Questões Sobre Período Colonial - História - concurso
1191) Quanto à colonização da América é CORRETO afirmar:
- A) A colonização européia foi um fator de progresso para os índios americanos.
- B) A agricultura da civilização indígena da América era a principal base econômica e um produto extremamente importante era o milho.
- C) As regiões temperadas da América do Norte eram mais cobiçadas pelos europeus durante o século XVI.
- D) Na colonização do Brasil, as Bandeiras do século XVII, contribuíram decisivamente para consolidar a Linha de Tordesilhas.
- E) Durante o século XVII, os territórios mais povoados da América pertenciam à França.
1192) A partir do século XVI, um processo de expansão e interiorização da colonização portuguesa nos territórios do que hoje é o Brasil foi produzindo uma rede de núcleos urbanos fora do espaço da zona litorânea. Esses núcleos urbanos existiam em função das atividades econômicas realizadas pelos colonos nas diversas regiões do interior da América portuguesa. Considerando as atividades econômicas que foram importantes para o processo de interiorização durante a colonização do Brasil, atente para as seguintes afirmações:
- A) II e III.
- B) I e IV.
- C) II e IV.
- D) I e III.
A alternativa correta é letra A) II e III.
Gabarito: Letra A
As proposições corretas são: II e III.
Analisemos as afirmativas:
I. A indústria têxtil e metalmecânica, introduzida com a chegada de imigrantes europeus ao sudeste do Brasil, foi fundamental na colonização. (Incorreta)
Enquanto colônia de Portugal, a América Portuguesa não tinha permissão para instalar indústrias. Essa permissão só aconteceria com a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil em 1808. Logo, a indústria têxtil e metalomecânica não foram atividades importantes para o processo de interiorização do Sudeste durante a colonização do Brasil.
II. A pecuária bovina, realizada tanto nos sertões nordestinos quanto nos pampas gaúchos, promoveu a ocupação de vastas áreas interiores no Brasil. (Correta)
A pecuária desempenhou papel importante na economia colonial abastecendo a população, com couro e carne, e também oferecendo animais para o transporte e para o trabalho nas moendas dos engenhos. Tendo a administração portuguesa proibido a criação de gados na faixa litorânea, a fim de reserva-la para a agricultura exportadora, as fazendas de gado adentraram o interior ocupando áreas que não eram apropriadas à agricultura de exportação. Dessa forma, no período colonial, a atividade pecuária se desenvolveu especialmente na caatinga do nordeste e nas campinas do sul, áreas antes despovoada de colonos.
III. A prospecção e mineração de metais e pedras preciosas foram responsáveis pela formação de várias cidades coloniais brasileiras, sobretudo na região de Minas Gerais. (Correta)
A descoberta de ouro na região de Minas Gerais mobilizou um grande número de pessoas em direção à região, atraindo anualmente, além da população colonial, 3 a 4 mil portugueses advindos da metrópole. Com esse intenso fluxo populacional a região passou por rápidas transformações e lugares antes desertos passaram a abrigar, em poucos anos, vilas e cidades como: Vila Rica (atual Ouro Preto), Ribeirão do Carmo (atual Mariana), São João del Rei e Sabará.
IV. As bandeiras de apresamento de africanos e o comércio de escravos negros fizeram surgir importantes agrupamentos urbanos na Amazônia. (Incorreta)
As bandeiras de apresamento dedicavam-se a captura de indígenas para vendê-los como escravos e não a captura de africanos e comércio de escravos negros como afirma a alternativa.
Referências:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 1. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 2. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
1193) Atente para as seguintes afirmações a respeito do Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494:
- A) III.
- B) I e III.
- C) II.
- D) I e II.
A alternativa correta é letra D) I e II.
Gabarito: Letra D
As assertivas corretas são I e II.
Vejamos:
I. Seu objetivo foi demarcar os direitos de exploração dos países ibéricos, tendo como elemento propulsor o desenvolvimento da expansão comercial marítima. (correto)
O Tratado de Tordesilhas tinha por objetivo a definição e a demarcação dos limites de exploração do mundo ultramarino entre Espanha e Portugal, assegurando pontos importantes para a navegação no Atlântico Sul para esses dois países que já desenvolviam a sua expansão comercial no ultramar.
II. Estabelecendo uma linha demarcatória de 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, o acordo atribuía a Portugal e Espanha não apenas as terras já descobertas, mas também as por se descobrirem. (correto)
O Tratado de Tordesilhas dividia o mundo ultramarino entre Espanha e Portugal, traçando uma linha imaginária de 370 léguas a oeste da ilha de Cabo Verde, no Atlântico, as terras a leste dessa linha seriam portuguesas enquanto as que ficassem a oeste seriam espanholas.
III. Como se tratava da criação de um sistema de monopólio, impunha uma reserva de mercado metropolitano que atingia todas as riquezas coloniais. (incorreto)
O Tratado de Tordesilhas não criava um sistema de monopólio e nem impunha uma reserva de mercado metropolitano. Apenas definia limites territoriais para a navegação e conquista de terras.
Referências:
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: das sociedades sem Estado às monarquias absolutistas, volume 1. São Paulo: Saraiva, 2010.
1194) Filipe Camarão, Henrique Dias, André Vidal de Negreiros e João Fernandes Vieira são personagens que participaram da Insurreição Pernambucana, que foi
- A) um movimento de oposição ao absolutismo de D. Pedro I e resultou na formação de outro país, a Confederação do Equador, durante o primeiro reinado.
- B) o conflito entre manifestantes a favor e contra as medidas de austeridade de D. Pedro II, em 1848, na primeira fase do segundo reinado.
- C) um movimento separatista pernambucano, ocorrido no período regencial, entre 1831 e 1840, e que somente foi pacificado com a ascensão de D. Pedro II ao trono.
- D) o conflito responsável pela expulsão dos holandeses do Nordeste brasileiro, no século XVII, e que garantiu a continuidade do sistema colonial português na região.
A alternativa correta é letra D) o conflito responsável pela expulsão dos holandeses do Nordeste brasileiro, no século XVII, e que garantiu a continuidade do sistema colonial português na região.
Gabarito: Letra D
o conflito responsável pela expulsão dos holandeses do Nordeste brasileiro, no século XVII, e que garantiu a continuidade do sistema colonial português na região
Os quatro personagens citados pelo enunciado da questão foram nomes importantes do processo de expulsão dos holandeses do Nordeste brasileiro, ocorrido entre 1640 e 1654. Cada um deles liderou tropas que combateram os flamengos na capitania de Pernambuco até a definitiva expulsão.
André Vidal de Negreiros, nascido na Paraíba, era filho de proprietário de engenho. Participou ativamente na guerra contra os holandeses, sendo considerado o principal elemento da resistência ao domínio batavo no Nordeste. Participou ativamente de todas as fases de ocupação dos holandeses. Um dos episódios mais conhecidos da narrativa sobre André Vidal de Negreiros foi o incêndio proposital no canavial de seu pai quando os holandeses iniciaram a ocupação da Paraíba.
Felipe Camarão era indígena, membro da população potiguar. Lutou ao lado dos luso-brasileiros na expulsão dos holandeses comandando um batalhão de indígenas.
Henrique Dias era negro liberto e comandou uma tropa de negros libertos na guerra contra os holandeses.
João Fernandes Vieira era português e na época da invasão holandesa estava endividado e em grande penúria. Inicialmente lutou ao lado dos luso-brasileiros contra a ocupação batava. Mas depois que a derrota era inevitável passou para o lado dos holandeses e se tornou um grande colaborador dos mesmos. Nessa época contraiu muitos empréstimos para aumentar suas propriedades. Quando a Companhia das Índias Ocidentais resolveu cobrar as dívidas contraídas por muitos senhores de engenho, João Fernandes foi um dos primeiros a fazer resistência a essa medida, uma vez que também estava endividado. Passou para o lado dos luso-brasileiros, transformando-se em comandante de um exército de libertação.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: um movimento de oposição ao absolutismo de D. Pedro I e resultou na formação de outro país, a Confederação do Equador, durante o primeiro reinado.
Trata-se de um movimento de resistência ocorrido em 1824 durante o reinado de D. Pedro I. Organizado a partir do fechamento da Assembleia Constituinte e da outorga da Constituição, a Confederação do Equador pretendia separar as províncias do Nordeste que formariam um estado confederado.
Letra B: o conflito entre manifestantes a favor e contra as medidas de austeridade de D. Pedro II, em 1848, na primeira fase do segundo reinado.
Trata-se da Revolução Praieira ocorrida em 1848 durante o reinado de D. Pedro II. Foi um conflito entre as forças liberais e as conservadoras em Pernambuco.
Letra C: um movimento separatista pernambucano, ocorrido no período regencial, entre 1831 e 1840, e que somente foi pacificado com a ascensão de D. Pedro II ao trono.
Essa alternativa pode tratar de uma série de revoltas ocorridas durante a Regência e que tiveram palco a província pernambucana, como por exemplo, a setembrada (1831), a novembrada (1831), a abrilada (1832), a cabanada (1832-1835) e as carneiradas (1834-1835). Assim resta difícil saber de qual desses movimentos a alternativa faz referência.
Referências:
BASILE, Marcello. "O laboratório da nação: a era regencial (1831-1840)". In: GRINBERG, Keila e SALLES, Ricardo. O Brasil Imperial. Volume II, 1831-1870. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.
SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808). Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
VAINFAS, Ronaldo. “Tempo dos flamengos: a experiência colonial holandesa”. In: GOUVÊA, Maria de Fátima e FRAGOSO, João Luís Ribeiro. O Brasil Colonial – volume 2 (1580-1720). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.
1195) A respeito dos processos de formação e transformação das sociedades americanas e europeias entre os séculos XIV e XVIII, julgue o item que se segue.
- A) Certo
- B) Errado
A alternativa correta é letra A) Certo
O contato com os povos nativos, definidos genericamente como índios, foi uma das principais dificuldades encontradas pelos portugueses que colonizaram o território que viria a se constituir na nação brasileira. Isso porque os índios possuíam uma cultura, língua e organização social próprias, o que gerou choques culturais e conflitos com os colonizadores portugueses.
Além disso, os índios também resistiram à colonização, o que levou a guerras e massacres, como o caso da Confederação dos Tamoios, que uniu várias tribos indígenas contra os portugueses. Portanto, o contato com os povos nativos foi um desafio significativo para os portugueses que colonizaram o Brasil.
1196) Na América Portuguesa do século XVI, a política europeia para os indígenas pressupunha também a existência de uma política indígena frente aos europeus, já que os Tamoios e os Tupiniquins tinham seus próprios motivos para se aliarem aos franceses ou aos portugueses.
- A) A população ameríndia era heterogênea e os conflitos entre diferentes grupos étnicos ajudaram a definir, de acordo com suas próprias lógicas e interesses, a dinâmica dos seus contatos com os europeus.
- B) O fato de Tamoios e Tupiniquins serem grupos aliados contribuiu para neutralizar as disputas entre franceses e portugueses pelo controle do Brasil, pelo papel mediador que os nativos exerciam.
- C) Os indígenas, agentes de sua história, desde cedo souberam explorar as rivalidades entre os europeus e mantê-los afastados dos seus conflitos interétnicos, anulando o impacto da presença portuguesa.
- D) As etnias indígenas viviam em harmonia umas com as outras e em equilíbrio com a natureza. Esse quadro foi alterado com a chegada dos europeus, que passaram a incentivar os conflitos interétnicos para estabelecer o domínio colonial.
A alternativa correta é letra A) A população ameríndia era heterogênea e os conflitos entre diferentes grupos étnicos ajudaram a definir, de acordo com suas próprias lógicas e interesses, a dinâmica dos seus contatos com os europeus.
Gabarito: Letra A
A população ameríndia era heterogênea e os conflitos entre diferentes grupos étnicos ajudaram a definir, de acordo com suas próprias lógicas e interesses, a dinâmica dos seus contatos com os europeus.
Manuela Carneiro da Cunha em introdução ao livro História dos Índios do Brasil afirma que as populações indígenas eram heterogêneas, indo além das simplificadas classificações feitas pelos europeus.
Além do mais, uma nova historiografia indígena traz à tona a ideia de que as populações indígenas não foram simples instrumentos de interesses dos europeus e assim foram vítimas de uma política que visava explorar sua força de trabalho bem como extrair as matérias-primas que existiam na colônia.
Os indígenas foram importantes agentes de sua própria história e de acordo com suas próprias lógicas e interesses estabeleceram alianças ou hostilidades nos contatos com os europeus. Assim sendo, os Tamoios e os Tupiniquins tinham seus próprios motivos para se aliarem aos franceses ou aos portugueses. Os Tapuias de Janduí tinham os seus para aceitarem apoiar a Maurício de Nassau e os neerlandeses.
Por que as demais estão incorretas?
Letra B: O fato de Tamoios e Tupiniquins serem grupos aliados contribuiu para neutralizar as disputas entre franceses e portugueses pelo controle do Brasil, pelo papel mediador que os nativos exerciam.
Os Tamoios e os Tupiniquins não eram aliados, passando cada um a estabelecer alianças com os europeus. Os Tamoios com os franceses e os Tupiniquins com os portugueses. Essas alianças não contribuíram para neutralizar as disputas entre os europeus por territórios no Brasil.
Letra C: Os indígenas, agentes de sua história, desde cedo souberam explorar as rivalidades entre os europeus e mantê-los afastados dos seus conflitos interétnicos, anulando o impacto da presença portuguesa.
Os indígenas, sujeitos históricos, desde cedo souberam explorar as rivalidades entre os europeus para afastar populações indígenas rivais. Entretanto, não conseguiram anular o impacto da presença portuguesa, pois eliminados os invasores europeus, os portugueses iniciaram um processo de ocupação do território brasileiro através de um genocídio contra indígenas hostis.
Letra D: As etnias indígenas viviam em harmonia umas com as outras e em equilíbrio com a natureza. Esse quadro foi alterado com a chegada dos europeus, que passaram a incentivar os conflitos interétnicos para estabelecer o domínio colonial.
Não havia harmonia entre etnias indígenas. Algumas populações tinham rivais e isso foi explorado pelos europeus que passaram a fazer alianças com um determinado grupo a fim de eliminar a presença do outro. Um bom exemplo, foi a criação de alianças entre os conquistadores espanhóis e populações indígenas que estavam sob dominação dos astecas.
Referências:
COTRIM, Gilberto e RODRIGUES, Jaime. Historiar, 7° ano: ensino fundamental, anos finais. São Paulo: Saraiva, 2018.
CUNHA, Manuela Carneiro da. Introdução a uma história indígena. CUNHA, Manuela Carneiro da. (Org). História dos Índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras; Secretaria Municipal de Cultura; FAPESP. 1992.
1197) Dos séculos XVI ao XIX, para colonizar territórios na América, os portugueses empregaram diversas estratégias em relação aos habitantes originais, dentre as quais NÃO se pode destacar:
- A) Os portugueses compravam os territórios dos indígenas.
- B) Os portugueses declaravam Guerra justa aos indígenas que não aceitassem a presença portuguesa.
- C) A catequese dos indígenas foi uma estratégia importante para a colonização portuguesa.
- D) Em alguns episódios, os portugueses se aliaram estrategicamente a alguns grupos indígenas para promover o ataque de nativos rivais.
- E) Para explorar produtos extraídos da colônia, como pau-brasil, ervas, animais e pedras preciosas, os portugueses realizaram trocas comerciais com grupos aliados de nativos.
A alternativa correta é letra A) Os portugueses compravam os territórios dos indígenas.
Vamos analisar cada alternativa, para identificar a estratégia que os portugueses não empregaram em relação aos habitantes originais das Américas durante a colonização.
A) Os portugueses compravam os territórios dos indígenas.
CORRETO. Os portugueses não compravam territórios dos indígenas. A ideia de propriedade privada da terra como a entendemos hoje não fazia parte da cultura indígena. Além disso, os portugueses se consideravam no direito de tomar posse das terras descobertas em nome da coroa portuguesa, conforme o direito internacional da época, que era regido pela Bula Inter Coetera, emitida pelo Papa Alexandre VI em 1493, que dividia as terras recém-descobertas entre Portugal e Espanha. Portanto, a compra de terras não era uma prática comum dos portugueses na colonização da América.
B) Os portugueses declaravam Guerra justa aos indígenas que não aceitassem a presença portuguesa.
INCORRETO. A "Guerra Justa" foi um conceito utilizado pelos colonizadores para justificar os conflitos contra os indígenas que se opunham à colonização. Esta prática era baseada em uma interpretação da lei canônica e civil que permitia a guerra contra aqueles que ameaçavam a expansão do cristianismo. Portanto, essa foi uma estratégia usada pelos portugueses na colonização.
C) A catequese dos indígenas foi uma estratégia importante para a colonização portuguesa.
INCORRETO. A catequese foi uma das principais estratégias utilizadas pelos portugueses na colonização da América. Através da catequese, os portugueses buscavam converter os indígenas ao cristianismo, a fim de facilitar a colonização e a exploração dos recursos naturais. Esta estratégia também serviu para consolidar a dominação cultural e política dos portugueses sobre os indígenas.
D) Em alguns episódios, os portugueses se aliaram estrategicamente a alguns grupos indígenas para promover o ataque de nativos rivais.
INCORRETO. Esta foi uma estratégia comum utilizada pelos portugueses durante a colonização. Ao se aliar a determinados grupos indígenas, os portugueses conseguiam promover conflitos entre diferentes tribos, o que facilitava a sua dominação territorial. Estas alianças também eram importantes para a exploração dos recursos naturais, uma vez que os indígenas conheciam bem o território e os recursos disponíveis.
E) Para explorar produtos extraídos da colônia, como pau-brasil, ervas, animais e pedras preciosas, os portugueses realizaram trocas comerciais com grupos aliados de nativos.
INCORRETO. As trocas comerciais foram uma prática comum durante a colonização. Os portugueses trocavam mercadorias europeias, como tecidos e ferramentas, por produtos extraídos da colônia. Além disso, os indígenas aliados ajudavam na exploração dos recursos naturais e na defesa do território contra outros grupos indígenas.
Portanto, a alternativa que os portugueses não empregaram em relação aos habitantes originais das Américas durante a colonização é a LETRA A.
1198) A chegada dos Europeus à América, no século XV, significou o início da destruição da maioria das organizações sociais, culturais e políticas existentes. Os chamados conquistadores confiscaram as terras indígenas, sua liberdade e, muito frequentemente, suas vidas. Mais da metade dos cerca de 80 milhões de ameríndios que então se distribuíam por todo o continente acabaram mortos em pouco menos de um século de colonização (VICENTINO; DORIGO, 1997). A respeito da chegada dos portugueses ao Brasil, assinale a alternativa incorreta.
- A) Além da submissão à exploração colonial, dos sucessivos confrontos armados e da expulsão de suas terras, os indígenas também foram destruídos pelas doenças trazidas pelos conquistadores
- B) Os conquistadores europeus, portadores de uma tecnologia superior e dotados da ambição comercial, impuseram um verdadeiro morticínio às populações nativas
- C) O processo de massacre aos indígenas teve início no período colonial, manteve-se pela fase imperial e continuou pelo período republicano, não sendo raro na atualidade
- D) Os primeiros séculos de contato entre brancos e índios revestiram-se de alguma amabilidade, pois, os interesses dos colonizadores com o passar do tempo mudaram radicalmente em relação ao dos indígenas
- E) No início, os índios do Brasil foram atraídos pelo escambo, isto é, troca de produtos nativos por outra mercadoria
A alternativa correta é letra D) Os primeiros séculos de contato entre brancos e índios revestiram-se de alguma amabilidade, pois, os interesses dos colonizadores com o passar do tempo mudaram radicalmente em relação ao dos indígenas
Gabarito: Letra D
Trata-se de uma questão formulada com base no livro dos autores Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo intitulado História do Brasil.
O contato entre portugueses e indígenas não foi marcado por séculos de amabilidade. Passadas algumas décadas de relacionamentos amistosos, o processo de ocupação portuguesa fez com que as primeiras resistências começassem a aparecer.
Se em algumas ocasiões e regiões estabeleceu-se um bom contato entre as populações, em outras regiões os indígenas resistiram ao avanço de colonização.
Abaixo reproduzi o trecho conforme se encontra no livro:
“Apenas os primeiros contatos entre brancos e índios revestiram-se de alguma amabilidade, pois, pouco depois, os interesses dos colonizadores passaram a opor-se radicalmente aos dos indígenas. De certa forma, a cordialidade dos primeiros contatos era apenas um preparativo para a dominação”.
As demais estão corretas, pois no início das relações, os índios do Brasil foram atraídos pelo escambo, isto é, troca de produtos nativos por outra mercadoria.
Quando a colonização se estabeleceu as relações com os indígenas tornaram-se cada vez mais violentas.
Além da submissão à exploração colonial, dos sucessivos confrontos armados e da expulsão de suas terras, os indígenas também foram destruídos pelas doenças trazidas pelos conquistadores. Estes, portadores de uma tecnologia superior e dotados da ambição comercial, impuseram um verdadeiro morticínio às populações nativas.
Mas o processo de massacre aos indígenas mão se restringiu ao período colonial, estendendo-se pela fase imperial e pelo período republicano.
Ainda hoje notamos as diversas violências cometidas contra as populações indígenas.
Resposta baseada na fonte:
VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História do Brasil. Ed. Scipione, 1997.
1199) Com o estabelecimento do Tratado de Tordesilhas em 1494, o sul do Brasil pertencia a:
- A) Portugal.
- B) França.
- C) Inglaterra.
- D) Holanda.
- E) Espanha.
A alternativa correta é letra E) Espanha.
Gabarito: Letra E
O Tratado de Tordesilhas assinado em 1494 entre Portugal e Espanha é visto como “um divisor do mundo” entre as duas monarquias.
Na verdade, o tratado divide o Oceano Atlântico e territórios banhados por ele entre portugueses e espanhóis.
O seu contexto de produção está ligado à época das Grandes Navegações portuguesas e espanholas pelo Atlântico e diretamente envolvido pelos acontecimentos de 1492, quando a expedição de Cristóvão Colombo chegou a Cuba, acreditando estar nas Índias. Essa expedição forçou um acordo entre portugueses e espanhóis com intermédio do papa, mas que não foi aceito por Portugal.
Então em 1494, o novo acordo assinado na cidade de Tordesilhas colocou parte do sul do Brasil sob área de influência da Espanha conforme o mapa abaixo.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: Portugal.
Portugal ficou com parte do litoral sul do Brasil, mas a boa parte do sul estava com a Espanha.
Letra B: França.
A França em 1494 ainda não havia começado a sua expansão marítima.
Letra C: Inglaterra.
Tal como os franceses, a Inglaterra em 1494 ainda não havia começado a sua expansão marítima.
Letra D: Holanda.
Tal como os franceses e ingleses, a Holanda em 1494 ainda não havia começado a sua expansão marítima.
1200) O projeto empreendido pelos portugueses de colonização do território que viria a se chamar Brasil se deu, primeiramente, pela implementação das conhecidas capitanias hereditárias, a partir de 1532. Segundo Boris Fausto:
- A) a ausência de mão de obra disponível no litoral para os trabalhos referentes à colonização, a dificuldade de escoamento dos produtos coloniais no mercado de consumo europeu e o desinteresse dos portugueses nas terras recém-conquistadas.
- B) a falta de recursos dos donatários para investir na colonização do território, a inexperiência no processo de colonização das regiões situadas na América, além dos ataques constantes dos nativos indígenas aos aldeamentos coloniais.
- C) a monopolização da coroa sobre as terras recém-descobertas, a intervenção da administração real no modo como os colonos empreenderam a colonização e a falta de apoio da igreja católica na catequização dos indígenas, considerados indignos da catequese.
- D) a miscigenação dos colonos portugueses com as populações ameríndias, que os tornara, em pouco tempo, lascivos e ociosos do trabalho da empreitada colonial, e a intervenção constante dos jesuítas nos negócios dos colonos, arregimentando populações nativas aos trabalhos de cunho religioso, em detrimento do trabalho braçal.
- E) o clima e o solo pouco propícios para a produção de artigos e produtos agrícolas que eram valorizados no mercado europeu e a dificuldade de adaptação dos portugueses às novas terras, haja vista que esta era a primeira experiência de colonização de territórios distantes de Portugal.
A alternativa correta é letra B) a falta de recursos dos donatários para investir na colonização do território, a inexperiência no processo de colonização das regiões situadas na América, além dos ataques constantes dos nativos indígenas aos aldeamentos coloniais.
Gabarito: Letra B
(a falta de recursos dos donatários para investir na colonização do território, a inexperiência no processo de colonização das regiões situadas na América, além dos ataques constantes dos nativos indígenas aos aldeamentos coloniais.)
Após a expedição de Cabral ter aportado no litoral do Brasil, fincado uma cruz, rezado uma missa e declarado que as terras pertenciam a Portugal, o território brasileiro não foi colonizado imediatamente, devido à política econômica da Coroa Portuguesa, que procurava extrair o máximo de lucro no comércio com o Oriente.
A consequência dessa política foram as incursões de estrangeiros no litoral, sobretudo, os franceses, que buscavam se aliar com os indígenas para extrair a madeira do pau-brasil.
Até 1532, não houve uma política portuguesa para ocupar o território americano. O primeiro movimento começou com a expedição de Martim Afonso de Sousa, que veio ao litoral do Brasil para patrulhar a costa e capturar embarcações que faziam o tráfico de pau-brasil, estabelecer núcleos de povoamento (dando origem a São Vicente) e iniciar o processo de colonização, organizando o núcleo colonial administrativa e economicamente, com a opção pelo cultivo da cana-de-açúcar.
Ainda na mesma década de 1530, a Coroa Portuguesa decidiu dar um passo a mais na ocupação do território, transplantando o sistema de capitanias hereditárias que já vigorava nas ilhas do Atlântico para o Brasil.
As capitanias eram faixas de terras divididas para administradores particulares, geralmente militares, grandes comerciantes e funcionários reais, que foram chamados de capitães-donatários.
Entretanto, muitas capitanias não tiveram êxito. Abaixo listamos os motivos do insucesso de algumas capitanias:
- Falta de recursos dos donatários para investir na colonização (muitos deles tiveram que arcar com as despesas das viagens)
- Desentendimentos internos
- Inexperiência administrativa dos donatários
- Resistências indígenas ao processo de ocupação do território
- Naufrágios de donatários que decidiram arriscar-se no empreendimento
- Ausência de interesse de donatários
- Falta de apoio da Coroa Portuguesa na organização do projeto de ocupação do território
A fragilidade e ineficiência do sistema das capitanias fez com que a Coroa Portuguesa optasse por reorganizar a estrutura administrativa do Brasil, estabelecendo um modelo mais centralizado, o governo geral.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: a ausência de mão de obra disponível no litoral para os trabalhos referentes à colonização, a dificuldade de escoamento dos produtos coloniais no mercado de consumo europeu e o desinteresse dos portugueses nas terras recém-conquistadas.
Boris Fausto, historiador que é referenciado na questão, não aponta esses fatores como insucessos do sistema de capitanias hereditárias. Vale lembrar que não havia ausência de mão de obra no litoral, já que poderiam ser utilizada (e assim ocorreu em um primeiro momento), a mão de obra indígena.
Letra C: a monopolização da coroa sobre as terras recém-descobertas, a intervenção da administração real no modo como os colonos empreenderam a colonização e a falta de apoio da igreja católica na catequização dos indígenas, considerados indignos da catequese.
Boris Fausto, historiador que é referenciado na questão, não aponta esses fatores como insucessos do sistema de capitanias hereditárias. Além disso, a Coroa Portuguesa com foco no comércio com o Oriente, descentralizou a ocupação do território brasileiro, concedendo o direito de exploração a particulares, não interferindo no modo como os colonos empreenderam a colonização. Cabe ressaltar também que a Igreja sempre foi uma aliada na catequização dos indígenas, um braço religioso do reino português na colonização do Brasil. Junto aos primeiros donatários vieram também os primeiros missionários que pretendiam converter os nativos.
Letra D: a miscigenação dos colonos portugueses com as populações ameríndias, que os tornara, em pouco tempo, lascivos e ociosos do trabalho da empreitada colonial, e a intervenção constante dos jesuítas nos negócios dos colonos, arregimentando populações nativas aos trabalhos de cunho religioso, em detrimento do trabalho braçal.
Boris Fausto, historiador que é referenciado na questão, não aponta esses fatores como insucessos do sistema de capitanias hereditárias. Esses itens tratam de um período posterior à organização das capitanias hereditárias e do governo geral, quando a colonização já estava consolidada e começaram os conflitos pela mão de obra que acabariam contribuindo para a opção do tráfico atlântico de africanos.
Letra E: o clima e o solo pouco propícios para a produção de artigos e produtos agrícolas que eram valorizados no mercado europeu e a dificuldade de adaptação dos portugueses às novas terras, haja vista que esta era a primeira experiência de colonização de territórios distantes de Portugal.
O clima e o solo eram bem propícios para a produção de artigos de alto valor no mercado europeu, como, por exemplo, a cana, que produzia o açúcar. Podemos destacar também o algodão e o tabaco, como outros gêneros procurados. Além do mais, outro erro dessa alternativa consiste em dizer que era a primeira experiência de colonização portuguesa, quando, o próprio modelo das capitanias hereditárias havia sido transplantado das ilhas portuguesas no Atlântico, primeiras colônias que Portugal organizou no contexto das Navegações rumo ao Oriente. Portanto, Portugal já tinha uma experiência de colonização antes da ocupação do Brasil.
Referências:
AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EdUSP, 1995.