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Questões Sobre Período Colonial - História - concurso

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281) A descoberta do ouro em Minas Gerais pelos bandeirantes paulistas, em finais do século XVII, atraiu para a região milhares de colonos de outras províncias, além de um grande número de europeus. Julgando-se com direito exclusivo de exploração das minas, os paulistas hostilizaram os forasteiros, que apelidaram de emboabas (em tupi, amô-abá significa “estrangeiro”) (GIANPAOLO, 1997). A respeito da Guerra dos Emboabas, assinale a alternativa correta.

  • A) Os emboabas enfrentaram os paulistas em vários combates, entre eles, o mais marcante ocorreu no chamado Capão da traição, no qual 300 paulistas foram cercados pelos emboabas

  • B) O confronto teve como motivo principal a disputa pela exploração do café produzido em grande escala na região de Minas Gerais

  • C) Os paulistas desejavam ter exclusividade nas terras de Minas, pois diziam que tinham descoberto essa região e pretendiam explorá-la para a plantação de açúcar

  • D) Em 1750 o governo português interveio e, a fim de pacificar e melhor administrar a região, juntou a capitania de São Paulo e Minas Gerais com a capitania do Rio de Janeiro

  • E) Após vários conflitos os bandeirantes paulistas partiram em busca de novas explorações na região do Nordeste sob a liderança de Manuel Nunes Viana

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A alternativa correta é letra A) Os emboabas enfrentaram os paulistas em vários combates, entre eles, o mais marcante ocorreu no chamado Capão da traição, no qual 300 paulistas foram cercados pelos emboabas

Gabarito: Letra A

 

A Guerra dos Emboabas foi um conflito envolvendo bandeirantes paulistas contra exploradores de outras regiões que foram atraídos para a região das Minas em busca de enriquecimento.

 

Os Emboabas foram liderados por Manuel Nunes Viana e enfrentaram os paulistas em diversos combates, do qual o mais famoso episódio foi chamado de Capão da Traição, onde 300 paulistas foram cercados por Emboabas e após se renderem foram massacrados. 

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra B: O confronto teve como motivo principal a disputa pela exploração do ouro.

 

Letra C: Os paulistas desejavam ter exclusividade nas terras de Minas, pois diziam que tinham descoberto essa região e pretendiam explorá-la para a mineração.

 

Letra D: Em 1709 o governo português interveio e, a fim de pacificar e melhor administrar a região, separou a capitania de São Paulo e Minas Gerais da capitania do Rio de Janeiro.

 

Letra E: Após vários conflitos os bandeirantes paulistas partiram em busca de novas explorações na região do Nordeste. Manuel Nunes Viana era o líder dos Emboabas e não dos paulistas.

 

Resposta baseada na fonte:


VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História do Brasil. Ed. Scipione, 1997.

282) O quadro em destaque na imagem abaixo representa uma cena do que conhecemos historicamente como “As Negras do Tabuleiro”.

  • A) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas

  • B) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas

  • C) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas

  • D) Todas as afirmativas estão incorretas

  • E) Apenas a afirmativa III está correta

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A alternativa correta é letra B) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas

Gabarito: Letra B

Apenas as afirmativas III IV estão corretas

Vamos analisar proposição por proposição:

I. A mineração era um trabalho pesado, feito principalmente por homens. (Correta)

Apesar de o escravo ter sido a principal mão de obra na mineração do Brasil, milhares de homens sem grande posses tentaram a sorte na região das minas.

Devido a dureza do trabalho de mineração, com frequência escravos eram afetados por doenças graves e tratados com negligencia, levando a uma alta mortalidade deste grupo.

Um fator que contribuía para a elevação da mortalidade eram os riscos inerentes às condições de trabalho na mineração, com constantes afogamentos, soterramentos e asfixias por gases das galerias subterrâneas.

II. As negras retratadas por Rugendas na figura acima eram, provavelmente, vendedoras ambulantes, que ofereciam comida e bebida aos que trabalhavam na extração do ouro. (Correta)

As negras de tabuleiro faziam parte do grupo de vendedores ambulantes que participavam do comércio alimentício na região das minas.

III. Geralmente essas mulheres eram livres, mas trabalhavam por conta dos mineradores, vigiando os trabalhadores na extração do ouro. (Incorreta)

As negras do tabuleiro eram mulheres livres ou escravas que participavam do comércio alimentício nas áreas próximas da zona de mineração.

Quando livres comercializavam como uma forma de subsistência, quando escravas, comercializavam produtos selecionados pelos seus senhores e podiam ficar com uma parte do dinheiro que arrecadavam com as vendas.

IV. Elas transitavam pelas vilas, roças e arraiais, vendendo suas mercadorias para pessoas de todas as condições sociais. Correta

As negras do tabuleiro eram mulheres livres ou escravas que geralmente vendiam gêneros alimentícios e aguardente nas proximidades da zona de mineração.

Referências:

AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.

CAMPOS, Flavio de. A escrita da história: ensino médio: volume único. 1ª ed. São Paulo: Escala Educacional, 2005.

283) O escravismo assumiu diferentes conotações conforme os contextos históricos. Sobre a escravidão no Brasil Colônia, assinale a alternativa correta.

  • A) A escravidão moderna no Brasil colonial reproduzia o mesmo sistema escravista que ocorria na África desde o século XV.

  • B) A escravidão moderna no Brasil colonial – diferentemente da escravidão em algumas regiões da África – era essencialmente comercial/mercadológica.

  • C) A escravidão moderna no Brasil colonial se diferia da escravidão de algumas regiões da África por ser pautada em uma visão mais humanista, decorrente do Iluminismo europeu.

  • D) Os próprios africanos se escravizavam, formando uma elite escravista, portanto os escravizados não sentiam grandes diferenças quando chegavam ao Brasil colonial para enfrentar o trabalho.

  • E) Os indígenas eram povos mais frágeis e, por isso mesmo, a opção pelos negros, que eram mais fortes, era a mais condizente para o trabalho pesado.

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A alternativa correta é letra B) A escravidão moderna no Brasil colonial – diferentemente da escravidão em algumas regiões da África – era essencialmente comercial/mercadológica.

Gabarito: ALTERNATIVA B

  

O escravismo assumiu diferentes conotações conforme os contextos históricos. Sobre a escravidão no Brasil Colônia, assinale a alternativa correta.

  • a)  A escravidão moderna no Brasil colonial reproduzia o mesmo sistema escravista que ocorria na África desde o século XV.

A própria noção de "escravidão moderna" foi construída para destacar das formas tradicionais de escravidão. Também presente na Antiguidade Clássica, a escravidão tradicional não era baseada em aspectos raciais, mas sim em formas sociais de relação dentro de um universo cultural relativamente compartilhado - o que se verificava, de fato, na África do século XV. Nesse ambiente, é aceita de maneira difusa a escravização de prisioneiros de guerra e de filhos de escravos, além da escravidão por dívidas. São antes laços de honra culturalmente compartilhados que sustentam essas práticas entre sociedades relativamente próximas. Já a escravidão moderna não pressupõe laços culturais elementares entre senhor e cativo, mas sim trocas comerciais e a negação da humanidade por critérios raciais. Ou seja, ainda que nos dois casos haja a escravização, os seus processo de legitimação e de formação são radicalmente diferentes: a escravidão moderna não exigia o reconhecimento mútuo, privilegiando as relações comerciais e patrimoniais, o que permitia que uma sociedade completamente alheia a uma realidade específica passasse a escravizar. Alternativa errada.

 
  • b)  A escravidão moderna no Brasil colonial – diferentemente da escravidão em algumas regiões da África – era essencialmente comercial/mercadológica.

Como comentado acima, as formas tradicionais de escravidão, ainda que obviamente perversas, tinham pressupostos culturais entre ambos os lados da relação. Um prisioneiro de guerra reconhecia como legítimo o cativeiro que lhe era imposto pelo vencedor, bem como este reconheceria caso fosse derrotado. São esquemas simbólico-culturais que operam entre ambos de maneira a dar legitimidade ao fato social da escravidão. Já a escravidão moderna não parte de práticas culturais, mas sim das relações comerciais, sobre as quais deitam todo o seu peso. O mercador de escravo na África dispunha de seus cativos porque conquistou esse "direito" dentro daquelas práticas cultuais, enquanto o senhor de escravos na América dispõe porque comprou o cativo como uma propriedade. Ou seja, não existem os laços culturais de legitimação, mas sim raciocínios racistas e mercadológicos. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • c)  A escravidão moderna no Brasil colonial se diferia da escravidão de algumas regiões da África por ser pautada em uma visão mais humanista, decorrente do Iluminismo europeu.

A alternativa é completamente absurda. O Iluminismo europeu floresceu decisivamente apenas no século XVIII, enquanto a escravidão moderna na América portuguesa já se verificava no século XVI. A lógica da escravidão moderna, apesar de nuances importantes do cotidiano, é racista e bastante excludente, negando-se a ideia de igualdade entre os indivíduos e estabelecendo hierarquias. Alternativa errada.

 
  • d)  Os próprios africanos se escravizavam, formando uma elite escravista, portanto os escravizados não sentiam grandes diferenças quando chegavam ao Brasil colonial para enfrentar o trabalho.

O fato de haver escravidão na África não implica dizer que não há diferenças entre as formas tradicionais de escravidão e a forma moderna. O tráfico atlântico de escravos implicava no rompimento de laços culturais elementares dentro de uma prática mercadológica, o que determinava que noções básicas de compreensão sobre a própria condição de escravo fossem radicalmente abolidas. Além disso, o trato e a própria visão sobre o escravo eram radicalmente diferentes, já que a escravidão moderna pressupõe, pela suas práticas mercantis, a absoluta redução do indivíduo à condição de propriedade. Alternativa errada.

 
  • e)  Os indígenas eram povos mais frágeis e, por isso mesmo, a opção pelos negros, que eram mais fortes, era a mais condizente para o trabalho pesado.

A construção da alternativa é completamente absurda e racista. A escravização de indígenas no Brasil foi proibida pelo governo português ainda no século XVI por pressão da Igreja Católica, porque era de interesse do clero a expansão da fé cristã entre os indígenas americanos e sua escravização colocava em risco os aldeamentos e todo o processo de catequização. Além disso, era muito mais difícil controlar os indígenas dentro do regime escravista. Conhecedores profundos da realidade física do território, tinham capacidades de fuga e de resistência muito mais expressivas do que aqueles transplantados para a América num processo extremamente violento e degradante. Ao contrário do indígenas, os escravos africanos não tinham o conhecimento ancestral sobre o território e suas capacidades de organização eram dizimadas pela própria lógica do comércio escravo. Alternativa errada.

  

Note o estudante que três das alternativas erradas insistiam na versão - que goza de certo prestígio entre o negacionismo brasileiro - de que a escravidão moderna não guardava nenhuma peculiaridade e apenas reproduzia algo já existente. Além de não ter nenhum respaldo na bibliografia, esse tipo de ideia não comporta nuances conceituais dos mais elementares, o que deve sempre chamar a atenção do candidato no momento da prova. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA B.

284) Ao lado da empresa comercial e do regime de grande propriedade, acrescentemos um terceiro elemento: o trabalho compulsório. Também nesse aspecto, a regra será comum a toda a América Latina, ainda que com variações. Diferentes formas de trabalho compulsório predominaram na América espanhola, enquanto uma delas – a escravidão – foi dominante no Brasil.

  • A) no Estado do Maranhão, até meados do século XVIII, havia uma legislação particular que permitia a escravização de povos indígenas, desde que houvesse a anuência da autoridade religiosa local.

  • B) no Nordeste açucareiro, a opção pelo trabalho cativo dos povos indígenas, no decorrer do século XVI, derivou da forte queda do preço internacional do açúcar, o que impossibilitava a compra de escravos africanos.

  • C) a passagem para o uso do africano foi mais rápida na economia açucareira, porque havia condições de absorver o preço da compra do escravo negro, mas demorou a ocorrer nas regiões periféricas, como São Paulo.

  • D) as regiões com frágil ligação com o mercado externo preferiam o trabalho escravo africano porque as ordens religiosas, com o apoio das autoridades metropolitanas, atuavam com rigidez para impedir a escravidão indígena.

  • E) durante o século XVI coexistiram índios e africanos escravizados nas variadas produções coloniais, mas no século seguinte, a proibição em tornar cativos os indígenas foi efetivada em toda a Colônia.

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A alternativa correta é letra C) a passagem para o uso do africano foi mais rápida na economia açucareira, porque havia condições de absorver o preço da compra do escravo negro, mas demorou a ocorrer nas regiões periféricas, como São Paulo.

Gabarito: ALTERNATIVA C

  

Ao lado da empresa comercial e do regime de grande propriedade, acrescentemos um terceiro elemento: o trabalho compulsório. Também nesse aspecto, a regra será comum a toda a América Latina, ainda que com variações. Diferentes formas de trabalho compulsório predominaram na América espanhola, enquanto uma delas – a escravidão – foi dominante no Brasil.

 

[…]

 

Mas se a introdução do trabalho escravo se explica resumidamente dessa forma, por que se optou preferencialmente pelo negro e não pelo índio? Em primeiro lugar, lembremos que houve uma passagem da escravidão do índio para a do negro, que variou no tempo e no espaço.

 

[…]

 

(Boris Fausto, História do Brasil)

 

Sobre a citada variação “no tempo e no espaço”, é correto afirmar que

  • a)  no Estado do Maranhão, até meados do século XVIII, havia uma legislação particular que permitia a escravização de povos indígenas, desde que houvesse a anuência da autoridade religiosa local.

Na América portuguesa como um todo estava proibida, desde o final do século XVI, a escravização de indígenas que aceitassem a fé cristã. As únicas condições de aceitação da escravização indígena eram as chamadas guerras justas, aquelas travadas contra indígenas hostis à expansão da fé cristã e à presença portuguesa. Nesses casos, os indígenas aprisionados podiam ser submetidos ao trabalho compulsório em toda América portuguesa. Alternativa errada.

 
  • b)  no Nordeste açucareiro, a opção pelo trabalho cativo dos povos indígenas, no decorrer do século XVI, derivou da forte queda do preço internacional do açúcar, o que impossibilitava a compra de escravos africanos.

No século XVI, estava sendo estruturada a produção açucareira no Nordeste brasileiro. Naquele momento, os preços internacionais do açúcar estavam em franca ascensão, o que aumentava a pressão sobre a expansão da produção nos moldes da plantation na América portuguesa. O primeiro modelo preconizava a escravização de indígenas, mas havia importantes dificuldades na organização dessa mão de obra: os indígenas estavam em seu próprio território e tinham seus laços identitários mantidos, o que facilitava as rebeliões e as fugas em massa contra o trabalho compulsório. Foi apenas com a falência da tentativa de escravização indígena nas lavouras açucareiras que se tentaria a escravização de africanos, esta sim extremamente lucrativa e bem sucedida. Alternativa errada.

 
  • c)  a passagem para o uso do africano foi mais rápida na economia açucareira, porque havia condições de absorver o preço da compra do escravo negro, mas demorou a ocorrer nas regiões periféricas, como São Paulo.

A alternativa é bastante sólida e chama atenção para um fator importante: era muito caro comprar escravos oriundos da África. Ou seja, apenas a grande lavoura açucareira produzia lucros suficientes para empregar a mão de obra escrava africana em grande escala, substituindo a escravização indígena. Em regiões economicamente periféricas, não havia excedentes de capitais para absorver os preços da compra de escravos, o que favoreceu a manutenção da mão de obra escrava indígena. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • d)  as regiões com frágil ligação com o mercado externo preferiam o trabalho escravo africano porque as ordens religiosas, com o apoio das autoridades metropolitanas, atuavam com rigidez para impedir a escravidão indígena.

Como explicado acima, a importação de escravos africanas era cara demais para ser empregada em atividades econômicas periféricas na colônia. Ainda que houvesse, sim, forte pressão dos missionários contra a escravização indígena para proteger a obra de evangelização; há de se considerar que as guerras justas eram uma forma importante de apresamento indígena. Alternativa errada.

 
  • e)  durante o século XVI coexistiram índios e africanos escravizados nas variadas produções coloniais, mas no século seguinte, a proibição em tornar cativos os indígenas foi efetivada em toda a Colônia.

Foi no final do século XVI que Portugal proibiu a escravização de indígenas convertidos. Tratava-se de uma demanda da Igreja, que via seus aldeamentos atacados por escravizadores, dificultando a tentativa de catequização. E, como já explicado, essa proibição não contemplava os índios dado como bravios por serem hostis à presença de colonizador. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

285) O Ciclo do Açúcar foi uma das principais bases econômicas, sociais e culturais no Brasil colônia. E acerca do Ciclo do Açúcar no Brasil colônia, é adequado afirmar que:

  • A) O empreendimento açucareiro no Brasil contou com a participação dos holandeses na produção do produto.

  • B) O cultivo da cana-de-açúcar se deu por várias razões propicias as condições naturais favoráveis (clima, chuva e solo) e experiência anterior portuguesa no cultivo.

  • C) O pioneirismo no cultivo do açúcar coube ao sudeste, principalmente as regiões de Pernambuco e Bahia.

  • D) Para trabalhar na lavoura canavieira, os colonos portugueses utilizaram somente a mão de obra indígena.

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A resposta correta para a questão sobre o Ciclo do Açúcar no Brasil Colonial é:B) O cultivo da cana-de-açúcar se deu por várias razões, propiciadas pelas condições naturais favoráveis (clima, chuva e solo) e experiência anterior portuguesa no cultivo.Explicação:O Ciclo do Açúcar foi fundamental para a economia, sociedade e cultura do Brasil Colonial. A cana-de-açúcar foi cultivada em larga escala devido a diversos fatores. Em primeiro lugar, as condições naturais no Brasil, como o clima tropical, chuvas abundantes e solos férteis, proporcionaram um ambiente ideal para o crescimento da cana-de-açúcar. Além disso, os portugueses trouxeram consigo conhecimento e experiência adquiridos em suas plantações em Madeira, o que facilitou o início da produção no Brasil.

286) Em suas andanças pelos sertões, os paulistas iriam, afinal, realizar velhos sonhos e confirmar um raciocínio lógico. O raciocínio continha uma pergunta: se a parte do continente que pertencia à América espanhola era rica em metais preciosos, por que estes não existiriam em abundância também na colônia lusa? Em 1695, no Rio das Velhas, próximo às atuais Sabará e Caeté, ocorreram as primeiras descobertas significativas de ouro. A tradição associa a estas primeiras descobertas o nome de Borba Gato, genro de Fernão Dias. Durante os quarenta anos seguintes, foi encontrado ouro em Minas Gerais, na Bahia, em Goiás e no Mato Grosso. Sobre o ouro explorado no século XVIII, é possível afirmar que, EXCETO:

  • A) A extração do ouro liquidou a economia açucareira do Nordeste. Ela já estava em dificuldades vinte anos antes da descoberta do ouro e foi, ainda mais, afetada pelos deslocamentos de população e, sobretudo, pelo aumento do preço da mão de obra escrava, dada a ampliação da procura.
  • B) A economia mineradora gerou uma articulação entre áreas distantes da colônia. Gado e alimentos foram transportados da Bahia para Minas e um comércio se estabeleceu em sentido inverso. Do Sul vieram não apenas o gado, mas as mulas, tão necessárias ao carregamento de mercadorias.
  • C) Na metrópole, a corrida do ouro provocou a primeira grande corrente imigratória para o Brasil. Durante os primeiros sessenta anos do século XVIII, chegaram de Portugal e das ilhas do Atlântico cerca de 600 mil pessoas, em média anual de 8 a 10 mil, gente da mais variada condição, desde pequenos proprietários, padres, comerciantes, até prostitutas e aventureiros.
  • D) Os metais preciosos vieram aliviar momentaneamente os problemas financeiros de Portugal. Na virada do século XVIII, a dependência lusa com relação à Inglaterra era um fato consumado. O Tratado de Methuen, firmado pelos dois países em 1703, indica a diferença entre um Portugal agrícola, de um lado, e uma Inglaterra em pleno processo de industrialização, de outro.

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A alternativa correta é letra A) A extração do ouro liquidou a economia açucareira do Nordeste. Ela já estava em dificuldades vinte anos antes da descoberta do ouro e foi, ainda mais, afetada pelos deslocamentos de população e, sobretudo, pelo aumento do preço da mão de obra escrava, dada a ampliação da procura.

Gabarito: Letra A

 

A extração do ouro liquidou a economia açucareira do Nordeste. Ela já estava em dificuldades vinte anos antes da descoberta do ouro e foi, ainda mais, afetada pelos deslocamentos de população e, sobretudo, pelo aumento do preço da mão de obra escrava, dada a ampliação da procura.

 

 

A questão quer saber qual das alternativas é a incorreta.

 

Não é correto dizer que a exploração do ouro e pedras preciosas em Minas Gerais e no Centro-Oeste acabou com a economia açucareira. Esse discurso parece corroborar a tese de sucessão de ciclos econômicos. Nessa tese quando uma atividade econômica passou a ter maior relevância outra atividade econômica desapareceria. Assim, quando houve um boom da atividade mineradora haveria eliminação da atividade açucareira.

 

Segundo Boris Fausto, haveria um exagero em dizer que a extração do ouro acarretou o fim da economia açucareira. A produção do açúcar já se encontrava em dificuldade antes da descoberta do ouro. Inclusive, muitos proprietários de terras, donos de engenhos abandonaram a produção açucareira para se dedicar à mineração, levando consigo seus escravos. O que se pode dizer é que a economia açucareira foi afetada pela mineração na questão dos deslocamentos de mão de obra. A população do nordeste se deslocou para as regiões mineradoras e isso gerou também o encarecimento dos preços da mão de obra escrava em função da ampliação da procura, afinal, a região mineira também demandava escravos para as minas.

 

Encontrando a incorreta, as demais estão corretas. Vamos comentar.

 

Letra B: A economia mineradora gerou uma articulação entre áreas distantes da colônia. Gado e alimentos foram transportados da Bahia para Minas e um comércio se estabeleceu em sentido inverso. Do Sul vieram não apenas o gado, mas as mulas, tão necessárias ao carregamento de mercadorias.

 

A economia mineradora gerou articulação entre as capitanias mais próximas, como São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, além das capitanias do sul. Gado e alimentos foram transportados da Bahia para Minas em função do caminho aberto entre as duas regiões. Do sul vieram os animais de transporte, como o gado e as mulas. Outro produto que circulou em grandes quantidades nessa região foram os escravos, principalmente através da rota Minas-Rio de Janeiro.

 

 

Letra C: Na metrópole, a corrida do ouro provocou a primeira grande corrente imigratória para o Brasil. Durante os primeiros sessenta anos do século XVIII, chegaram de Portugal e das ilhas do Atlântico cerca de 600 mil pessoas, em média anual de 8 a 10 mil, gente da mais variada condição, desde pequenos proprietários, padres, comerciantes, até prostitutas e aventureiros.

 

Segundo Lilia M. Schwarcz, houve deslocamentos de pessoas de várias regiões da colônia, pessoas de Portugal, das ilhas do Atlântico, das colônias vizinhas espanholas que se aventuravam na região mineradora atrás de riqueza fácil. As pessoas que chegavam aos arraiais mineradores eram de origens e condições sociais diferentes, entre pequenos proprietários, padres, comerciantes, cristãos-novos, hereges, prostitutas, escravos, dentre outros.

 

 

Letra D: Os metais preciosos vieram aliviar momentaneamente os problemas financeiros de Portugal. Na virada do século XVIII, a dependência lusa com relação à Inglaterra era um fato consumado. O Tratado de Methuen, firmado pelos dois países em 1703, indica a diferença entre um Portugal agrícola, de um lado, e uma Inglaterra em pleno processo de industrialização, de outro.

 

Os metais vindo da região mineradora foram importantes para Portugal, sobretudo, para aliviar seu problema na balança comercial, quase sempre em déficit e com dependência da Grã-Bretanha. O Tratado de Methuen, acordado entre os dois reinos em 1703 é uma prova da importância do ouro brasileiro no pagamento dos produtos obtidos pelos portugueses. o acordo demonstra a diferença entre um reino agrícola que exportava vinhos e uma Inglaterra industrial que fornecia tecidos e artigos manufaturados aos portugueses.

 

 

Referências:

 

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2000.

 

KOSHIBA, Luiz. História do Brasil no contexto da história ocidental. São Paulo: Atual, 2003.

 

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

287) No Brasil do final do século XVIII, houve a decadência da mineração e a reanimação da produção agrícola. Para isso, contribuíram:

  • A) I e II.

  • B) Somente a II.

  • C) I e III.

  • D) III e IV.

  • E) IV e V.

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A alternativa correta é letra C) I e III.

Gabarito: ALTERNATIVA C

 

 

 

  • I – O aumento da população europeia, com a ampliação dos mercados consumidores de gêneros tropicais.

Com a ampliação da capacidade agrícola e com a Revolução Industrial, a população europeia cresceu sensivelmente depois de séculos de estagnação por conta da escassez de alimentos e dos ciclos de epidemias. Essa expansão populacional, consequentemente, aumentava o mercado consumidor e demanda. Com isso, havia maior espaço para a produção agrícola tropical de uma maneira geral, o que aumentava os preços internacionais e ajudava a pressionar por uma reanimação geral da agroexportação da América portuguesa, que vinha amargando um declínio por conta da concorrência internacional. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 

  • II – A extinção dos Estados do Brasil, do Grão-Pará e Rio Negro e do Maranhão e Piauí.

O Estado do Grão-Pará e Rio Negro e o Estado do Maranhão e Piauí foram extintos em 1775 no contexto de uma reforma administrativa promovida pelo Marquês de Pombal. Essas áreas foram integradas ao Estado do Brasil, que, por óbvio, não foi abolido. Além disso, essa mudança administrativa, por si só, não seria capaz de derrubar o nível da extração aurífera. Afirmativa falsa.

 

  • III – A Revolução Industrial.

Como explicado acima, a Revolução Industrial aumentou a população urbana sensivelmente, o que pressionava a demanda por produtos básicos. Por outro lado, o triunfo da industrialização têxtil pressionava sobremaneira a demanda sobre fibras naturais como linho e algodão. No caso brasileiro, a produção de algodão sofreu um relevante incremento naquele final de século XVIII, principalmente em algumas regiões do Norte e do Nordeste. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 

  • IV – A abertura dos portos às nações amigas.

O Ato de Abertura dos Portos às Nações Amigas, que encerrou o exclusivo de comércio, só seria assinado em 1808 por D. João VI. Ou seja, trata-se de um evento fora da janela temporal abordada nesta questão. Ainda que, sem os entrepostos portugueses, tenha ocorrido uma maior dinamização comercial da vida colonial, há de se observar que não foi essa a causa do aquecimento da agricultura no século XVIII. Afirmativa falsa.

 

  • V – Fundação do Banco do Brasil.

A fundação do Banco do Brasil também ocorreria em 1808 por ação de D. João VI. Ou seja, além de não ter uma relação direta com a produção agrícola, está fora do recorte temporal proposto aqui. Afirmativa falsa.

 

Assim, são verdadeiras as afirmativas I e III.

 

Assinale a alternativa que apresenta todas as contribuições corretas, dentre as listadas acima.

a)  I e II.

b)  Somente a II.

c)  I e III.

d)  III e IV.

e)  IV e V.

 

Por fim, note o estudante que duas das afirmativas falsas estavam relacionadas às reformas joaninas. Ou seja, ainda que não conhecesse as transformações econômicas do final do século XVIII, poderia o candidato eliminar duas alternativas (D e E), o que aumentaria suas chances de acerto numa questão que poderia estar perdida. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

288) A produção açucareira do início do Brasil Colonial foi uma das atividades econômicas que impulsionou

  • A) a proclamação da República.
  • B) as ideias de independência do Brasil.
  • C) a exploração do trabalho escravo dos povos africanos.
  • D) a guerra entre as Capitanias de São Paulo e Minas Gerais.

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A alternativa correta é letra C) a exploração do trabalho escravo dos povos africanos.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar o fator que foi impulsionado pela produção açucareira do início do Brasil Colonial.

 

A) a proclamação da República.

INCORRETO. A proclamação da República ocorreu em 1889, muito tempo após o início da produção açucareira no Brasil Colonial, que se deu no século XVI. A proclamação da República foi um processo político complexo, que envolveu diversos fatores, como a crise do sistema monárquico, a pressão dos militares e a influência das ideias republicanas. A produção açucareira do início do Brasil Colonial não teve relação direta com a proclamação da República. Alternativa errada.

 

B) as ideias de independência do Brasil.

INCORRETO. A produção açucareira do início do Brasil Colonial, que se deu no século XVI, não está diretamente relacionada com as ideias de independência do Brasil, que surgiram e se fortaleceram principalmente no século XIX. Durante o período colonial, a economia açucareira estava voltada para o mercado externo, sobretudo o europeu, e dependia fortemente da mão de obra escrava. As ideias de independência surgiram em um contexto de crise do sistema colonial e de influência das ideias iluministas e revolucionárias europeias, que defendiam a liberdade e a soberania dos povos. Alternativa errada.

 

C) a exploração do trabalho escravo dos povos africanos.

CORRETO. A produção açucareira do início do Brasil Colonial impulsionou a exploração do trabalho escravo dos povos africanos. A economia açucareira exigia grande quantidade de mão de obra e, para suprir essa demanda, os colonizadores recorreram ao tráfico transatlântico de escravos africanos. A escravidão africana tornou-se a principal forma de trabalho no Brasil Colonial, especialmente nas plantações de açúcar. A produção açucareira, portanto, foi um dos principais fatores que impulsionaram a escravidão africana no Brasil. Alternativa correta.

 

D) a guerra entre as Capitanias de São Paulo e Minas Gerais.

INCORRETO. A guerra entre as Capitanias de São Paulo e Minas Gerais, conhecida como Guerra dos Emboabas, ocorreu no início do século XVIII e foi motivada pela disputa pelo controle das minas de ouro na região. A produção açucareira do início do Brasil Colonial não tem relação direta com essa guerra. Alternativa errada.

 

Portanto, a alternativa correta é a LETRA C.

289) “O negócio das Minas há muitos dias está parado; porque andam aqueles moradores com as armas nas mãos, divididos em duas facções, sendo capitão de uma delas, que são todos os que não são paulistas, um Manuel Nunes Viana, natural daquela vila e morador no sertão da Bahia. Este se acha com mais de três mil homens armados em campanha; é homem que leva consigo muita gente por ser muito rico, facinoroso e intrépido por cujas razões é o que introduz nas minas muitas e grandes tropas da Bahia para onde vai a maior parte do ouro que elas produzem contra as outras de Sua Majestade que Deus guarde, e com grande prejuízo de sua real fazenda porque não paga quintos. […] O governador desta praça se resolveu passar aos sertões de Minas e ver se pode a sua pessoa sossegar aqueles moradores. Queira Deus que o consiga pelo muito que importa El Rei nosso senhor.” Podemos afirmar que o relato se refere à:

  • A) Revolta dos Malês.
  • B) Revolta do Maneta.
  • C) Guerra dos Mascates.
  • D) Guerra dos Emboabas.

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A alternativa correta é letra D) Guerra dos Emboabas.

Gabarito: Letra D

 

Guerra dos Emboabas.

 

O trecho trazido pela questão faz referência a um episódio da história colonial que envolveu uma disputa entre os paulistas e os forasteiros pelo domínio e controle das minas.

 

No final do século XVII, os paulistas descobriram o ouro em Minas Gerais queriam o direito exclusivo de explorá-lo. Porém, os portugueses e moradores de outras capitanias também pretendiam explorar essa riqueza. Ocorreram, então, disputas pelo direito de exploração do ouro.

 

É nesse contexto de disputas econômicas e políticas que estoura o conflito conhecido como Guerra dos Emboabas, entre 1707 e 1709. Os  paulistas chamavam os forasteiros  de  emboabas,  que em tupi significa “aves de pés cobertos ou emplumados”, por causa das botas que os forasteiros usavam, nitidamente um tratamento desrespeitoso.

 

O fim da Guerra dos Emboabas foi desfavorável aos paulistas. Após dois anos e meio de lutas, muitos combatentes morreram, e os paulistas não conseguiram a exclusividade na exploração das minas.

 

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: Revolta dos Malês.

 

Trata-se de uma revolta ocorrida em Salvador e parte do Recôncavo Baiano durante o período regencial. Seus principais participantes foram os escravizados e libertos de etnia malê, praticantes do islamismo.

 

Letra B: Revolta do Maneta.

 

Revolta ocorrida em Salvador em 1711 tendo como líder o comerciante baiano João de Figueiredo da Costa, apelidado de Maneta. Os motins ocorridos em Salvador tinham por objetivo fazer com que a Coroa reduzisse o preço do sal, artigo indispensável para a conservação de alimentos, eliminasse novas taxas sobre o valor das mercadorias importadas, principalmente os escravizados e voltasse atrás na ação de instalar na Bahia uma casa de arrecadação e controle fiscal. A revolta foi sufocada pelo governador da Bahia, mas com a lição de que não poderia aumentar mais taxas sem que houvesse explosão de revoltas.

 

Letra C: Guerra dos Mascates.

 

Trata-se de um conflito ocorrido na capitania de Pernambuco e que envolveu uma disputa de poder e prestígio entre as elites de Olinda, proprietárias de terras, de engenhos e escravos e as elites do recife, mais urbanas e dedicadas ao comércio (aos mascates). Ao final, a Coroa portuguesa decidiu pela emancipação de Recife, que saiu da esfera de domínio de Olinda e tempos depois foi elevado à sede da capitania desbancando Olinda.

 

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto e RODRIGUES, Jaime. Historiar, 7° ano: ensino fundamental: anos finais. São Paulo: Saraiva, 2018.

 

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

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290) Entre 1580 e 1640, o Rei da Espanha passou a ser também rei de Portugal, dando origem ao período denominado “União Ibérica”. Em relação à ocorrência desta condição, podemos afirmar que:

  • A) A "união" entre Portugal e Espanha proporcionou grandes avanços para a economia lusitana, que passou a explorar ouro e prata em grande quantidade.
  • B) A administração Filipina promoveu melhorias para a economia açucareira no Brasil, gerando independência perante os interesses holandeses.
  • C) Felipe lI decretou a liberdade de culto objetivando evitar tensões e movimentos revoltosos.
  • D) Apesar da influência política do rei espanhol, Felipe lI concordou em preservar costumes, língua e aspectos da economia portuguesa em território português e em seus domínios.
  • E) A administração filipina sobre o território brasileiro e as atividades coloniais garantiu segurança necessária para que Salvador se  mantivesse como capital colonial, não havendo incursões estrangeiras no Brasil.

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A alternativa correta é letra D) Apesar da influência política do rei espanhol, Felipe lI concordou em preservar costumes, língua e aspectos da economia portuguesa em território português e em seus domínios.

Gabarito: ALTERNATIVA D

 
  • Entre 1580 e 1640, o Rei da Espanha passou a ser também rei de Portugal, dando origem ao período denominado "União Ibérica". Em relação à ocorrência desta condição, podemos afirmar que:

Em 1578, o trono português entrou em gravíssima crise sucessória por conta da morte inesperada de D. Sebastião I no campo de batalha contra os mouros. Sem jamais ter casado, o rei português não deixava sucessores e seu tio-avô Henrique I ascendeu ao trono com a missão de preparar a sucessão. No entanto, o novo rei já ia em idade avançada e tampouco tinha descendência, o que demandaria toda uma engenharia política para encaminhar o futuro do reino. Mas a morte de Henrique I levaria à crise sucessória mais grave: o rei de Espanha, Felipe II, era o herdeiro natural pelas linhas dinásticas. Assim, em 1561, as Coroas de Portugal e de Espanha foram unificadas sob um único soberano, originando a chamada União Ibérica. A partir desta primeira observação, avaliemos as alternativas propostas.

 
  • a)  A "união" entre Portugal e Espanha proporcionou grandes avanços para a economia lusitana, que passou a explorar ouro e prata em grande quantidade.

A América portuguesa só descobriria importantes reservas auríferas mais de cinquenta anos após o fim da União Ibérica (1560-1640). Portanto, não faz sentido associar o período à exploração aurífera por Portugal. Além disso, foi um período de estagnação econômica para Portugal. Alternativa errada.

 
  • b)  A administração Filipina promoveu melhorias para a economia açucareira no Brasil, gerando independência perante os interesses holandeses.

A alternativa inverte o acontecimento histórico. Durante a União Ibérica, os holandeses invadiram a América portuguesa num ciclo que foi de 1595 a 1654. Quando Portugal foi restaurado, os holandeses ainda estavam em Pernambuco e seria necessária uma campanha militar para reverter os prejuízos sofridos no período. Alternativa errada.

 
  • c)  Felipe lI decretou a liberdade de culto objetivando evitar tensões e movimentos revoltosos.

Felipe II era um rei católico que manteve a perseguição contra outras religiões no mundo colonial. Seria a administração de Maurício de Nassau em Pernambuco que estabeleceria a liberdade de culto para tentar compor com os senhores de engenhos e os novos mercadores (inclusive judeus) da colônia. Alternativa errada.

 
  • d)  Apesar da influência política do rei espanhol, Felipe lI concordou em preservar costumes, língua e aspectos da economia portuguesa em território português e em seus domínios.

O processo de incorporação da Coroa portuguesa pela Espanha foi cercado de muitos cuidados. Sabia-se que o orgulho português poderia desestabilizar a transição com uma série de revoltas e que era necessário compor com a nobreza portuguesa. O Antigo Regime em Portugal era profundamente marcado por amplos acordos entre realeza e nobreza e atingir isso poderia solapar as bases do poder. Portanto, decidiu Felipe II manter aspectos nacionais elementares de Portugal em nome do equilíbrio da transição; inclusive, fez-se coroar Felipe I de Portugal, ao invés de simplesmente submeter a Coroa portuguesa ao domínio espanhol. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • e)  A administração filipina sobre o território brasileiro e as atividades coloniais garantiu segurança necessária para que Salvador se  mantivesse como capital colonial, não havendo incursões estrangeiras no Brasil.

Como já explicado acima, foi do período filipino que as mais importantes invasões estrangeiras aconteceram na América portuguesa. Salvador seria tomada pelos holandeses em 1624 e as forças ibéricas levariam um ano para conseguir expulsá-los. Além disso, haveria a longa invasão em Pernambuco. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.

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