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Questões Sobre Período Colonial - História - concurso

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341) Do século XVII ao XIX, capitais particulares possibilitaram o estabelecimento de antigos núcleos baleeiros e a exploração da pesca da baleia na costa brasileira. Engenho de frigir, casa grande da Armação, campanhas de baleeiros, capela, senzalas e dezenas de construções ergueram-se nas proximidades dos aglomerados humanos marítimos e lembraram o velho engenho de moer cana, para o qual convergiam as múltiplas dependências da antiga indústria açucareira. Concentraram técnicas, aparelhagens e mão-deobra assalariada e servil, para as arriscadas lidas marítimas a primeira e a segunda destinadas às fábricas de beneficiamento do óleo das baleias e aos serviços terrestres, capital humano representado pelo escravo incorporado àquela indústria. (…) Tantos cuidados não receberam os assalariados… Quanto aos outros males, escravos estuporados, paralíticos de um ou mais membros, coxos, curvados pela cintura, defeituosos, reumáticos, de pé cortado, com erisipela ou com moléstia crônica, trêmulos, cegos, caolhos, atacados de gota, doentes do peito eram frequente e muitos denunciam certamente más condições de vida e de trabalho dos antigos entrepostos baleeiros do Brasil”..

  • A) apresenta o investimento na produção de óleo de baleia, fundamental à lavoura açucareira que necessitava desse combustível para as caldeiras dos engenhos.
  • B) destaca a real função das feitorias litorâneas: garantir a extração de óleo derivado do cetáceo e exportado para Lisboa para ser utilizado na iluminação e na construção civil.
  • C) difere da história colonial tradicionalmente marcada pelos ciclos econômicos do pau-brasil, açúcar, mineração e gado e destaca trabalhos assalariados no período.
  • D) demonstra que a prática indígena de extração de óleo de baleia foi rapidamente assimilada e apropriada pelo comércio europeu, que dominou o setor.
  • E) sugere melhores condições de trabalho dadas aos escravos de ganho e usados na pesca e pecuária do que aos escravos das lavouras de açúcar e café.

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A alternativa correta é letra C) difere da história colonial tradicionalmente marcada pelos ciclos econômicos do pau-brasil, açúcar, mineração e gado e destaca trabalhos assalariados no período.

Gabarito: ALTERNATIVA C

   

Do século XVII ao XIX, capitais particulares possibilitaram o estabelecimento de antigos núcleos baleeiros e a exploração da pesca da baleia na costa brasileira. Engenho de frigir, casa grande da Armação, campanhas de baleeiros, capela, senzalas e dezenas de construções ergueram-se nas proximidades dos aglomerados humanos marítimos e lembraram o velho engenho de moer cana, para o qual convergiam as múltiplas dependências da antiga indústria açucareira. Concentraram técnicas, aparelhagens e mão-de-obra assalariada e servil, para as arriscadas lidas marítimas a primeira e a segunda destinadas às fábricas de beneficiamento do óleo das baleias e aos serviços terrestres, capital humano representado pelo escravo incorporado àquela indústria. (…) Tantos cuidados não receberam os assalariados… Quanto aos outros males, escravos estuporados, paralíticos de um ou mais membros, coxos, curvados pela cintura, defeituosos, reumáticos, de pé cortado, com erisipela ou com moléstia crônica, trêmulos, cegos, caolhos, atacados de gota, doentes do peito eram frequente e muitos denunciam certamente más condições de vida e de trabalho dos antigos entrepostos baleeiros do Brasil”.

 
  • Sobre o tema, é correto afirmar que o texto

Numa questão dessa natureza, há sempre o estudante de ter clareza sobre o que pede a douta banca: que seja feito um exercício de interpretação de texto inteiramente voltado para o excerto que abre ao enunciado. Na prática, isso significa que o candidato não deve recorrer a nenhuma informação além do texto apresentado, devendo apenas indicar a alternativa que mais bem represente as ideias expressas pelo autor. Desta forma, analisemos as alternativas que seguem.

 
  • a)  apresenta o investimento na produção de óleo de baleia, fundamental à lavoura açucareira que necessitava desse combustível para as caldeiras dos engenhos.

Note bem o estudante que o que o autor faz é uma comparação entre as duas produções, dizendo que, assim como a indústria açucareira, a produção de óleo de baleia exigia a construção e a manutenção de uma série de estruturas, envolvendo tanto imóveis quanto aparelhos. Ou seja, não tinha nenhuma relação direta de abastecimento entre os polos produtivos aqui abordados. Alternativa errada.

 
  • b)  destaca a real função das feitorias litorâneas: garantir a extração de óleo derivado do cetáceo e exportado para Lisboa para ser utilizado na iluminação e na construção civil.

Não há qualquer referência, no texto, sobre o destino da produção de óleo de baleia (mamífero aquático; ou seja, classificado como cetáceo) produzido na América portuguesa. O autor se concentra sobre a estrutura produtiva e a realidade do trabalho nessas feitorias, e não tanto na produção e no comércio em si. Alternativa errada.

 
  • c)  difere da história colonial tradicionalmente marcada pelos ciclos econômicos do pau-brasil, açúcar, mineração e gado e destaca trabalhos assalariados no período.

De fato, trata-se de uma abordagem pouco usual sobre a economia colonial, uma vez que a bibliografia, de uma maneira geral, concentrou-se nos grandes circuitos econômicos; ou seja, àquelas atividades que mais atraíram investimentos, bem como concentraram maior atenção das autoridades coloniais. Ou seja, para se abordar o tema das feitorias baleeiras do período, é necessário que se desvie da narrativa dos grandes ciclos, observando circuitos econômicos menos lucrativos, mas não necessariamente menos complexos. E, de fato, há uma preocupação sobre se pensar o lugar do trabalho assalariado dentro dessa realidade, buscando observar se havia trajetórias relevantes do trabalho livre nessas feitorias. No entanto, o autor é muito claro ao apontar que os recursos humanos eram inteiramente abastecidos pelo trabalho compulsório, o que, dada a natureza da atividade, implicava em terríveis flagelos aos cativos; praticamente inexistindo trabalho assalariado nessa atividade. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • d)  demonstra que a prática indígena de extração de óleo de baleia foi rapidamente assimilada e apropriada pelo comércio europeu, que dominou o setor.

Não há qualquer referência à atividade indígena no trecho citado no enunciado. Além disso, a exploração de óleo de baleia exigia uma série de tecnologias que as nações indígenas presentes na América portuguesa não dominavam. Como fica claro no texto, a produção exigia a organização da produção com ampla aparelhagem, o que inexistia antes da presença europeia na região. Alternativa errada.

 
  • e)  sugere melhores condições de trabalho dadas aos escravos de ganho e usados na pesca e pecuária do que aos escravos das lavouras de açúcar e café.

A alternativa é completamente descabida. Atente o estudante que, ao final do texto, o autor explora justamente as péssimas condições de trabalho e de vida dos escravizados nessas feitorias. A própria natureza da atividade impunha riscos terríveis a todos os trabalhadores, o que se traduzia em perdas humanas e danos irreversíveis à saúde. Portanto, ainda que não se possa achar qualquer qualidade no flagelo da escravidão, há de se observar que a situação de cativos em outras atividades era incomparavelmente melhor do que a daqueles dedicados à exploração do óleo de baleia. Alternativa errada.

   

Note, portanto, que nada mais temos aqui do que um exercício de interpretação de texto, já que todas as alternativas erradas apresentam informações incompatíveis com a leitura do texto proposto no enunciado. Assim, está correta a ALTERNATIVA C.

342) O sistema de aviamento da borracha (trocas comerciais) articulava ______ e ______, nos domínios dos latifúndios, passando pelas casas aviadoras, que trocavam bens de primeira necessidade com os coronéis do barranco – os ______ – em troca da borracha, até as casas de exportação, localizadas em Belém e Manaus (adaptado de SILVA; MONTEIRO, 2020)

  • A) seringueiro / seringalista / seringalistas

  • B) castanheiro / capataz / capatazes

  • C) vassalo / nobre / nobres

  • D) escravizado / senhor de engenho / senhores de engenho

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A alternativa correta é letra A) seringueiro / seringalista / seringalistas

Vamos analisar cada alternativa para identificar a que preenche corretamente as lacunas no texto.

 

A) seringueiro / seringalista / seringalistas

CORRETO. O sistema de aviamento da borracha é um modelo de trocas comerciais que se desenvolveu na Amazônia durante o ciclo da borracha. Nesse sistema, o seringueiro era o trabalhador que extraía o látex das seringueiras, o seringalista era o proprietário do seringal (latifúndio onde se extraía a borracha) e os "coronéis do barranco" eram também seringalistas, que trocavam bens de primeira necessidade com as casas aviadoras em troca da borracha.

 

B) castanheiro / capataz / capatazes

INCORRETO. O termo "castanheiro" refere-se a quem coleta castanhas, e "capataz" é um supervisor de trabalhadores, geralmente em fazendas. Esses termos não se encaixam no contexto do sistema de aviamento da borracha.

 

C) vassalo / nobre / nobres

INCORRETO. Os termos "vassalo" e "nobre" são usados para descrever relações sociais na Idade Média, não no ciclo da borracha na Amazônia.

 

D) escravizado / senhor de engenho / senhores de engenho

INCORRETO. Embora a relação entre escravizado e senhor de engenho seja uma relação de trabalho, ela se aplica ao contexto da produção de açúcar no período colonial, e não ao sistema de aviamento da borracha.

 

Portanto, a alternativa correta é a LETRA A.

343) Vários foram os papéis da agricultura de subsistência na Colônia portuguesa que se implantava. Destacaremos dois: o de ocupar a terra, desbravando-a e povoando-a e, ainda, o de organizar-se sob formas de trabalho familiar para produzir excedentes e atender, progressivamente, às necessidades dos núcleos urbanos em expansão, além de suprir as frotas que se dirigiam ao sul e à África.

  • A) destinada apenas ao fornecimento de alimentos para a população que vivia nos engenhos de açúcar do nordeste.
  • B) parte importante na dinâmica de produção e circulação de mercadorias na América Portuguesa.
  • C) determinante para o avanço da colonização na direção do interior do território e das áreas de ocupação espanhola.
  • D) responsável pelos principais lucros obtidos pela metrópole na colonização do território do futuro Brasil.
  • E) epicentro de um dos ciclos econômicos característicos da colonização da América Portuguesa.

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A alternativa correta é letra B) parte importante na dinâmica de produção e circulação de mercadorias na América Portuguesa.

Gabarito: Letra B

 

parte importante na dinâmica de produção e circulação de mercadorias na América Portuguesa.

 

O trecho trazido pela questão revela que a agricultura de subsistência na América Portuguesa teve uma parcela importante na produção e circulação de mercadorias no território colonial e fora dele, pois segundo a autora também abasteciam o continente africano.

 

Ao lado dos produtos dedicados à exportação como o fumo, as drogas do sertão e o açúcar estiveram presentes na colônia produtos que atendiam ao mercado consumidor interno como a mandioca, que alimentava a população de Salvador e cujo excedente ainda permitia o transporte para o sul e para o continente africano. Destacamos também a importância do cultivo do milho na região amazônica e a batata doce no Brasil central.

   

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: destinada apenas ao fornecimento de alimentos para a população que vivia nos engenhos de açúcar do nordeste.

 

Pelo trecho podemos constatar que a agricultura de subsistência produzia artigos que eram destinados ao sul da América Portuguesa e também se dirigiam à África.

   

Letra C: determinante para o avanço da colonização na direção do interior do território e das áreas de ocupação espanhola.

 

A agricultura de subsistência era complementar tanto à pecuária quanto à agricultura de exportação, pois alimentava os trabalhadores desses outros setores econômicos, além de possibilitar a alimentação dos núcleos de povoamento que se instalaram nas regiões canavieiras. O erro dessa alternativa é a menção de que a agricultura de subsistência foi determinante para a ocupação do território da América Espanhola, quando isso ocorreu em função dos movimentos bandeirantes que buscavam metais, indígenas e pedras preciosas.

   

Letra D: responsável pelos principais lucros obtidos pela metrópole na colonização do território do futuro Brasil.

 

A agricultura de subsistência era responsável pelos lucros internos garantidos aos plantadores dos roçados. Os principais lucros obtidos pela metrópole eram oriundos da agricultura de exportação ou da mineração.

 

Letra E: epicentro de um dos ciclos econômicos característicos da colonização da América Portuguesa.

 

Ao trabalhar com a ideia de ciclos econômicos notamos que a agricultura de subsistência nunca foi epicentro, tal como a cana, o ouro ou o café. Esse tipo de atividade era complementar a essas produções tidas por uma historiografia como produtos centrais ou "produtos-reis".

   

Referências:

 

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2ª edição. São Paulo: EdUSP, 1995.

 

LINHARES, Maria Yedda. “Pecuária, alimentos e sistemas agrários no Brasil (séculos XVII e XVIII). In: Revista Tempo. Vol. 1, no 2, 1996

344) As teorias da administração do trabalho industrial assalariado que apareceram no final do século XIX voltavam-se apenas para a disciplina e a produtividade do trabalho no interior das empresas. Em princípio, todos os demais aspectos da vida do operário (família, moradia, instrução, consumo, lazer etc.) diziam respeito somente a ele […].

  • A) mas envolvem trabalhadores com idêntico grau de instrução e especialização no manejo de máquinas ou ferramentas.
  • B) mas mantêm algumas semelhanças, pois ambas eram destituídas de regramentos e regulações formais.
  • C) pois derivam de concepções opostas em relação à natureza da relação entre os proprietários ou senhores e os trabalhadores.
  • D) mas correspondem à mesma lógica, pois ambas são formas de exploração do trabalho legitimadas pelo capitalismo industrial.
  • E) pois se desenvolvem em territórios com papéis diferentes na lógica da divisão internacional do trabalho.

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A alternativa correta é letra C) pois derivam de concepções opostas em relação à natureza da relação entre os proprietários ou senhores e os trabalhadores.

Gabarito: Letra D

 

Pois derivam de concepções opostas em relação à natureza da relação entre os proprietários ou senhores e os trabalhadores.

 

Enquanto as teorias apresentadas no primeiro parágrafo do texto, referentes ao trabalho industrial, se relacionam com um modo de produção e sociedade capitalista, no qual a força de trabalho daqueles que não detém os meios de produção é comprada pelo proprietário dos meios de produção, através de um salário, as teorias citadas no segundo parágrafo, e que se referem a gestão do trabalho escravo, pertencem a um modo de produção e sociedade escravista na qual o senhor não comprava a força de trabalho, mas sim a pessoa do escravo do qual passava a ser proprietário, sendo responsável por sua manutenção e destino.

Assim, na sociedade industrial o proprietário possui os meios de produção e capital para investir e comprar a força de trabalho do operário, na sociedade escravista o proprietário não é apenas dono de terras mas também dos escravos adquiridos para trabalhar em sua propriedade.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: mas envolvem trabalhadores com idêntico grau de instrução e especialização no manejo de máquinas ou ferramentas.
 

As duas formas de administração do trabalho apresentadas no excerto não envolvem trabalhadores com idêntico grau de instituição ou especialização no manejo de máquinas e ferramentas, pois estes trabalhadores possuem diferentes funções sociais em suas respectivas sociedades e exercem também diferentes trabalhos.

 

Letra B: mas mantêm algumas semelhanças, pois ambas eram destituídas de regramentos e regulações formais.

Nem as sociedades a que pertencem os trabalhadores abarcados pelas duas teorias nem as teorias em si são destituídas de regramentos e regulações formais.

 

Letra D: mas correspondem à mesma lógica, pois ambas são formas de exploração do trabalho legitimadas pelo capitalismo industrial.
 

Como assinalado anteriormente, as teorias apresentadas não correspondem a mesma lógica, justamente porque dizem respeito a formas de exploração do trabalho em diferentes sociedades. Enquanto uma é legitimada pelo capitalismo industrial a outra é legitimada pela sociedade colonial escravista.

 

Letra E: pois se desenvolvem em territórios com papéis diferentes na lógica da divisão internacional do trabalho.

 

As duas formas de administração do trabalho apresentadas no excerto são distintas por se desenvolverem em sociedades baseadas em diferentes modos de produção ou ainda baseadas em diferentes economias, enquanto uma pertence a uma economia industrial capitalista a outra pertence a uma economia agrária e colonial, não diferindo entre si por assumir uma lógica de divisão internacional do trabalho, visto que essa última pertence a uma sociedade capitalista e não escravista ou colonial.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 2. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

MARQUESE, Rafael de Bivar. Feitores do corpo, missionários da mente: senhores, letrados e o controle dos escravos nas Américas, 1660-1860, 2004.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: das sociedades sem Estado às monarquias absolutistas, volume 1. São Paulo: Saraiva, 2010.

345) Estudos historiográficos têm demonstrado que a descoberta de ouro no território colonial português aconteceu no final do século XVII. O primeiro registro de descoberta significativa de ouro na região das minas data da década de 1690, decorrente da expedição organizada por Antônio Rodrigues Arzão. Assinale a alternativa que melhor descreve as principais mudanças que ocorreram na colônia portuguesa após a descoberta das minas de ouro.

  • A) A construção da capital em Brasília, centralizada na região Centro-Oeste, fez com que as riquezas tanto do Nordeste quanto do Norte, Oeste, Sudeste e Sul fossem melhor administradas do que as do Rio de Janeiro, promovendo equidade econômica e social entre as diversas regiões do país.
  • B) Uma das principais mudanças foi a divisão do imenso território português, com administrações distintas entre o Nordeste açucareiro e a região das minas, mais ao sul. A capitania de São Paulo despontou como importante no cenário colonial com a chegada dos padres jesuítas e a transposição da Serra do Mar.
  • C) Deslocou o eixo econômico para o Centro-Sul do Brasil. A capital Salvador perdeu seu posto para o Rio de Janeiro, em 1763. Houve corrida migratória para a região das minas e aumento do tráfico de pessoas da África para trabalhar na mineração. A população aumentou muito e ocorreu maior interiorização territorial.
  • D) A abertura dos portos às nações amigas foi um dos principais acontecimentos da descoberta do ouro em Minas Gerais. O ouro precisava ser escoado rapidamente, e a abertura dos portos foi uma solução inteligente e prática. A Inglaterra se tornou, rapidamente, o maior parceiro comercial de Portugal, e uma parte considerável do ouro do Brasil foi diretamente para os portos ingleses.

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A alternativa correta é letra C) Deslocou o eixo econômico para o Centro-Sul do Brasil. A capital Salvador perdeu seu posto para o Rio de Janeiro, em 1763. Houve corrida migratória para a região das minas e aumento do tráfico de pessoas da África para trabalhar na mineração. A população aumentou muito e ocorreu maior interiorização territorial.

Gabarito: ALTERNATIVA C

 

Estudos historiográficos têm demonstrado que a descoberta de ouro no território colonial português aconteceu no final do século XVII. O primeiro registro de descoberta significativa de ouro na região das minas data da década de 1690, decorrente da expedição organizada por Antônio Rodrigues Arzão. Assinale a alternativa que melhor descreve as principais mudanças que ocorreram na colônia portuguesa após a descoberta das minas de ouro.

  • a)  A construção da capital em Brasília, centralizada na região Centro-Oeste, fez com que as riquezas tanto do Nordeste quanto do Norte, Oeste, Sudeste e Sul fossem melhor administradas do que as do Rio de Janeiro, promovendo equidade econômica e social entre as diversas regiões do país.

É difícil de compreender o que pretendia o douto avaliador na construção desta alternativa; afinal, o enunciado leva a reflexão para o período colonial, mas a alternativa cita fato da segunda metade do século XX, já que Brasília seria inaugurada em 1960. De toda forma, apesar de muitas virtudes e significados, Brasília, per se, jamais implicou numa melhor administração das riquezas e das potencialidades brasileiras. Se isso ocorreu foi por conta de um aprimoramento do Estado brasileiro como um todo, e não por qualquer virtude de Brasília tampouco por qualquer vício original do Rio de Janeiro. Além disso, a promoção da equidade socioeconômica jamais foi uma preocupação séria e profunda na história brasileira; quando muito, tratou-se de algo retórico ou pouquíssimo sistemático. Não por acaso, o país chegou ao século XXI como um dos lugares mais desiguais do planeta, com um processo arraigado de concentração de renda e de patrimônio, bem como de sistemática exclusão social. Alternativa errada.

 
  • b)  Uma das principais mudanças foi a divisão do imenso território português, com administrações distintas entre o Nordeste açucareiro e a região das minas, mais ao sul. A capitania de São Paulo despontou como importante no cenário colonial com a chegada dos padres jesuítas e a transposição da Serra do Mar.

Em primeiro lugar, devemos ter claro de que os jesuítas (como Manuel da Nóbrega e Anchieta) superaram a Serra do Mar e instalaram suas missões no planalto de Piratininga ainda no século XVI - ou seja, muito antes de qualquer descoberta significativa de ouro, já havia o embrião da ocupação de São Paulo. Além disso, a capitania de São Paulo jamais gozou de grande importância na vida colonial, sendo progressivamente desmembrada e com um crescimento concentrado em circuitos econômicos locais; sendo que seria apenas na segunda metade do século XIX que a região despontaria como pujante economicamente. Por fim, observemos que a divisão territorial, aprofundada no século XVIII, dava-se em torno de preocupações defensivas e econômicas. No Rio de Janeiro, concentrou-se a administração do Estado do Brasil, buscando estender uma linha defensiva da região açucareira até o Rio da Prata, o que também isolava a região aurífera das Minas Gerais e as potencialidades minerais do Mato Grosso. Ao norte, a preocupação era guarnecer a foz do Amazonas ao mesmo tempo em que se controlava a exploração das potencialidades naturais (principalmente vegetais) da região, o que implicaria na formação do Estado do Grão-Pará e Maranhão, sediado em Belém e com conexões diretas com Lisboa sem precisar responder ao Rio de Janeiro. Alternativa errada.

 
  • c)  Deslocou o eixo econômico para o Centro-Sul do Brasil. A capital Salvador perdeu seu posto para o Rio de Janeiro, em 1763. Houve corrida migratória para a região das minas e aumento do tráfico de pessoas da África para trabalhar na mineração. A população aumentou muito e ocorreu maior interiorização territorial.

A alternativa é bastante sólida e deixa pouco espaço para dúvidas. A descoberta de ouro no final do século XVII fez com que a Coroa e administração colonial passassem a ter um cuidado inédito com o interior do continente, sendo que a primeira providência foi o desmembramento da capitania de São Paulo para criar a capitania de Minas Gerais, cujos acessos foram fechados e severamente controlados pelas autoridades coloniais. Naquele momento, estava claro que era urgente se montar toda uma estrutura estatal no interior do continente para controlar a exploração de ouro e garantir os interesses do Estado. Para tanto, as conexões com Salvador, que respondia bem à administração da região açucareira, eram muito distantes e difíceis e o principal caminho para o escoamento da produção e dos tributos se tornou o Rio de Janeiro, que, como apontado acima, seria convertido em capital do Estado do Brasil, assumindo a defesa tanto das regiões auríferas quanto pelas áreas açucareiras. Além disso, há de compreender o estudante que a descoberta de ouro gera um distúrbio terrível na vida de qualquer sociedade: a possibilidade de um enriquecimento rápido pelo acúmulo de metais preciosos atrai investimentos e aventureiros de toda sorte, o que quase sempre ocorre com uma velocidade muito superior às possibilidades da organização de serviços básicos. Por conta disso, não é raro que esse avanço sobre território desconhecido seja acompanhado por ciclos de fome e flagelos de toda sorte, porque as outras atividades de suporte (como a produção e o transporte de alimentos) não têm tempo de acompanhar o avanço desordenado do povoamento. Ou seja, num espaço muito curto de tempo, a demanda por toda sorte de produtos e por mão de obra explode em regiões pouco conectadas com o restante da ocupação colonial. Como toda a força produtiva disponível está concentrada na mineração, uma região aurífera exige a importação de praticamente tudo, já que não há significativa produção de outros bens - o que vai desde alimentos até maquinário e itens de luxo. Com isso, a necessidade de importação a partir do Rio de Janeiro explodiu rapidamente, estabelecendo novos circuitos econômicos, o que também significava um grande incremento na importação de novos escravos para responder às possibilidades de exploração de ouro em Minas Gerais. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • d)  A abertura dos portos às nações amigas foi um dos principais acontecimentos da descoberta do ouro em Minas Gerais. O ouro precisava ser escoado rapidamente, e a abertura dos portos foi uma solução inteligente e prática. A Inglaterra se tornou, rapidamente, o maior parceiro comercial de Portugal, e uma parte considerável do ouro do Brasil foi diretamente para os portos ingleses.

A alternativa está completamente errada. A Abertura dos Portos às Nações Amigas se deu em 1808 por ocasião da chegada da família real portuguesa ao Brasil, quando a produção aurífera em Minas Gerais já estava em franco declínio há décadas. Num ato tão simbólico quanto prático, o império português, refugiado em sua colônia na América, dava um passo decisivo para desmontar o exclusivo de comércio com o Brasil, engrenagem fundamental do pacto colonial mantido por três séculos. A abertura dos portos significava que a colônia estava liberada para comercializar com todos aqueles que fossem amigos de Portugal sem mais depender da intermediação ou da aprovação metropolitanas; isto é, os ganhos comerciais sobre o mercado brasileiro não eram mais exclusividade de Portugal, havendo concorrência contra até mesmo os ganhos portugueses. Trata-se, pois, de uma guinada importantíssima para enfraquecer os apertados laços entre colônia e metrópole, momento no qual os britânicos receberam incomparáveis vantagens comerciais. Ou seja, ao mesmo tempo em que acabava com seu monopólio comercial sobre o Brasil, Portugal criava condições claríssimas para dar franca vantagem aos ingleses na vida comercial de sua colônia, diminuindo vertiginosamente os ganhos metropolitanos sobre as exportações brasileiras e sobre a importação de produtos portugueses. Após a abertura dos portos brasileiros às nações amigas em 1808, D. João VI celebrou tratados que davam amplíssima vantagem aos produtos ingleses dentro do mercado brasileiro, inclusive em relação aos produtores portugueses. Além disso, não faria o menor sentido se escoar ouro para a Inglaterra, já que era interesse português manter controle sobre os estoques do metal. O que ocorria com a abertura dos portos era a entrada dos produtos ingleses no Brasil, tornando a Inglaterra o principal parceiro comercial do Brasil, sendo que já era o maior aliado de Portugal há décadas. Alternativa errada.

   

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

346) A colonização portuguesa no Brasil adquiriu características diversas ao longo dos séculos XVII e XVIII. Ao se considerar as sociedades coloniais da cana-de-açúcar e da mineração, é possível observar situações muito diferentes e mesmo contraditórias. Dentre as principais diferenças que podem ser observadas na comparação entre as sociedades açucareira e mineradora tem-se:

  • A) A sociedade mineradora foi autossustentável em termos agrícolas; a sociedade açucareira sofreu com crises de fome.
  • B) A sociedade açucareira foi mais burocratizada; a sociedade mineradora possuiu mais liberdade, ao passo em que a Coroa portuguesa não se interessou em controlar as áreas mineradoras.
  • C) A sociedade açucareira possuiu maior mobilidade social, principalmente no que diz respeito aos escravos poderem comprar as alforrias e coartações. A mineração apresentou uma sociedade mais estática.
  • D) A sociedade mineradora teve como marca a urbanização e uma excessiva burocratização por parte da Coroa, no que tange à cobrança de impostos e ao controle da produção. A sociedade açucareira foi ruralizada.

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A alternativa correta é letra D) A sociedade mineradora teve como marca a urbanização e uma excessiva burocratização por parte da Coroa, no que tange à cobrança de impostos e ao controle da produção. A sociedade açucareira foi ruralizada.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar as principais diferenças entre as sociedades açucareira e mineradora.

 

A) A sociedade mineradora foi autossustentável em termos agrícolas; a sociedade açucareira sofreu com crises de fome.

INCORRETO. A sociedade mineradora, por estar focada na extração de metais preciosos, não era autossustentável em termos agrícolas. A região das Minas Gerais, onde a atividade mineradora era mais intensa, não era propícia para a agricultura em larga escala, e os alimentos consumidos ali vinham de outras regiões, principalmente do Nordeste e de São Paulo. Quanto à sociedade açucareira, embora tenha havido períodos de crise, não se pode afirmar que sofreu com crises de fome generalizadas, uma vez que a monocultura da cana-de-açúcar convivia com outras atividades agrícolas de subsistência.

 

B) A sociedade açucareira foi mais burocratizada; a sociedade mineradora possuiu mais liberdade, ao passo em que a Coroa portuguesa não se interessou em controlar as áreas mineradoras.

INCORRETO. Na verdade, a situação foi inversa. A sociedade mineradora foi bastante controlada e burocratizada pela Coroa Portuguesa, que criou uma série de impostos e mecanismos de controle para garantir a arrecadação dos metais preciosos. Já a sociedade açucareira, embora também sujeita ao controle da Coroa, teve um grau de autonomia maior, principalmente no que diz respeito à administração das fazendas de açúcar.

 

C) A sociedade açucareira possuiu maior mobilidade social, principalmente no que diz respeito aos escravos poderem comprar as alforrias e coartações. A mineração apresentou uma sociedade mais estática.

INCORRETO. A sociedade mineradora proporcionou uma maior mobilidade social, principalmente devido à possibilidade de enriquecimento rápido com a descoberta de jazidas de ouro e diamantes. Além disso, a possibilidade de alforria para os escravos também era maior na sociedade mineradora, uma vez que a atividade mineradora permitia aos escravos acumular algum dinheiro para comprar a própria liberdade. A sociedade açucareira, por outro lado, era mais estática e hierarquizada, com poucas possibilidades de ascensão social.

 

D) A sociedade mineradora teve como marca a urbanização e uma excessiva burocratização por parte da Coroa, no que tange à cobrança de impostos e ao controle da produção. A sociedade açucareira foi ruralizada.

CORRETO. A sociedade mineradora, de fato, teve como característica a urbanização, com o surgimento de várias cidades nas regiões de mineração, como Vila Rica (atual Ouro Preto). A Coroa Portuguesa, em busca de maximizar a arrecadação dos metais preciosos, implementou uma série de impostos e mecanismos de controle, o que levou a uma burocratização da sociedade mineradora. A sociedade açucareira, por sua vez, era essencialmente rural, centrada nas grandes fazendas de cana-de-açúcar.

 

Portanto, a alternativa correta é a LETRA D.

347) À medida que se tornava cada vez mais aparente a insuficiência do projeto dos aldeamentos enquanto forma de suprir a força de mão de obra, os colonos passaram a intensificar outros meios de recrutamento de índios para os seus serviços. A partir da década de 1580, a despeito das restrições impostas pela legislação portuguesa, os colonos começaram a favorecer a apropriação direta do trabalhador indígena através de expedições predatórias ao sertão. Realmente, a observância estrita da lei nunca figurou entre as práticas prediletas dos paulistas. […] a lei de 1570 e legislação subsequente admitiam o cativeiro […]

  • A) fosse capturado na chamada guerra justa.
  • B) aceitasse integrar uma missão religiosa.
  • C) não conhecesse a língua geral.
  • D) mantivesse a organização baseada em tribos.
  • E) ocupasse regiões fronteiriças com a América espanhola.

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A alternativa correta é letra A) fosse capturado na chamada guerra justa.

Gabarito: Letra A

 

fosse capturado na chamada guerra justa.

   

A política indigenista da Coroa Portuguesa nos séculos XVI e XVII segundo Beatriz Perrone-Moisés é vista de forma contraditória e com variações a depender do contexto em que foram produzidas. Houve legislações que permitiram a liberdade indígena, mas com a possibilidade do cativeiro, legislações que asseguraram a liberdade absoluta e outras que restauraram o cativeiro de forma geral.

 

Uma das formas de se escravizar indígenas era a invocação das leis que autorizavam a captura de indígenas através de Guerras Justas. As causas legítimas de guerra justa seriam a recusa à conversão ou o impedimento da propagação da Fé Cristã, a prática de hostilidades contra súditos e aliados dos portugueses e a quebra de acordos celebrados.

 

Os colonos desejosos de obterem mão de obra requeriam aos administradores coloniais que as guerras justas fossem declaradas baseando-se nos critérios acima citados. O problema é que em muitos casos havia a recusa dos administradores na declaração da guerra por não acharem motivos válidos. Então, os colonos passaram a organizar expedições para escravizar os indígenas desrespeitando a legislação estabelecida.

   

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra B: aceitasse integrar uma missão religiosa.

 

Os indígenas que fizessem parte de uma missão religiosa eram conhecidos como aliados e aldeados, portanto já estavam inseridos na lógica colonial. A escravização ocorria quando o assunto eram os indígenas inimigos e que resistiram ao avanço colonizador, considerados hostis, e portanto, deveriam ser feitos prisioneiros.

   

Letra C: não conhecesse a língua geral.

 

A língua não era um motivo para a escravização dos indígenas.

   

Letra D: mantivesse a organização baseada em tribos.

 

A organização social dos indígenas não era motivo para a escravização desse grupo.

   

Letra E: ocupasse regiões fronteiriças com a América espanhola.

 

Indígenas de fronteiras não estavam sob a jurisdição da Coroa Portuguesa. Essa questão deveria ser resolvida de forma conjunta com os demais reinos.

 

Referência:

 

PERRONE-MOISÉS, Beatriz. "índios livres e índios escravos: os princípios da legislação indigenista do período colonial (séculos XVI a XVIII). In: CUNHA, Manuela Carneiro (ORG.) História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

348) Considere a seguir o excerto do artigo da historiadora Violeta Loureiro sobre a região amazônica:

  • A) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.

  • B) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
  • C) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
  • D) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
  • E) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

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A alternativa correta é letra B) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.

Vamos analisar cada uma das afirmativas, para identificar quais são verdadeiras:

 

VERDADEIRO. As drogas do sertão referem-se a uma série de produtos extraídos da floresta amazônica, como cravo, canela, baunilha, entre outros. Esses produtos foram muito valorizados na Europa durante o século XVII e incentivaram a interiorização da colonização portuguesa na região amazônica. A mão de obra indígena foi amplamente utilizada nesse processo, tanto de forma direta quanto indireta, através do sistema de escambo e do trabalho compulsório.

 

FALSO. A atividade mineradora na Amazônia não teve a mesma intensidade que em outras regiões do Brasil, como Minas Gerais, por exemplo. Além disso, a mão de obra escravizada africana não era predominante na região amazônica, onde a mão de obra indígena era mais comum. Quanto à compra de alforria, esse não era um fenômeno comum na região amazônica.

 

VERDADEIRO. O ciclo da borracha, que ocorreu na virada do século XIX para o XX, foi caracterizado pelo extrativismo do látex para suprir a demanda industrial ocidental, principalmente dos Estados Unidos e da Europa. Esse ciclo atraiu um grande contingente de migrantes nordestinos, que buscavam melhores condições de vida na região amazônica.

 

FALSO. A construção da rodovia Transamazônica e a atividade industrial na região amazônica nos anos 1970 não foram baseadas em um projeto de desenvolvimento sustentado liderado por povos indígenas. Na verdade, essas iniciativas foram promovidas pelo governo federal e resultaram em um grande impacto ambiental e social na região, muitas vezes em detrimento dos povos indígenas.

 

Portanto, a alternativa correta é a LETRA B, que afirma que somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.

349) Em relação ao Brasil colonial, assinale a opção correta.

  • A) A empresa açucareira foi o núcleo central da ativação socioeconômica do Nordeste durante o período.
  • B) Somente africanos foram escravizados no Brasil, enquanto que indígenas, desde 1500, foram considerados trabalhadores livres.
  • C) Era comum o rei de Portugal viajar e visitar o Brasil entre os séculos XV e XVII.
  • D) Durante a colonização no século XV predominou a pequena propriedade como forma de distribuição de terras pelo rei através das sesmarias.

  • E) O instituto do exclusivo colonial autorizava a exportação de produtos brasileiros para qualquer país da Europa.

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A alternativa correta é letra A) A empresa açucareira foi o núcleo central da ativação socioeconômica do Nordeste durante o período.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar a correta em relação ao Brasil colonial.

 

A) A empresa açucareira foi o núcleo central da ativação socioeconômica do Nordeste durante o período.

CORRETO. Durante o período colonial, a empresa açucareira desempenhou um papel central na ativação socioeconômica do Nordeste brasileiro. A produção de açúcar, que se concentrava principalmente em Pernambuco e na Bahia, gerou um grande fluxo de riquezas e foi a principal atividade econômica da região durante quase todo o período colonial. A exploração do açúcar envolvia grandes investimentos, a utilização intensiva de mão de obra escrava e a existência de uma complexa rede de comércio que ligava o Nordeste ao mercado europeu. Portanto, essa alternativa está correta.

 

B) Somente africanos foram escravizados no Brasil, enquanto que indígenas, desde 1500, foram considerados trabalhadores livres.

INCORRETO. Essa afirmação é falsa. No início da colonização, os indígenas foram escravizados pelos colonizadores portugueses. Com o tempo, a escravidão indígena foi sendo substituída pela escravidão africana, mas isso não significa que os indígenas foram considerados trabalhadores livres desde o início da colonização. O processo de substituição da mão de obra indígena pela africana foi gradual e complexo, envolvendo aspectos econômicos, demográficos e legais. Portanto, essa alternativa está errada.

 

C) Era comum o rei de Portugal viajar e visitar o Brasil entre os séculos XV e XVII.

INCORRETO. O rei de Portugal raramente visitava o Brasil durante o período colonial. Na verdade, o único monarca português a viver no Brasil foi Dom João VI, que se mudou para o Rio de Janeiro em 1808, já no período da colônia para o Império, fugindo das tropas napoleônicas que invadiram Portugal. Portanto, essa alternativa está errada.

 

D) Durante a colonização no século XV predominou a pequena propriedade como forma de distribuição de terras pelo rei através das sesmarias.

INCORRETO. A distribuição de terras no Brasil colonial se deu principalmente através do sistema de sesmarias, que concedia grandes extensões de terra a indivíduos ou famílias. Esse sistema favoreceu a formação de grandes propriedades rurais, conhecidas como latifúndios, e não a pequena propriedade. Além disso, a colonização do Brasil por Portugal só começou efetivamente no século XVI, não no século XV. Portanto, essa alternativa está errada.

 

E) O instituto do exclusivo colonial autorizava a exportação de produtos brasileiros para qualquer país da Europa.

INCORRETO. O exclusivo colonial, que era uma política mercantilista adotada por Portugal durante o período colonial, estabelecia que a colônia só poderia comercializar com a metrópole. Isso significa que os produtos brasileiros não poderiam ser exportados para qualquer país da Europa, mas apenas para Portugal. Portanto, essa alternativa está errada.

 

Portanto, a alternativa correta é a LETRA A.

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350) Leia o excerto da obra História do Brasil, de Frei Vicente do Salvador, escrita em 1627.

  • A) considerava equivocada a escolha da Coroa em colonizar as terras americanas para criar uma colônia de povoamento, para receber os excessos populacionais portugueses.
  • B) revelou um desprezo, por parte da elite colonial, pela organização político-administrativa do Brasil, já que esta privilegiava as ordens religiosas com isenção fiscal.
  • C) reconheceu o esforço da Coroa portuguesa em colonizar a América, realizando uma série de investimentos, para beneficiar áreas distantes da capital Salvador.
  • D) considerou que as posições administrativas portuguesas foram avançadas, ao mesmo tempo em que condenava a falta de afeição às terras americanas.
  • E) tinha restrições à posição administrativa portuguesa, denunciando a condição de o Brasil estar se tornando uma colônia de exploração e não de povoamento.

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A alternativa correta é letra E) tinha restrições à posição administrativa portuguesa, denunciando a condição de o Brasil estar se tornando uma colônia de exploração e não de povoamento.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar a interpretação correta do excerto da obra de Frei Vicente do Salvador.

 

A) considerava equivocada a escolha da Coroa em colonizar as terras americanas para criar uma colônia de povoamento, para receber os excessos populacionais portugueses.

INCORRETO. No excerto, Frei Vicente do Salvador não faz referência direta à escolha da Coroa em colonizar as terras americanas com o objetivo de criar uma colônia de povoamento para receber excessos populacionais portugueses. O que ele faz é uma crítica à forma como a colonização estava sendo conduzida, com a exploração dos recursos e a falta de cuidado com a terra. Alternativa errada.

 

B) revelou um desprezo, por parte da elite colonial, pela organização político-administrativa do Brasil, já que esta privilegiava as ordens religiosas com isenção fiscal.

INCORRETO. No trecho em questão, Frei Vicente do Salvador não faz menção à organização político-administrativa do Brasil, nem à isenção fiscal das ordens religiosas. Ele critica a postura dos colonizadores portugueses, que exploravam a terra sem se preocupar com sua preservação, mas não faz referência específica à estrutura administrativa ou ao papel das ordens religiosas. Alternativa errada.

 

C) reconheceu o esforço da Coroa portuguesa em colonizar a América, realizando uma série de investimentos, para beneficiar áreas distantes da capital Salvador.

INCORRETO. O excerto não faz menção a um esforço da Coroa portuguesa em colonizar a América por meio de investimentos. Na verdade, Frei Vicente do Salvador critica a Coroa por não dar a devida importância ao Brasil, interessando-se apenas pelas rendas e direitos que poderia extrair da colônia. Alternativa errada.

 

D) considerou que as posições administrativas portuguesas foram avançadas, ao mesmo tempo em que condenava a falta de afeição às terras americanas.

INCORRETO. O texto não faz menção a avanços nas posições administrativas portuguesas. A crítica de Frei Vicente do Salvador é direcionada à forma como o Brasil estava sendo explorado, tanto pela Coroa portuguesa, quanto pelos colonizadores, que não demonstravam afeição ou cuidado com a terra. Alternativa errada.

 

E) tinha restrições à posição administrativa portuguesa, denunciando a condição de o Brasil estar se tornando uma colônia de exploração e não de povoamento.

CORRETO. Frei Vicente do Salvador critica a forma como a colonização estava sendo conduzida, com a exploração dos recursos e a falta de cuidado com a terra. Ele denuncia que o Brasil estava se tornando uma colônia de exploração, onde os colonizadores se interessavam apenas pelos recursos que podiam extrair, sem se preocupar com o povoamento ou a preservação da terra. Essa crítica se alinha à definição de colônia de exploração, onde a metrópole se interessa apenas pelos recursos que pode extrair da colônia, sem se preocupar com o desenvolvimento local. Alternativa correta.

 

Portanto, a alternativa correta é a LETRA E.

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