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Questões Sobre Período Colonial - História - concurso

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151)  Entre as medidas tomadas pelo governo do Marquês de Pombal, na busca pela centralização do poder monárquico português, situam-se: 

  • A) 1 e 2

  • B) 2 e 4 

  • C) 1, 3 e 4

  • D) 1, 3 e 5

     

  • E) 2, 3 e 5

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A alternativa correta é letra D) 1, 3 e 5

 

Gabarito: Letra D

 

A sequência correta é 1, 3 e 5.

 

Vamos analisar as proposições.

 

1) a extinção do sistema de Capitanias Hereditárias no Brasil. (CORRETA)

 

Atribuiu-se a Pombal a proposta de extinguir as capitanias hereditárias no Brasil, possibilitando que estas fossem incorporadas ao reino português, e, posteriormente fossem reorganizadas administrativamente como unidades políticas dentro dos estados. Assim, as capitanias deixaram de ser entes privados que pertenciam aos donatários e passaram a ser do reino português. Somente no governo de D. João VI as capitanias se transformaram em províncias.

 

 

2) a instituição das Aulas de Comércio na Colônia. (INCORRETA)

 

Pombal instituiu Aulas de Comércio em Portugal e não na colônia. Em Portugal, a Aula de Comércio teve origem no contexto da reforma do ensino realizada pelo marquês de Pombal. Iniciada em 1758 pelos “estudos menores”, esta reforma incluiu medidas como a abolição das escolas jesuíticas e a criação do cargo de diretor-geral dos Estudos. Os esforços de Pombal possibilitaram ainda a abertura de duas escolas especializadas, o Real Colégio dos Nobres e a Aula de Comércio, esta voltada para a preparação em práticas contábeis e mercantis, de perfil estritamente prático. Sua criação, portanto, se insere integralmente no espírito do reformismo pombalino, pois compactua com o ideário ilustrado de uma educação laica, submissa ao poder monárquico e adequada às necessidades pragmáticas da prática mercantilista.

 

No Brasil, as Aulas de Comércio só foram instituídas com D. João VI, como parte do conjunto de medidas administrativas de cunho econômico tomadas pelo regente, juntamente com a abertura dos portos às nações amigas, a revogação do alvará de 5 de janeiro de 1785, que proibia o estabelecimento de fábricas e manufaturas no Brasil, e a fundação da Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação.

 

3) a expulsão dos Jesuítas dos domínios portugueses. (CORRETA)

 

Pombal, como político influenciado por ideias iluministas, procurou afastar as ordens religiosas de questões relacionadas ao estado português. Após entender que os jesuítas tinham participado bastante da administração portuguesa, decidiu revogar o poder temporal da ordem, os expulsando dos territórios portugueses na América. Os bens da Companhia de Jesus, em sua maior parte propriedades rurais e urbanas, foram confiscados e leiloados, sendo arrematados por comerciantes e fazendeiros. A expulsão dos jesuítas do Brasil provocou, de imediato, a desorganização tanto da rede de missões religiosas, em especial no Vale amazônico, quanto do sistema de ensino da Colônia, que os padres jesuítas praticamente monopolizavam por meio de seus colégios e das "aulas de ler, escrever e contar". Pombal determinou a transformação das antigas aldeias indígenas em vilas, dando-lhes nomes tipicamente portugueses, ao mesmo tempo em que entregou a administração dos nativos ao Diretório dos Índios.

 

4) a imposição de um Juiz de Fora na presidência das câmaras municipais. (INCORRETA)

 

O cargo de juiz de fora já existia em Portugal desde o século XIV. Para a colônia o primeiro juiz de fora foi nomeado no final do século XVII para exercer a presidência da câmara municipal e outras atribuições em matéria de justiça. Portanto, a nomeação para esse cargo é anterior a Pombal.

 

5) a retirada de religiosos da direção das missões indígenas. (CORRETA)

 

Pombal era um defensor da não participação de missões religiosas em assuntos de interesse do estado português. Em matéria de relacionamento com indígenas, o secretário de estado elaborou juntamente com o seu irmão Francisco  Xavier,  governador de uma das capitanias do norte do Brasil, a legislação indígena que ficou conhecida como Diretório dos Índios. O diretório era um programa de colonização dos índios da Amazônia mediante casamentos mistos entre luso-brasileiros e índias, o ensino da língua portuguesa e a promoção econômica da região. Nesse sentido, os jesuítas foram expulsos da missões que passaram a ser administradas por funcionários conhecidos como diretores.

 

 

Referências:

 

ARQUIVO NACIONAL. Memória da Administração Pública Brasileira. Aula de Comércio da Corte. Disponível em: http://mapa.an.gov.br/index.php/dicionario-periodo-colonial/136-aula-de-comercio-da-corte-1808-1821

 

CARMO, Marcelo Lunardi. "Para punir os culpados e evitar malfeitorias: a inserção do juiz de fora na estrutura judiciária brasileira no final do século XVII". Aedos, Porto Alegre, v. 9, n. 20, p. 362-382, Ago. 2017.

 

MONTEIRO, Nuno. "As reformas na monarquia pluricontinental portuguesa: de Pombal a dom Rodrigo de Sousa Coutinho". In: FRAGOSO, João Luís Ribeiro e GOUVÊA, Maria de Fátima. O Brasil Colonial (1720-1821). Volume 3. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.

 

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

152) O Primeiro Governo Geral do Brasil foi instalado em:

  • A) São Luís.

  • B) Fortaleza.

  • C) Olinda.

  • D) Salvador.

  • E) Rio de Janeiro.

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A alternativa correta é letra D) Salvador.

Gabarito: ALTERNATIVA D

  
  • O Primeiro Governo Geral do Brasil foi instalado em:

O Governo Geral do Brasil foi criado em 1549 num contexto de importantes desafios para Portugal. O reinado de dom João III se deparou com o rápido declínio do comércio com as Índias, principal fonte de receitas para o Estado português; bem como já ficara patente o insucesso da colonização da América a partir das capitanias hereditárias. O governo geral deveria, portanto, organizar a administração colonial para viabilizar economicamente a colonização como um todo. Para isso, era necessária a ocupação efetiva do território e a sistematização administrativa. Nesse intento, Tomé de Sousa foi enviado ao Brasil com a missão de fundar a cidade de São Salvador, que passaria a ser a sede da administração colonial. Além disso, as instruções escritas pretendiam organizar a vida na colônia para permitir a organização também das rendas da Coroa. Assim, analisemos as alternativas que seguem.

 

a) São Luís.

b) Fortaleza.

c) Olinda.

d) Salvador.

e) Rio de Janeiro.

 

Como explicado acima, Salvador foi fundada para ser sede do governo geral, posição que manteve até meados do século XVIII, quando a sede administrativa colonial foi transferida para o Rio de Janeiro. Portanto, está correta a ALTERNATIVA D.

153) Observe a charge a seguir:

  • A) extração do Pau-Brasil por meio do estanco (troca ), onde os indígenas realizavam o corte da madeira e recebiam em troca objetos vistosos, mas de estimado valor, como espelhos, armamentos e tecidos diversos.

  • B) extração das drogas do sertão por meio de trabalho escravo, pelo qual os exploradores aproveitaram para iniciar o processo de ocupação territorial do Brasil a partir da construção de feitorias.

  • C) construção das primeiras feitorias com a finalidade de estimular a vinda de colonos para a produção de riquezas, como a cana de açúcar, e consequenternente efetivar a ocupação do território brasileiro garantindo a presença portuguesa.

  • D) extração do Pau-Brasil por meio do escambo (troca ), onde os indígenas realizavam o corte e o transporte da madeira recebendo em troca objetos de pouco valor, como espelhos, miçangas e instrumentos de ferro.

  • E) distribuição das primeiras sesmarias, por meio de Estanco, aos donatários que estavam se instalando no Brasil, destacando-se, nesse processo, o arrendatário Fernando de Noronha, que se notabilizou na extração do Pau-Brasil.

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A alternativa correta é letra D) extração do Pau-Brasil por meio do escambo (troca ), onde os indígenas realizavam o corte e o transporte da madeira recebendo em troca objetos de pouco valor, como espelhos, miçangas e instrumentos de ferro.

Gabarito: Letra D

 

A charge ilustra a primeira forma de utilização da mão de obra indígena pelos colonizadores portugueses chamado de escambo. O português na imagem oferece um chaveiro de Portugal para o índio que carrega nas costas uma madeira de pau-brasil.

 

O escambo consistia na troca da força de trabalho indígena, que era usada para cortar as árvores de pau-brasil, além de carregar as madeiras para as feitorias. Em troca do trabalho os indígenas recebiam espelhos, tecidos, facas, canivetes, machados.

 

Mas não foram apenas os portugueses que utilizaram o escambo como recurso para extrair o pau-brasil. Outros estrangeiros também passaram a adotar a mesma relação econômica para obter a madeira tão apreciada na Europa.

  

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A:  extração do Pau-Brasil por meio do estanco (troca ), onde os indígenas realizavam o corte da madeira e recebiam em troca objetos vistosos, mas de estimado valor, como espelhos, armamentos e tecidos diversos.

 

A extração do Pau-Brasil era feita através do escambo e não do estanco. O estanco era o monopólio da Coroa Portuguesa sobre a exploração da madeira.

 

Letra B: extração das drogas do sertão por meio de trabalho escravo, pelo qual os exploradores aproveitaram para iniciar o processo de ocupação territorial do Brasil a partir da construção de feitorias.

 

A charge não apresenta referência à extração de drogas do sertão, produtos que eram valorizados na Europa e que eram cultivados na região norte e nordeste do Brasil.

  

Letra C:  construção das primeiras feitorias com a finalidade de estimular a vinda de colonos para a produção de riquezas, como a cana de açúcar, e consequenternente efetivar a ocupação do território brasileiro garantindo a presença portuguesa.

 

A charge não apresenta referência à construção de feitorias. Estas eram postos de armazenagem de madeira e carregamento de navios.

  

Letra E: distribuição das primeiras sesmarias, por meio de Estanco, aos donatários que estavam se instalando no Brasil, destacando-se, nesse processo, o arrendatário Fernando de Noronha, que se notabilizou na extração do Pau-Brasil.

 

A charge não apresenta referência à distribuição de sesmarias. Estas eram lotes de terras distribuídas pela Coroa e depois pelos donatários para a ocupação do território na América Portuguesa. Elas não eram distribuídas através do Estanco.

 

Referência:

 

VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História do Brasil. São Paulo: Scipione, 1997. 

154) Leia o texto a seguir.

  • A) Revolta de Beckman.

  • B) Guerra dos Mascates.

  • C) Guerra dos Emboabas.

  • D) Revolta de Felipe dos Santos.

  • E) Revolta de Amador Bueno.

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A alternativa correta é letra A) Revolta de Beckman.

Gabarito da banca: Letra A

 

Meu gabarito: Anulada

 

O trecho do texto apresenta as condições que envolveram um acontecimento no Maranhão da segunda metade do século XVII.

 

Trata-se de uma revolta chamada de Revolta dos Beckman, organizada por proprietários de terras e que foi  liderada pelos irmãos Beckman, Manuel e Tomás.

 

O alvo da revolta era o não cumprimento das disposições da Companhia de Comércio do Estado do Maranhão, empresa criada para revitalizar o comércio no Estado que havia declinado. Além disso, a empresa vendia os produtos a preços muito elevados e oferecia muito pouco pelos artigos coloniais, bem como não conseguia cumprir com o fornecimento prometido de escravos.

 

A reação da metrópole foi violenta, os revoltosos foram combatidos e os principais líderes executados. Os colonos, entretanto, conseguiram extinguir a empresa depois de confirmadas as queixas dos revoltosos.          

 

Por que deveria ser anulada?

 

A banca solicitou que respondêssemos a alternativa que apresentava uma revolta da metade do século XVIII e a revolta que é o gabarito não ocorreu nesse século, mas no século XVII.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra B: Guerra dos Mascates.

 

Conflito ocorrido entre 1710 e 1711 em Pernambuco entre as elites açucareiras de Olinda e as elites comerciais de Recife. Os proprietários de terras de Olinda não queriam que Recife se tornasse uma vila autônoma, subordinando o povoado recifense às decisões de Olinda.

  

Letra C: Guerra dos Emboabas.

 

Conflito ocorrido em Minas Gerais entre 1708 e 1709 devido à descoberta do ouro. Os emboabas era o apelido dado pelos paulistas, que haviam descoberto o minério na região a todos os forasteiros. Os paulistas julgavam-se ter exclusividade sobre as minas o que ocasionou conflitos com os demais migrantes que buscaram explorar a região.

 

Letra D: Revolta de Felipe dos Santos.

 

Revolta ocorrida em 1720 em Vila Rica nas Minas Gerais como consequência dos crescentes tributos aplicados pela Coroa na região. Filipe dos Santos foi um dos líderes do movimento e foi condenado à morte, sendo executado para mostrar a força da repressão e evitar que novos motins ocorressem.

 

Letra E: Revolta de Amador Bueno.

 

Não se tratou de uma revolta. Foi um episódio ocorrido na década de 1640, na capitania de São Vicente. No cenário de meados do século XVII, os espanhóis que estavam no Brasil achavam que a capitania de São Vicente poderiam ficar sob posse da Espanha se os paulistas se desmembrassem de Portugal. Propuseram então aos amigos, parentes e aliados que elegessem um rei paulista, indicando Amador Bueno de Ribeira. Os espanhóis usaram então todos os argumentos para convencer os “paulistas e europeus pouco instruídos” de que eles podiam não reconhecer por soberano um príncipe português a quem ainda não tinham jurado obediência: D. João IV, que acabara de ser aclamado, em 1640. Lembravam ainda, nessa investida, os milhares de índios e escravos que controlavam, podendo formar “exércitos formidáveis”, ajudados pela localização de São Paulo, isolada do mar pela serra. Amador Bueno vinha de próspera família com raízes hispânicas, com participação na Câmara da vila de Piratininga; possuía uma grande fazenda de trigo na qual trabalhavam muitos índios guaranis. Ele ficou pasmo ao ouvir a proposta e lembrou que todos deviam aceitar o destino do reino de Portugal. Mas a recusa do eleito aumentou a vontade do “povo ignorante”, que o ameaçou de morte caso não empunhasse o cetro.

 

Referências:

 

MONTEIRO, Rodrigo Bentes. “O Rei de São Paulo”. In: Revista de História da Biblioteca Nacional. Setembro de 2007.

 

VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História do Brasil. São Paulo: Scipione, 1997.

 

155) “…a grande lavoura que produz para exportação, e a agricultura que chamei de “subsistência”, por destinar-se ao consumo e à manutenção da própria colônia. […] Há naturalmente entre estes setores um terreno em comum.”(grifos do autor)

  • A) Tanto os produtos da grande lavoura, quanto os da agricultura de subsistência se consumia no país e, também, exportava. A diferença estava na natureza econômica intrínseca de cada categoria de atividade produtiva e no seu objetivo primário.

  • B) A cachaça era um subproduto e a sua produção volumosa independia da produção do açúcar, porque seu objetivo primário era atender a grande demanda interna.

  • C) O algodão que servia para confecção de tecidos grosseiros para a vestimenta de escravos não entrou na lista de produtos exportados.

  • D) No caso do arroz, produzido, principalmente, no Maranhão em grande volume, o estímulo era para o comércio interno.

  • E) A grande lavoura e a agricultura de subsistência se distinguem, pois a segunda era encontrada fora dos engenhos e dos domínios das grandes propriedades.

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A alternativa correta é letra A) Tanto os produtos da grande lavoura, quanto os da agricultura de subsistência se consumia no país e, também, exportava. A diferença estava na natureza econômica intrínseca de cada categoria de atividade produtiva e no seu objetivo primário.

Gabarito: ALTERNATIVA A

  

“...a grande lavoura que produz para exportação, e a agricultura que chamei de “subsistência”, por destinar-se ao consumo e à manutenção da própria colônia. [...] Há naturalmente entre estes setores um terreno em comum.”(grifos do autor)

PRADO Jr., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. 23. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994. p. 157.

 
  • Marque a alternativa correta, a partir da afirmação acima de Caio Prado, sobre a agricultura de subsistência no Brasil Colônia.

Note bem o estudante o que temos aqui: um exercício de interpretação de texto. Isto é, deveria o candidato procurar a questão que mais bem se adequasse ao texto que inicia o enunciado. Assim, é preciso que o estudante esteja muito atento, não devendo se perder em digressões sobre o tema, mas sim focalizar o que é solicitado e resolver a questão em menor tempo possível no momento da prova. Assim, observemos as alternativas propostas 

 
  • a)  Tanto os produtos da grande lavoura, quanto os da agricultura de subsistência se consumia no país e, também, exportava. A diferença estava na natureza econômica intrínseca de cada categoria de atividade produtiva e no seu objetivo primário.

A alternativa é bastante óbvia e não deixa espaço para maiores considerações. A grande lavoura era aquela comprometida com a monocultura de exportação, baseada no latifúndio e inteiramente comprometida com as linhas gerais do pacto colonial. A produção de subsistência estava organizada a reboque dessa grande lavoura, desenvolvendo atividades que primavam pelo consumo interno, orbitando a produção em escala da grande lavoura. Esses produtos secundários eram exportados apenas em caso de excedentes, mas não era esta a preocupação central; ou seja, diferiam em natureza econômica e em objetivo primário. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • b)  A cachaça era um subproduto e a sua produção volumosa independia da produção do açúcar, porque seu objetivo primário era atender a grande demanda interna.

A descoberta da cachaça já foi um subproduto da produção açucareira: a condensação nas salas com fornalhas produziria o líquido alcóolico. Tratava-se de uma atividade completamente dependente da produção açucareira, um subproduto descoberto ao acaso e produzido sob a lógica da subsistência. Ou seja, não eram desviados recursos para a produção de aguardente em detrimento à produção açucareira, mas sim organizava-se uma sua produção secundária a partir da estrutura e do ritmo produtivos do açúcar. Alternativa errada.

 
  • c)  O algodão que servia para confecção de tecidos grosseiros para a vestimenta de escravos não entrou na lista de produtos exportados.

De fato, a pressão primeira sobre a produção de algodão era o abastecimento doméstico. Se os europeus trajavam roupas manufaturadas na Europa, era necessário vestir os escravos com panos grosseiros de algodão, o que fomentava essa produção algodoeira de pequeno porte no Brasil. No entanto, a Revolução Industrial transformaria a produção têxtil a partir do século XVIII, aumentando a demanda internacional de algodão. Consequentemente, as possibilidades de exportação aumentaram no Brasil e as capitanias do Norte chegaram a exportar o produto no século XVIII, indo além do mercado doméstico por breves períodos. Alternativa errada.

 
  • d)  No caso do arroz, produzido, principalmente, no Maranhão em grande volume, o estímulo era para o comércio interno.

A principal produção do Maranhão era o algodão, e não de arroz. De toda forma, as trocas internas passavam por importantes limitações logísticas, não sendo viável transportar grandes quantidades de alimentos. Ou seja, não havia uma lavoura de subsistência de grande porte concentrada, mas sim diluída pelo território de forma a orbitar as grandes atividades, como o açúcar e a extração aurífera. Alternativa errada.

 
  • e)  A grande lavoura e a agricultura de subsistência se distinguem, pois a segunda era encontrada fora dos engenhos e dos domínios das grandes propriedades.

A lavoura de subsistência orbitava a grande lavoura; afinal, era preciso abastecer a unidade produtiva com víveres. Ou seja, ainda que fosse pressionada para fora da grande lavoura, essa produção de subsistência era integrada aos engenhos para abastecer senzala e casa-grande. A atividade que ficava fora desses domínios era a pecuária, porque o gado poderia devastar plantações de cana-de-açúcar. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

156) Durante o período colonial vigorou no Brasil o sistema de capitanias hereditárias, onde os territórios eram passados:

  • A) por concessões feitas pela coroa

  • B) através da compras de terras

  • C) de pai para filho

  • D) por aquisição de títulos da dívida pública

  • E) nenhuma das alternativas está correta

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Resposta:

A alternativa correta é letra C) de pai para filho.

Explicação:

Durante o período colonial, o sistema de capitanias hereditárias foi adotado no Brasil. Nesse sistema, os territórios eram passados de pai para filho, ou seja, eram herdados. Isso significa que os donatários das capitanias tinham o direito de transmitir seus territórios para seus herdeiros.

As outras opções estão incorretas porque:

  • A) As concessões feitas pela coroa eram uma forma de distribuição de terras, mas não era o sistema de capitanias hereditárias.
  • B) A compra de terras não era uma forma de transmissão de territórios no sistema de capitanias hereditárias.
  • D) A aquisição de títulos da dívida pública não tem relação com o sistema de capitanias hereditárias.
  • E) A opção "nenhuma das alternativas está correta" é incorreta porque a opção C) está correta.

157) A descoberta de ouro, no Brasil do século XVII, provocou, entre outros,

  • A) a formação de núcleos populacionais no interior da colônia e o pagamento, por Portugal, de parte das dívidas com a Inglaterra.

  • B) o fim da economia agrícola monocultora e a clara diferenciação em relação às áreas de colonização espanhola na América.

  • C) o início do extrativismo na colônia e a exploração dos metais nobres brasileiros por multinacionais inglesas e norte-americanas.

  • D) o desenvolvimento de ampla produção agrícola na região das Minas e a autossuficiência alimentar das áreas mineradoras.

  • E) a implantação de vasta rede de transportes na região das Minas e o rápido escoamento do ouro na direção dos portos do Nordeste.

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Resposta:

A alternativa correta é A) a formação de núcleos populacionais no interior da colônia e o pagamento, por Portugal, de parte das dívidas com a Inglaterra.

Explicação:

A descoberta de ouro no Brasil do século XVII provocou um aumento significativo da população na região das Minas Gerais, pois muitas pessoas se deslocaram para essa região em busca de riqueza. Isso levou à formação de núcleos populacionais no interior da colônia, como cidades e vilas.

Além disso, a descoberta de ouro também permitiu que Portugal pagasse parte das dívidas que tinha com a Inglaterra, pois o ouro brasileiro era muito valorizado na Europa.

158) Uma das principais exigências dos rebeldes na Revolta de Vila Rica, em 1720, foi a

  • A) diminuição dos preços das roupas comercializadas.

  • B) modificação do domínio português em Minas Gerais.

  • C) anulação do decreto de criação das Casas de Fundição.

  • D) supressão das cobranças na Intendência dos Diamantes.

  • E) recusa na aceitação dos governantes enviados pela coroa.

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A alternativa correta é letra C) anulação do decreto de criação das Casas de Fundição.

Gabarito: Letra C

 

Anulação do decreto de criação das Casas de Fundição.

 

O anúncio da criação das Casas de Fundição trouxe grande insatisfação aos mineradores que consideravam que a medida dificultaria a circulação e o comércio de ouro na capitania, facilitando apenas a cobrança de impostos. Logo a medida causou tumultos que se espalharam pelos arraiais provocando a eclosão da chamada Revolta de Vila Rica, em 28 de junho de 1720, na qual cerca de 2 mil revoltosos comandados pelo tropeiro português Felipe dos Santos conquistaram a cidade de Vila Rica exigindo a revogação da ordem de criação das Casas de Fundição, o fim dos registros existentes nas estradas e garantias de que não seriam punidos.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: diminuição dos preços das roupas comercializadas.

 

Não havia entre os revoltosos de Vila Rica a exigência de diminuição dos preços de roupas comercializadas.

 

Letra B: modificação do domínio português em Minas Gerais.

 

Não houve uma modificação do domínio português em Minas Gerais, portanto, essa não foi uma das exigências dos revoltosos de Vila Rica.

 

Letra D: supressão das cobranças na Intendência dos Diamantes.

 

Não havia entre os revoltosos de Vila Rica a exigência de supressão das cobranças na Intendência dos Diamantes, até porque essa intendência foi criada no Arraial do Tijuco (atual cidade de Diamantina) e não em Vila Rica.

 

Letra E: recusa na aceitação dos governantes enviados pela coroa.

 

A Revolta de Vila Rica não foi provocada pela recusa na aceitação dos governantes enviados pela coroa, portanto, essa não foi uma das exigências dos revoltosos.

 

Referências:

 

AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 2. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

159) Quanto à economia no século XVI no Brasil, dadas as afirmativas,

  • A) IV, apenas.

  • B) I e II, apenas.

  • C) III e IV, apenas.

  • D) I, II e III, apenas.

  • E) I, II, III e IV.

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A alternativa correta é letra E) I, II, III e IV.

Gabarito: Letra E

 

As afirmativas corretas são: I, II, III e IV

 

Vamos analisar as proposições.

 

I. A agromanufatura do açúcar forneceu a base econômica para a valorização colonial do Brasil. (CORRETA)

 

A agromanufatura do açúcar foi o "carro-chefe" da colônia entre os séculos XVI e XVIII. Ela possibilitou que o Nordeste fosse a área mais importante nesse período, além de movimentar outras atividades econômicas, como a pecuária e a agricultura de subsistência. Além disso, por causa da produção açucareira houve a necessidade de importação de mão de obra escrava do continente africano para suprimir a demanda da força de trabalho uma vez que a mão de obra indígena estava sob proibição por legislação portuguesa e também porque a escravidão e as atividades ligadas a ela retornavam lucros para os participantes desse comércio.

   

II. Ao açúcar subordinavam-se o extrativismo do pau-brasil e a pecuária. (CORRETA)

 

O açúcar foi o principal produto fabricado na colônia e exportado para o mercado internacional. A extração de pau-brasil foi a primeira atividade econômica desenvolvida na colônia e sofreu declínio com a organização dos primeiros engenhos de cana-de-açúcar, mas continuou a ser explorado, porém em menor escala. A pecuária foi uma atividade econômica desenvolvida para abastecer o mercado interno e começou a ser organizada após a implantação dos engenhos de cana-de-açúcar. Como o gado não poderia ser criado no litoral da colônia, espaço destinado à plantação da cana, acabou sendo empurrado para o interior do sertão onde se expandiu.

   

III. A utilização, em larga escala, de trabalhadores escravos, a disponibilidade de terras e a expansão do setor de consumo externo concorreram para o enriquecimento da classe proprietária e da burguesia comercial portuguesa e flamenga. (CORRETA)

 

O comércio do açúcar possibilitou a alguns grupos enriquecerem, como, por exemplo, os proprietários de terras, os traficantes de escravizados e os comerciantes estrangeiros, portugueses , genoveses e flamengos. Agroindústria açucareira movimentou a economia em diversos setores. Podemos citar, os setores de financiamento/empréstimos, organizados por mercadores genoveses e flamengos que aplicavam capital na construção de engenhos, no transporte do açúcar e no refino do produto. Também não podemos esquecer que a fabricação do açúcar movimentou a captura, o tráfico e a venda de escravizados que saía do continente africano em direção às áreas de plantação da cana.

   

IV. Ainda, nesse período, persistiam os interesses metalistas. (CORRETA)

 

Mesmo com o açúcar sendo a principal mercadoria exportada pela colônia e que possibilitava lucros ao reino português, a Coroa, bem como os colonos ainda buscavam encontrar no território brasileiro metais preciosos, sobretudo em um momento de extrema valorização de prata e ouro, obtidos das minas da América Espanhola.

   

Referência:

 

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

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160)      No Brasil colônia, o responsável pela produção açucareira – o senhor de engenho – tinha enorme prestígio social. Era um tipo de “nobre da terra”, um membro da “açucarocracia”, que produzia a partir de um modelo centrado nos princípios capitalistas de produção da época. A agricultura assentava-se sobre o latifúndio monocultor, escravista e exportador.

  • A) roça.

  • B) plantation.

  • C) agrofeudal.

  • D) rotação de cultivo.

  • E) agricultura coletiva.

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A alternativa correta é letra B) plantation.

Gabarito: Letra B

 

plantation

 

O trecho da questão é uma referência ao modo de produção conhecido como plantation, conceito usado pela historiografia a partir da década de 1960 para indicar a grande unidade agrícola voltada para o mercado externo e que utilizava mão de obra escravizada ou às vezes assalariada.

 

É um modelo de produção que surgiu com o objetivo de atender à demanda do mercado europeu por produtos tropicais, como o açúcar, o tabaco e o algodão, entre outros. No caso específico do Brasil colonial, o modelo de plantation foi responsável pelo desenvolvimento da produção açucareira e pela formação de uma elite rural, os senhores de engenho, que além de chefe econômico era o chefe da família e da escravaria.

   

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: roça.

 

Sistema de produção agrícola de subsistência, em que pequenas áreas de terra são utilizadas para o cultivo de diversos produtos, com pouca ou nenhuma mecanização, sem a utilização de insumos modernos, e sem a utilização de mão de obra escrava ou assalariada.

 

Letra C: agrofeudal.

 

Sistema de produção agrícola em que a terra é controlada por senhores feudais que utilizam a servidão como forma de exploração da mão de obra camponesa. É um sistema que surgiu na Idade Média, na Europa, e não corresponde ao modo de produção descrito no texto.

 

Letra D: rotação de cultivo.

 

Também conhecida como rotação de cultura, é uma prática onde a terra é utilizada de forma rotativa para o cultivo de diferentes produtos, com o objetivo de manter a fertilidade do solo e evitar a exaustão do mesmo. É um sistema de produção que se caracteriza pela diversificação de cultivos em pequenas propriedades e não corresponde ao modelo de monocultura descrito no texto.

 

Letra E: agricultura coletiva.

 

Trata-se de um sistema de produção agrícola em que a terra é cultivada e explorada coletivamente por uma comunidade, sem a existência de propriedade privada ou controle individual sobre a produção. É um modelo de produção agrícola baseado na cooperação e não corresponde ao modelo de produção escravista e concentrador de riquezas descrito no texto.

 

Referência:

 

FARIA, Sheila de Castro. "Plantation". In: VAINFAS, Ronaldo (Dir.). Dicionário do Brasil colonial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000

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