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Questões Sobre Período Colonial - História - concurso

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101) As afirmativas abaixo tratam do sistema de capitanias hereditárias e do estabelecimento do governo geral na América portuguesa. Analise-as e marque a opção correta.

  • A) somente I é correta.

  • B) somente II é correta.

  • C) somente III é correta.

  • D) somente I e II são corretas.

  • E) somente I e III são corretas.

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A alternativa correta é letra E) somente I e III são corretas.

Gabarito: ALTERNATIVA E

  

As afirmativas abaixo tratam do sistema de capitanias hereditárias e do estabelecimento do governo geral na América portuguesa. Analise-as e marque a opção correta.

 
  • I. Entre as motivações para a criação do sistema administrativo de governo geral nas possessões portuguesas da América estava o risco de perda de parte do território para os franceses.

Na primeira metade do século XVI, a França, potência retardatária nas Grandes Navegações, estava investindo em pirataria e incursões armadas contra as posições ibéricas na América. No Rio de Janeiro, tentaram estabelecer a França Antártica, invadindo a Baía de Guanabara e estabelecendo novas alianças com os indígenas. A reação portuguesa partia do reconhecimento de que era necessária a colonização efetiva do território para evitar novas invasões estrangeiras, estabelecendo um arco defensivo local. O sistema administrativo com capitanias hereditárias e, posteriormente, com um governo-geral tinha como missão não só a questão do desenvolvimento de atividades comerciais, mas também a defesa do território. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 
  • II. A criação do sistema de capitanias hereditárias, implantado na América portuguesa durante a década de 1530, foi uma decisão que provocou um acelerado crescimento populacional e produtivo na região em poucas décadas.

Em 1532, D. João III, rei de Portugal, inseriu um novo sistema administrativo na América portuguesa: as capitanias hereditárias. Preocupado com a pirataria e as invasões de outras potências europeias, o rei português dividiu o território em faixas latitudinais e os concedeu para membros da pequena nobreza e da alta burguesia. Os capitães-donatários tinham o dever de administrar, proteger e zelar pela justiça em suas capitanias, cujos títulos eram hereditários. O sistema demonstrou fragilidades muito importantes em todas as catorze capitanias e o sistema seria mesclado com o governo-geral uma pouco mais de dez anos mais tarde. No entanto, a introdução da cultura da cana-de-açúcar foi especialmente bem sucedida nas capitanias de São Vicente e Pernambuco. Com sucesso, essas capitanias conseguiriam organizar um sistema produtivo de açúcar bastante lucrativo, sendo que a capitania de Pernambuco tenha tido sucesso em introduzir a produção de açúcar em grande escala. Já no século XVII, a produção açucareira de Pernambuco já era de grandes proporções e muito sólida. Esse processo foi fundamental para o sucesso das duas capitanias, mas não se pode generalizar esse sucesso para o coletivo do sistema. Afirmativa falsa.

 
  • III. Entre as prerrogativas entregues pelo rei de Portugal aos capitães donatários, encontravam-se a de doar terras, a de reter para si parte da renda da produção e a de monopolizar a justiça, o que incluía o poder de condenar à morte em certos casos.

Devendo zelar pela integridade territorial e pelo desenvolvimento econômico em suas capitanias, os capitães donatários tinham a capacidade de controlar a posse de terra pela doação de sesmarias em nome do desenvolvimento econômico da sua capitania. Além disso, afora as limitações régias, monopolizava a justiça em sua jurisdição por meio de seus magistrados, cabendo-lhe também a capacidade da pena capital em alguns casos. No entanto, há sempre de se lembrar que ouvidores do rei se faziam presentes e poderiam limitar a ação dos donatários, bem como esses tinham limites para a ação sobre as rendas, uma vez que os interesses da Coroa também deveriam ser observados. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 

Assim, são verdadeiras as afirmativas I e III.

 

a)  somente é correta.

b)  somente II é correta.

c)  somente III é correta.

d)  somente I e II são corretas.

e)  somente III são corretas.

 

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.

102) As capitanias hereditárias e as sesmarias foram a primeira forma efetiva de ocupação das terras da América Portuguesa e propiciaram o desenvolvimento da economia açucareira. Sobre a economia açucareira, assinale a alternativa correta.

  • A) A cana de açúcar foi introduzida no Brasil em 1530 por Martim Afonso de Souza, que construiu o primeiro engenho no ano de 1532 na capitania hereditária de Pernambuco.
  • B) Somente após 1570, a produção açucareira atingiu seu ápice, suplantando a Ilha da Madeira mantendo- se o maior produtor e exportador do mundo até o início do século XIX.
  • C) A economia açucareira encontra concorrência quando, apoiadas por Ingleses, algumas ilhas das Antilhas passam a ser grandes concorrentes do açúcar brasileiro.
  • D) O açúcar proporcionou grandes riquezas aos donos de engenhos, principalmente em Pernambuco e São Paulo, onde o sistema de capitanias obteve o maior êxito.
  • E) Os holandeses, comandados por Nassau, invadem o nordeste brasileiro em 1630 e se instalam na região mais próspera da economia açucareira brasileira.

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ESTA QUESTÃO FOI ANULADA, NÃO POSSUI ALTERNATIVA CORRETA

Gabarito: Anulada


 
Inicialmente o gabarito preliminar apontava a letra E como a questão correta, mas após os recursos houve a anulação da questão.


A letra E, que seria o gabarito inicial, apresenta um erro cronológico. Os holandeses invadiram o nordeste brasileiro em duas ocasiões: a primeira tentativa foi em 1624, quando tentaram ocupar Salvador, mas foram expulsos em 1625 por tropas luso-brasileiras, de indígenas e reforços espanhóis.


Na segunda investida, os holandeses melhor preparados conseguiram organizar uma poderosa frota para invadir Pernambuco, principal capitania produtora de açúcar. Isso ocorreu em 1630.


De 1630 a 1637, os holandeses conseguem novas vitórias no nordeste e ocupam outras áreas da região, como, por exemplo, Paraíba, Rio Grande do Norte e Itamaracá. 


Com o fim da luta armada, a Companhia das Índias Ocidentais, empresa responsável por organizar a conquista do Nordeste, concentrou-se em administrar a região ocupada. Ela enviou ao Brasil o conde Maurício de Nassau, nomeando-o governador-geral do Brasil holandês.


Nassau chegou a Pernambuco em 1637.


Como visto, Nassau não organizou a conquista holandesa, chegando sete anos depois que a conquista já estava consolidada.
 
 
 
Por que as demais estão incorretas?
 


Letra A: A cana de açúcar foi introduzida no Brasil em 1530 por Martim Afonso de Souza, que construiu o primeiro engenho no ano de 1532 na capitania hereditária de Pernambuco.


A cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil após 1530, com a expedição de Martim Afonso de Souza. O colonizador foi responsável por fundar o primeiro núcleo de povoamento no litoral de São Paulo e construir o primeiro engenho. Logo, o engenho erguido não foi na capitania de Pernambuco, até porque o sistema de capitanias hereditárias foi implantado no Brasil depois da expedição de Martim Afonso de Souza.
 

 
Letra B: Somente após 1570, a produção açucareira atingiu seu ápice, suplantando a Ilha da Madeira mantendo- se o maior produtor e exportador do mundo até o início do século XIX.


A produção açucareira brasileira atingiu o ápice após 1570, suplantando a ilha da Madeira. Mas sofreu forte concorrência com o açúcar antilhano durante os anos de 1650 e 1700, entrando em declínio. Houve nova recuperação no século XVIII, mas o principal produto de exportação nesse período era o ouro. E no início do século XIX passa a disputar com o café a posição de principal produto de exportação.
 

 
Letra C: A economia açucareira encontra concorrência quando, apoiadas por Ingleses, algumas ilhas das Antilhas passam a ser grandes concorrentes do açúcar brasileiro.

 

 
A economia açucareira brasileira encontrou concorrência quando, apoiadas por holandeses, algumas ilhas das Antilhas passaram a produzir açúcar de boa qualidade e mais barato que o brasileiro.

 

 
Letra D: O açúcar proporcionou grandes riquezas aos donos de engenhos, principalmente em Pernambuco e São Paulo, onde o sistema de capitanias obteve o maior êxito.
 
O açúcar proporcionou grandes riquezas aos donos de engenhos, principalmente no Nordeste, em Pernambuco e na Bahia, onde o sistema de capitanias obteve o maior êxito. Ali houve também o desembarque de um número muito grande de escravizados africanos, o que permitiu alavancar a produção açucareira em comparação com os engenhos do Sudeste, que eram poucos e contavam com a mão de obra indígena.


 
Referências:
 
AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.
 
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral: volume 1. São Paulo: Saraiva, 2010.
 
VAINFAS, Ronaldo. et alli. História: das sociedades sem Estado às monarquias absolutistas, volume 1. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

103) No tocante as primeiras atividades econômicas desenvolvidas pelos portugueses na colônia do Brasil, entre os anos 1501 a 1530, é correto afirmar que se destacaram como atividade (s) principal (is)

  • A) a exploração de ouro e pedras preciosas.
  • B) a escravização do indígena.
  • C) a extração das chamadas drogas do sertão e criação de gado.
  • D) a extração e comercialização do pau-brasil.
  • E) o cultivo de fumo e do café.

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A alternativa correta é letra D) a extração e comercialização do pau-brasil.

Gabarito: ALTERNATIVA E

 

 

No tocante as primeiras atividades econômicas desenvolvidas pelos portugueses na colônia do Brasil, entre os anos 1501 a 1530, é correto afirmar que se destacaram como atividade (s) principal (is)

  • a)  a exploração de ouro e pedras preciosas.

A mineração na América portuguesa só foi viabilizada com a interiorização da colonização, uma vez que as jazidas mais expressivas só seriam localizadas distante da costa. Ainda que houvesse uma preocupação inicial em identificar a disponibilidade de pedras e metais preciosos, apenas no final do século XVII seriam descobriram depósitos auríferos na região das Minas Gerais. E apenas por algumas décadas do século XVIII a atividade se configuraria como a principal da colônia, tendo, inclusive, um declínio muito acelerado. Alternativa errada.

 

  • b)  a escravização do indígena.

A escravização indígena só seria empreendida com a instalação de lavouras na colônia para servir como mão de obra. Portanto, não faz sentido pensar na escravização em si no Brasil como a principal atividade econômica - afinal, sempre foi um suporte a outras atividades, já que a colônia não foi caracterizada pela exportação de cativos. Ainda que os indígenas participassem do extrativismo vegetal das primeiras décadas do século XVI, a sua escravização só seria sistematizada um pouco mais tarde, quando seriam introduzidas lavouras na América portuguesa. Alternativa errada.

 

  • c)  a extração das chamadas drogas do sertão e criação de gado.

Aqui, é importante que o estudante tenha clareza sobre o lugar da pecuária na colonização brasileira: uma atividade acessória para garantir o abastecimento da monocultura de exportação. Ou seja, jamais teve um protagonismo, mas esteve a serviço das atividades mais lucrativas para os colonizadores. A extração das drogas do sertão, de fato, mobilizava setores da economia colonial e atraía alguns recursos, mas era uma atividade distante dos principais centros coloniais, estando antes concentrada nas missões jesuíticas. Alternativa errada.

 

  • d)  a extração e comercialização do pau-brasil.

Nas três primeiras décadas após o descobrimento, Portugal não fez esforços significativos no sentido da colonização efetiva de território, uma vez que estava absorvido pelo empreendimento comercial no Oriente. As terras descobertas na América ficaram restritas ao extrativismo vegetal concentrado na costa sem praticamente fazer incursões para o continente. O pau-brasil, pela extração do pigmento vegetal, foi o principal alvo econômico deste período, o que levou quase à extinção da espécie na Mata Atlântica. Apenas a partir de 1530 Portugal iniciaria os esforços de colonização efetiva do território e levaria até o final do século para ter posições mais consolidadas em suas terras americanas. ALTERNATIVA CORRETA.

 

  • e)  o cultivo de fumo e do café.

As primeiras mudas de café só seriam introduzidas com sucesso na América portuguesa no século XVIII e apenas no início do século XIX as lavouras cafeeiras começariam a apresentar ganhos de escala. O protagonismo econômico do café, no entanto, só ocorreria já no período monárquico brasileiro, principalmente a partir da década de 1830. O cultivo de fumo, ainda que tenha sido bem sucedido em algumas regiões como a Bahia e tenha produtividade até os dias atuais, jamais foi uma atividade protagonista na economia brasileira. Alternativa errada.

 

 

Note o estudante que as alternativas B e C poderiam ser desmontadas apenas com compreensões básicas sobre o sistema econômico do período colonial, muito voltado para a exportação. Com esse tipo de percepção, ainda que não tivesse certeza sobre a alternativa correta, poderia eliminar parte das opções, economizando minutos importantes no momento da prova. São procedimentos bastante simples que podem ajudar numa prova que ofereça dificuldades mais expressivas a um candidato menos bem preparado. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.

104) Leia o trecho a seguir:

  • A) Arroz.
  • B) Feijão.
  • C) Milho.

  • D) Açúcar.
  • E) Mandioca.

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A alternativa correta é letra D) Açúcar.

Gabarito: ALTERNATIVA D

   

 

A defesa do Humanitismo na obra Quincas Borba, feita pelo personagem que dá nome à obra e concluída com a notória frase "ao vencedor, as batatas", aborda aspectos filosóficos sobre a guerra ao narrar o conflito por alimentos entre duas tribos. No Brasil colonial. a Agricultura de Subsistência era uma atividade fundamental para alimentar todos os segmentos da população colonial.

 
  • O alimento que NÃO compõe a Agricultura de Subsistência de Período Colonial brasileiro está indicado na opção:

Numa questão como esta, é fundamental que o estudante compreenda como funcionava o circuito econômico no período colonial. No centro, tínhamos a lavoura monocultora e escravista voltada para a exportação, sendo o açúcar o principal produto dessa forma de produção. Complementarmente, estavam as atividades de abastecimento à sociedade colonial e aos polos agroexportadores, o que envolvia a pecuária extensiva e a pequena lavoura de subsistência - estando ambas distantes da lavoura principal. Essa lavoura de subsistência, portanto, era voltada para o mercado doméstico, ao passo que a grande lavoura estava comprometida com a exportação.

 

Consequentemente, não faz sentido se falar do açúcar como um produto da agricultura de subsistência, uma vez que era o ponto central da agroexportação. Assim, observemos as alternativas propostas.

 

a)  Arroz.
b)  Feijão.
c)  Milho.

d)  Açúcar.
e) 
 Mandioca.

 

Consequentemente, todos os outros produtos eram voltados para o abastecimento doméstico, sendo resultado da agricultura de subsistência. Assim, está correta a ALTERNATIVA D.

105) “A partir de 1657, com a fundação da missão dos jesuítas no rio Negro, a ocupação lusitana, baseada no trabalho das ordens religiosas, teve início efetivo. O trabalho segue intenso até 1750, culminando com a assinatura do tratado de Madrid e a ascensão ao poder do Marquês de Pombal.”

  • A) para obter maior conhecimento sobre o norte do Brasil, os portugueses enviaram expedições exploratórias para a Amazônia, no século XVIII, chefiadas por Alexandre Rodrigues Ferreira e por Koch-Grunberg;
  • B) Marquês de Pombal, ao assumir o poder em Portugal, expulsou os jesuítas, passou a administrar como déspota esclarecido e incentivou o comércio na região amazônica;
  • C) os portugueses, interessados na posse e controle da região amazônica, assinaram o Tratado de Madrid e mandaram construir o forte São Joaquim do Rio Branco, para assegurar a posse local;
  • D) a catequese foi importante meio de manter o controle na região amazônica em vista dos crescentes interesses franceses, holandeses e espanhóis;
  • E) os portugueses, interessados em aumentar o comércio das drogas do sertão, intensificaram a navegação fluvial entre Mato Grosso e Pará e criaram a Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e do Maranhão.

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A resposta correta é a letra A) porque a afirmação "para obter maior conhecimento sobre o norte do Brasil, os portugueses enviaram expedições exploratórias para a Amazônia, no século XVIII, chefiadas por Alexandre Rodrigues Ferreira e por Koch-Grunberg" não está relacionada ao período de 1657 a 1750, que é o período abordado na questão. Alexandre Rodrigues Ferreira e Koch-Grunberg realizaram expedições exploratórias na Amazônia no século XVIII, mas após 1750, portanto, não se enquadram no período de ocupação lusitana baseada no trabalho das ordens religiosas.

106) A economia colonial brasileira baseou-se na

  • A) grande lavoura mercantil, na monocultora e no trabalho escravo.
  • B) exploração de minério e na utilização de mão de obra indígena.
  • C) pecuária extensiva conduzida por imigrantes portugueses.
  • D) exploração madeireira das florestas e no trabalho escravo.
  • E) monocultura com utilização de trabalho livre.

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A alternativa correta é letra A) grande lavoura mercantil, na monocultora e no trabalho escravo.

 

Gabarito: Letra A

 

(grande lavoura mercantil, na monocultora e no trabalho escravo.)

 

Observando na longa duração o período em que o Brasil foi uma colônia de Portugal podemos dizer que a economia estava fundada em três elementos principais: no latifúndio, na monocultura e na mão de obra escrava.

 

Os principais produtos agrícolas eram plantados em grandes propriedades de terras e destinados ao mercado externo. Em algumas regiões houve a concentração da produção em um único gênero para atender aos interesses metropolitanos, casos da plantação de cana-de-açúcar, algodão ou tabaco. Em todas essas propriedades era utilizada a mão de obra escrava inicialmente indígena e depois majoritariamente africana.

  

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra B: exploração de minério e na utilização de mão de obra indígena.

 

A exploração de minério só começou a ser realizada em fins do século XVII e sempre foi uma atividade paralela à atividade agrária. Em relação à mão de obra indígena, esta foi a principal força de trabalho até a importação dos primeiros africanos na década de 1560. Depois disso, a mão de obra africana foi a principal força usada no Brasil colonial.

 

Letra C: pecuária extensiva conduzida por imigrantes portugueses.

 

A pecuária era conduzida pela força de trabalho livre, principalmente dos nordestinos.

 

Letra D: exploração madeireira das florestas e no trabalho escravo.

 

No momento inicial da colonização a extração de madeira visava apenas os troncos do pau-brasil. A exploração de madeiras das florestas brasileiras é mais contemporânea.

 

Letra E: monocultura com utilização de trabalho livre

 

Durante a colônia privilegiou-se a monocultura com a utilização de trabalho escravo.

  

Referência:

 

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2000.

107) Certa vez, um velho Tupinambá me perguntou: “Por que vocês, mairs [franceses] e perós [portugueses], vêm de tão longe para buscar lenha? Por acaso não existem árvores na sua terra?” Respondi que sim, que tínhamos muitas, mas não daquela qualidade, e que não as queimávamos, como ele supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir. “E precisam de tanta assim?”, retrucou o velho Tupinambá. “Sim”, respondi, “pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que se possa imaginar, e um só deles compra todo o pau-brasil que possamos carregar.” “Ah!”, tornou a retrucar o selvagem. “Você me conta maravilhas. Mas me diga: esse homem tão rico de quem você me fala, não morre?” “Sim”, disse eu, “morre como os outros”. Aqueles selvagens são grandes debatedores e gostam de ir ao fim em qualquer assunto. Por isso, o velho indígena me inquiriu outra vez: “E quando morrem os ricos, para quem fica o que deixam?” “Para seus filhos, se os têm”, respondi. “Na falta destes, para os irmãos e parentes próximos.” “Bem vejo agora que vocês, mairs, são mesmo uns grandes tolos. Sofrem tanto para cruzar o mar, suportando todas as privações e incômodos dos quais sempre falam quando aqui chegam, e trabalham dessa maneira apenas para amontoar riquezas para seus filhos ou para aqueles que vão sucedê-los? A terra que os alimenta não será por acaso suficiente para alimentar a eles? Nós também temos filhos a quem amamos. Mas estamos certos de que, depois da nossa morte, a terra que nos nutriu nutrirá também a eles. Por isso, descansamos sem maiores preocupações.”

  • A) da aliança entre portugueses e franceses no Atlântico sul, o que permitiu aos dois países explorarem conjuntamente as riquezas da América e, ao mesmo tempo, isolarem os espanhóis na porção mais ocidental do continente.

  • B) da necessidade que Portugal tinha em exigir do papado um posicionamento favorável à partilha das terras “recém-descobertas e por descobrir” apenas entre portugueses e espanhóis, o que só aconteceu no final do século XVII.

  • C) do permanente conflito ocorrido entre os povos nativos da América e os colonizadores europeus, que não conseguiram estabelecer nenhuma forma de diálogo com os povos indígenas e participaram de constantes guerras de extermínio.

  • D) da importância econômica que o pau-brasil tinha para os europeus no início da colonização e das intensas disputas entre portugueses e franceses pelas terras da América do Sul no século XVI, há pouco descobertas pela Coroa Portuguesa.

  • E) da proximidade de pensamento entre os povos indígenas e os franceses, em geral mais respeitosos na relação com a natureza e com os nativos da América do que os portugueses, responsáveis por uma prática econômica predatória.

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A alternativa correta é letra D) da importância econômica que o pau-brasil tinha para os europeus no início da colonização e das intensas disputas entre portugueses e franceses pelas terras da América do Sul no século XVI, há pouco descobertas pela Coroa Portuguesa.

Gabarito: Letra D

 

A questão poderia ser resolvida através da interpretação.

 

O diálogo entre o pastor e viajante calvinista suíço Jean de Léry e um índio Tupinambá demonstra o interesse dos franceses e de outros europeus na busca pelo pau-brasil e o objetivo de se extrair essa madeira.

 

Além disso, a conversa revela que a extração do pau-brasil no litoral da América Portuguesa estava ligada a um contexto mais amplo, de disputa entre portugueses e franceses em função da fundação de uma colônia francesa chamada de França Antártica, localizada no Rio de Janeiro.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: Franceses e portugueses disputavam a extração do pau-brasil, bem como a mão de obra indígena. Não fizeram alianças.

 

Letra B: O trecho não menciona esse acontecimento. Essa necessidade portuguesa ocorreu depois da navegação de Colombo que chegou ao Caribe. Isso forçou o papa a intervir a fim de evitar um conflito entre portugueses e espanhóis. Assim surgiu a bula intercaetera ou intercoetera em 1493.

 

Letra C: O trecho traz um diálogo entre o suíço a serviço da França e o Tupinambá, o que contradiz essa alternativa. Além disso, o conflito entre portugueses e franceses no Rio de Janeiro arrastou diversos povos indígenas que se colocaram ao lado de portugueses ou de franceses.

 

Letra E: O trecho permite ver que há uma diferença entre mentalidades e cultura, além de visões diferentes sobre família, propriedade e uso da terra. Os franceses assim como os portugueses também não se preocuparam em fazer uma exploração com consciência, pois a lógica que imperava era a do mercantilismo, extrair riquezas da colônia para a metrópole para garantir lucros.

108) Considere as seguintes afirmativas sobre a sociedade e a economia açucareiras entre os séculos XVI e XVII do período colonial brasileiro:

  • A) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.

  • B) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.

  • C) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.

  • D) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.

  • E) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.

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A alternativa correta é letra B) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.

Gabarito: ALTERNATIVA B

  

Considere as seguintes afirmativas sobre a sociedade e a economia açucareiras entre os séculos XVI e XVII do período colonial brasileiro:

 
  • 1. O período de produção açucareiro pode ser compreendido em seus aspectos econômicos como a primeira iniciativa de colonização do Brasil, em que o açúcar era o principal produto no comércio com a metrópole.

De fato, a colonização portuguesa na América só passa a ser compreendida como um processo realmente sólido em meados do século XVI, quando são fundadas as primeiras cidades e o cultivo de cana de açúcar é um vetor desse processo. As primeiras décadas após a chegada da esquadra cabralina às Américas foram marcadas pelo extrativismo vegetal mais simples: sem encontrar de maneira óbvia pedras e metais preciosos, os portugueses preferiram privilegiar a rota comercial com as Índias e fazer das suas terras americanas algo secundário baseado na extração de gêneros tropicais. A produção açucareira, no entanto, mostrar-se-ia extremamente rentável para Portugal; mas, ao mesmo tempo, exigia investimentos relevantes para instalar a capacidade produtiva necessária para a empresa. Ou seja, necessitava-se de todo um esforço de colonização efetiva que iam muito além da lógica básica do extrativismo, apontando para formação de uma nova sociedade fixada à terra. E, de fato, o sucesso do açúcar foi muito expressivo e atravessou séculos, o que deu traços essenciais para a colonização e assumiu um importante protagonismo econômico. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 
  •  2. Entre 1630 e 1654, os espanhóis controlaram as fontes brasileiras de produção de açúcar em Pernambuco com o apoio dos .indígenas e dos escravos, que podiam viver sob uma administração política mais tolerante aos seus costumes religiosos.

O período entre 1630 e 1654 ficou caracterizado pelas invasões holandesas no Nordeste brasileiro, tendo Pernambuco sido o epicentro de todo esse processo. De fato, a administração holandesa era mais tolerante em termos de costumes do que a presença católica tradicionalíssima da experiência portuguesa. O calvinismo holandês, ainda que estabelecesse diferenças expressivas entre as partes, tinha características mais tolerantes para o trato cotidiano, garantindo, em grande medida, a liberdade de culto e as mais diversas presenças nas redes de comércio, o que ajudou a dinamizar a vida na região. No entanto, o grande entendimento não passava, de maneira alguma, por indígenas e escravos, sendo antes construído entre senhores de engenho e a administração local holandesa. Afirmativa falsa.

 
  • 3. O declínio da economia açucareira ocorreu após a expulsão dos holandeses, que investiram na produção de açúcar nas Antilhas.

De fato, na segunda metade do século XVII, os holandeses expulsos da América portuguesa vão se rearranjar em vários pontos da América, mas terão grande sucesso com a indústria açucareira nas Antilhas. Com toda a sua capacidade comercial acumulada por séculos e com os conhecimentos técnicos adquiridos no período das invasões em Pernambuco, os holandeses tinham condições de estabelecer uma produção fortíssima no Caribe, cujas condições climáticas são ainda mais favoráveis para a lavoura açucareira. Já no século XVIII, a concorrência internacional ao açúcar produzido na América portuguesa era uma realidade, acabando com mais de um século de praticamente um monopólio comercial. A nova dinâmica achatou expressivamente os lucros da produção no Brasil, o que declinaria decisivamente já no início do século XIX, quando a produtividade local entrou em profunda crise ao mesmo tempo em que a ampliação da produção concorrente derrubou ainda mais os preços internacionais. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 
  • 4. O sistema açucareiro caracterizou-se por uma agricultura em grandes propriedades, comandadas pelo senhor de engenho, que possuía plenos poderes políticos sobre a estrutura que os engenhos mobilizavam no campo e nas vilas.

O modo de produção comumente associado ao sistema açucareiro é a chamada plantation. Isto significa dizer que havia o predomínio dos latifúndios associado ao emprego da mão de obra escrava dentro de um contexto de monocultura voltado para a exportação. Isso dava, sim, muitos poderes e muitas capacidades aos senhores de engenho, cujas influências se estendiam para além dos seus domínios rurais, alcançando as vilas e a dinâmica política local. Acaba sendo um pouco exagerado usar a palavra "plenos" para descrever esse lugar do senhor de engenho; mas é possível compreender o sentido que o avaliador tentou empregar na construção. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 

Portanto, são verdadeiras as afirmativas 1, 3 e 4.

 

Assinale a alternativa correta.

a)  Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.

b)  Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.

c)  Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.

d)  Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.

e)  Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.

 

Note bem o estudante que, apesar de se poder questionar a afirmativa 4, a composição das alternativas não deixava espaço para dúvidas sobre qual o caminho correto dessa questão. Tendo uma compreensão acertada sobre as outras afirmativas, era plenamente possível acertar a questão, apesar da possível dúvida existente sobre a última afirmativa. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA B.

109) Em relação às características da sociedade canavieira, no Nordeste brasileiro, durante o período colonial, marque com a letra C (correta) ou com a letra I (incorreta) cada uma das afirmativas.

  • A) I, C, C, C.

  • B) C, I, C, C.

  • C) C, I, I, I.

  • D) I, C, I, I.

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Resposta Correta: C) C, I, I, I

A sequência correta é C) C, I, I, I, pois:

  • Economia baseada na monocultura, latifúndio e escravidão: C (correta) - A sociedade canavieira no Nordeste brasileiro durante o período colonial se caracterizou pela economia baseada na monocultura da cana-de-açúcar, latifúndio e escravidão.
  • Posição social e poder determinados pela posse de numerários e cultura: I (incorreta) - A posição social e poder na sociedade canavieira eram determinados pela posse de terras e escravos, e não pela posse de numerários e cultura.
  • Existência da casa grande para habitação senhorial, e do sobrado para moradia de escravos: I (incorreta) - A casa grande era utilizada para habitação senhorial, mas o sobrado não era utilizado para moradia de escravos, e sim para armazenamento de produtos e outros fins.
  • Uso do trabalho indígena de forma sistemática, fazendo surgir o elemento mameluco devido à miscigenação: I (incorreta) - Embora houvesse uso do trabalho indígena, não foi sistemático e não foi a principal causa do surgimento do elemento mameluco, que foi resultado da miscigenação entre portugueses e indígenas.
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110) O índio era o único elemento então disponível para ajudar o colonizador como agricultor, pescador, guia, conhecedor da natureza tropical e, para tudo isso, deveria ser tratado como gente, ter reconhecidas sua inocência e alma na medida do possível. A discussão religiosa e jurídica em torno dos limites da liberdade dos índios se confundiu com uma disputa entre jesuítas e colonos. Os padres se apresentavam como defensores da liberdade, enfrentando a cobiça desenfreada dos colonos.

  • A) demarcação do território indígena.

  • B) manutenção da organização familiar.

  • C) valorização dos líderes religiosos indígenas.

  • D) preservação do costume das moradias coletivas.

  • E) comunicação pela língua geral baseada no tupi.

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A alternativa correta é letra E) comunicação pela língua geral baseada no tupi.

Gabarito: Letra E (comunicação pela língua geral baseada no tupi)
 
A partir de 1537, uma bula papal determinou que os indígenas eram considerados “seres inocentes e possuidores de alma”, o que significava que não possuíam a marca do pecado, como os africanos e tendo alma, poderiam ser convertidos à fé cristã.
 
No Brasil, diversos grupos religiosos tomaram a frente na missão de catequizar as populações indígenas. Destacaram-se capuchinhos, franciscanos, dominicanos e os jesuítas, estes, os principais nomes da tentativa de “civilizar” os nativos.
 
Entre as várias práticas adotadas pelos jesuítas para se relacionar com as populações indígenas, podemos citar, a utilização de uma língua geral baseada no tupi, chamada de Nheengatu.
 
Por que as demais estão incorretas?
 
Letra A: demarcação do território indígena.
 
A demarcação de territórios indígenas, bem como o seu reconhecimento pelo Estado é uma ação das legislações indígenas do século XX, com maior destaque, na Constituição de 1988. Nos primeiros contatos com as populações indígenas, havia deslocamento desses grupos para aldeamentos próximos às igrejas católicas.
 
 
Letra B: manutenção da organização familiar.
 
Quando os indígenas passaram a ser aldeados pelos jesuítas, os religiosos modificaram algumas das estruturas familiares, como, por exemplo, a exigência da monogamia no lugar da poligamia.
 


Letra C: valorização dos líderes religiosos indígenas.
 
Os jesuítas não valorizavam líderes religiosos indígenas. Ao contrário, procuravam eliminar a concorrência em matéria da fé, definindo que as únicas autoridades religiosas nas aldeias eram os padres.
 


Letra D: preservação do costume das moradias coletivas.
 

Os jesuítas modificaram também na forma de habitação dos indígenas aldeados. No lugar da oca, onde habitavam várias famílias indígenas, os jesuítas organizaram ocas com uma única família, exigindo que fosse abandonado o costume poligâmico.
 
Referência:
 
CALDEIRA, Jorge. A nação mercantilista. São Paulo: Editora 34, 1999.

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