Questões Sobre Período Colonial - História - concurso
131) Sabe-se o que era a mata do Nordeste, antes da monocultura da cana: um arvoredo tanto e tamanho e tão basto e de tantas prumagens que não podia homem dar conta. O canavial desvirginou todo esse mato grosso do modo mais cru: pela queimada. A fogo é que foram se abrindo no mato virgem os claros por onde se estendeu o canavial civilizador, mas ao mesmo tempo devastador.
- A) demanda de trabalho, que favorecia a escravidão.
- B) modelo civilizatório, que acarretou danos ambientais.
- C) rudimento das técnicas produtivas, que eram ineficientes.
- D) natureza da atividade econômica, que concentrou riqueza.
- E) predomínio da monocultura, que era voltada para exportação.
A alternativa correta é letra B) modelo civilizatório, que acarretou danos ambientais.
Gabarito: Letra B
Trata-se de uma questão que exige interpretação dos candidatos e candidatas.
A resposta pode ser obtida através do trecho:
“A fogo é que foram se abrindo no mato virgem os claros por onde se estendeu o canavial civilizador, mas ao mesmo tempo devastador.”
Ou seja, antes do processo de ocupação e colonização do Nordeste, havia uma grande quantidade de mata. Quando começaram as primeiras instalações dos engenhos e dos canaviais percebeu-se a necessidade de destruir o bioma original para plantio de cana e a produção de açúcar.
Fundiu-se o modelo civilizatório com a destruição do meio ambiente. Progresso e retrocesso ao mesmo tempo.
132) Conflito ocorrido entre os proprietários de terras e senhores de engenho de Olinda e a elite comercial de Recife, entre 1709 e 1 711. Após a expulsão dos holandeses, em 1654, os senhores de engenho da região, além de perderem o mercado de açúcar para os antilhanos, tiveram que enfrentar os comerciantes portugueses que passaram a elevar taxas e a executar hipotecas. O texto refere-se à:
- A) Revolta de Beckrnan.
- B) Guerra Guaranítica.
- C) Revolta dos Malês.
- D) Insurreição Pernambucana.
- E) Guerra dos Mascates.
A alternativa correta é letra E) Guerra dos Mascates.
Gabarito: Letra E
O enunciado faz referência ao episódio na história do Brasil chamado de Guerra dos Mascates.
Foi uma disputa travada entre as elites agrárias de Olinda e as elites do comércio do Recife, disputa que envolvia qual vila seria a mais importante da capitania de Pernambuco. Os comerciantes do Recife eram chamados pejorativamente de "Mascates" pelos olindenses.
Muitos olindenses haviam contraído empréstimos com os recifenses e não pretendiam pagar por isso.
Recife pleiteou junto a Portugal à mudança de status. Queria deixar de ser povoado para se tornar uma vila, algo que era inaceitável pelas elites de Olinda.
Assim, a disputa foi resolvida pela Coroa com a confirmação de Recife como vila em 1711.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: A Revolta de Beckman ocorreu no século XVII (1684) no Maranhão. Foi motivada pelo não cumprimento do acordo estabelecido pela Companhia de Comércio do Maranhão, órgão criado pela Coroa Portuguesa para dinamizar o comércio maranhense. A Companhia era responsável por trazer produtos da Europa e levar produtos coloniais para a Europa. Entretanto, o órgão não cumpriu com o combinado, pois vendia os produtos europeus a um alto valor e comprava os produtos coloniais a um baixo preço. Além disso, não conseguia abastecer o Maranhão com escravos da África, para substituir a mão de obra indígena.
Letra B: Movimento de resistência organizado pelos jesuítas e indígenas na região dos Sete Povos das Missões entre 1754 e 1756. Os jesuítas e indígenas não aceitaram os termos do Tratado de Madri de 1750 elaborado por portugueses e espanhóis para demarcar fronteiras, uma vez que tinham que se deslocar da região. Entraram em conflito e foram derrotados pelas tropas luso-espanholas.
Letra C: Revolta ocorrida em Salvador, organizada por escravos de cultura muçulmana durante o período regencial, no século XIX.
Letra D: Trata-se de um evento ocorrido no século XVII (1645-1654) marcado pela resistência dos colonos luso-brasileiros à permanência dos holandeses em Pernambuco.
Resposta baseada na fonte:
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2ª edição. São Paulo: EdUSP, 1995.
VICENTINO, Cláudio e VICENTINO, José Bruno. Teláris. História. 8º ano. São Paulo: Ática, 2018.
133) A descoberta de ouro, em fins do século XVII, atraiu milhares de homens e mulheres saídos tanto de Portugal quanto de várias regiões da América Portuguesa, com o objetivo de explorar o ouro e, principalmente, o lucrativo abastecimento da região. Logo os paulistas e os recém-chegados passaram a se hostilizar, disputando a posse da região, uma série de pequenos incidentes foi o pretexto para o conflito armado entre paulistas e os portugueses. O conflito entre paulistas e portugueses na região central das Minas ocorrido entre 1707 e 1709, denomina-se:
- A) Revolta dos Praieiros.
- B) A Guerra dos Emboabas.
- C) Guerra do Contestado.
- D) Tonentismo.
- E) Sabinada.
A alternativa correta é letra B) A Guerra dos Emboabas.
Gabarito: Letra B
A partir de 1693, depois de uma longa procura, bandeirantes paulistas começaram a descobrir ouro em diferentes lugares da região que logo passaria a ser chamada de Minas Gerais.
Assim que a notícia da descoberta se espalhou, teve início uma verdadeira “corrida ao ouro” à região. Inúmeras pessoas se dirigiam para as Minas Gerais em busca de enriquecimento rápido. De Portugal, passaram a chegar cerca de 4 mil pessoas por ano com destino às minas.
Os paulistas, contudo, não viam com bons olhos esse crescimento. Como haviam sido os primeiros a chegar, sentiam-se donos das descobertas e consideravam todos os demais invasores.
Os forasteiros oriundos de Portugal ou de outras regiões da colônia eram chamados pelos bandeirantes de emboabas, numa associação feita entre as botas de cano longo usada por esses forasteiros e uma ave de patas emplumadas chamadas, em Tupi, de buaba.
Paulistas e emboabas mantinham relações tensas em torno do domínio das minas de ouro. Em 1707 a tensão se transformou em conflito armado, que se estendeu até 1709 e ficou conhecido como Guerra dos Emboabas.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: Rebelião provincial ocorrida em Pernambuco no ano de 1848. Versão brasileira da Primavera dos Povos, foi liderada por liberais radicais que tinham um programa definido de governo. Iniciada em novembro de 1848 em Olinda, planejou também atacar e ocupar Recife em fevereiro de 1849. Chegaram perto do Palácio do Governo, mas não obtendo o apoio esperado da população urbana, foram derrotados e obrigados a abandonar Recife.
Letra C: Conflitos ocorridos na região de divisa do Paraná com Santa Catarina, conhecida como Contestado, por ser reivindicada pelos dois estados desde o Império. Ocorreu entre 1912 e 1916, e foi fruto de um movimento messiânico liderado pelo “monge” José Maria, que dizia ser um eleito de Deus e prometia o advento de um reino de justiça, que muitos identificavam com a monarquia. O Beato passou a ser seguido por milhares de fiéis. Seu assassinato por forças policiais em 1912 não enfraqueceu o movimento já que seus adeptos continuaram a se reunir (apesar dos ataques empreendidos pelos governos) até 1916, quando o último líder sertanejo foi preso e a Guerra do Contestado chegou ao fim. Cerca de 20 mil pessoas (mulheres, crianças, homens e idosos) morreram no conflito.
Letra D: Provavelmente a banca quis dizer Tenentismo. Movimento de revoltas armadas empreendidas por tenentes do Exército durante a Primeira República. A primeira revolta ocorreu no Rio de Janeiro, em 1922.
Letra E: Ocorrida em Salvador entre 1837 e 1838, foi uma revolta contra a retirada de autonomia da província da Bahia em função das mudanças na regência. Envolveu pessoas ligadas ao meio urbano (profissionais liberais, pequenos comerciantes, funcionários públicos, militares).
Resposta baseada na fonte:
AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o longo século XIX, volume 2. São Paulo: Saraiva, 2010.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.
134) Segundo Celso Furtado, “do ponto de vista da economia europeia em seu conjunto, o _____________ do Brasil teve um efeito tanto mais positivo quanto o _____________ por ele criado se concentrou no país que melhor aparelhado estava para dele _____________ o máximo de proveito”.
- A) açúcar – meio – explorar
- B) pau brasil – trabalho – apropriar
- C) trabalho – êxito – consagrar
- D) ouro – estímulo – tirar
A alternativa correta é letra D) ouro – estímulo – tirar
Gabarito: Letra D
Questão literal elaborada com base na capítulo “Fluxo e renda” inserido na parte do livro Formação Econômica do Brasil que fala sobre a economia escravista em Minas do século XVIII.
Nesse capítulo o autor trabalha as ligações entre manufatura, ouro, colônia, Portugal e Inglaterra. Afirma que a região de Minas oitocentista poderia ter desenvolvido um grande potencial manufatureiro, devido à formação dos núcleos urbanos.
Mas esse desenvolvimento manufatureiro não foi possível nessa região devido a vários fatores:
- Dependência das relações comerciais entre Portugal e Inglaterra (Tratado de Methuen)
- Transferência do ouro brasileiro a Portugal para completar o desequilíbrio gerado na balança comercial portuguesa com os ingleses
- Ausência de uma política econômica portuguesa no sentido de investir em outra atividade produtiva e assim por consequência não retornou atividade produtiva à sua colônia
- Incapacidade técnica daqueles que migraram para Minas, que poderiam ter levado todo um conhecimento especializado na fabricação de determinados artigos visando à exportação.
Assim, para Celso Furtado quem se beneficiou com o ouro brasileiro foram os ingleses:
“do ponto de vista da economia europeia em seu conjunto, o ouro do Brasil teve um efeito tanto mais positivo quanto o estímulo por ele criado se concentrou no país que melhor aparelhado estava para dele tirar o máximo de proveito”.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: açúcar – meio – explorar
Como o capítulo em que se encontra esse trecho retirado pela banca fala da economia escravista em Minas do século XVIII, não poderia ser essa alternativa que fala do açúcar. Até porque quem se deu bem com o negócio do açúcar foram os holandeses no século XVII.
Letra B: pau brasil – trabalho – apropriar
Como o capítulo em que se encontra esse trecho retirado pela banca fala da economia escravista em Minas do século XVIII, não poderia ser essa alternativa que fala do pau-brasil.
Letra C: trabalho – êxito – consagrar
Como o capítulo em que se encontra esse trecho retirado pela banca fala da economia escravista em Minas do século XVIII, não poderia ser essa alternativa.
Referência:
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. São Paulo: Cia. Ed. Nacional. 32ª edição, 2003.
135) O Brasil integrou-se ao quadro econômico europeu como uma colônia de exploração. Com relação à economia colonial brasileira, é INCORRETO afirmar que
- A) durante o período pombalino, com o objetivo de fortalecer o erário régio, houve um aumento da carga tributária e a consolidação dos monopólios (criação das Companhias Gerais do Comércio do estado do Grão-Pará e Maranhão e de Pernambuco e Paraíba).
- B) a pecuária nordestina se caracterizou por ser uma atividade econômica subsidiária à economia açucareira, voltada para o mercado interno, organizada de forma extensiva e que comportou predominantemente a mão de obra escrava.
- C) as "drogas do sertão" se caracterizam pela coleta de recursos florestais da Amazônia, tais como o cacau e o guaraná, organizada pelos jesuítas, tendo como mão de obra predominante a indígena.
- D) o açúcar tornou-se o carro-chefe de nossa economia colonial porque possuía alto valor no mercado externo e viabilizava a ocupação territorial, além de contribuir para a estruturação da classe senhorial.
- E) a mineração provocou um grande aumento demográfico, o aparecimento de vilas e cidades, a articulação de um mercado interno e uma maior diversificação no estrato social e econômico.
A alternativa correta é letra B) a pecuária nordestina se caracterizou por ser uma atividade econômica subsidiária à economia açucareira, voltada para o mercado interno, organizada de forma extensiva e que comportou predominantemente a mão de obra escrava.
Gabarito: Letra B
A questão quer saber qual das alternativas é a incorreta.
A pecuária era uma atividade complementar da economia açucareira. O gado era utilizado como força motriz para os engenhos e para transporte, além de ser alimentação para os escravos.
Era criado de forma extensiva (solto) e quase não usou escravos, predominando o uso de trabalhadores livres, chamado de vaqueiros. Estes eram auxiliados por outros trabalhadores livres, conhecidos como fábricas, que eram geralmente índios, mamelucos e negros libertos.
As demais estão corretas, pois:
Letra A: durante o período pombalino, com o objetivo de fortalecer o erário régio, houve um aumento da carga tributária e a consolidação dos monopólios (criação das Companhias Gerais do Comércio do estado do Grão-Pará e Maranhão e de Pernambuco e Paraíba).
Dentre as diversas ações do primeiro-ministro Pombal no Brasil podemos destacar as criações das Companhias Gerais do Comércio, empresas criadas pela Coroa para promover o comércio colonial e fortalecer as rendas do reino português. Para o norte criou a Companhia Geral do Comércio do Estado do Grão-Pará e Maranhão e para o nordeste criou a Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba.
Letra C: as "drogas do sertão" se caracterizam pela coleta de recursos florestais da Amazônia, tais como o cacau e o guaraná, organizada pelos jesuítas, tendo como mão de obra predominante a indígena.
Na região norte e nordeste da colônia os principais produtos exportados para o mercado europeu eram as drogas do sertão, como, por exemplo, o cacau, o guaraná, a baunilha, o cravo. Essa coleta desses recursos florestais era feita pelo indígena aldeado nas missões jesuítas.
Letra D: o açúcar tornou-se o carro-chefe de nossa economia colonial porque possuía alto valor no mercado externo e viabilizava a ocupação territorial, além de contribuir para a estruturação da classe senhorial.
Durante o século XVI e XVII, o Brasil se tornou o maior produtor de açúcar no mundo, gerando lucros para os proprietários de engenhos, os portugueses e os holandeses. O cultivo da cana-de-açúcar foi responsável pela expansão da ocupação territorial, já que demandava mais terras para o plantio do produto.
Letra E: a mineração provocou um grande aumento demográfico, o aparecimento de vilas e cidades, a articulação de um mercado interno e uma maior diversificação no estrato social e econômico.
As descobertas de minérios e pedras preciosas provocaram um grande aumento demográfico na colônia, promovendo a ocupação e povoamento dos territórios de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Desse processo, surgiram vilas e cidades. A mineração deslocou o eixo econômico do Nordeste para o Sudeste e entre o Rio de Janeiro e a zona mineradora foram construídas estradas, propiciando o comércio para abastecer o mercado interno. A composição e a estrutura as sociedade colonial alterou nessa região, apresentando maior diversificação no estrato social, que não era dividido apenas em proprietários e escravos. Havia uma camada de outros profissionais ligados ao mundo urbano como artesãos, comerciantes, intelectuais e funcionários da Coroa.
Referências:
VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História do Brasil. São Paulo: Scipione, 1997.
136) Os diários, as memórias e as crônicas de viagens escritas por marinheiros, comerciantes, militares, missionários e exploradores, ao lado das cartas náuticas, seriam as principais fontes de conhecimento e representação da África dos séculos XV ao XVIII.
- A) um esforço de coordenação da colonização ao redor do Atlântico, com a aplicação de modelos econômicos idênticos nas colônias ibéricas da América e da costa africana.
- B) uma estratégia de valorização, na colonização da América e na África, das atividades agrícolas baseadas em mão de obra escrava, com a consequente eliminação de toda forma de artesanato e de comércio local.
- C) um modelo de organização da produção agrícola caracterizado pelo predomínio de grandes propriedades monocultoras, que utilizavam trabalho escravo e destinavam a maior parte de sua produção ao mercado externo.
- D) uma forma de organização da produção agrícola, implantada nas colônias africanas a partir do sucesso da experiência de povoamento das colônias inglesas na América do Norte.
- E) uma política de utilização sistemática de mão de obra de origem africana na pecuária, substituindo o trabalho dos indígenas, que não se adaptavam ao sedentarismo e à escravidão.
A alternativa correta é letra C) um modelo de organização da produção agrícola caracterizado pelo predomínio de grandes propriedades monocultoras, que utilizavam trabalho escravo e destinavam a maior parte de sua produção ao mercado externo.
Gabarito: Letra C
um modelo de organização da produção agrícola caracterizado pelo predomínio de grandes propriedades monocultoras, que utilizavam trabalho escravo e destinavam a maior parte de sua produção ao mercado externo.
A questão quer saber qual é a melhor definição de plantation.
Trata-se de uma organização da produção agrícola baseada em três pilares:
1 -No latifúndio, isto é, grandes extensões de terras voltadas para a plantação de um gênero agrícola.
2 - Na utilização de mão de obra compulsória, indígena ou escrava africana
3 - No abastecimento do mercado externo
As plantations da América foram grandes propriedades rurais voltadas para a produção de um único produto agrícola, geralmente destinado à exportação, como o açúcar, o tabaco, o algodão, o café, entre outros. Essas propriedades eram caracterizadas pelo uso intensivo de mão de obra compulsória, na Hispano-América indígenas em sua maioria e na América Portuguesa, o trabalhador era o escravo africana. Esse tipo de organização do espaço agrário foi amplamente utilizado pelos colonizadores europeus na América, especialmente pelos portugueses e espanhóis, mas também houve presença no sul das treze colônias, no Caribe inglês, francês e holandês.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: um esforço de coordenação da colonização ao redor do Atlântico, com a aplicação de modelos econômicos idênticos nas colônias ibéricas da América e da costa africana.
As plantations foram um modelo de produção agrícola específico, utilizado principalmente pelos portugueses e espanhóis na América.
Letra B: uma estratégia de valorização, na colonização da América e na África, das atividades agrícolas baseadas em mão de obra escrava, com a consequente eliminação de toda forma de artesanato e de comércio local.
A colônias da América não se concentraram apenas nas plantations. Existiam outras formas de atividades econômicas, como a agricultura de subsistência, o comércio e o artesanato local. Isso porque existia um mercado interno nas colônias que necessitava de produtos para consumo, como carnes, leites e roupas.
Letra D: uma forma de organização da produção agrícola, implantada nas colônias africanas a partir do sucesso da experiência de povoamento das colônias inglesas na América do Norte.
As plantations foram implantadas na África no momento de expansão do imperialismo, entre metade do século XVIII até a década de 1970. O modelo clássico de plantation teve maior presença nas colônias da América a partir da experiência de produção agrícola nas ilhas do Atlântico, caso português ou das próprias sociedades indígenas, caso da Espanha.
Letra E: uma política de utilização sistemática de mão de obra de origem africana na pecuária, substituindo o trabalho dos indígenas, que não se adaptavam ao sedentarismo e à escravidão.
As plantations eram formas de organização do mundo rural utilizando mão de obra compulsória. Poderiam ser utilizados indígenas ou escravizados africanos. Nas colônias espanholas houve o uso sistemático do trabalho indígena sob a forma da encomienda. Já no Brasil, os indígenas foram os primeiros trabalhadores a serem explorados e , depois foram sendo substituídos gradativamente pelos escravizados que desembarcavam no Brasil vindos do continente africano.
Referência:
SCHMIDT, Mario Furley. Nova história crítica. São Paulo: Nova Geração, 2002.
137) Leia o texto para responder à questão.
- A) destaca a ausência de quaisquer relações de trabalho e de amizade dos senhores com os seus escravos.
- B) demonstra a distribuição espacial das construções e seu papel no funcionamento e na lógica do poder dentro do engenho.
- C) enfatiza a predominância do trabalho compulsório e os lucros obtidos na comercialização de escravos de origem africana.
- D) denuncia o descaso dos senhores de engenho com a escolha da localização para a instalação do engenho.
- E) atesta a irracionalidade do posicionamento das edificações e os problemas logísticos trazidos pela falta de planejamento espacial.
A alternativa correta é letra B) demonstra a distribuição espacial das construções e seu papel no funcionamento e na lógica do poder dentro do engenho.
Gabarito: Letra B
demonstra a distribuição espacial das construções e seu papel no funcionamento e na lógica do poder dentro do engenho.
A questão poderia ser resolvida com base na interpretação do texto.
Podemos notar que o trecho do texto demonstra a existência de construções ao longo do engenho e como essas construções estavam distribuídas espacialmente obedecendo a uma lógica de poder.
A casa-grande, sendo a edificação principal do engenho, era a residência do proprietário, da sua família e de agregados, que reunia funções de fortaleza, hospedaria e escritório. A capela era quase uma continuidade da casa-grande, local de realização de atividades religiosas, demonstrando a presença do catolicismo dentro do engenho. Por fim, a senzala, local de habitação de dezenas ou centenas de escravizados, com frequência presos pelos pés e braços, deitados em chão de terra e em péssimas condições de higiene.
O trecho ainda fala que o engenho era erguido próximo aos rios a fim de aproveitar a comunicação fluvial com o mar, além de ser um importante meio para levar água aos moinhos do engenho e também a floresta de onde se obtinha madeiras para a utilização como combustível para as máquinas que produziam o açúcar.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: destaca a ausência de quaisquer relações de trabalho e de amizade dos senhores com os seus escravos.
O trecho não trata de relações de trabalho e de amizade dos senhores com os seus escravos diretamente. O texto está falando das construções que existiam no engenho bem como as paisagens que existiam nessa unidade produtiva. Podemos inferir que existiam relações de trabalho através da presença dos escravizados, que habitavam as senzalas em oposição à casa-grande, local de moradia do senhor de engenho e de sua família.
Letra C: enfatiza a predominância do trabalho compulsório e os lucros obtidos na comercialização de escravos de origem africana.
O texto faz uma pequena menção aos escravizados como moradores da senzala. Sabemos que eles realizavam trabalho compulsório nos engenhos de cana-de-açúcar, mas o texto em si não aborda os lucros obtidos da atividade escravista.
Letra D: denuncia o descaso dos senhores de engenho com a escolha da localização para a instalação do engenho.
Pelo contrário, a escolha da localização do engenho parece obedecer a uma lógica que visa obter matérias-primas como combustível para as máquinas do engenho, assim como a proximidade aos rios de onde se faz a comunicação para obter água para o engenho, produtos para consumo interno e ligação com o mar para exportação do açúcar e produtos de origem do engenho.
Letra E: atesta a irracionalidade do posicionamento das edificações e os problemas logísticos trazidos pela falta de planejamento espacial.
O texto demonstra uma lógica de poder onde o posicionamento das edificações reforça as diferenças sociais e hierárquicas. Não havia falta de planejamento espacial. Notamos que as construções no engenho possuem finalidades específicas, assim como a própria organização do engenho que segue uma lógica geográfica, aproveitando as paisagens próximas à unidade produtiva.
Referência:
SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
138) Leia o texto para responder à questão.
- A) revela o papel decisivo que a Igreja Católica desempenhou no impedimento da escravização das populações indígenas.
- B) defende a ideia de que a colonização portuguesa no Brasil, no lugar de explorar as riquezas naturais, privilegiou a ocupação do território.
- C) caracteriza sua preocupação ambiental, demonstrando o respeito dos administradores às matas e aos rios que compunham a paisagem rural.
- D) identifica articulações entre as atividades internas e a dinâmica de circulação de mercadorias dentro e fora dos limites da colônia.
- E) sustenta sua autonomia e autossuficiência, mostrando-o como desvinculado do restante da empresa colonial.
A alternativa correta é letra D) identifica articulações entre as atividades internas e a dinâmica de circulação de mercadorias dentro e fora dos limites da colônia.
Gabarito: Letra D
identifica articulações entre as atividades internas e a dinâmica de circulação de mercadorias dentro e fora dos limites da colônia.
A questão poderia ser resolvida com base na interpretação do texto.
É nítida a percepção de que o engenho possuía uma lógica em sua construção. E nessa lógica havia uma relação entre o mundo externo ao engenho (florestas, rios e mar) com a vida cotidiana da unidade produtiva.
Assim, é possível perceber no texto a existência de circulação de produtos fabricados dentro do engenho que tinham como destino o mercado externo. Essa comunicação era feita pelos rios, importantes meios de ligação no Brasil colonial, que eram os espaços por onde se traziam os produtos do mercado externo ou de áreas vizinhas para o mundo do engenho.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: revela o papel decisivo que a Igreja Católica desempenhou no impedimento da escravização das populações indígenas.
O texto não aborda o papel da Igreja Católica em relação à proibição e impedimento da escravização dos indígenas. O foco do texto é organização e distribuição espacial do engenho com aproveitamento das paisagens que estão próximas a ele.
Letra B: defende a ideia de que a colonização portuguesa no Brasil, no lugar de explorar as riquezas naturais, privilegiou a ocupação do território.
O texto aborda a ocupação do território com a utilização das paisagens naturais para funcionamento do engenho.
Letra C: caracteriza sua preocupação ambiental, demonstrando o respeito dos administradores às matas e aos rios que compunham a paisagem rural.
O texto não fala da preocupação ambiental, mas sim da utilização das paisagens naturais para o funcionamento do engenho. Nos séculos XVI a XVIII poucas são as vozes que se levantam contra a exploração do meio ambiente, ainda mais em um contexto de acumulação de riquezas e predação colonial.
Letra E: sustenta sua autonomia e autossuficiência, mostrando-o como desvinculado do restante da empresa colonial.
O texto mostra como o engenho articulava relações com o mundo exterior de onde obtinha madeira para as máquinas funcionarem, bem como produtos que vinham de outras localidades.
139) Durante o referido período da história colonial brasileira, tem início a montagem do processo de colonização propriamente dita, que virá a se tornar mais sólido com o passar de mais de dois séculos, com avanços e recuos da ação portuguesa sobre o território a ser ocupado. A parte do Período Colonial Brasileiro à qual se está referindo é:
- A) àquele que está compreendido entre a instauração do Governo Geral e as últimas décadas do século XVIII
- B) àquele que vai da chegada de Cabral até à instalação do Governo Geral
- C) àquele que vai do final do século XVIII à Independência
- D) ao período que corresponde à vinda da Corte Portuguesa para o Brasil
- E) ao período que vai da chegada de Cabral até o advento da República
A alternativa correta é letra A) àquele que está compreendido entre a instauração do Governo Geral e as últimas décadas do século XVIII
Gabarito: ALTERNATIVA A
- Durante o referido período da história colonial brasileira, tem início a montagem do processo de colonização propriamente dita, que virá a se tornar mais sólido com o passar de mais de dois séculos, com avanços e recuos da ação portuguesa sobre o território a ser ocupado. A parte do Período Colonial Brasileiro à qual se está referindo é:
O modelo de colonização vencedor na organização da América portuguesa começaria a se estruturar em 1549, quando D. João III estabelece o governo-geral no Brasil. Tratava-se de um reconhecimento da falência do modelo das capitanias hereditárias, lançando uma nova forma de colonizar e defender as terras portuguesas no Novo Mundo. Esse processo seria relativamente bem sucedido, apesar de alguns reveses como as invasões holandesas, e se consolidaria com as reformas pombalinas de meados do século XVIII. Quanto à configuração territorial, seria nesse período que atividades como o mineração e a pecuária forçariam as fronteiras em direção ao Oeste, o que seria ratificado pelo Tratado de Madri (1750). Assim, observemos as alternativas propostas.
a) àquele que está compreendido entre a instauração do Governo Geral e as últimas décadas do século XVIII
b) àquele que vai da chegada de Cabral até à instalação do Governo Geral
c) àquele que vai do final do século XVIII à Independência
d) ao período que corresponde à vinda da Corte Portuguesa para o Brasil
e) ao período que vai da chegada de Cabral até o advento da República
Note o estudante que a chave para a solução desta questão estava no período indicado no enunciado: um recorte de duzentos anos. As alternativas erradas apresentavam enquadramentos que não rendiam esses dois séculos solicitados:
A. de 1549 a 1790;
B. de 1500 a 1549;
C. de 1790 a 1822;
D. de 1808 a 1821;
E. de 1500 a 1889.
Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.
140) Levando em consideração as atividades econômicas exploradas durante o Período Colonial Brasileiro, assinale a alternativa INCORRETA.
- A) A pecuária favoreceu a interiorização do território brasileiro e abastecia o mercado externo com carne, couro e outros derivados.
- B) As plantations açucareiras permitiram o enriquecimento de comerciantes holandeses, que, até o século XVII, tinham permissão para refinar e distribuir o açúcar.
- C) A mineração desenvolveu um mercado interno dinâmico nas Minas, sendo a participação dos escravos ao ganho destacada na região.
- D) A extração das drogas do sertão permitiu que Portugal comercializasse ervas e castanhas amazônicas com outros mercados europeus.
A resposta correta é a letra D) A extração das drogas do sertão permitiu que Portugal comercializasse ervas e castanhas amazônicas com outros mercados europeus.
Essa alternativa é incorreta porque as drogas do sertão, como a erva-mate e o cacau, eram comercializadas principalmente no mercado interno brasileiro, e não com outros mercados europeus. Além disso, a extração dessas drogas ocorreu principalmente na região amazônica e não no sertão.
As outras alternativas estão corretas:
- A pecuária realmente favoreceu a interiorização do território brasileiro e abastecia o mercado externo com carne, couro e outros derivados.
- As plantations açucareiras permitiram o enriquecimento de comerciantes holandeses, que, até o século XVII, tinham permissão para refinar e distribuir o açúcar.
- A mineração desenvolveu um mercado interno dinâmico nas Minas, sendo a participação dos escravos ao ganho destacada na região.