Questões Sobre Período Colonial - História - concurso
1111) O mestre-de-campo Inácio Corrêa Pamplona, “bruto e rústico”, conhecedor, provável partícipe e denunciante dos planos inconfidentes, tal e qual um Brancaleone dos trópicos, levava consigo, nas expedições contra os quilombolas, músicos, poetas populares e clérigos. Às barbaridades provavelmente cometidas por seus homens na caça ao “negro fugido”, expressas na extração de alguns “pares de orelhas” como indicadores do êxito da empreitada, sucediam-se sessões de declamação poética, recitais de música e orações que procuravam exaltar os propósitos civilizadores da expedição.
- A) uma ação revolucionária, dirigida pelas classes médias urbanas, que defendia a ruptura política com a Metrópole, o fim gradual da escravidão e a formação de uma república popular nas Minas Gerais.
- B) uma tentativa de revolta contra as arbitrariedades das autoridades lusas que atuavam na colônia e que não chegou a eclodir porque havia divergência sobre onde seria a capital das Minas Gerais independentes.
- C) uma rebelião inspirada na Revolução Haitiana e que considerava positiva a política colonial de D. Maria I em relação ao Brasil, mas entendia que o governador da capitania de Minas Gerais era tirano.
- D) uma conspiração da elite letrada das Minas Gerais, assim como dos traficantes de escravos, contra o aumento das restrições mercantilistas, que impedia a circulação de mercadorias entre as capitanias do Brasil.
- E) um movimento bastante heterogêneo, tanto no que respeita à extração social dos agentes e suas motivações econômicas quanto às ideias que alimentavam acerca do sentido último do projeto sedicioso.
A alternativa correta é letra E) um movimento bastante heterogêneo, tanto no que respeita à extração social dos agentes e suas motivações econômicas quanto às ideias que alimentavam acerca do sentido último do projeto sedicioso.
Vamos analisar cada alternativa, para identificar a interpretação correta dos perfis dos personagens ligados à Inconfidência Mineira.
A) Uma ação revolucionária, dirigida pelas classes médias urbanas, que defendia a ruptura política com a Metrópole, o fim gradual da escravidão e a formação de uma república popular nas Minas Gerais.
INCORRETO. A Inconfidência Mineira não era uma ação revolucionária liderada pelas classes médias urbanas, mas sim por membros da elite colonial, como fazendeiros, comerciantes, clérigos e militares. Além disso, não há evidências de que os inconfidentes defendiam o fim gradual da escravidão. O movimento não chegou a ter uma proposta clara de governo, mas a ideia de uma república popular nas Minas Gerais não era consensual entre os inconfidentes. Portanto, essa alternativa é incorreta.
B) Uma tentativa de revolta contra as arbitrariedades das autoridades lusas que atuavam na colônia e que não chegou a eclodir porque havia divergência sobre onde seria a capital das Minas Gerais independentes.
INCORRETO. A Inconfidência Mineira foi de fato uma tentativa de revolta contra as arbitrariedades das autoridades lusas, mas a divergência sobre onde seria a capital de Minas Gerais independentes não foi o motivo pelo qual a revolta não eclodiu. A revolta foi descoberta antes que pudesse ser realizada, devido à traição de Joaquim Silvério dos Reis, que denunciou o plano às autoridades em troca do perdão de suas dívidas. Portanto, essa alternativa é incorreta.
C) Uma rebelião inspirada na Revolução Haitiana e que considerava positiva a política colonial de D. Maria I em relação ao Brasil, mas entendia que o governador da capitania de Minas Gerais era tirano.
INCORRETO. A Inconfidência Mineira não foi inspirada na Revolução Haitiana, mas sim na Independência dos Estados Unidos e na Ilustração europeia. Além disso, os inconfidentes não consideravam positiva a política colonial de D. Maria I, mas sim criticavam a exploração colonial e a opressão das autoridades portuguesas. Portanto, essa alternativa é incorreta.
D) Uma conspiração da elite letrada das Minas Gerais, assim como dos traficantes de escravos, contra o aumento das restrições mercantilistas, que impedia a circulação de mercadorias entre as capitanias do Brasil.
INCORRETO. Embora a Inconfidência Mineira tenha sido uma conspiração da elite colonial, não há evidências de que os traficantes de escravos tenham participado do movimento. Além disso, o movimento não era apenas contra o aumento das restrições mercantilistas, mas também contra a exploração colonial e a opressão das autoridades portuguesas. Portanto, essa alternativa é incorreta.
E) Um movimento bastante heterogêneo, tanto no que respeita à extração social dos agentes e suas motivações econômicas quanto às ideias que alimentavam acerca do sentido último do projeto sedicioso.
CORRETO. A Inconfidência Mineira foi um movimento bastante heterogêneo, envolvendo membros de diferentes setores da sociedade colonial, como fazendeiros, comerciantes, clérigos e militares. As motivações econômicas dos inconfidentes também eram diversas, incluindo a insatisfação com a derrama (cobrança de impostos atrasados) e as restrições mercantilistas. Além disso, as ideias dos inconfidentes sobre o sentido do movimento eram diversas, variando desde a simples autonomia de Minas Gerais até a independência do Brasil e a formação de uma república. Portanto, essa alternativa é correta.
Portanto, a alternativa correta é a LETRA E.
1112) Movimento nativista que ocorreu na capitania de Pernambuco durante o período colonial, entre 1710 e 1712. Tal movimento aconteceu por conta de rivalidades locais e não visava o rompimento com a metrópole, isto é, não era emancipacionista. O conflito se deu entre os senhores de engenho de Olinda e os comerciantes portugueses de Recife, em uma disputa pelo poder local.
- A) Cerco de Piratininga.
- B) Guerra dos Palmares.
- C) Guerra dos Mascates.
- D) Revolta dos Alfaiates.
- E) Guerra dos Manaus.
A alternativa correta é letra C) Guerra dos Mascates.
Vamos analisar cada alternativa para identificar o nome correto do movimento nativista que ocorreu na capitania de Pernambuco durante o período colonial, entre 1710 e 1712.
A) Cerco de Piratininga.
INCORRETO. O Cerco de Piratininga foi um episódio da Guerra dos Tamoios, ocorrido entre 1562 e 1563, na capitania de São Vicente, onde hoje é o estado de São Paulo. Não tem relação com o movimento descrito no enunciado. Alternativa errada.
B) Guerra dos Palmares.
INCORRETO. A Guerra dos Palmares foi um conflito ocorrido entre o final do século XVI e o início do século XVII, entre a Coroa Portuguesa e os escravos fugitivos que se refugiaram no Quilombo dos Palmares, na região onde hoje é o estado de Alagoas. O movimento descrito no enunciado não tem relação com a Guerra dos Palmares. Alternativa errada.
C) Guerra dos Mascates.
CORRETO. A Guerra dos Mascates foi um movimento nativista que ocorreu na capitania de Pernambuco durante o período colonial, entre 1710 e 1712. O conflito se deu entre os senhores de engenho de Olinda e os comerciantes portugueses de Recife, em uma disputa pelo poder local, exatamente como descrito no enunciado. Portanto, essa é a alternativa correta.
D) Revolta dos Alfaiates.
INCORRETO. A Revolta dos Alfaiates, também conhecida como Conjuração Baiana ou Revolta dos Búzios, foi um movimento de caráter emancipacionista ocorrido na Bahia em 1798, que buscava a independência do Brasil em relação a Portugal. Não tem relação com o movimento descrito no enunciado. Alternativa errada.
E) Guerra dos Manaus.
INCORRETO. Não existe na história do Brasil um movimento conhecido como Guerra dos Manaus. Alternativa errada.
Portanto, a alternativa correta é a LETRA C.
1113) Analise o texto abaixo:
- A) Derramas • alfaiates
- B) Ordens religiosas • Tamoios
- C) Sociedades Secretas • emboabas
- D) Leis do Pacto Colonial • balaios
- E) Lojas Maçônicas • Suassunas
A alternativa correta é letra E) Lojas Maçônicas • Suassunas
Vamos analisar cada alternativa, para identificar quais palavras preenchem corretamente as lacunas do texto.
A) Derramas • alfaiates
INCORRETO. A palavra "derramas" se refere a um sistema de cobrança de impostos que ocorria quando a arrecadação de ouro não atingia as metas estipuladas pela Coroa Portuguesa, e não tem relação direta com os movimentos emancipacionistas. A palavra "alfaiates" se refere à Revolta dos Alfaiates, que ocorreu na Bahia em 1798, e não em Pernambuco em 1801. Alternativa errada.
B) Ordens religiosas • Tamoios
INCORRETO. As "ordens religiosas" não tiveram um papel relevante nos movimentos emancipacionistas brasileiros, sendo que muitas vezes, pelo contrário, foram aliadas da Coroa Portuguesa. Os "Tamoios" foram uma tribo indígena do litoral brasileiro, não tendo relação com o movimento republicano e liberal em Pernambuco em 1801. Alternativa errada.
C) Sociedades Secretas • emboabas
INCORRETO. As "sociedades secretas" tiveram um papel importante em vários movimentos emancipacionistas, porém, os "emboabas" se referem a uma guerra ocorrida em Minas Gerais no início do século XVIII, entre os paulistas e os emboabas (portugueses e brasileiros de outras regiões), não tendo relação com o movimento de 1801 em Pernambuco. Alternativa errada.
D) Leis do Pacto Colonial • balaios
INCORRETO. As "Leis do Pacto Colonial" se referem ao conjunto de normas que regulavam as relações entre a metrópole e suas colônias, e, embora tenham contribuído para a crise do sistema colonial, não eram associadas diretamente aos movimentos emancipacionistas. Os "balaios" se referem à Balaiada, uma revolta popular que ocorreu no Maranhão entre 1838 e 1841, não tendo relação com o movimento de 1801 em Pernambuco. Alternativa errada.
E) Lojas Maçônicas • Suassunas
CORRETO. As "Lojas Maçônicas" foram de fato importantes na articulação de vários movimentos emancipacionistas no Brasil, incluindo a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana. Os "Suassunas" se referem à família Cavalcanti de Albuquerque, que liderou a Conspiração dos Suassunas em Pernambuco em 1801, um movimento republicano e liberal. Alternativa correta.
Portanto, a alternativa correta é a LETRA E.
1114) Foram muitos os motins, conspirações, revoltas e rebeliões no decorrer da história do domínio português sobre o Brasil nos séculos XVII e XVIII; além de vários movimentos regionais contestatórios e de caráter separatista. Dentre os movimentos relacionados, assinale o de caráter separatista.
- A) Conjuração Carioca.
- B) Sedição de Vila Rica.
- C) Guerra dos Mascates.
- D) Guerra dos Emboabas.
Resposta
A alternativa correta é letra A) Conjuração Carioca.
Explicação
A Conjuração Carioca foi um movimento separatista que ocorreu no Rio de Janeiro em 1794. Seu objetivo era criar uma república independente no Brasil, separada de Portugal. O movimento foi liderado por intelectuais e militares que se inspiraram nas ideias da Revolução Francesa.
Já as outras opções não são movimentos separatistas:
- B) Sedição de Vila Rica: foi uma revolta ocorrida em 1720 em Vila Rica (atual Ouro Preto), Minas Gerais, motivada por questões fiscais e políticas, mas não tinha caráter separatista.
- C) Guerra dos Mascates: foi um conflito ocorrido em 1710-1711 em Pernambuco, entre os mascates (comerciantes) e os senhores de engenho, motivado por questões econômicas e políticas, mas não tinha caráter separatista.
- D) Guerra dos Emboabas: foi um conflito ocorrido em 1707-1709 em Minas Gerais, entre os paulistas (emboabas) e os forasteiros, motivado por questões de território e recursos, mas não tinha caráter separatista.
1115) Considere os itens abaixo sobre a Inconfidência Mineira e, a seguir, assinale a alternativa correta:
- A) Apenas o Item I está correto.
- B) Apenas o Item II está correto.
- C) Apenas o Item III está correto.
- D) Apenas os Itens I e II estão corretos.
- E) Apenas os Itens II e III estão corretos.
A alternativa correta é letra C) Apenas o Item III está correto.
Vamos analisar cada um dos itens para identificar a alternativa correta.
INCORRETO. A primeira parte do item está correta: a Inconfidência Mineira foi uma conspiração política organizada por profissionais liberais, militares e membros da elite econômico-social da Capitania de Minas Gerais no fim da década de 1780. Entretanto, o Brasil nunca foi uma colônia francesa. O Brasil foi uma colônia de Portugal, e não da França. Portanto, essa parte do item está incorreta.
II. Os inconfidentes tinham como principal intenção retirar do poder local o governador Visconde de Barbacena, o que configurava uma afronta à autoridade do Império Português da Capitania de Minas Gerais.
INCORRETO. Os inconfidentes tinham como principal intenção a independência da Capitania de Minas Gerais, o que de fato configurava uma afronta à autoridade do Império Português. No entanto, a retirada do Visconde de Barbacena do poder não era o principal objetivo da Inconfidência Mineira. A conspiração tinha um caráter mais amplo, visando a independência do território mineiro e a instauração de uma república. Portanto, esta afirmação está incorreta.
CORRETO. A Inconfidência Mineira tinha um ideário político de conteúdo liberal, mas uma de suas contradições era a manutenção do regime de trabalho escravo. A elite econômica que participou da conspiração era, em grande parte, formada por proprietários de minas e de terras, que se beneficiavam do trabalho escravo. Portanto, apesar do discurso liberal, havia uma contradição entre este e a prática social e econômica da época.
Portanto, a alternativa correta é a LETRA C.
1116) A partir dos séculos XV e XVI, tendo como centros irradiadores determinadas regiões europeias, a denominada civilização ocidental se transformou profundamente. Acerca do período conhecido como Idade Moderna e dos primórdios da Idade Contemporânea, julgue o item a seguir.
- A) Certo
- B) Errado
A alternativa correta é letra B) Errado
Gabarito: ERRADO.
As Conjurações ocorridas em Minas no ano de 1789 e em Salvador ocorrida em 1798 fazem parte de um quadro de revoltas que pretendiam emancipar essas regiões do Império Português.
A Conjuração de 1789 ou Inconfidência Mineira foi um movimento de sublevação organizado por lideranças ligadas às elites administrativas e econômicas da região de Minas Gerais. Tomás Antônio Gonzaga, um dos líderes da revolta, por exemplo, era ouvidor-geral de Minas. Além dele, havia cônegos, padres, profissionais liberais, como médicos, engenheiros, militares de alta e baixa patente, homens de negócio, fazendeiros, comerciantes, emprestadores de dinheiro, contratadores e poderosos magnatas locais.
A Conjuração Baiana foi um movimento popular composto por homens livres, pardos, escravos, artesãos, alfaiates e militares de baixa patente contra a administração portuguesa na Bahia em 1798. Além disso, o movimento lutou contra a crise de abastecimento alimentício pela qual passava a cidade de Salvador.
Segundo Boris Fausto, o levante foi a primeira expressão de uma corrente de raiz popular que combinou aspirações independentistas com reivindicações sociais.
O levante tinha inspirações nos ideais iluministas que proclamavam a liberdade dos indivíduos, o republicanismo, a vontade popular como força de transformação. Concretamente já havia ocorrido movimentos revolucionários de caráter parecido em São Domingos (atual Haiti) e na França que serviram de exemplos para os revolucionários de Salvador.
Referências:
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2000.
SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
1117) No Nordeste, em 1817, mais uma vez aflorou a percepção da consciência e unidade nacionais. Pernambuco era dominante em relação aos seus vizinhos – Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e Sergipe – que eram áreas articuladas através do polo econômico mais dinâmico, subordinando-se aos estímulos e aos movimentos conjunturais que partiam do porto de Recife, para onde convergiam os principais produtos (açúcar, algodão, pau-brasil etc.) da região Nordeste. Sobre o movimento de 1817, assinale a afirmativa INCORRETA.
- A) Terminada a Revolução de 1817, a Coroa portuguesa resolveu conceder autonomia à capitania do Rio Grande do Norte, afastando-a da influência política e administrativa de Pernambuco. Primeiro, em 25 de março de 1818, foi criada a Ouvidoria do Rio Grande do Norte, desligando-a da Paraíba.
- B) No Rio Grande do Norte, a maioria dos envolvidos na Revolução era de padres e militares, não sendo muito diferente, portanto, do que ocorreu em Pernambuco, onde o Movimento era composto, essencialmente, por proprietários rurais, comerciantes de nacionalidade brasileira que brigavam por um setor monopolizado.
- C) Do movimento revolucionário de 1817 participaram padres, comerciantes, proprietários de terras e intelectuais. Foi elaborada uma Lei Orgânica, base para formulação de uma Constituição e nela garantia-se a liberdade religiosa e de pensamento, adoção de uma República, abolição de vários impostos e abolição da escravidão.
- D) No Rio Grande do Norte, a Revolução de 1817 foi um movimento, praticamente arquitetado e liderado pela família Albuquerque Maranhão, visto que nove dos líderes da insurreição eram daquele grupo familiar, mas com forte presença da Igreja Católica e da Maçonaria; ambas trabalharam para proclamar a independência do Brasil e implantar a República.
A alternativa correta é letra C) Do movimento revolucionário de 1817 participaram padres, comerciantes, proprietários de terras e intelectuais. Foi elaborada uma Lei Orgânica, base para formulação de uma Constituição e nela garantia-se a liberdade religiosa e de pensamento, adoção de uma República, abolição de vários impostos e abolição da escravidão.
Vamos analisar cada alternativa, para identificar a afirmativa que está incorreta.
A) Terminada a Revolução de 1817, a Coroa portuguesa resolveu conceder autonomia à capitania do Rio Grande do Norte, afastando-a da influência política e administrativa de Pernambuco. Primeiro, em 25 de março de 1818, foi criada a Ouvidoria do Rio Grande do Norte, desligando-a da Paraíba.
CORRETO. A criação da Ouvidoria do Rio Grande do Norte em 1818 é um fato histórico, que de fato ocorreu após a Revolução de 1817. Esse ato foi uma tentativa da Coroa portuguesa de diminuir a influência de Pernambuco sobre as capitanias vizinhas, concedendo mais autonomia ao Rio Grande do Norte.
B) No Rio Grande do Norte, a maioria dos envolvidos na Revolução era de padres e militares, não sendo muito diferente, portanto, do que ocorreu em Pernambuco, onde o Movimento era composto, essencialmente, por proprietários rurais, comerciantes de nacionalidade brasileira que brigavam por um setor monopolizado.
CORRETO. A Revolução de 1817 contou com a participação de diversos setores da sociedade, entre eles padres, militares, proprietários rurais e comerciantes. Em ambos os estados, Pernambuco e Rio Grande do Norte, a diversidade dos participantes é um fato reconhecido pelos historiadores.
C) Do movimento revolucionário de 1817 participaram padres, comerciantes, proprietários de terras e intelectuais. Foi elaborada uma Lei Orgânica, base para formulação de uma Constituição e nela garantia-se a liberdade religiosa e de pensamento, adoção de uma República, abolição de vários impostos e abolição da escravidão.
INCORRETO. A Revolução de 1817 teve sim a participação de padres, comerciantes, proprietários de terras e intelectuais, e uma Lei Orgânica foi elaborada, contendo diversas propostas progressistas para a época, como a liberdade religiosa e de pensamento, a adoção de uma República e a abolição de vários impostos. Entretanto, a abolição da escravidão não estava entre as propostas da Lei Orgânica. A escravidão só foi abolida no Brasil em 1888, com a Lei Áurea, mais de 70 anos após a Revolução de 1817.
D) No Rio Grande do Norte, a Revolução de 1817 foi um movimento, praticamente arquitetado e liderado pela família Albuquerque Maranhão, visto que nove dos líderes da insurreição eram daquele grupo familiar, mas com forte presença da Igreja Católica e da Maçonaria; ambas trabalharam para proclamar a independência do Brasil e implantar a República.
CORRETO. A família Albuquerque Maranhão teve um papel de destaque na Revolução de 1817 no Rio Grande do Norte, assim como a Igreja Católica e a Maçonaria. Ambas as instituições tiveram um papel importante na luta pela independência do Brasil e pela implantação da República.
Portanto, a alternativa incorreta é a LETRA C.
1118) Denominada Revolta dos Búzios, Revolta dos Alfaiates ou Conjuração Baiana, esse movimento
- A) teve caráter separatista, foi influenciado pelas ideias ilustradas e circunscreveu-se à atuação de letrados e oficiais pertencentes à elite que constituíam a sociedade maçônica denominada Cavaleiros da Luz, que reivindicava, entre outras mudanças, a separação entre Igreja e Estado.
- B) foi uma das principais revoltas anticoloniais do século XIX, com ampla participação de escravos e libertos que lutaram pela proclamação da República e pela abolição da escravidão, a exemplo das recentes conquistas políticas e sociais resultantes do processo de independência das Treze Colônias.
- C) é muitas vezes comparado à Revolução haitiana, pois aconteceu no mesmo período, com ampla participação da população negra, e resultou na vitória dos revoltosos por meio de uma aliança interclassista que culminou na proclamação da independência local, ainda que por apenas alguns meses.
- D) assumiu grandes proporções ao contemplar diversas pautas representativas dos anseios das camadas médias da sociedade como a independência, a liberdade de comércio, a implantação da República, entre outras reivindicações que foram retomadas posteriormente pela Inconfidência Mineira.
- E) mobilizou vários setores da população por meio da distribuição de panfletos e de uma rede ampla de difusão e solidariedade, mas foi fortemente reprimida, com punições que variaram conforme a condição social do sujeito, incluindo esquartejamentos, banimentos e prisões.
A alternativa correta é letra E) mobilizou vários setores da população por meio da distribuição de panfletos e de uma rede ampla de difusão e solidariedade, mas foi fortemente reprimida, com punições que variaram conforme a condição social do sujeito, incluindo esquartejamentos, banimentos e prisões.
Vamos analisar cada alternativa, para identificar o fato que marcou esse movimento histórico.
A) teve caráter separatista, foi influenciado pelas ideias ilustradas e circunscreveu-se à atuação de letrados e oficiais pertencentes à elite que constituíam a sociedade maçônica denominada Cavaleiros da Luz, que reivindicava, entre outras mudanças, a separação entre Igreja e Estado.
INCORRETO. A Revolta dos Búzios, também conhecida como Revolta dos Alfaiates, foi um movimento popular de caráter emancipacionista e republicano, ocorrido na Bahia em 1798, e não foi um movimento exclusivo de uma elite letrada. A revolta envolveu uma ampla camada da população, incluindo alfaiates, escravos, libertos, soldados e até mesmo alguns membros da elite. Além disso, a sociedade maçônica Cavaleiros da Luz não teve participação nesse movimento. A separação entre Igreja e Estado não era uma das reivindicações dos revoltosos.
B) foi uma das principais revoltas anticoloniais do século XIX, com ampla participação de escravos e libertos que lutaram pela proclamação da República e pela abolição da escravidão, a exemplo das recentes conquistas políticas e sociais resultantes do processo de independência das Treze Colônias.
INCORRETO. A Revolta dos Búzios ocorreu no final do século XVIII, e não no século XIX. Embora tenha havido participação de escravos e libertos, a proclamação da República e a abolição da escravidão não foram conquistas resultantes do movimento. Além disso, a independência das Treze Colônias não teve influência direta sobre a Revolta dos Búzios.
C) é muitas vezes comparado à Revolução haitiana, pois aconteceu no mesmo período, com ampla participação da população negra, e resultou na vitória dos revoltosos por meio de uma aliança interclassista que culminou na proclamação da independência local, ainda que por apenas alguns meses.
INCORRETO. A Revolta dos Búzios ocorreu no mesmo período da Revolução Haitiana, e ambos os movimentos tiveram participação significativa da população negra. No entanto, a Revolta dos Búzios não resultou na vitória dos revoltosos, nem na proclamação da independência local.
D) assumiu grandes proporções ao contemplar diversas pautas representativas dos anseios das camadas médias da sociedade como a independência, a liberdade de comércio, a implantação da República, entre outras reivindicações que foram retomadas posteriormente pela Inconfidência Mineira.
INCORRETO. A Revolta dos Búzios ocorreu após a Inconfidência Mineira, e não antes dela, portanto, as reivindicações da Revolta dos Búzios não foram retomadas pela Inconfidência Mineira. Além disso, a Revolta dos Búzios foi um movimento popular, e não um movimento das camadas médias da sociedade.
E) mobilizou vários setores da população por meio da distribuição de panfletos e de uma rede ampla de difusão e solidariedade, mas foi fortemente reprimida, com punições que variaram conforme a condição social do sujeito, incluindo esquartejamentos, banimentos e prisões.
CORRETO. A Revolta dos Búzios foi um movimento popular que mobilizou vários setores da população, e a distribuição de panfletos foi um dos meios utilizados para difundir as ideias do movimento. A revolta foi fortemente reprimida pelas autoridades coloniais, e as punições variaram conforme a condição social dos envolvidos, com alguns sendo esquartejados, banidos ou presos.
Portanto, a alternativa correta é a LETRA E.
1119) “Muito já se disse que a História do Brasil foi escrita sem sangue e sem lágrimas. Que, entre nós, o desejo de paz sempre foi maior do que as tensões. Errado. O Brasil Colônia foi atravessado por episódios de descontentamento e revolta. Tais manifestações tinham dois focos de origem: um ‘externo’ e outro ‘interno’. O primeiro nascia da exploração cada vez maior de Portugal sobre o Brasil.[…] Já o foco ‘interno’ incide sobre outras razões para tais rebeliões.” (DEL PRIORE, Mary; VENÂNCIO, Renato Pinto. O livro de ouro da História do Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001, p. 134).
- A) A Inconfidência, ou Conjuração Mineira, motivada pelos altos impostos cobrados pela Metrópole sobre a atividade mineradora, configurou-se como uma revolta de caráter republicano, cujo objetivo era libertar todo o Território Brasileiro do domínio português.
- B) A Conjuração Baiana, também chamada dos Alfaiates, diferente da conjuração ocorrida em Minas Gerais, foi marcada por uma maior participação de setores populares como artesãos, soldados, mestres-escolas assalariados, entre outros.
- C) A abolição da escravidão não era pauta comum nas revoltas coloniais, entretanto, na Inconfidência, ou Conjuração Mineira, havia consenso sobre a necessidade da Abolição.
- D) Na Conjuração Baiana, apesar da participação negra, inclusive de escravizados, não se registrou nenhuma contestação à desigualdade racial.
A alternativa correta é letra B) A Conjuração Baiana, também chamada dos Alfaiates, diferente da conjuração ocorrida em Minas Gerais, foi marcada por uma maior participação de setores populares como artesãos, soldados, mestres-escolas assalariados, entre outros.
Gabarito: ALTERNATIVA B
Assinale a alternativa correta.
- a) A Inconfidência, ou Conjuração Mineira, motivada pelos altos impostos cobrados pela Metrópole sobre a atividade mineradora, configurou-se como uma revolta de caráter republicano, cujo objetivo era libertar todo o Território Brasileiro do domínio português.
Apesar de ser muito festejado por uma historiografia tradicional e nacionalista, o ciclo do ouro brasileiro teve uma duração relativamente modesta, entrando em franca decadência já em meados do século XVIII. No caso de Vila Rica (atual Ouro Preto), a capacidade exploradora do ouro já estava em estado de exaustão há cerca de três décadas na ocasião da Conjuração Mineira (1789), apesar de ainda de ser o grande centro político e intelectual das Minas Gerais. Por sua vez, o conjunto de ideias que norteava os inconfidentes não era claro em vários aspectos. Ainda que noções de liberdade fossem fundamentais em seus discursos, havia entre eles senhores de escravo dispostos à manutenção da escravidão ainda que em caso de vitória da sublevação. Além disso, a preocupação central do movimento era a independência da província das Minas Gerais com relação a Portugal, sem elaborar de fato uma noção de independência brasileira. Deve-se, portanto, circunscrever o fenômeno da Inconfidência (ou Conjuração) Mineira aos seus próprios termos e à realidade da província, sem pretensão de expandir suas discussões para o restante da colônia. Alternativa errada.
- b) A Conjuração Baiana, também chamada dos Alfaiates, diferente da conjuração ocorrida em Minas Gerais, foi marcada por uma maior participação de setores populares como artesãos, soldados, mestres-escolas assalariados, entre outros.
A Conjuração Baiana (1798-1799) também emergiu das contradições e das dificuldades vividas no ambiente da sua capitania. Salvador vivia ciclos de fome ao mesmo tempo em que a sociedade assumia uma configuração bastante singular: negros e mulatos (livres e libertos) vinham constituindo uma classe de trabalhadores urbanos (muitos deles, alfaiates) e autônomos com importante capacidade de articulação política. Nos anos anteriores, a escassez de alimentos atingiu níveis gravíssimos e deflagrou revoltas e saques em diversos pontos de Salvador. Paralelamente, negros e mulatos compunham cerca de 80% da população da capitania, e a noção de pertencimento e de revolta dos libertos contra a escravidão dava uma capacidade explosiva às mobilizações sociais na Bahia. Influenciados pelos acontecimentos no Haiti, pela Revolução Francesa e pelo pensamento iluminista, esses trabalhadores urbanos conspiraram pela proclamação de uma república baiana independente, com fortes vínculos com a França revolucionária e livre da escravidão. Ou seja, mais uma vez, a revolta tinha como ponto focal as questões mais importantes da vida da capitania, pretendendo libertá-la; no entanto com uma composição marcadamente popular, ao contrário dos acontecimentos de Minas Gerais. ALTERNATIVA CORRETA.
- c) A abolição da escravidão não era pauta comum nas revoltas coloniais, entretanto, na Inconfidência, ou Conjuração Mineira, havia consenso sobre a necessidade da Abolição.
Como já explicado acima, não se pode depreender uma posição clara dos inconfidentes mineiros acerca da escravidão, principalmente porque, entre suas principais lideranças, havia, sim, senhores de escravos. Ainda que fossem claramente republicanos, os inconfidentes não eram unanimemente a favor da Abolição, ao contrário do que aconteceu na Conjuração Baiana. Alternativa errada.
- d) Na Conjuração Baiana, apesar da participação negra, inclusive de escravizados, não se registrou nenhuma contestação à desigualdade racial.
Pelo contrário, o exemplo da revolta escrava haitiana contra o domínio francês estava muito presente no horizonte dos conjurados baianos. O questionamento acerca da desigualdade racial e, principalmente, da escravidão foi uma marca importantíssima do movimento, conforme já foi explicado acima. Alternativa errada.
Sem mais, está correta a ALTERNATIVA B.
1120) Joaquim Norberto e Lúcio dos Santos […] embora divergentes em suas interpretações quanto aos papéis dos agentes, intensidade e objetivos do movimento, inauguraram o exame do tema preservando um tipo de construção narrativa baseada nos procedimentos instituídos no processo judicial. Prisioneiros dessa lógica, procuraram estabelecer os antecedentes (contexto do crime); a prioridade na ideia (principal culpado); a conspiração (planos e ações imediatas); o programa de ação e natureza da transformação (natureza do crime); os agentes (cúmplices); a traição (denúncia e indiciamento) e a repressão (prisão, inquérito e condenação).
- A) mostra que esses historiadores entendem que a Conjuração Mineira deve ser analisada como um processo revolucionário que, embora abortado pelas autoridades coloniais, pretendia abolir a escravidão e instalar indústrias em várias capitanias.
- B) reduziu a Inconfidência Mineira a um movimento de criminosos e não de rebeldes, porque os dois pesquisadores não souberam relativizar as acusações irreais e exageradas, presentes nos autos da devassa.
- C) fez com que esses dois autores se tornassem tributários de uma lógica jurídica que, por natureza intrínseca, não dá conta da diversidade de interesses e concepções possivelmente presentes no movimento de Minas.
- D) traz a vantagem de oferecer uma série de dados que podem ser fonte de novas leituras historiográficas, mas também há um forte limite, pois esses ensaístas tratam o movimento sob o ponto de vista do neopositivimo histórico.
- E) revela que o movimento rebelde da elite mineira, associada a parcelas das classes médias, projetava a restauração da ordem política que existia antes da chegada do novo governador, o visconde de Barbacena.
A alternativa correta é letra C) fez com que esses dois autores se tornassem tributários de uma lógica jurídica que, por natureza intrínseca, não dá conta da diversidade de interesses e concepções possivelmente presentes no movimento de Minas.
Vamos analisar cada alternativa, para identificar a interpretação correta do sistema interpretativo adotado por Joaquim Norberto e Lúcio dos Santos na visão de João Pinto Furtado.
A) mostra que esses historiadores entendem que a Conjuração Mineira deve ser analisada como um processo revolucionário que, embora abortado pelas autoridades coloniais, pretendia abolir a escravidão e instalar indústrias em várias capitanias.
INCORRETO. O texto não menciona que Joaquim Norberto e Lúcio dos Santos interpretaram a Conjuração Mineira como um processo revolucionário com o objetivo de abolir a escravidão e instalar indústrias. Eles adotaram uma abordagem baseada nos procedimentos instituídos no processo judicial, focando nos antecedentes, conspiração, programa de ação, agentes, traição e repressão. Não há referência a esses objetivos revolucionários específicos.
B) reduziu a Inconfidência Mineira a um movimento de criminosos e não de rebeldes, porque os dois pesquisadores não souberam relativizar as acusações irreais e exageradas, presentes nos autos da devassa.
INCORRETO. O texto não sugere que os historiadores reduziram a Inconfidência Mineira a um movimento de criminosos. Eles seguiram os procedimentos do processo judicial, mas isso não implica que eles concordaram com as acusações ou não souberam relativizá-las.
C) fez com que esses dois autores se tornassem tributários de uma lógica jurídica que, por natureza intrínseca, não dá conta da diversidade de interesses e concepções possivelmente presentes no movimento de Minas.
CORRETO. Esta alternativa está alinhada com o texto, que afirma que os historiadores estavam "prisioneiros dessa lógica", referindo-se à lógica jurídica. O autor sugere que essa abordagem pode não ter capturado a diversidade de interesses e concepções no movimento.
D) traz a vantagem de oferecer uma série de dados que podem ser fonte de novas leituras historiográficas, mas também há um forte limite, pois esses ensaístas tratam o movimento sob o ponto de vista do neopositivimo histórico.
INCORRETO. O texto não menciona que a abordagem dos historiadores oferecia uma série de dados para novas leituras historiográficas. Também não sugere que eles trataram o movimento sob o ponto de vista do neopositivismo histórico.
E) revela que o movimento rebelde da elite mineira, associada a parcelas das classes médias, projetava a restauração da ordem política que existia antes da chegada do novo governador, o visconde de Barbacena.
INCORRETO. O texto não sugere que os historiadores interpretaram o movimento como uma tentativa de restaurar a ordem política anterior. A abordagem deles estava focada nos procedimentos do processo judicial, não na ordem política anterior.
Portanto, a alternativa correta é a LETRA C.