Questões Sobre Período Colonial - História - concurso
11) O Brasil foi colonizado pelos portugueses entre os séculos XVI e XIX. De maneira geral, a colonização se fez subordinada aos interesses econômicos que prevaleciam na Europa Moderna, ou seja, o contexto de formação do sistema capitalista, de base mercantil. Por essa razão, a economia colonial foi organizada de modo a atender prioritariamente, ainda que não exclusivamente, ao mercado externo. Utilizou-se fartamente da mão-de-obra escrava africana e da estrutura latifundiária. Durante mais de um século, a cana-de-açúcar liderou as atividades econômicas coloniais, sobretudo na região nordestina. No século XVIII, foi a vez de a mineração destacar-se; com ela, porções do interior da colônia foram ocupados. Em larga medida, os bandeirantes ampliaram o território português na América, ultrapassando os limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas, que Portugal e Espanha assinaram à época dos descobrimentos.
- A) predominava a concentração de grandes extensões de terras em mãos de poucos proprietários, o que ampliava o quadro de desigualdade no Brasil.
- B) as terras brasileiras pertenciam ao Estado português que as controlava e delas fazia uso exclusivo.
- C) qualquer um tinha acesso à terra, desde que pagasse elevados impostos ao governo metropolitano, isto é, português.
- D) a terra tinha pouco valor econômico, razão pela qual seus proprietários não tinham poder político nem prestígio social.
A alternativa correta é letra A) predominava a concentração de grandes extensões de terras em mãos de poucos proprietários, o que ampliava o quadro de desigualdade no Brasil.
Gabarito: Letra A
(predominava a concentração de grandes extensões de terras em mãos de poucos proprietários, o que ampliava o quadro de desigualdade no Brasil.)
A estrutura latifundiária no Brasil colônia era formada pela concentração de grandes extensões de terras nas mãos de poucos proprietários. Essas terras foram distribuídas inicialmente pela Coroa aos donatários, que por sua vez, realizaram pequenas distribuições de lotes conhecidas como sesmarias a outras famílias portuguesas.
Essa prática de distribuição de lotes se perpetuou durante o governo-geral e a incorporação de terras foi cada vez mais estimulada pela Coroa e administradores coloniais, sobretudo, para fazer avançar a colonização no interior. Diversas terras indígenas foram incorporadas ao patrimônio dos colonos como resultado das guerras e expedições contra os nativos.
Segundo Lilia M. Schwarcz e Heloisa Starling, essa concentração de terras nas mãos de poucos persistiu ao longo da nossa história e seu principal produto foi desigualdade social. Afirmam as autoras que:
"Numa nação caracterizada pelo poder de grandes proprietários rurais, muitos deles donos de imensos e isolados latifúndios que podiam alcançar o tamanho de uma cidade, autoritarismo e personalismo foram sempre realidades fortes, a enfraquecer o exercício livre do poder público, a desestimular o fortalecimento das instituições e com isso a luta por direitos."
Por que as demais estão incorretas?
Letra B: as terras brasileiras pertenciam ao Estado português que as controlava e delas fazia uso exclusivo.
As terras brasileiras pertenciam à Coroa, mas elas poderiam ser arrendadas a comerciantes e negociantes através de doações e de outras formas de transmissão que garantiriam recursos para a monarquia portuguesa.
Letra C: qualquer um tinha acesso à terra, desde que pagasse elevados impostos ao governo metropolitano, isto é, português.
A Coroa Portuguesa não destinava terra a qualquer um. Era necessário ter relações de confiança e de prestação de serviços para com Portugal. Este foi o caso dos primeiros donatários. Logo em seguida, a distribuição das sesmarias ocorria obedecendo também a prestação de serviços na colonização do território.
Letra D: a terra tinha pouco valor econômico, razão pela qual seus proprietários não tinham poder político nem prestígio social.
A terra tinha um grande valor econômico. Os seus proprietários eram também aqueles que tinham o poder político, geralmente, eram os participantes nas câmaras das vilas, assim como eram os principais nomes das capitanias.
Referências:
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2000.
SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
12) A máquina administrativa e burocrática implantada na América portuguesa objetivava a máxima rentabilidade. Os portugueses deixavam o Reino na esperança de se tornarem proprietários de terras na Colônia. Nesse contexto da administração colonial, é correto afirmar:
- A) Apenas a afirmativa III está correta.
- B) Todas as afirmativas estão corretas.
- C) As afirmativas I e II estão corretas.
- D) Apenas a afirmativa I está correta.
- E) As afirmativas II e III estão corretas.
A alternativa correta é letra D) Apenas a afirmativa I está correta.
Explicação: A afirmativa I é verdadeira, pois Martin Afonso de Souza foi um dos primeiros colonizadores portugueses a se estabelecer no Brasil e organizou o cultivo de cana-de-açúcar na região da atual Baixada Santista.
Já a afirmativa II é falsa, pois o Engenho São Jorge dos Erasmos foi erguido em 1532, não em 1533, e não foi construído com empréstimos de empresários ingleses e italianos.
A afirmativa III também é falsa, pois os escravos forros (ou libertos) podiam ser absorvidos nos engenhos, desde que tivessem condições de trabalhar e contribuir para a economia colonial.
13) “A economia colonial, quando encarada no contexto da economia européia de que faz parte, que é seu centro dinâmico, aparece como altamente especializada.”.Acerca do tema NÃO se pode afirmar que
- A) a economia colonial caracterizava-se pelas pequenas unidades de produção de agricultores autônomos, o que foi fator de desbravamento de territórios virgens.
- B) a produção do açúcar consolidou, no Nordeste, uma economia baseada no latifúndio monocultor e escravocrata.
- C) a colônia funcionava como área de produção e a metrópole como área de circulação do produto.
- D) a pecuária constituiu-se numa atividade subsidiária da grande lavoura.
- E) a decadência da economia açucareira levou Portugal a se empenhar na descoberta de ouro em terras brasileiras.
A alternativa correta é letra A) a economia colonial caracterizava-se pelas pequenas unidades de produção de agricultores autônomos, o que foi fator de desbravamento de territórios virgens.
Gabarito: Letra A
A questão quer saber qual das alternativas é a incorreta.
Não se pode afirmar que a economia colonial se caracterizava por pequenas unidades de produção organizadas por agricultores autônomos.
A economia colonial era caracterizada pelas extensas propriedades de terras (latifúndios), cuja produção se destinava ao mercado externo. Foi assim com o cultivo da cana para produzir açúcar, do tabaco para produzir fumo e do algodão para fazer lã.
As demais estão corretas, pois:
Letra B: a produção do açúcar consolidou, no Nordeste, uma economia baseada no latifúndio monocultor e escravocrata.
A produção do açúcar era feita com a mão de obra escrava em grandes extensões de terra.
Letra C: a colônia funcionava como área de produção e a metrópole como área de circulação do produto.
É o que chamamos de Pacto Colonial, no qual a colônia é responsável por produzir gêneros dos quais a metrópole necessita que por sua vez faz circular os produtos coloniais no mercado europeu ou africano.
Letra D: a pecuária constituiu-se numa atividade subsidiária da grande lavoura.
A pecuária desempenhou papel importante na economia colonial, pois abastecia a população com carne e couro. Os animais serviam como força motriz e meio de transporte. Atendia ao mercado interno, sendo uma atividade que apoiou o abastecimento da lavoura colonial, uma vez que fornecia carne seca, importante alimento para a mão de obra escrava.
Letra E: a decadência da economia açucareira levou Portugal a se empenhar na descoberta de ouro em terras brasileiras.
O açúcar brasileiro enfrentou concorrência no mercado internacional e assim a Coroa Portuguesa passou a buscar novas fontes de renda. Após as primeiras notícias de achados de ouro, passou a estimular expedições para encontrar novas áreas mineradoras.
Referências:
AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral: volume 2. São Paulo: Saraiva, 2010.
14)
- A) A grande maioria da mão-de-obra utilizada na região açucareira era indígena, enquanto os negros foram destinados à área da mineração.
- B) A introdução do trabalho compulsório estava de acordo com a lógica econômica imposta pela Metrópole: alcançar altos lucros com os produtos coloniais tropicais.
- C) A gravura se refere à utilização do negro, escravizado, na lavoura canavieira, visto que os demais setores da economia eram ocupados majoritariamente por homens livres.
- D) O tráfico de escravos da África para o continente americano possibilitou uma intensa mobilidade na sociedade colonial, o que contradiz a situação a que a charge faz menção.
- E) As estruturas culturais africanas, em função da dominação imposta pelos colonizadores, foram substituídas por uma forma de escravidão de caráter liberal e humanista.
A alternativa correta é letra B) A introdução do trabalho compulsório estava de acordo com a lógica econômica imposta pela Metrópole: alcançar altos lucros com os produtos coloniais tropicais.
Gabarito: Letra B
A charge apresenta uma família escrava e um homem escravo dizendo que "carrega o país nas costas". Isso significa que a mão de obra escrava africana gerou lucros para a Metrópole portuguesa, para os senhores de engenho portugueses e brasileiros e traficantes portugueses e brasileiros, uma vez que a economia da escravidão era altamente lucrativa por si só.
A introdução do trabalho compulsório no Brasil, seja indígena ou africano, inseriu-se na lógica do Pacto Colonial, no qual a colônia deveria produzir gêneros com grande procura no mercado internacional. Esses gêneros eram transferidos para a metrópole a fim de serem revendidos.
Dois exemplos dessa relação entre força de trabalho e produção de gêneros com alta procura: exploração das drogas do sertão pela mão de obra indígena e a economia açucareira, que usou indígenas e africanos para a produção do açúcar e derivados.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: A grande maioria da mão-de-obra utilizada na região açucareira era indígena, enquanto os negros foram destinados à área da mineração.
Nas primeiras décadas da economia açucareira a mão de obra utilizada era a indígena. No século XVII ocorre a transição, passando a utilizar da mão de obra escrava africana. Na mineração havia escravos e trabalhadores livres.
Letra C: A gravura se refere à utilização do negro, escravizado, na lavoura canavieira, visto que os demais setores da economia eram ocupados majoritariamente por homens livres.
Outros setores também utilizavam a mão de obra africana, por exemplo, no comércio nas vilas com os escravos de ganho, na mineração, na pecuária, na lavoura de tabaco e algodão e posteriormente na lavoura cafeeira.
Letra D: O tráfico de escravos da África para o continente americano possibilitou uma intensa mobilidade na sociedade colonial, o que contradiz a situação a que a charge faz menção.
Em alguns casos havia a possibilidade do escravizado garantir a mobilidade social, como, por exemplo, através de alforrias, casamentos, herança de propriedades de senhores. Mas isso não era uma generalização. Poucos escravos conseguiram se libertar das amarras do cativeiro.
Letra E: As estruturas culturais africanas, em função da dominação imposta pelos colonizadores, foram substituídas por uma forma de escravidão de caráter liberal e humanista.
A estruturas culturais africanas sofreram com o silenciamento ou com o sincretismo se mesclando com a cultura europeia. É incorreto dizer que existia uma forma de escravidão liberal e humanista.
15)
- A) revoluções políticas contra invasões estrangeiras na Colônia.
- B) rebeliões de escravos fugitivos, concentrados nos quilombos.
- C) movimentos de reivindicação de autonomia e separação da Colônia de Portugal.
- D) revoltas contra o controle do comércio por judeus e por cristãos-novos.
- E) movimentos de contestação dos colonos contra a exploração da Metrópole.
A alternativa correta é letra E) movimentos de contestação dos colonos contra a exploração da Metrópole.
Gabarito: Letra E
O mapa mostra focos de rebeliões ocorridas no Brasil à época da colônia.
As relações entre colônia e a metrópole portuguesa foram pautadas pela política mercantilista, no qual os portugueses entendiam que a exploração das riquezas naturais da colônia, assim como a tributação sobre os colonos, precisava gerar altos lucros.
Portugal não se preocupou em oferecer incentivos econômicos e financeiros aos colonos. Além disso, procurava garantir o monopólio do comércio colonial, proibindo qualquer tipo de negociação direta com comerciantes de outros países.
Não bastassem essas restrições, o governo metropolitano impunha novos impostos sempre que necessitava de recursos adicionais. A situação agravou-se ainda mais quando Portugal perdeu algumas possessões na África e na Ásia, voltando-se exclusivamente para o Brasil.
Todas essas medidas, associadas às denúncias de corrupção e nepotismo contra autoridades portuguesas, fizeram nascer em diversos setores da sociedade colonial um descontentamento cada vez maior. Em algumas ocasiões, esse descontentamento foi se transformando em revolta.
Essas revoltas eram contrárias à exploração fiscal, administrativa e política feita pelas autoridades que representavam a Coroa. Embora esses movimentos não questionassem o domínio português, eram um forte indício de que a insatisfação com relação à metrópole crescia entre os habitantes da colônia.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: As revoluções no mapa eram contra as autoridades e políticas adotadas pela própria Coroa portuguesa.
Letra B: Nenhuma das revoltas do mapa foram organizadas por escravos.
Letra C: As revoltas do mapa mostraram que havia insatisfações por parte dos colonos em relação à política adotada pela metrópole. Em nenhum momento buscaram a separação da Coroa Portuguesa.
Letra D: Também não foram dirigidas a um grupo específico, mas contra o aparato administrativo e fiscal da metrópole.
Resposta baseada nas fontes:
AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.
16) Durante o período colonial, o engenho integra a paisagem do Nordeste brasileiro e suas características principais são:
- A) mão-de-obra escrava, latifúndio, mercado consumidor externo.
- B) mão-de-obra assalariada, latifúndio, mercado consumidor interno.
- C) mão-de-obra livre, minifúndio, mercado consumidor externo.
- D) mão-de-obra escrava, latifúndio, mercado consumidor interno.
Resposta:
A alternativa correta é letra A) mão-de-obra escrava, latifúndio, mercado consumidor externo.
Explicação:
Durante o período colonial, o engenho foi uma unidade produtiva fundamental no Nordeste brasileiro, especialmente na produção de açúcar. As características principais do engenho nesse período foram:
- Mão-de-obra escrava: Os engenhos utilizavam mão-de-obra escrava, trazida da África, para trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar e nos processos de produção do açúcar.
- Latifúndio: Os engenhos eram grandes propriedades rurais que concentravam terras e recursos, caracterizando o latifúndio.
- Mercado consumidor externo: A produção de açúcar era destinada ao mercado consumidor externo, especialmente à Europa, que era o principal destino das exportações brasileiras.
Essas características são típicas do sistema colonial brasileiro, que se baseava na exploração da mão-de-obra escrava e na produção de commodities para exportação.
17) No princípio do século XVII, era bem insignificante e quase miserável a Vila de São Paulo. João de Laet davalhe 200 habitantes, entre portugueses e mestiços, em 100 casas; a Câmara, em 1606, informava que eram 190 os moradores, dos quais 65 andavam homiziados*.
- A) maior desenvolvimento do cultivo da cana-de-açúcar no planalto de Piratininga do que na Zona da Mata Nordestina.
- B) atraso no desenvolvimento econômico da região de Olinda e Recife, associado à escravidão, inexistente em São Paulo.
- C) avanço da construção naval em São Paulo, favorecido pelo comércio dessa cidade com as Índias.
- D) desenvolvimento sucessivo da economia mineradora, cafeicultora e industrial no Sudeste.
- E) destruição do sistema produtivo de algodão em Pernambuco quando da ocupação holandesa.
A alternativa correta é letra D) desenvolvimento sucessivo da economia mineradora, cafeicultora e industrial no Sudeste.
Gabarito: Letra D
(desenvolvimento sucessivo da economia mineradora, cafeicultora e industrial no Sudeste.)
A vila de São Paulo no século XVII não figurava entre os principais núcleos de povoamento e exploração do Brasil.
Durante o século XVII, a economia brasileira ficou concentrada em torno da exploração do açúcar no nordeste, tendo como principal área geográfica, a Zona da Mata Nordestina, cujos principais centros eram a Bahia e Pernambuco
Com o fim da ocupação holandesa e o consequente declínio das vendas de açúcar brasileiro para o mercado internacional e, mais tarde, com as diversas expedições para o interior do Brasil em busca de indígenas e minérios, o centro econômico colonial se deslocou para Sudeste, com a região das Minas Gerais se tornando o principal local de atração de mão de obra e de dinamismo econômico.
É no contexto da mineração (século XVIII) que a vila de São Paulo passou por profundas transformações, quando dessa região partiram muitos exploradores em busca de ouro e pedras preciosas e retornavam com uma grande quantidade de mão de obra indígena.
Mas São Paulo se tornaria um importante centro econômico de fato com a expansão da cafeicultura no final do século XIX. Neste período a cidade e a província concentraram grande parte da riqueza do Império brasileiro. Na região podemos observar um grande contingente de imigrantes que trabalharam nas lavouras de café e também nas primeiras fábricas da cidade, além da expansão das redes de transporte, sobretudo com as ferrovias e com o porto de Santos.
Nas três primeiras décadas do século XX, a cidade atingiu o apogeu econômico com a instalação das indústrias e passou a ser considerada a “locomotiva que puxava o Brasil” devido ao seu destaque econômico e político.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: maior desenvolvimento do cultivo da cana-de-açúcar no planalto de Piratininga do que na Zona da Mata Nordestina.
Havia um desenvolvimento maior do cultivo da cana-de-açúcar na Zona da Mata Nordestina, que é a área do litoral do Nordeste, primeiro local de ocupação colonial.
Letra B: atraso no desenvolvimento econômico da região de Olinda e Recife, associado à escravidão, inexistente em São Paulo.
Em São Paulo, a mão de obra predominante provinha do tráfico de indígenas. Nos séculos XVIII e XIX, com a expansão do café, São Paulo passou a fazer utilização da mão de obra africana.
Letra C: avanço da construção naval em São Paulo, favorecido pelo comércio dessa cidade com as Índias.
São Paulo está localizado em um planalto, distante do litoral, o que não impulsionou o setor de construção naval.
Letra E: destruição do sistema produtivo de algodão em Pernambuco quando da ocupação holandesa.
Quando os holandeses ocuparam Pernambuco houve destruição do sistema produtivo canavieiro em função das batalhas envolvendo os luso-brasileiros e holandeses. Após a conquista os holandeses passaram a investir na recuperação da economia pernambucana.
18) No que se refere a Duarte da Costa, o segundo governador geral do Brasil, pode-se citar, entre as características do seu governo,
- A) a expulsão dos franceses e, conseqüentemente, a fundação da cidade do Rio de Janeiro.
- B) o apaziguamento da chamada Confederação dos Tamoios, utilizando-se da ajuda dos Jesuítas, entre eles José de Anchieta.
- C) a inabilidade em se relacionar com membros da igreja e a incapacidade de impedir a invasão francesa no Rio de Janeiro.
- D) o incentivo à agricultura e à pecuária por meio de vultosos empréstimos aos senhores de engenho.
- E) o estímulo à vinda de jesuítas com a finalidade de intensificar o processo de catequese sobre as comunidades indígenas.
Resposta:
A alternativa correta é C) a inabilidade em se relacionar com membros da igreja e a incapacidade de impedir a invasão francesa no Rio de Janeiro.
Explicação:
Duarte da Costa foi o segundo governador-geral do Brasil, exercendo o cargo de 1553 a 1558. Durante seu governo, houve uma série de problemas, incluindo a inabilidade em se relacionar com membros da igreja e a incapacidade de impedir a invasão francesa no Rio de Janeiro.
A opção A está incorreta, pois a expulsão dos franceses e a fundação da cidade do Rio de Janeiro ocorreram durante o governo de Estácio de Sá, em 1565. A opção B também está errada, pois o apaziguamento da Confederação dos Tamoios foi realizado por Mem de Sá, o terceiro governador-geral do Brasil. As opções D e E também não são características do governo de Duarte da Costa.
19) No Brasil Colônia, a atividade econômica que atendia, basicamente, o mercado interno era o (a):
- A) pecuária
- B) cacau
- C) tráfico negreiro
- D) produção de tabaco
- E) manufatura têxtil
A alternativa correta é letra A) pecuária
Gabarito: ALTERNATIVA A
- a) pecuária
O mercado interno do período colonial se desenvolveu nas franjas dos grandes eixos econômicos, seja a agroexportação seja o breve ciclo aurífero. A complexidade dos empreendimentos agrícolas absorvia quantidade expressiva de mão de obra, bem como a vida administrativa colonial criava cidades com burocratas e alguns profissionais liberais; e, em ambas as frentes, fazia surgir a demanda por itens básicos que não poderiam ser atendidos pelo comércio metropolitano e tampouco eram contemplados pela grande lavoura. A demanda local por carne e por produtos alimentícios cotidianos aqueceu decisivamente a demanda local sem que houvesse qualquer outra possibilidade de abastecimento: era necessário estabelecer um circuito doméstico de abastecimento, formando, às margens da grande lavoura, esforços agropecuários relevantes para garantir o abastecimento colonial, cuja demanda era aquecida em decorrência do sucesso da agroexportação e do aumento da complexidade administrativa colonial. ALTERNATIVA CORRETA.
- b) cacau
Assim como o açúcar, o cacau era um gênero de exportação, e não de consumo interno. Pense o estudante que o mercado interno estava comprometido com a subsistência geral da colônia, ao passo que a cultura do cacau não atendia a essa subsistência, mas sim às demandas do mercado internacional. Alternativa errada.
- c) tráfico negreiro
O tráfico negreiro estava instalado no Atlântico Sul para garantir a mão de obra para a plantation no Brasil. Recebendo produtos como o tabaco e a água-ardente, a costa africana mercava com os traficantes de escravos, que vendiam os cativos nas zonas produtoras do Brasil. Ou seja, não há relação com os fluxos domésticos de comércio. Alternativa errada.
- d) produção de tabaco
A produção de tabaco estava comprometida com o comércio atlântico, e não com a subsistência da colônia. Alternativa errada.
- e) manufatura têxtil
Não havia manufatura têxtil no espaço colonial português, sendo os manufaturados uma exclusividade da metrópole. Portanto, a circulação de tecidos na colônia era decorrente da compra junto a Portugal, e não algo do comércio local. Alternativa errada.
Note o estudante que a única alternativa correta era aquela que fazia referência a item de subsistência da colônia portuguesa. Ou seja, tratava-se de um produto destinado ao mercado interno, sem conexões com os grandes circuitos comerciais do mundo colonial português. Assim, está correta a ALTERNATIVA A.
20) Sobre a estrutura econômica da colonização no Brasil, considere as seguintes proposições.
- A) somente I e II.
- B) somente II e III.
- C) somente I e IV.
- D) somente I, III e IV.
- E) I, II, III e IV.
A alternativa correta é letra C) somente I e IV.
A primeira afirmativa (I) está correta porque a produção colonial nos trópicos, incluindo o Brasil, teve desde o início o caráter de complemento da produção européia. A economia colonial brasileira foi baseada na exportação de matérias-primas e produtos agrícolas para a Europa, especialmente para a metrópole portuguesa.
A quarta afirmativa (IV) também está correta porque a grande lavoura, eixo da colonização, foi organizada para atender as necessidades do mercado europeu. As lavouras de cana-de-açúcar, café, algodão e outros produtos tropicais foram cultivados em larga escala para serem exportados para a Europa.
Já as afirmativas II e III estão incorretas. A organização produtiva na colônia não tinha como fundamento a grande propriedade agrícola voltada para o mercado interno colonial, mas sim para o mercado externo, especialmente o europeu. Além disso, a base da produção colonial não era a indústria manufatureira, mas sim a agricultura e a extração de recursos naturais.