Questões Sobre Período Colonial - História - concurso
21) A grande solução de ordem econômica, para viabilizar a colonização no Brasil, foi o(a)
- A) desenvolvimento do comércio de escravos indígenas.
- B) concessão do monopólio do pau-brasil.
- C) destruição de minifúndios, para incentivar a pecuária.
- D) exploração das jazidas de ouro em Minas Gerais.
- E) estabelecimento, no Brasil, da agromanufatura açucareira.
Resposta:
A alternativa correta é letra E) estabelecimento, no Brasil, da agromanufatura açucareira.
Explicação:
A agromanufatura açucareira foi a grande solução de ordem econômica que viabilizou a colonização no Brasil. A produção de açúcar, que começou no Nordeste brasileiro no século XVI, tornou-se a principal atividade econômica da colônia e gerou uma grande demanda por mão de obra, o que levou à importação de escravos africanos. Além disso, a agromanufatura açucareira também estimulou o desenvolvimento de outras atividades econômicas, como a pecuária e a agricultura.
22) A escravidão indígena em terras portuguesas da América foi objeto de grande polêmica entre forças políticas, tanto da metrópole quanto da colônia. Moradores da colônia defendiam a necessidade de obter mão-de-obra indígena para garantir-lhes o sustento. Por outro lado, religiosos, como os jesuítas, por exemplo, exerciam forte pressão sobre a Coroa no sentido de coibir a escravização do “gentio”.
- A) a escravidão indígena, devido à incompatibilidade de interesses e objetivos, foi quantitativamente inexpressiva no Brasil colonial, visto que se restringiu às áreas de cultivo da cana-de-açúcar e de produção açucareira, tendo sido, em seguida, substituída pela mão-de-obra escrava africana.
- B) a escravização do indígena poderia resultar das guerras justas, as quais podiam ser justificadas pelas hostilidades, supostamente cometidas pelos índios contra aliados portugueses e vassalos do rei, e pelo rompimento, por iniciativa dos indígenas, de acordos celebrados entre eles e os colonizadores.
- C) a escravização indígena, além de poder ser justificada pela guerra justa, poderia ser justificada pelo resgate, que implicava combater as tribos praticantes da antropofagia. Aqueles que haviam sido feitos prisioneiros e eram “resgatados” tinham um débito vitalício com os responsáveis pela sua salvação, ficando escravizados pelo resto de suas vidas.
- D) a mão-de-obra indígena foi essencial na exploração das terras coloniais, razão pela qual foram organizados os descimentos – expedições lideradas por funcionários da Coroa –, com a finalidade de deslocar os povos indígenas de suas aldeias e distribuí-los entre os moradores da colônia, os quais deveriam, em troca, instruí-los sem imposição da fé católica.
A alternativa correta é letra B) a escravização do indígena poderia resultar das guerras justas, as quais podiam ser justificadas pelas hostilidades, supostamente cometidas pelos índios contra aliados portugueses e vassalos do rei, e pelo rompimento, por iniciativa dos indígenas, de acordos celebrados entre eles e os colonizadores.
Gabarito: Letra B
A utilização dos indígenas como mão de obra começou a partir do “achamento” do Brasil, quando os portugueses se aproveitaram de algumas alianças entre índios e luso-brasileiros para a extração do pau-brasil.
Só que em muitas localidades conforme os colonos avançavam para o interior esbarravam com as populações indígenas que resistiam à penetração luso-brasileira. Além disso, muitos indígenas eram aliados de outros europeus que vieram ao Brasil atrás da madeira do pau-brasil, como, por exemplo, os franceses e lutavam contra os colonos também.
A partir do século XVI, com a reorganização da administração na colônia e a expansão da economia açucareira, as relações entre portugueses e nativos se modificaram. Aqueles grupos que resistiam ao avanço colonial poderiam ser escravizados e utilizados nas lavouras de cana do litoral do nordeste.
Essa captura de indígenas poderia ser feita através de guerras justas ou dos resgates.
No caso das guerras justas, três elementos poderiam ser usados para o cativeiro indígena:
- recusa à conversão ou o impedimento da propagação da Fé
- a prática de hostilidades contra vassalos e aliados dos portugueses
- a quebra de pactos celebrados
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: Essa alternativa possui os seguintes erros: a escravidão indígena não foi inexpressiva, pelo contrário, foi fundamental para a implantação da economia açucareira em muitas localidades, como na Bahia. Além do mais, no Maranhão e Grão-Pará continuou a ser a principal mão de obra nas lavouras de tabaco e algodão entre os séculos XVII e XVIII.
Letra C: Os resgates tornaram-se outra forma de escravização de índios. Consistiam em resgates de indígenas que foram aprisionados por outros indígenas. O cativeiro decorrente de resgate não era indefinido, uma vez pago em trabalho o preço do resgate, o índio resgatado ficará livre, a não ser em alguns momentos em que se considera que tendo sido pago um preço acima do estipulado, o comprador possa valer-se dos serviços do resgatado pelo resto de sua vida. Na Lei de 10/9/1611, o tempo definido para cumprimento do resgate é de dez anos para que os "resgatados" fiquem livres.
Letra D: Essa alternativa possui os seguintes erros: os descimentos eram expedições lideradas por particulares ou por missionários cuja intenção era deslocar os indígenas das aldeias das florestas e matas para aldeamentos próximos aos núcleos coloniais. Ao chegarem aos núcleos coloniais receberiam a fé católica.
Resposta baseada nas fontes:
Descimento. Disponível em: https://sites.google.com/site/historiaindigenaufgd/glossario/d/descimentos. Acesso: 05 jan. 2020.
DIAS, Camila Loureiro. O comércio de escravos indígenas na Amazônia visto pelos regimentos de entradas e de tropas de resgate (séculos XVII e XVIII). Revista Territórios & Fronteiras, Cuiabá, vol. 10, n. 1, jan.-jul., 2017.
PERRONE-MOISÉS, Beatriz. Índios livres e índios escravos: os princípios da legislação indigenista do período colonial (século XVI a XVIII). In: CUNHA, M. C. da (Org.). História dos Índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
23) Sobre a divisão de trabalho na produção de açúcar nos engenhos coloniais, é correto afirmar que
- A) o cozimento do caldo na casa das caldeiras era atribuição dos feitores, pois todo o sucesso da produção do açúcar, nesta etapa, dependia da atenção dada à purificação do caldo.
- B) cabia ao mestre do açúcar o controle da escravaria, desde a fase inicial do corte da cana, seu transporte em carros de bois, até à moagem para obtenção do caldo. Esse trabalhador era o que recebia o maior salário do engenho.
- C) o banqueiro era responsável pelo acondicionamento do açúcar, já purgado e enxuto, em caixas de madeira devidamente barreadas. Algumas vezes cuidava também da repartição do açúcar entre o senhor de engenho e os lavradores de cana.
- D) eram obrigações do purgador: observar o barro a ser empregado no açúcar, conhecer quando o açúcar estava enxuto o suficiente para receber tanto o primeiro quanto o segundo barro, proceder às lavagens e observar os sinais de purga.
A alternativa correta é letra D) eram obrigações do purgador: observar o barro a ser empregado no açúcar, conhecer quando o açúcar estava enxuto o suficiente para receber tanto o primeiro quanto o segundo barro, proceder às lavagens e observar os sinais de purga.
Gabarito: Letra D
A sociedade colonial dos primeiros séculos desenvolveu-se em função da produção açucareira e, apesar de considerada dividida em apenas dois grupos (senhores de engenho e escravos), abrigava um grupo intermediário, constituído de mercadores, artesãos, oficiais de açúcar, lavradores de roça e desocupados.
Nos engenhos distinguiam-se três grupos sociais principais:
1) o dos senhores, proprietários e produtores, com suas famílias e parentes
2) o dos trabalhadores especializados livres, como os mestres do açúcar, banqueiros e ajudantes, purgadores, caldeireiros, carpinteiros e pedreiros
3) o dos escravizados que poderiam ser agrupados em escravos com qualificação e sem qualificação.
O purgador era um dos trabalhadores especializados livres, e, segundo Antonil, o responsável por observar o barro a ser empregado no açúcar, conhecer quando o açúcar estava enxuto o suficiente para receber tanto o primeiro quanto o segundo barro, proceder às lavagens e observar os sinais de purga. Ou seja, era o encarregado de observar o processo de purificação do açúcar.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: Os feitores eram responsáveis pelo gerenciamento do trabalho no engenho, controlando a escravaria. Além disso, ainda havia os feitores dos partidos e roças, responsáveis pela defesa do engenho contra invasões. O cozimento do caldo de cana nas caldeiras era obra do caldeireiro.
Letra B: O mestre do açúcar seria uma espécie de gerente no mundo de hoje. A ele cabia o acompanhamento de todas as etapas da produção do açúcar e era responsável pela qualidade do açúcar. Quem se encarregava de controlar e disciplinar os escravos eram os feitores.
Letra C: Os banqueiros auxiliavam os mestres do açúcar e os substituíam durante a noite. Os caixeiros eram responsáveis pelo acondicionamento do açúcar, já purgado e enxuto, em caixas de madeira devidamente barreadas. Algumas vezes cuidando também da repartição do açúcar entre o senhor de engenho e os lavradores de cana.
Resposta baseada nas fontes:
ANTONIL, André. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas. EdUSP, 2007.
AZEVEDO, Gislane Seriacopi e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.
AZEVEDO, Esterzilda Berenstein de. Engenhos do Recôncavo Baiano. – Brasília, DF : Iphan / Programa Monumenta, 2009.
24) Leia atentamente o texto abaixo:
- A) Joaquim era caixeiro de engenho e, como tal, verificava as contas do proprietário, encaminhava o encaixotamento do açúcar e responsabilizava-se pela organização da tropa de muares (burros) para o traslado do produto até os portos mais próximos do engenho; complementava seus ganhos com a atividade comercial.
- B) o trabalho de homens como Joaquim, que comprava muares, foi essencial para o crescimento do comércio em geral no Brasil colonial e imperial; como tropeiro e muladeiro, ele viajava com sua tropa, comprava os animais já “amansados” nas feiras e aproveitava o percurso para comercializar outros produtos.
- C) Joaquim, que era, sobretudo, um minerador, devia organizar regularmente sua tropa para então deslocar-se em busca de novas jazidas; também buscava obter ganhos por meio do comércio, por isso traçava itinerários que lhe permitiam percorrer importantes regiões auríferas ao longo de meses de viagem.
- D) Joaquim era um condutor de tropas que, com seus muares, podia viajar por lugares onde inexistiam vias férreas ou fluviais; como inúmeros tropeiros, percorria centenas de léguas para conduzir produtos, como tecidos de algodão e couros que iam do sertão para o litoral e vice-versa.
A alternativa correta é letra D) Joaquim era um condutor de tropas que, com seus muares, podia viajar por lugares onde inexistiam vias férreas ou fluviais; como inúmeros tropeiros, percorria centenas de léguas para conduzir produtos, como tecidos de algodão e couros que iam do sertão para o litoral e vice-versa.
Gabarito: ALTERNATIVA D
Leia atentamente o texto abaixo:
“Joaquim Gonçalves de Freitas era de Santana do São João Acima, hoje Itaúna. No período da seca, ele obedecia ao magnífico itinerário a seguir: partia de Santana com a tropa carregada de gêneros e tecidos de algodão [...] com destino ao porto de Estrela, no fundo da baía de Guanabara. [...] O destino era o velho porto fluvial, onde recebia cargas para o norte da Mata do Rio e sul do Espírito Santo [...]; ali recebia carregamento de algodão e couros para retornar ao porto da Estrela, onde finalmente se provia de cargas com destino a Santana e praças de permeio. Gastava nesse giro os seis meses da seca.”
DORNAS FILHO, João. Tropas e tropeiros. Disponível em: <http:// www.tratosculturais.com.br>. Adaptação.
- Considerando as informações do texto e os estudos históricos sobre a economia do Brasil colonial, é correto afirmar que
Note bem o estudante que parte significativa do esforço demandado nessa questão recai sobre habilidades elementares de interpretação de texto, exigindo, antes de tudo, que o candidato leia com a devida atenção o texto proposto. Assim, observemos as alternativas propostas.
- a) Joaquim era caixeiro de engenho e, como tal, verificava as contas do proprietário, encaminhava o encaixotamento do açúcar e responsabilizava-se pela organização da tropa de muares (burros) para o traslado do produto até os portos mais próximos do engenho; complementava seus ganhos com a atividade comercial.
Não há nenhuma referência, no texto, à vida nos engenhos de açúcar nem nada que associe diretamente a personagem a esse universo. O circuito entre Itaúna (Minas Gerais), norte fluminense e sul capixaba não passava por áreas expressivas de cultivo de cana-de-açúcar nem de engenhos. Sem qualquer referência a esses gêneros, não se poderia aceitar essa resposta. Alternativa errada.
- b) o trabalho de homens como Joaquim, que comprava muares, foi essencial para o crescimento do comércio em geral no Brasil colonial e imperial; como tropeiro e muladeiro, ele viajava com sua tropa, comprava os animais já “amansados” nas feiras e aproveitava o percurso para comercializar outros produtos.
Não há, no texto, referência ao comércio de muares, ainda que este, de fato, tenha tido relativa importância na vida colonial brasileira. A pecuária teve, sim, um importante aspecto na interiorização da colonização e no estabelecimento de redes de comércio pela América portuguesa. Joaquim comercializa cargas, e não propriamente animais de carga; bem como seu universo parece estar muito mais próximo ao mundo colonial do que a fase do Império do Brasil (1822-1889). A própria descrição das mercadorias existente no texto desmente inteiramente o argumento apresentado nesta resposta. Alternativa errada.
- c) Joaquim, que era, sobretudo, um minerador, devia organizar regularmente sua tropa para então deslocar-se em busca de novas jazidas; também buscava obter ganhos por meio do comércio, por isso traçava itinerários que lhe permitiam percorrer importantes regiões auríferas ao longo de meses de viagem.
O erro mais flagrante aqui era associar Joaquim à mineração. Ora, se suas viagens eram determinadas pelo ciclo natural da seca em Santana do São João Acima, como poderia ele estar predominantemente ligado à mineração, cujas atividades não dependem tão diretamente da meteorologia. O universo da personagem era fundamentalmente rural, ligado aos ciclos naturais e as tensões com os períodos de chuvas. Além disso, as movimentações entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo não tinham qualquer ligação com a busca por regiões auríferas, uma vez que a personagem estava exatamente saindo da capitania das Minas Gerais. Alternativa errada.
- d) Joaquim era um condutor de tropas que, com seus muares, podia viajar por lugares onde inexistiam vias férreas ou fluviais; como inúmeros tropeiros, percorria centenas de léguas para conduzir produtos, como tecidos de algodão e couros que iam do sertão para o litoral e vice-versa.
A alternativa é bastante simples e, de maneira geral, não contraria o texto que nos é apresentado. As tropas atuavam, em grande medida, na conexão comercial entre o sertão e o litoral num momento em que a infraestrutura instalada era praticamente nula na vida colonial. A condução de produtos nessas regiões sem conexão fluvial se dava, sobretudo, sobre os muares e com o trabalho dos tropeiros. Joaquim, ao que tudo indica, trabalhava nesse universo nos interstícios de sua vida rural em decorrência da seca; buscando no pequeno comércio possibilidades de ganhos e de ação. ALTERNATIVA CORRETA.
É difícil supor o interesse do avaliador na construção de uma questão como esta; afinal, todas as alternativas erradas eram plenamente identificáveis com uma compreensão parcial do texto proposto no enunciado. Aferindo poucos conhecimentos históricos, a questão mais parece um exercício claudicante de interpretação de texto - já que, claro fique, nem mesmo a única alternativa aceitável trabalha adequadamente com o texto proposto. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.
25) Relacione a coluna da direita de acordo com a da esquerda, identificando características e situações que se referem a cada um dos ciclos econômicos do Brasil colonial, em destaque. A seguir, marque a alternativa que contém a seqüência correta.
- A) 3; 2; 3; 3; 1.
- B) 2; 2; 1; 3; 1.
- C) 2; 1; 2; 3; 3.
- D) 3; 2; 1; 1; 2.
- E) 2; 1; 1; 3; 2.
- 2 - Ciclo do pau-brasil: Utilizou-se da mão-de-obra indígena na extração predatória do seu produto cujo o trabalho era pago em utensílios diversos que substituíam a remuneração em moedas.
- 1 - Ciclo do açúcar: Teve como principal pólo de expansão econômica nos primeiros séculos da colonização, a zona da mata das capitanias nordestinas.
- 2 - Ciclo do açúcar: Caracterizou-se, do ponto de vista social, pela instituição do modelo patriarcal com grandes famílias e agregados, e com forte inserção dos seus patriarcas na vida política regional.
- 3 - Ciclo do ouro: Gerou uma política de alta tributação da metrópole em relação à colônia. Dentre os impostos cobrados destacava-se o quinto e a capitação.
- 3 - Ciclo do ouro: A partir do seu desenvolvimento a interiorização do território brasileiro veio acompanhada de um rápido desenvolvimento urbano e a intensificação de diversas atividades profissionais.
26) A atividade extrativista desenvolvida na Amazônia, durante o período colonial, foi importante, porque
- A) garantiu a ocupação da região e aproveitou a mão-deobra indígena local.
- B) reproduziu, na região, a estrutura da grande propriedade monocultora.
- C) gerou riquezas e permitiu a abertura de estradas na região.
- D) permitiu a integração do norte do Brasil ao contexto andino.
- E) inviabilizou as aspirações holandesas de ocupação da floresta.
A resposta correta é A) garantiu a ocupação da região e aproveitou a mão-de-obra indígena local.
Essa atividade extrativista desenvolvida na Amazônia durante o período colonial foi importante porque permitiu a ocupação da região e aproveitou a mão-de-obra indígena local. Isso significa que a exploração de recursos naturais, como madeira, peles e outros produtos, possibilitou a presença portuguesa na região e utilizou a força de trabalho dos indígenas que já habitavam a área.
27) No início da colonização, a cultura da cana-de-açúcar era realizada em grandes propriedades que eram chamadas de:
- A) sítios
- B) latifúndios
- C) alqueires
- D) minifúndios
- E) casas-grandes
A alternativa correta é letra B) latifúndios
Gabarito: ALTERNATIVA B
O cultivo da cana-de-açúcar se dava no chamado regime de plantation, que tinha por base a monocultura voltada para a exportação baseada na mão de obra escrava e no latifúndio. Latifúndio é a grande propriedade rural concentrada sob um único proprietário.
a) sítios
b) latifúndios
c) alqueires
d) minifúndios
e) casas-grandes
Por fim, cumpre esclarecer que alqueire é uma unidade de medida usada pela agrimensura; ao passo que as casas-grandes eram as casas que serviam de sede para as famílias produtoras. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA B.
28) “A exploração de ouro no Brasil fez com que a metrópole ampliasse a fiscalização e aumentasse a tributação.”
- A) a exploração de ouro seria permitida apenas aos nascidos no Brasil.
- B) a exploração de ouro seria permitida apenas aos portugueses e filhos de portugueses.
- C) haveria a livre exploração, sem qualquer restrição.
- D) haveria a livre exploração, desde que fosse recolhido aos cofres públicos o quinto do ouro extraído.
- E) haveria a livre exploração, desde que fossem recolhidos aos cofres públicos 50% do ouro extraído.
Resposta:
A alternativa correta é letra D) haveria a livre exploração, desde que fosse recolhido aos cofres públicos o quinto do ouro extraído.
Explicação:
As Ordenações Filipinas, criadas por Portugal, estabeleceram regras para a exploração de ouro no Brasil. Uma dessas regras foi a obrigatoriedade de recolher um quinto do ouro extraído aos cofres públicos. Isso significa que os exploradores de ouro tinham liberdade para explorar, mas precisavam pagar uma taxa de 20% do ouro encontrado ao governo português.
29) Acerca da cultura, economia e administração no período colonial da História do Brasil, julgue (C ou E) o item a seguir.A colonização do Brasil, desde as origens, em 1500, até a transferência da Corte portuguesa, em 1808, orientou-se apenas pelo modelo estatal, sem recorrer ao setor privado ou à cooperação entre o setor público e o privado.
- A) Certo
- B) Errado
A alternativa correta é letra B) Errado
Gabarito: Errado
A colonização do Brasil, desde as origens, em 1500, orientou-se pelo modelo estatal, mas precisou em alguns momentos recorrer ao setor privado ou cooperando com esta esfera.
Tomemos como exemplo, o primeiro modelo de organização administrativa colonial implantado pela Coroa, as capitanias hereditárias. Nesse sistema administrativo, Portugal recorreu à descentralização, permitindo através da Doação e do Foral, que seus agentes colonizassem o Brasil.
É muito conhecido que um dos problemas do sistema de capitanias hereditárias foi a falta de apoio político e financeiro da Coroa aos capitães donatários, pois Portugal deixou a tarefa de colonização à iniciativa privada, aos recursos privados dos donatários, sem auxiliá-los.
Outro exemplo, foram as expedições feitas pelos próprios colonos para expulsar estrangeiros e afastar indígenas do território colonial. Essas expedições só contaram com o apoio declarado da Coroa, mas sem qualquer investimento estatal.
30) Sobre a economia do período colonial do Brasil, todas as alternativas estão corretas, exceto a:
- A) O ciclo do ouro contribuiu para a formação de núcleos urbanos no interior do Brasil e para a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro.
- B) A propriedade agrícola no qual se baseava o sistema colonial tinha duas características básicas: a monocultura e o trabalho escravo.
- C) O pau-brasil foi um dos primeiros produtos explorados no Brasil, sendo obtido pelos europeus numa relação de escambo com os nativos.
- D) O ciclo da cana-de-açúcar foi fundamental para a criação de um mercado econômico interno, realizando a ligação comercial entre o litoral e o interior da colônia.
A alternativa correta é letra D) O ciclo da cana-de-açúcar foi fundamental para a criação de um mercado econômico interno, realizando a ligação comercial entre o litoral e o interior da colônia.
Gabarito: Letra D
(O ciclo da cana-de-açúcar foi fundamental para a criação de um mercado econômico interno, realizando a ligação comercial entre o litoral e o interior da colônia.)
ATENÇÃO! A questão quer saber qual das alternativas é a incorreta.
O cultivo da cana-de-açúcar e a produção do açúcar e derivados da cana foram fundamentais para o comércio ultramarino português. Isso porque o açúcar era um produto bastante valorizado no mercado europeu em fins do século XVI, seja como ingrediente, medicamento, iguaria, ou apenas “para adoçar” o que fosse: um chá, um pão, uma torta. Em outras regiões de rotas comerciais, os derivados do açúcar eram bastante procurados, a exemplo, a cachaça e as geribitas, fabricadas a partir do melado da cana e usadas como moeda de troca por escravos na África.
Portanto, a produção e a indústria açucareira não tinham por objetivo criar um mercado interno. O açúcar e seus derivados eram produtos que contavam com uma aceitação muito grande no mercado europeu e africano, logo, nos mercados externos.
As demais estão corretas, pois:
Letra A: O ciclo do ouro contribuiu para a formação de núcleos urbanos no interior do Brasil e para a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro.
Alternativa correta, pois uma das consequências da mineração foi a formação de núcleos urbanos no interior do Brasil, próximos ou vizinhos às mineradoras. Além disso, outra consequência foi a transferência da capital da colônia para o Rio de Janeiro em 1763 como forma de garantir o controle e organização da mineração, uma vez que o Rio de Janeiro era mais próximo das regiões das Minas do que a antiga capital, Salvador.
Letra B: A propriedade agrícola no qual se baseava o sistema colonial tinha duas características básicas: a monocultura e o trabalho escravo.
Alternativa correta, pois foram duas características da atividade agrícola no Brasil colônia: a propriedade monocultura, voltada para desenvolver apenas um único gênero destinado à exportação (açúcar, algodão, fumo) bem como a utilização da mão de obra escrava como relação de trabalho majoritária.
Letra C: O pau-brasil foi um dos primeiros produtos explorados no Brasil, sendo obtido pelos europeus numa relação de escambo com os nativos.
Alternativa correta, pois a extração do pau-brasil foi uma das primeiras atividades a ser explorada no Brasil, feita através da relação de escambo (troca de produtos e força de trabalho) com os indígenas.
Referências:
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2000.
SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.