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Questões Sobre Período Colonial - História - concurso

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1211) No dia 29 de março de 1549, o fidalgo português Tomé de Souza desembarcou na Baía de Todos os Santos, no Porto da Barra, iniciando a implantação do Governo Geral na Colônia. A partir daí,

  • A) ficou estabelecido o fim das Capitanias Hereditárias, especialmente após o trágico episódio ocorrido com o donatário da capitania da Baía de Todos os Santos, Francisco Pereira Coutinho, morto pelos Tupinambás em Vila Velha, em 1546, em um ritual antropofágico.
  • B) passou a ser construída a Cidade do São Salvador, que foi projetada pelo construtor Luís Dias para funcionar como sede do Governo Geral na América lusitana, com prédios imponentes construídos na Cidade Baixa, devido ao fácil acesso ao mar.
  • C) houve a implantação de um sistema centralizado de poder, por meio do qual o Governador Geral, situado na Cidade do São Salvador, passava a fiscalizar e organizar a Colônia, sendo auxiliado pelo Provedor-Mor, Ouvidor-Mor e Capitão-Mor.
  • D) chegaram padres Jesuítas que foram os mais importantes missionários na atuação religiosa na Bahia, priorizando a formação educacional dos nativos e permitindo aos autóctones autonomia para permanecer com suas crenças e costumes.
  • E) foi implementado um auxílio do governador aos povos indígenas, que tiveram proteção das autoridades régias contra a escravização promovida pelos colonos, ficando legalizada a proibição dessa prática em solo baiano.

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A alternativa correta é letra C) houve a implantação de um sistema centralizado de poder, por meio do qual o Governador Geral, situado na Cidade do São Salvador, passava a fiscalizar e organizar a Colônia, sendo auxiliado pelo Provedor-Mor, Ouvidor-Mor e Capitão-Mor.

Gabarito: ALTERNATIVA C

 

No dia 29 de março de 1549, o fidalgo português Tomé de Souza desembarcou na Baía de Todos os Santos, no Porto da Barra, iniciando a implantação do Governo Geral na Colônia. A partir daí,

  • a)  ficou estabelecido o fim das Capitanias Hereditárias, especialmente após o trágico episódio ocorrido com o donatário da capitania da Baía de Todos os Santos, Francisco Pereira Coutinho, morto pelos Tupinambás em Vila Velha, em 1546, em um ritual antropofágico.

O Governo Geral foi instituído, de fato, no contexto do insucesso das capitanias hereditárias, que só vingaram em São Vicente e Pernambuco. A fragmentação administrativas não dera os frutos esperados pela Coroa portuguesa, mas as capitanias não foram extintas imediatamente. As terras sob controle dos donatários foram progressivamente compradas por Portugal, que as manteve públicas a partir dessas ações. As últimas áreas controladas dessa maneira só seriam abolidas no contexto das reformas pombalinas, em meados do século XVIII. Alternativa errada.

 

  • b)  passou a ser construída a Cidade do São Salvador, que foi projetada pelo construtor Luís Dias para funcionar como sede do Governo Geral na América lusitana, com prédios imponentes construídos na Cidade Baixa, devido ao fácil acesso ao mar.

Salvador já nasceu com a missão de ser a capital do Governo Geral do Brasil, tendo no desembarque de Tomé de Souza o seu momento fundacional. Como deveria ser uma cidade-fortaleza, Salvador foi projetada por Luís Dias, importante arquiteto militar português do século XVI. Primando pela segurança do perímetro, o projeto da cidade pensava a Cidade Alta como o centro das atividades civis e religiosas, abrigando os prédios principais da administração pública. Por sua vez, a Cidade Baixa concentrava as atividades comerciais, estando inteiramente ligada ao porto. Alternativa errada.

 

  • c)  houve a implantação de um sistema centralizado de poder, por meio do qual o Governador Geral, situado na Cidade do São Salvador, passava a fiscalizar e organizar a Colônia, sendo auxiliado pelo Provedor-Mor, Ouvidor-Mor e Capitão-Mor.

A questão trata da gênese do Governo Geral, do qual Tomé de Sousa foi o primeiro chefe. A sua missão era garantir a administração colonial e a defesa da América portuguesa, bem como promover a ocupação efetiva do território. Superando as capitanias hereditárias, tratava-se de um modelo de centralização político-administrativa para dar maior controle efetivo sobre a colônia. Conjuntamente, foi criado todo um corpo burocrático na colônia, tendo novos cargos - como os citados - a dar suporte para o governador geral. Ainda que com algumas alterações, o sistema prevaleceria até 1808, quando da transferência da capital portuguesa para o Brasil. ALTERNATIVA CORRETA.

 

  • d)  chegaram padres Jesuítas que foram os mais importantes missionários na atuação religiosa na Bahia, priorizando a formação educacional dos nativos e permitindo aos autóctones autonomia para permanecer com suas crenças e costumes.

De fato, os primeiros padres jesuítas que chegaram ao Brasil vieram com a comitiva de Tomé de Souza e aportaram na Bahia na data indicada. Seriam deles as primeiras iniciativas de instrução pública na colônia, inclusive organizando as primeiras bibliotecas. No entanto, seu trabalho junto aos indígenas seria o de evangelização, aldeando os nativos e promovendo sua catequização. Alternativa errada.

 

  • e)  foi implementado um auxílio do governador aos povos indígenas, que tiveram proteção das autoridades régias contra a escravização promovida pelos colonos, ficando legalizada a proibição dessa prática em solo baiano.

A escravização indígena foi uma realidade muito presente nas primeiras décadas de presença portuguesa na América. Apenas no último quarto do século XVI, por pressão dos jesuítas, D. Sebastião proibiria a escravização de indígenas que aceitassem a fé cristã. Durante parte significativa dos séculos XVI e XVII, o governo geral estabeleceria alianças com nações indígenas para o enfrentamento a outras nações, o que ampliava a prática da escravização. Alternativa errada.

 

 

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

1212) Examine o mapa.

  • A) à dispersão e ao assentamento de grupos contrários à administração imperial.
  • B) a conflitos geopolíticos pelo uso de aquíferos com limites internacionais.
  • C) a guerras e disputas internacionais pela definição das fronteiras brasileiras.
  • D) a revoluções civis pela igualdade de diretos às pessoas sujeitas à xenofobia.
  • E) a núcleos rurais ocupados por imigrantes indiferentes às leis brasileiras.

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A alternativa correta é letra C) a guerras e disputas internacionais pela definição das fronteiras brasileiras.

Gabarito: ALTERNATIVA C

 

 

O mapa trata de eventos ocorridos no século XIX e no início do século XX. As áreas destacadas dizem respeito

  • a)  à dispersão e ao assentamento de grupos contrários à administração imperial.

O Acre só passaria a ser um território brasileiro em 1903, quando do Tratado de Petrópolis. Ou seja, não faz sentido relacionar a região ao período monárquico (1822-1889). Alternativa errada.

 

  • b)  a conflitos geopolíticos pelo uso de aquíferos com limites internacionais.

A questão hídrica só passou a ser refletida de uma maneira geral no final do século XX, não sendo considerado um recurso estratégico no século XIX e em grande parte do século seguinte. Ou seja, não faz sentido se considerar a questão dos aquíferos como uma questão geopolítica no período que se tem em tela nesta questão. Alternativa errada.

 

  • c)  a guerras e disputas internacionais pela definição das fronteiras brasileiras.

Exceção feita à questão Cisplatina no extremo sul do país, nenhuma fronteira brasileira foi definida por solução armada. Ainda se pode argumentar que a estabilidade do Mato Grosso e as formas da sua fronteira decorrem da vitória aliada contra o Paraguai em 1870, mas não se pode generalizar a questão para os outros pontos da fronteira. Os demais pontos destacados no mapa foram alvo de importantes negociações internacionais para o estabelecimento de fronteiras, como a Questão do Acre (1903, com a Bolívia), Questão Letícia (1930, com a Colômbia), Questão de Palmas (1889, com a Argentina) e o Cabo Norte (Amapá). Em sua maioria, as fronteiras brasileiras tiveram seus contornos estabelecidos por tratados bilaterais e por arbitragem e são essas as áreas delimitadas na imagem. ALTERNATIVA CORRETA.

 

  • d)  a revoluções civis pela igualdade de diretos às pessoas sujeitas à xenofobia.

Não houve, no Brasil, levantes populares com esse conteúdo, nem mesmo nas fases mais traumáticas da imigração. Alternativa errada.

 

  • e)  a núcleos rurais ocupados por imigrantes indiferentes às leis brasileiras.

A imigração não foi um processo destacado em relação ao ordenamento legal brasileiro, mas diretamente orientado para colônias pensadas para o processo de ocupação efetiva do território. Isso significa que não se tratou de processo "indiferente às leis brasileiras". Alternativa errada.

 

 

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

1213)   Texto associado

  • A) os navegadores tratavam os nativos como servos ou escravos e não reconheciam seu direito à cidadania brasileira.
  • B) os navegadores portugueses pensavam ter alcançado as Índias e não admitiam ter chegado a terras até então desconhecidas.
  • C) a nacionalidade brasileira se estabeleceu apenas após a miscigenação entre nativos, africanos escravizados e europeus.
  • D) os navegadores pretendiam impor a nacionalidade portuguesa aos nativos e não permitiam, por parte deles, reivindicações identitárias.
  • E) a ideia de nacionalidade se concretizou apenas após a conquista da autonomia política e a superação da condição colonial.

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A alternativa correta é letra E) a ideia de nacionalidade se concretizou apenas após a conquista da autonomia política e a superação da condição colonial.

Gabarito: ALTERNATIVA E

  • A afirmação do texto 2 de que “Quando Pedro Álvares Cabral e seus homens chegaram à costa da atual Bahia em 1500, não havia, obviamente, nem Brasil nem brasileiros” é correta, pois

Aqui, solicitava a banca um simples esforço de interpretação de texto para que o candidato conquistasse os pontos em disputa. O Brasil é a resultante da colonização portuguesa em contato com os povos originários e associado à chegada de africanos pela escravidão. Em 1500, por óbvio, nada disso estava posto, era apenas uma esquadra portuguesa estabelecendo os primeiros contatos com as nações indígenas da costa da América do Sul. O Brasil e os brasileiros enquanto uma identidade se conformariam ao longo do processo de colonização entre contradições e transformações. Em 1500, eram portugueses e indígenas que jamais poderiam supor que um novo processo civilizacional identificaria aquele ponto como um momento fundacional. A nacionalidade brasileira, portanto, é construção muito posterior, produto de séculos de um experimento civilizacional inédito. Assim, observemos as alternativas propostas.

a)  os navegadores tratavam os nativos como servos ou escravos e não reconheciam seu direito à cidadania brasileira.
b)  os navegadores portugueses pensavam ter alcançado as Índias e não admitiam ter chegado a terras até então desconhecidas.
c)  a nacionalidade brasileira se estabeleceu apenas após a miscigenação entre nativos, africanos escravizados e europeus.
d)  os navegadores pretendiam impor a nacionalidade portuguesa aos nativos e não permitiam, por parte deles, reivindicações identitárias.
e)  a ideia de nacionalidade se concretizou apenas após a conquista da autonomia política e a superação da condição colonial.

Como explicado acima, a ideia de nacionalidade é muito posterior à chegada cabralina de 1500. Nenhuma das outras características citadas estava dada em 1500 e é absurdo se falar em uma nacionalidade (e, pior ainda, em uma cidadania) brasileira naquele momento. Assim, está correta a ALTERNATIVA E.

1214)   Texto associado

  • A) O Tratado de Tordesilhas representou uma permanente barreira à exploração econômica dos sertões portugueses da América, e só foi ultrapassada no século XVIII por sertanistas que passaram a agir junto à coroa portuguesa.
  • B) A ocupação da Amazônia foi determinante na formação do território português da América porque as drogas do sertão puderam ser exploradas por longos períodos, ao contrário do efêmero ouro de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
  • C) Embora a mineração tenha interiorizado a presença portuguesa no continente, a definição das fronteiras territoriais do Brasil só se completaria definitivamente muito depois, no começo do século XX.
  • D) Mesmo com o rush minerador, a economia colonial portuguesa continuou isolada em relação aos principais circuitos econômicos europeus de sua época, situação que só se alteraria na primeira década do século XIX.
  • E) A realidade econômica de Portugal e Espanha nos séculos XVIle XVlll tornou o Tratado de Tordesilhas obsoleto, uma vez que, nesse período, importava menos o comércio extrativista e mais a produção industrial.

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A alternativa correta é letra C) Embora a mineração tenha interiorizado a presença portuguesa no continente, a definição das fronteiras territoriais do Brasil só se completaria definitivamente muito depois, no começo do século XX.

Gabarito: Letra C

(Embora a mineração tenha interiorizado a presença portuguesa no continente, a definição das fronteiras territoriais do Brasil só se completaria definitivamente muito depois, no começo do século XX.)

O processo de ocupação de regiões mais afastadas do litoral (sertões) já havia começado no final do século XVI e se prolongou pelo século XVII com a fundação de núcleos coloniais para garantir a defesa militar do território. Já no final desse século começam os primeiros movimentos em busca de ouro, prata e pedras preciosas, bem como de indígenas para serem usados como mão de obra na agricultura.

O século XVIII, conhecido como o “século do ouro” abre uma migração maior para os sertões do Brasil em função da atividade mineradora. O número de pessoas na colônia aumenta e o mercado interno se diversifica. É nesse século que os principais reinos europeus vão definindo os limites e fronteiras de suas colônias e o Brasil não escapa desse movimento. Portugal assina tratados com a Espanha (Madrid, El Pardo, Santo Ildefonso) e França (Utrecht) para assegurar as suas conquistas e assim ampliar o território na América.

Entretanto, foi somente no século XX que o Brasil passou a ter as fronteiras que possui atualmente com a incorporação de áreas que pertenciam a outros países, como é o caso do Acre através do Tratado de Petrópolis assinado com a Bolívia e do Tratado do Rio de Janeiro assinado com o Peru. Na década de 1940 ocorreu o desmembramento de áreas que estavam em outros estados, como, por exemplo Rondônia, Roraima, Amapá e por fim na década de 1980 com a criação do estado do Tocantins.

Por que as demais estão incorretas?

Letra A: O Tratado de Tordesilhas representou uma permanente barreira à exploração econômica dos sertões portugueses da América, e só foi ultrapassada no século XVIII por sertanistas que passaram a agir junto à coroa portuguesa.

O Tratado de Tordesilhas (1494) não foi uma barreira permanente que impediu o avanço da colonização portuguesa. Com a união das coroas ibéricas a partir de 1580, a Espanha passou a administrar o Brasil. No começo do século XVII, os colonos luso-brasileiros já adentravam em áreas que pertenciam ao lado espanhol, como, por exemplo, na foz do rio Amazonas, onde fundaram cidades como Belém (1616). A própria coroa espanhola estimulou a ocupação dessas áreas para defesa do território.

Letra B: A ocupação da Amazônia foi determinante na formação do território português da América porque as drogas do sertão puderam ser exploradas por longos períodos, ao contrário do efêmero ouro de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

A ocupação da Amazônia não se deu apenas pelo interesse na extração das drogas do sertão. A colonização do norte do Brasil tinha como objetivo também e principalmente a defesa do território nessa área que já contava com assentamentos de colonos de outras nacionalidades como franceses e holandeses.

Letra D: Mesmo com o rush minerador, a economia colonial portuguesa continuou isolada em relação aos principais circuitos econômicos europeus de sua época, situação que só se alteraria na primeira década do século XIX.

A economia colonial portuguesa sempre esteve inserida nos principais circuitos econômicos europeus. Podemos destacar o comércio de pau-brasil, do açúcar, o tráfico de escravizados, a exportação das drogas do sertão, do tabaco e do algodão.

Letra E: A realidade econômica de Portugal e Espanha nos séculos XVIl e XVlll tornou o Tratado de Tordesilhas obsoleto, uma vez que, nesse período, importava menos o comércio extrativista e mais a produção industrial.

Os séculos XVII e XVIII para Portugal e Espanha ainda são marcados pelo comércio onde circulavam mercadorias como açúcar, escravos, drogas do sertão, tabaco, algodão e da América Espanhola uma quantidade muito pequena de prata e ouro em função da crise da mineração nessa região.

1215) O sistema de aldeamentos marcou o princípio da política indigenista no território que passou a ser chamado de Brasil.

  • A) Certo
  • B) Errado
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A alternativa correta é letra A) Certo

Gabarito: CERTO

    Com grande protagonismo da ordem dos jesuítas (Ordem da Companhia de Jesus), a América portuguesa foi muito marcada pela atuação religiosa no trato com os indígenas. O aldeamento foi a medida por excelência encontrada pelos jesuítas para a catequização dos indígenas, reunindo-os em aldeias fixas (abandonando, portanto, o perfil caçador-coletor) para receber os ensinamentos para a cristianização e estabelecendo ali uma comunidade capaz de se sustentar. Por sua vez, os descimentos eram as expedições organizadas pelos religiosos para capturar indígenas para a obra de cristianização, com o posterior aldeamento. Assim, item CORRETO.

    1216) Quando os europeus chegaram à terra que se tornaria o Brasil, encontraram uma população ameríndia. Segundo FAUSTO, distinguem‐se dois grandes blocos que subdividiam essa população, sendo eles:

    • A) Tupis‐guaranis e tapuias.
    • B) Tupis e guaranis.
    • C) Tamoios e tupis.
    • D) Tapuias e charruas.
    • E) Tupis‐guaranis e jês.

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    A alternativa correta é letra A) Tupis‐guaranis e tapuias.

    Gabarito: ALTERNATIVA A

     

    • Quando os europeus chegaram à terra que se tornaria o Brasil, encontraram uma população ameríndia. Segundo FAUSTO, distinguem‐se dois grandes blocos que subdividiam essa população, sendo eles:

    O enunciado faz referência ao historiador Boris Fausto, autor do clássico História do Brasil. Segundo o autor, as populações indígenas existentes entre a costa e a bacia do rio Paraná poderiam ser subdivididas entre tapuias e tupis-guaranis. De maneira geral, os tupis (também indicados como tupinambás) cobriam a faixa litorânea do Ceará ao Rio Grande do Sul. Especificamente, os guaranis se concentravam ao sul do litoral paulista e se estendiam pela bacia do rio Paraná.

     

    Nos breves interstícios da costa em que não havia presença tupi-guarani, habitavam nações como os aimorés e os tremembés, as quais eram genericamente chamadas de tapuias. Dado que os colonizadores primeiro teriam contato com essas populações da faixa litorânea, podemos resumir esses primeiros contatos aos tapuias e aos tupis-guaranis. Assim, observemos as alternativas propostas.

     

    a)  Tupis‐guaranis e tapuias.
    b)  Tupis e guaranis.
    c)  Tamoios e tupis.
    d)  Tapuias e charruas.
    e)  Tupis‐guaranis e jês.

     

    Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

    1217) Quando os europeus chegaram ao Brasil, encontraram povos que denominaram índios, com quem travaram diversos tipos de relações. No que se refere a tais relações no período colonial, assinale a opção correta.

    • A) Parte dos indígenas foi escravizada pelos europeus, para o que foram utilizados diversos argumentos.
    • B) Os indígenas recusaram-se a formar alianças com os colonizadores.
    • C) As religiões indígenas, assim como as instituições políticas e as manifestações culturais desses povos, foram compreendidas e admiradas pelos colonizadores.
    • D) A economia indígena reagia rapidamente aos estímulos de mercado dados pelos europeus.

    • E) Alguns dos núcleos urbanos do período colonial assentaramse sobre cidades indígenas pré-cabralinas.

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    A alternativa correta é letra A) Parte dos indígenas foi escravizada pelos europeus, para o que foram utilizados diversos argumentos.

    Gabarito: ALTERNATIVA A

       

    • a) Parte dos indígenas foi escravizada pelos europeus, para o que foram utilizados diversos argumentos.

    Principalmente no século XVI, houve uma importante escolha pela escravização indígena na América portuguesa. Se o extrativismo vegetal das três primeiras décadas estabeleceu as bases gerais de trocas entre as nações tupi e os colonizadores, a organização da lavoura na colônia seria um passo importantíssimo para a escravização sistemática dessas populações. Alegando desde que eram povos gentios até uma cristianização pelo trabalho, os colonizadores europeus utilizaram diversos argumentos nessa construção, mas o sucesso da escravização indígena teria um alcance relativamente restrito - e seria substituída, na grande lavoura, pela mão de obra africana. ALTERNATIVA CORRETA.

     
    • b) Os indígenas recusaram-se a formar alianças com os colonizadores.

    O processo de colonização da América portuguesa foi marcada por uma série de lutas contra indígenas e contra outras potências. As nações indígenas usavam das alianças com os colonizadores para combater seus inimigos locais, como foi o caso da Confederação dos Tamoios, que configurou uma rede de alianças entre indígenas, franceses e portugueses na luta pelo controle da Guanabara. Alternativa errada.

     
    • c) As religiões indígenas, assim como as instituições políticas e as manifestações culturais desses povos, foram compreendidas e admiradas pelos colonizadores.

    A posição colonial era de conversão dos indígenas aos padrões europeus, e não de relativismo cultural. Lembre-se o estudante que a Igreja católica concorreu ao esforço colonizador desde o século XVI, quando os aldeamentos jesuítas começaram a ser formados tendo em vista a evangelização dos povos indígenas, bem como sua integração ao processo de colonização. Além disso, conforme já explicado acima, havia também o esforço de escravização, que reduzia o indígena à condição de ferramenta de trabalho, desconsiderando as suas diversidades culturais. Alternativa errada.

     
    • d) A economia indígena reagia rapidamente aos estímulos de mercado dados pelos europeus.

    Em sociedades tribais nômades, é muito difícil se falar em uma "economia indígena". Além disso, os contatos econômicos com os europeus do século XVI estavam reduzidos ao regime de trocas, e não ao comércio. Portanto, não havia de fato uma conexão com os mercados europeus. Alternativa errada.

     
    • e) Alguns dos núcleos urbanos do período colonial assentaram-se sobre cidades indígenas pré-cabralinas.

    As sociedades pré-cabralinas não eram inteiramente sedentarizadas; ou seja, não constituíam cidades propriamente ditas. Assim, não há que se falar em cidades indígenas no século XVI. Alternativa errada.

       

    Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

    1218) A fronteira do Sul do Brasil demorou a ser definida devido á ferrenha disputa travada entre Portugal e Espanha, que tinham interesse em dominar a estratégica região platina. De acordo com Bittencourt (2006), qual Tratado foi assinado em 1750 entre Portugal e Espanha, que foi fruto do trabalho de Alexandre de Gusmão, secretário de D. João V, e que, dentre outras medidas, estabeleceu a posse da Colônia de Sacramento para a Espanha e a de Sete Povos das Missões para Portugal?

    • A) Tratado de Utrecht.
    • B) Tratado de Madri.
    • C) Tratado do Pardo.
    • D) Tratado de Santo Ildefonso.
    • E) Tratado de Badajós.

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    A alternativa correta é letra B) Tratado de Madri.

    Gabarito: ALTERNATIVA B

     

    A fronteira do Sul do Brasil demorou a ser definida devido á ferrenha disputa travada entre Portugal e Espanha, que tinham interesse em dominar a estratégica região platina. De acordo com Bittencourt (2006), qual Tratado foi assinado em 1750 entre Portugal e Espanha, que foi fruto do trabalho de Alexandre de Gusmão, secretário de D. João V, e que, dentre outras medidas, estabeleceu a posse da Colônia de Sacramento para a Espanha e a de Sete Povos das Missões para Portugal?

    • a)  Tratado de Utrecht.

    Assinado em 1713, o Tratado de Utrecht colocou fim à Guerra de Sucessão Espanhola (1701-1714), que envolveu diversas potências europeias. O tratado foi celebrado entre Portugal, Espanha, Reino Unido, França e Saboia, e teve como objeto a reorganização das fronteiras na Europa e na América; além de estabelecer a legitimidade dos governos vencedores durante o conflito, reordenando as relações políticas após o conflito. Sobre as posições portuguesas na América, o tratado destacou que a França renunciava definitivamente a pretensões e direitos sobre os territórios do Cabo Norte, compreendido entre os rios Amazonas e Oiapoque. Da mesma forma, reconhecia-se a plena soberania portuguesa sobre as margens do Amazonas e a livre-navegação em detrimento das reclamações francesas anteriores. Bem como a França reafirmava o compromisso de respeitar o pacto colonial sobre todas as terras portuguesas na América, afastando os direitos comerciais dos seus habitantes de Caiena com relação à colônia portuguesa. Alternativa errada.

     
    • b)  Tratado de Madri.

    O Tratado de Madri (1750) foi firmado após o fim da União das Coroas Ibéricas (1580-1640), quando Portugal voltou a ser um Estado independente frente a Espanha e retomou o controle sobre suas colônias pelo mundo. Com o restabelecimento das soberanias ibéricas, era necessário reorganizar as fronteiras entre as colônias na América já que, durante a União, o Tratado de Tordesilhas ficara esvaziado de conteúdo e os movimentos de colonização agiram de maneira mais livre. O Tratado de Madri, portanto, estabeleceu as linhas gerais da separação definitiva entre a América portuguesa e a espanhola. Nesse sentido, uma das principais preocupações espanholas era afastar Portugal do ponto estratégico do estuário do Rio da Prata, já que era o ponto de entrada para o interior dos seus vice-reinados na América do Sul e ponto nevrálgico para o escoamento de carregamentos de metais nobres. Por sua vez, Portugal insistia no reconhecimento e na legitimação de seus avanços coloniais para o interior do continente, defendendo a tese do uti possidetis, segundo a qual os territórios já ocupados deveriam ser reconhecidos como posse formal. Com os conhecimentos cartográficos da época, a negociação se desenvolveu sob crença de que o Rio Paraguai e o Rio Amazonas tinham um ponto de confluência do interior e Portugal conseguiu que fosse reconhecida sua soberania sobre todo o território compreendido entre os dois rios. Como moeda de barganha, os portugueses entregaram aos espanhóis a soberania sobre a colônia de Sacramento (grosso modo, o atual Uruguai), afastando-se do Prata, mas garantindo a posse sobre o território do atual Mato Grosso e da Amazônia. ALTERNATIVA CORRETA.

     
    • c)  Tratado do Pardo.

    Menos conhecido, o Tratado del Pardo (1761) anulava os termos de estabelecimento do seu antecessor por questões práticas. Por um lado, Portugal tinha grandes dificuldades de consolidar a absorção da região dos Sete Povos das Missões, que deveriam passar ao controle português mas a transferência era desestabilizada pelos jesuítas espanhóis na região. Em outra frente, o Marquês de Pombal avaliava que seria mais interessante defender posições mais fortes junto ao Prata e desistia de transferir para a Espanha o controle sobre a colônia de Sacramento (grosso modo, o território do atual Uruguai). Ou seja, afastava-se a conquista do uti possidetis como valor de definição territorial. Além disso, considerava-se que o Tratado de Madri não fora suficiente para superar as tensões políticas entre Portugal e Espanha na América. Alternativa errada.

       

    • d)  Tratado de Santo Ildefonso.

    Celebrado em 1777, o Tratado de Santo Idelfonso esclareceu e reafirmou os termos estabelecidos em 1750 pelo Tratado de Madri. Entre as principais alterações, estavam as posições dos dois países junto ao rio da Prata. Retomava-se o direito português à margem esquerda, reatribuindo-lhe a colônia de Sacramento; ao passo que a região dos Sete Povos das Missões voltava para o controle espanhol. Alternativa errada.

     
    • e)  Tratado de Badajós.

    O Tratado de Badajoz foi firmado em 1801 no contexto da Guerras Napoleônicas com a aliança entre Espanha e França. Sob eminente coação francesa, Portugal assinava o Tratado de Badajoz com a Espanha e concordava com o fechamento de seus portos para a Grã-Bretanha, retomava algumas fortificações perdidas para a Espanha e consagrava as fronteiras entre os dois países. A questão das fronteiras era um pouco delicada porque haviam permanecido algumas diferenças após os Tratados de Madri (1750) e de Salto Idelfonso (1788), com conquistas e perdas militares. Dias após a assinatura do tratado na Europa, tropas portuguesas assaltaram e tomaram a região dos Sete Povos, que era sensível para o controle do Rio Grande do Sul e que tinha sido reconhecida como espanhola no Tratado de Santo Idelfonso. Com o reconhecimento do Tratado de Badajoz e a ordem de reconhecer as perdas militares, a região dos Sete Povos acabou incorporada ao território português, passando a ser defendida pelo próprio tratado. Alternativa errada.

       

    Sem mais, está correta a ALTERNATIVA B.

    1219) Adotou-se a convenção de dividir o movimento em fases distintas, abrangendo o “bandeirismo defensivo”, o apresamento, o movimento colonizador, as atividades mercenárias e a busca de metais e pedras preciosas. Contudo, apesar dos pretextos e resultados variados que marcaram a trajetória das expedições, a penetração dos sertões sempre girou em torno do mesmo motivo básico.

    • A) a busca pela ampliação constante do território colonial, sempre em acordo com as autoridades portuguesas.
    • B) o acordo tácito, renovado em períodos irregulares, com as ordens religiosas para controlar os povos indígenas.
    • C) a atuação de guarda-mor das terras coloniais, evitando a formação de potentados locais e destruindo os já formados.
    • D) o combate persistente aos invasores dos espaços coloniais, caso dos espanhóis ao Sul e dos franceses ao Norte.
    • E) o imperativo crônico da mão de obra indígena para os empreendimentos agrícolas dos paulistas.

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    A alternativa correta é letra E) o imperativo crônico da mão de obra indígena para os empreendimentos agrícolas dos paulistas.

    Gabarito: Letra E

     

    o imperativo crônico da mão de obra indígena para os empreendimentos agrícolas dos paulistas.

     

    Independente das classificações das bandeiras e dos apresamentos dos paulistas no interior do Brasil, as incursões dos paulistas em direção ao centro-oeste, norte e sul do Brasil tinham como motivo básico e essencial a necessidade de obter mão de obra indígena para a realização dos empreendimentos agrícolas.

     

    Assim, ao longo do século XVII, os colonos de São Paulo e de outras vilas circunvizinhas assaltaram centenas de aldeias indígenas em várias regiões, trazendo milhares de índios de diversas sociedades para suas fazendas e sítios onde eram cultivados leguminosas e trigo, além da criação de animais.

     

     

    Por que as demais estão incorretas?

     

    Letra A: a busca pela ampliação constante do território colonial, sempre em acordo com as autoridades portuguesas.

     

    Os paulistas realizaram as suas entradas pelo território brasileiro sem respeitar os acordos feitos entre portugueses e espanhóis em Tordesilhas. Não havia um plano estratégico de partir do planalto e ampliar as fronteiras do território colonial para garantir maior domínio à Coroa Portuguesa. O interesse no interior era econômico: obter mão de obra indígena para a lavoura do planalto.

     

    Letra B: o acordo tácito, renovado em períodos irregulares, com as ordens religiosas para controlar os povos indígenas.

     

    Os paulistas assaltavam as missões dos religiosos em busca de indígenas aldeados para trazer para as suas fazendas, roças e sítios.

     

     

    Letra C: a atuação de guarda-mor das terras coloniais, evitando a formação de potentados locais e destruindo os já formados.

     

    Os paulistas não adentravam o interior com esse objetivo.

     

    Letra D: o combate persistente aos invasores dos espaços coloniais, caso dos espanhóis ao Sul e dos franceses ao Norte.

     

    Os paulistas não exerciam papel de segurança do território. Seu objetivo era capturar o maior número de indígenas para o aumento da mão de obra no planalto paulista.

     

     

    Referência:

     

    MONTEIRO, John Manuel. Negros da terra: índios e bandeirantes na origem de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

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    1220)   Texto associado

    • A) A terra descoberta reunia condições propícias para o comércio com a Metrópole, notadamente pela existência de bons portos.
    • B) O litoral do Brasil era habitado unicamente pelos índios que ofereciam feroz resistência à ocupação.
    • C) As numerosas povoações, principalmente as do interior, tinham abundantes riquezas ainda não exploradas.
    • D) As povoações do Brasil, por serem autossuficientes, prescindiam de qualquer ajuda da Metrópole.
    • E) Não obstante a sua importância, a terra descoberta estava politicamente desorganizada, não reunindo condições para que fosse ocupada demográfica e economicamente.

    FAZER COMENTÁRIO

    A alternativa correta é letra A) A terra descoberta reunia condições propícias para o comércio com a Metrópole, notadamente pela existência de bons portos.

    Gabarito: Letra A

     

    A terra descoberta reunia condições propícias para o comércio com a Metrópole, notadamente pela existência de bons portos.

     

    Antes de comentarmos essa questão, fui procurar uma referência do livro de Gandavo mais atualizada. Recorro à versão feita pelo Senado Federal, publicada em 2008. Inclusive transcrevo a versão elaborada pela casa legislativa do mesmo trecho trazido pela banca, o que facilita bastante a resposta.

     

    "Esta costa do Brasil está pera a parte do ocidente, corre-se de norte e sul. Da primeira povoação até derradeira há trezentas e cinqüenta léguas. São oito capitanias, todas têm portos muito seguros onde podem entrar quaisquer naus por grandes que sejam. Não há pela terra dentro povoações de portugueses por causa dos índios que não no consentem, e também pelo socorro e tratos do reino lhes é necessário estarem junto ao mar por terem comunicação de mercadorias. E por este respeito vivem todos junto da costa"

     

     

    Podemos notar no escrito de Pero de Magalhães Gandavo que o autor informa aos seus leitores a existência de bons portos no litoral do território brasileiro. Na verdade, quando se fala de portos não é literalmente um porto construído, mas uma entrada de terra que permitisse o atracamento de navios.

     

    A banca fez um trabalho de extrapolar o texto ao afirmar que tendo bons portos haveria a possibilidade de realizar comércio com Portugal devido aos diversos pontos de ancoragem.

     

     

    Por que as demais estão incorretas?

     

    Letra B: O litoral do Brasil era habitado unicamente pelos índios que ofereciam feroz resistência à ocupação.

     

    O autor do texto não informa que o litoral era habitado unicamente pelos índios. Usando a versão mais recente do livro de Gandavo, publicada pelo Senado, notamos que a banca omitiu a informação de que no interior havia resistência indígena e, portanto, os portugueses não conseguiriam avançar com a colonização. Vejamos o trecho: "Não há pela terra dentro povoações de portugueses por causa dos índios que não no consentem".

     

     

    Letra C: As numerosas povoações, principalmente as do interior, tinham abundantes riquezas ainda não exploradas.

     

    O autor do texto não informa sobre as povoações e se eram numerosas. Conforma dito na alternativa anterior, nas partes internas do Brasil havia resistência indígena que impedia o avanço da colonização.

     

     

    Letra D: As povoações do Brasil, por serem autossuficientes, prescindiam de qualquer ajuda da Metrópole.

     

    O autor não afirma que as povoações do Brasil eram autossuficientes. A interpretação que se faz do trecho é a de que Gandavo mostra que o território português na América poderia receber auxílio de Portugal, principalmente na comunicação.

     

     

    Letra E: Não obstante a sua importância, a terra descoberta estava politicamente desorganizada, não reunindo condições para que fosse ocupada demográfica e economicamente.

     

    O autor não menciona que a terra estava desorganizada. Além disso, trazendo informações externas ao texto, Gandavo foi contemporâneo dos primeiros governos-gerais estabelecidos no Brasil, o que denota que a metrópole portuguesa estava organizando administrativa e politicamente o seu território na América.

     

     

    Referência:

     

    Gandavo, Pero de Magalhães. Tratado da Terra do Brasil : história da província Santa Cruz, a que vulgarmente chamamos Brasil. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2008.

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