotadas pela Coroa no sentido de retirar a importância da vila e dotar Recife de autonomia política. As rebeliões coloniais não tiveram caráter nacionalista. Eram mais locais, restritas às capitanias. Além disso, nem todas foram emancipacionistas. Podemos citar apenas as Conjurações Mineira e Baiana com ideias de segregação de vilas ou povoados.
Referências:
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2000.
SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
1070) Dos fenômenos abaixo, assinale a alternativa que indica aquele que inspirou a Conjuração Baiana:
- A) A independência do Haiti.
- B) A independência da Turquia.
- C) A revolução mexicana.
- D) A revolução americana.
- E) A revolução inglesa.
A alternativa correta é letra A) A independência do Haiti.
Gabarito: ALTERNATIVA A
- Dos fenômenos abaixo, assinale a alternativa que indica aquele que inspirou a Conjuração Baiana:
A Conjuração Baiana (1798-1799) emergiu das contradições e das dificuldades vividas no ambiente da sua capitania. Salvador vivia ciclos de fome ao mesmo tempo em que a sociedade assumia uma configuração bastante singular: negros e mulatos (livres e libertos) vinham constituindo uma classe de trabalhadores urbanos (muitos deles, alfaiates) e autônomos com importante capacidade de articulação política. Nos anos anteriores, a escassez de alimentos atingiu níveis gravíssimos e deflagrou revoltas e saques em diversos pontos de Salvador. Paralelamente, negros e mulatos compunham cerca de 80% da população da capitania, e a noção de pertencimento e de revolta dos libertos contra a escravidão dava uma capacidade explosiva às mobilizações sociais na Bahia. Influenciados pelos acontecimentos no Haiti, pela Revolução Francesa e pelo pensamento iluminista, esses trabalhadores urbanos conspiraram pela proclamação de uma republica baiana independente, com fortes vínculos com a França revolucionária e livre da escravidão. Ou seja, a revolta tinha como ponto focal as questões mais importantes da vida da capitania, pretendendo libertá-la a partir de um projeto republicano e abolicionista. Assim, observemos as alternativas que seguem.
- a) A independência do Haiti.
Na esteira do pensamento iluminista da Revolução Francesa (1789), a Revolução Haitiana (1791-1804) foi um grande levante colonial contra a manutenção do colonialismo do Antigo Regime, que subsistia mesmo na França Revolucionária. Apregoando liberdade, igualdade e fraternidade, lideranças locais e ex-escravos haitianos se levantaram numa rebelião generalizada que foi gravemente reprimida pelo governo francês. Numa experiência bastante singular de engajamento popular (e, principalmente, da população escrava), os revolucionários haitianos lutaram até o limite das forças mesmo sob colossais assimetrias quanto às condições de combate. Ao todo, o processo revolucionário resultou em cerca de 300 mil mortes, mas logrou assegurar a independência haitiana no início do século XIX. A experiência de uma revolução capitaneada por ex-escravos construiu um simbólico fundamental para a vida americana como um todo, afirmando os princípios de contestação generalizada às estruturas coloniais do absolutismo. ALTERNATIVA CORRETA.
- b) A independência da Turquia.
A Independência da Turquia se processaria já no século XX, em meio ao ocaso definitivo do Império Otomano. Sob a liderança de Kemal Atatürk, a Turquia se converteu numa república secular em 1923, reconfigurando as relações da região e fazendo avançar o governo laico sob uma área tradicionalmente influenciada pela lei islâmica. De toda forma, o acontecimento é muito posterior aos acontecimentos da Conjuração Baiana. Alternativa errada.
- c) A revolução mexicana.
Novamente, trata-se de um acontecimento muito distante do período tratado. A Revolução Mexicana se processou entre 1910 e 1920 pela deposição de Porfírio Diaz, o que desaguaria num longo processo de disputas políticas entre diversos grupos. Após a morte das principais lideranças revolucionárias, acabaria se consolidando o Partido Revolucionário Institucional (PRI) e se procurou alguma forma de normalização geral do país, que estava na iminência de uma intervenção estrangeira. Nas décadas seguintes, o PRI seria o principal ator político da democracia mexicana. De toda forma, não guarda relação alguma com a Conjuração Baiana. Alternativa errada.
- d) A revolução americana.
É um tanto quanto delicado se dizer que a Revolução Americana não exerceu influência alguma sobre o levante baiano contra a estrutura colonial. Declarando a sua independência de 1776, os Estados Unidos foram o primeiro país do continente a romper os laços coloniais, bem como seria o grande paradigma de governo republicano na América. No entanto, suas lideranças eram claramente oligárquicas e sem nenhum compromisso sistemático com a abolição da escravidão, o que era fundamental para os independentistas da Bahia. Ou seja, ainda que se tenha, sim, uma influência pelo exemplo republicano dos Estados Unidos, as formas sociais do processo revolucionário e a posição frente à escravidão eram completamente diferentes daqueles propostos pela Conjuração Baiana. Alternativa errada.
- e) A revolução inglesa.
A Revolução Inglesa (1842-1851) e a Revolução Gloriosa (1688) foram dois grandes marcos no desmonte do Absolutismo na Europa. Os abusos de poder da Coroa inglesa e as disputas religiosas domésticas levaram a uma crise generalizada na Inglaterra do século XVII, lançando o país num longo (e violentíssimo) processo que culminaria com as reformas liberalizantes e com o fim do absolutismo no país. De uma maneira geral, foi o primeiro grande exemplo de formação de uma monarquia parlamentarista no Ocidente - com liderança aristocrática secundada pelo apoio burguês. No entanto, é um caso muito distante da Conjuração Baiana, que era francamente republicana e desenvolvida pelas camadas mais populares da sociedade. Alternativa errada.
Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.