Logo do Site - Banco de Questões

Questões Sobre Período Colonial - História - concurso

Continua após a publicidade..

411) Dentre os inúmeros estabelecimentos criados no Brasil colonial pela metrópole portuguesa, um deles era destinado ao corte, transporte e armazenamento de madeira tintória, Esse tipo de estabelecimento recebeu o nome de:

  • A) Capitania.
  • B) Sesmaria.
  • C) Casa de Fundição.
  • D) Engenho.
  • E) Feitoria.

FAZER COMENTÁRIO
$@$v=v1.20-rv2$@$

Resposta:

A alternativa correta é letra E) Feitoria.

Explicação:

No Brasil colonial, as feitorias eram estabelecimentos criados pela metrópole portuguesa para o corte, transporte e armazenamento de madeira tintória, além de outros produtos. As feitorias eram importantes centros de comércio e exploração de recursos naturais.

412) O fracasso da maioria das capitanias hereditárias deveu-se, em grande parte, às dificuldades que os donatários tiveram de enfrentar. Entre elas, estava a resistência dos indígenas à invasão de suas terras, assim como os altos custos da empreitada […]. (MONTELLATO; CABRINI; CASTELLI JÚNIOR, 2000, p. 89).

  • A) implantar um sistema de governo geral para centralizar o poder político na Colônia, estabelecendo um maior controle administrativo.
  • B)  promover a vinda de expedições com a incumbência de vigiar o litoral, impedindo ataques estrangeiros às capitanias.
  • C)  dar apoio militar e financeiro, bem como amplos poderes aos donatários, para combater indígenas hostis e rebeldes.
  • D)  enviar uma expedição colonizadora, sob o comando de Martim Afonso de Souza, para fundar várias povoações no litoral.
  • E)  dividir a colônia em lotes administrativos, nomeando governadores para cada área.

FAZER COMENTÁRIO
$@$v=v1.13-rv1$@$

Resposta

A alternativa correta é A) implantar um sistema de governo geral para centralizar o poder político na Colônia, estabelecendo um maior controle administrativo.

Essa resposta é correta porque, devido às dificuldades enfrentadas pelos donatários, como a resistência dos indígenas e os altos custos da empreitada, o rei de Portugal decidiu implantar um sistema de governo geral para centralizar o poder político na Colônia, estabelecendo um maior controle administrativo.

413) Leia o trecho abaixo, de autoria do historiador Davi Davidoff.

  • A) mitayo.
  • B) jesuíta.
  • C) senhor de engenho.
  • D) bandeirante.

FAZER COMENTÁRIO
$@$v=v1.13-rv1$@$

Resposta

A alternativa correta é letra D) bandeirante.

Explicação

O trecho do historiador Davi Davidoff se refere à construção da figura do herói que avançou na proporção exata em que se encobriu ou descartou a questão da violência cometida contra os grupos locais, abrindo caminho para que se exaltasse a idéia de expansão territorial e heroísmo. Isso se refere diretamente à figura do bandeirante, que foi um explorador e conquistador português que atuou no Brasil colonial, conhecido por suas expedições e conquistas territoriais.

414) A região do atual Estado de Rondônia passou a integrar oficialmente a colônia portuguesa na América somente em 1750, quando foi firmado o Tratado de Madri, cuja base para determinações acerca de territórios foi o princípio do uti possidetis, segundo o qual:

  • A) a aquisição dos territórios reivindicados só pode ser realizada através da compra.
  • B) as terras situadas às margens dos rios Guaporé e Mamoré passam a pertencer aos proprietários das minas de Potosi.
  • C) os territórios anteriormente ocupados pelos espanhóis ficam protegidos por expedições marítimas e terrestres.
  • D) os territórios devem pertencer a quem realmente os ocupa.
  • E) todos os acidentes geográficos devem alterar sua denominação, se mudarem os proprietários dos respectivos territórios.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra D) os territórios devem pertencer a quem realmente os ocupa.

Gabarito: Letra D


Contexto:

  • Tratado de Tordesilhas
  • União Ibérica
  • Bandeirantismo
  • Novos tratados para demarcação de limites
 

A chegada de Colombo a Cuba em 1492, levou Portugal e Espanha a se envolverem em uma disputa sobre as novas áreas a serem conquistadas.

 

O mediador desse conflito foi o papa Alexandre VI. Os representantes das duas monarquias chegaram a um acordo no Tratado de Tordesilhas (1494). O tratado definiu que terras já encontradas ou que viessem a ser encontradas a oeste da linha de Tordesilhas pertenceriam à Espanha. As situadas a leste ficariam com Portugal.


Isso garantiu que Portugal ficasse com um pedaço do que mais tarde viria a ser uma parte do Brasil onde a Coroa Portuguesa garantiu a posse em 1500 com a expedição de Pedro Álvares Cabral.


Após 80 anos de colonização portuguesa, o Brasil passou a ser administrado pela Espanha em função da união das coroas ibéricas no episódio conhecido como União Ibérica (1580-1640). 


Nesse período destacou-se a interiorização do território colonial graças à ação da pecuária e do bandeirantismo, movimento de expedições organizadas por bandeirantes atrás de mão de obra indígena e pedras e metais preciosos pelo interior da colônia. 


As bandeiras ultrapassavam constantemente a linha de Tordesilhas o que acabou provocando conflitos entre espanhóis e portugueses. 


Portanto, Portugal e Espanha necessitaram demarcar os seus territórios na América após as novas configurações territoriais. Isso foi definido pelo Tratado de Madri de 1750, no qual foi utilizado o princípio do Uti Possidetis (uso e posse), que defendia que um território pertencia a quem de fato o ocupasse.


Assim, Portugal expandiu o território do Brasil incorporando o atual estado do Rio Grande do Sul, partes de Santa Catarina e Paraná, que eram territórios de missões jesuítas, o atual Mato Grosso do Sul, a imensa zona do Amazonas, incluindo Rondônia, Pará, Roraima e Amapá e o Centro-Oeste.


Resposta baseada na fonte:


AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.
 

415) Considere o mapa.

  • A) a expansão cafeeira e a formação dos quilombos na região do Nordeste da colônia.

  • B) a ação dos jesuítas nas guerras guaraníticas e a extração desenfreada do pau-brasil.

  • C) a formação das capitanias hereditárias e a exploração do tabaco e do algodão.

  • D) o plantio e a fabricação da cana-de-açúcar e a expansão da atividade pecuária.

  • E) a exploração das riquezas minerais e a captura dos índios pelos bandeirantes.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra E) a exploração das riquezas minerais e a captura dos índios pelos bandeirantes.

Gabarito: Letra E

 

Estrutura da questão:

A questão traz nas alternativas duas ações ocorridas ao longo da História do Brasil e solicita dos candidatos e candidatas que encontrem aquela alternativa na qual as duas ações contribuíram para a redefinição de fronteiras territoriais.

 

A expansão territorial no Brasil nos séculos XVII e XVIII foi uma consequência das ações dos bandeirantes, grupos de paulistas armados que organizavam expedições em busca de riquezas minerais (pedras preciosas, ouro e prata), drogas do sertão e da captura de indígenas para vendê-los como escravos.

 

Inicialmente as bandeiras eram empreendimentos particulares. Mais tarde, essa expedições foram contratadas pela Coroa Portuguesa a fim de buscar metais preciosos.

 

Os bandeirantes constantemente cruzavam a fronteira estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas, tratado que definiu os limites territoriais entre Espanha e Portugal na América do Sul.

 

As principais áreas de expedição bandeirante foram o sul, o centro-oeste e o norte do Brasil.

 

Como consequência da ação bandeirante, Portugal e Espanha necessitaram redefinir as fronteiras territoriais através de diversos tratados.

  

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: Lembrando que o comando da questão é encontrar as duas ações, a alternativa é incorreta, pois a expansão cafeeira começa no final do século XVIII e atinge o seu boom no século XIX. Nessa época o estado brasileiro já estava consolidado, embora ainda buscando definir algumas fronteiras.

 

Letra B: Lembrando que o comando da questão é encontrar as duas ações, a alternativa é incorreta, pois a ação dos jesuítas nas guerras guaraníticas, que envolveram as disputas pelos territórios das missões eram contrárias às expansões territoriais, pois Portugal e Espanha, muitas das vezes disputavam essas áreas em que os índios estavam aldeados. Além disso, a extração do pau-brasil esteve concentrada no litoral brasileiro durante a primeira metade do século XVI, quando começou a exploração e plantio da cana-de-açúcar.

 

Letra C: Lembrando que o comando da questão é encontrar as duas ações, a alternativa é incorreta, pois a formação das capitanias hereditárias data do século XVI e limitou-se ao espaço territorial definido pelo Tratado de Tordesilhas.

 

Letra D: Lembrando que o comando da questão é encontrar as duas ações, a alternativa é incorreta, pois o plantio e a fabricação da cana ficou restrita aos limites do Tratado de Tordesilhas.

416) O mundo moderno não surgiu abruptamente, pronto e acabado, naquele ano de 1453 (queda de Constantinopla), nem desapareceu para sempre em 1789 (Revolução Francesa). Ele foi, de fato, gerado no decorrer de um longo processo de transição que teve suas raízes fincadas no século XII e cujos desdobramentos vão até a eclosão da Revolução Industrial, em meados do século XVIII. Foi só após essa revolução que a sociedade capitalista assumiu seus contornos definitivos.

  • A) Certo
  • B) Errado
FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra A) Certo

Gabarito: Correta

 

Se tem uma característica de fácil identificação na colonização portuguesa no Brasil é a organização da atividade agrária sob a forma de latifúndios (grandes porções de terras) que se concentraram nas mãos de um número pequeno de homens.

 

A origem desses latifúndios pode ser encontrada na distribuição de sesmarias feitas pelos donatários das capitanias com o intuito de ocupar o território e começar a produzir gêneros a serem exportados para o mercado europeu.

 

Outra característica que anda lado a lado com a concentração fundiária é a utilização de mão de obra escrava nas terras americanas.

 

Referências:

 

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2ª edição. São Paulo: EdUSP, 1995

417) “Quando o português chegou / Debaixo duma bruta chuva / Vestiu o índio / Que pena! / Fosse uma manhã de sol / O índio teria despido / O português”.

  • A) Ao desembarcar com a sua expedição no território brasileiro, o conquistador português Pedro Álvares Cabral acreditou ter chegado às Índias, razão pela qual assim chamou os habitantes originários do Brasil.

  • B) Ao receber terras para cultivar, os colonos portugueses tratavam os indígenas como parceiros na exploração do novo território, influenciados pelo discurso religiosos dos jesuítas, que se interessavam estritamente pela salvação da alma dos

    nativos.

  • C) Na chegada dos portugueses e durante o processo de colonização, as várias tribos existentes no Brasil aceitaram sem qualquer resistência as mudanças impostas pelos conquistadores e pelos jesuítas, inclusive a adoção de novas

    vestimentas e do cristianismo.

  • D) No início da ocupação portuguesa do Brasil, o índio foi fundamental para a extração do pau-brasil, estabelecendo-se assim um contato que propiciou a expansão de doenças comuns no continente europeu e que para os nativos da América geralmente eram fatais .

  • E) Embora detentores de culturas e formas de organização social específicas, os povos indígenas permanecem até hoje excluídos dos livros didáticos que abordam os primórdios da formação social brasileira.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra D) No início da ocupação portuguesa do Brasil, o índio foi fundamental para a extração do pau-brasil, estabelecendo-se assim um contato que propiciou a expansão de doenças comuns no continente europeu e que para os nativos da América geralmente eram fatais .

Gabarito: ALTERNATIVA D

  

“Quando o português chegou / Debaixo duma bruta chuva / Vestiu o índio / Que pena! / Fosse uma manhã de sol / O índio teria despido / O português”.

 

(Oswald de Andrade, Erro de português.)

 

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o contexto da colonização portuguesa no Brasil, é correto afirmar:

  • a)  Ao desembarcar com a sua expedição no território brasileiro, o conquistador português Pedro Álvares Cabral acreditou ter chegado às Índias, razão pela qual assim chamou os habitantes originários do Brasil.

A alternativa confunde o erro de Cristóvão Colombo com a chegada cabralina à América do Sul. Tendo alcançado as terras americanas no Caribe, Colombo insistiu que completara sua viagem para as Índias, distorcendo gravemente as projeções de distância entre a Europa e o Oriente. A ideia de um Novo Mundo só seria definitivamente popularizada com Américo Vespúcio, enquanto Colombo insistiria em encontrar uma passagem a ocidente para as Índias. Sua chegada no final do século XV e o seu erro de interpretação daquela realidade, de fato, são associados à atribuição do nome de índios às populações originais encontradas. No caso cabralino, no entanto, já havia uma percepção clara de que se tratava de um novo mundo ao sul do equador, compreendendo logo de primeira hora que se havia feito um descobrimento. Até porque, é importante que se lembre, Vasco da Gama concluíra a rota para as Índias a partir da circunavegação do continente africano anos antes, o que dava aos mapas portugueses a clareza de que aquelas terras não pertenciam às Índias. Alternativa errada.

 
  • b)  Ao receber terras para cultivar, os colonos portugueses tratavam os indígenas como parceiros na exploração do novo território, influenciados pelo discurso religiosos dos jesuítas, que se interessavam estritamente pela salvação da alma dos nativos.

Há grande confusão dos acontecimentos na construção da alternativa. A colonização portuguesa mais sistemática (e, portanto, superando o extrativismo vegetal mais raso) foi estabelecida em meados do século XVI a partir de feitorias e do lançamento de capitanias hereditárias. Em um outro flanco, a expansão da fé cristã era a grande missão dos jesuítas na América portuguesa, embrenhando-se pelo território e aldeando indígenas para o esforços de catequização e para estabelecer comunidades mais fortes, inclusive economicamente com a exploração de drogas do sertão. O estabelecimento da agricultura, no entanto, seria bastante traumático para essas populações locais, com o apresamento e a escravização sistemática para fornecer mão de obra para o esforço produtivo. Este seria o grande ponto de atrito entre os latifundiários portugueses e os jesuítas, com estes pressionando a Coroa portuguesa pela proibição da escravização de indígenas em nome da proteção da obra católica e dos aldeamentos. Alternativa errada.

 
  • c)  Na chegada dos portugueses e durante o processo de colonização, as várias tribos existentes no Brasil aceitaram sem qualquer resistência as mudanças impostas pelos conquistadores e pelos jesuítas, inclusive a adoção de novas vestimentas e do cristianismo.

Numa alternativa dessa natureza, é fundamental que o candidato tenha alguma sensibilidade e perceba o absurdo que é imaginar um processo tão violento e complexo transcorrendo sem nenhuma forma de resistência ou de contradição grave em nenhum momento da história. Como comentado acima, havia tensões dentro do próprio processo colonizador, com rivalidades entre os jesuítas e os latifundiários. Além disso, houve, sim, diversos esforços de resistência indígena em diferentes momento desse processo. Por exemplo, há de se observar que o processo de colonização, por séculos, só conseguiu certa estabilidade nas regiões dominadas pelas nações do ramo Tupi, que, por diversos motivos, estabeleciam certas formas de aproximação com os colonizadores, mas, ainda assim, com formas de resistência. As nações de outras origens tendiam a ser mais distanciadas em relação à presença portuguesa e se dispersaram pelo interior do continente sem essas formas de aculturação. Em outra frente, por exemplo, há de se lembrar que a língua tupi resistiu em pontos importantes da colonização até o século XIX, como na província de São Paulo, onde a língua geral (forma híbrida de português com tupi) dominava há dois séculos. Portanto, não se pode associar esse processo de aculturação impune e acrítica com a colonização brasileira, que foi tanto marcada pela violência e pela miscigenação quanto pela resistência e pelas contradições profundas e graves. Alternativa errada.

 
  • d)  No início da ocupação portuguesa do Brasil, o índio foi fundamental para a extração do pau-brasil, estabelecendo-se assim um contato que propiciou a expansão de doenças comuns no continente europeu e que para os nativos da América geralmente eram fatais.

A alternativa é bastante simples, mas sólida. Até meados do século XVI, a principal atividade dos colonizadores portugueses era o extrativismo vegetal, com grande destaque para o pau-brasil. Com feitorias encravadas pela costa, esse esforço contou com negociações e aproximações com nações indígenas estabelecidas, o que se dava tanto pelo apresamento quanto por instâncias de negociação. A mão de obra indígena foi crucial nesse momento de extrativismo. Por outro lado, o contato com os portugueses e a ampliação da miscigenação também aprofundaram os contatos com as epidemias, introduzindo doenças absolutamente exóticas, às quais os indígenas não tinham proteções imunológicas. A gripe e a sífilis eram algumas das marcas biológicas mais profundas dessa presença europeia, o que implicou em tragédias gravíssimas para essas populações, afetando gravemente suas comunidades. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • e)  Embora detentores de culturas e formas de organização social específicas, os povos indígenas permanecem até hoje excluídos dos livros didáticos que abordam os primórdios da formação social brasileira.

Atualmente, as culturas indígenas tem certo espaço nos livros didáticos brasileiros depois de amargar décadas de exclusão muito estereotipada. Nas últimas décadas, houve um esforço governamental para observar com mais seriedade a produção científica sobre o tema, o que abriu caminho para uma maior atenção sobre essas populações. Ainda que o espaço não seja o ideal e ainda se precise um aprofundamento geral sobre o tema, há, sim, um avanço importante para se compreender os primeiros séculos da formação brasileira respeitando essas populações oprimidas. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.

418) “Durante 200 anos, entre os séculos XVII e XVIII, os bandeirantes – filhos de portugueses com mulheres da terra –, saídos principalmente de São Paulo, se embrenharam no mato em busca de índios, que capturavam para usar em suas fazendas ou para vender como escravos”.

  • A) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.

  • B) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras .

  • C) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.

  • D) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.

  • E) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras .

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra D) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.

Gabarito: ALTERNATIVA D

  

“Durante 200 anos, entre os séculos XVII e XVIII, os bandeirantes – filhos de portugueses com mulheres da terra –, saídos principalmente de São Paulo, se embrenharam no mato em busca de índios, que capturavam para usar em suas fazendas ou para vender como escravos”.

 

(Extraído de Brasil. São Paulo: Editora Abril, 2ª ed., abr. 2007, p. 10–13.)

 

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a expansão de territórios e a fixação de fronteiras no Brasil colonial, considere as afirmativas a seguir:

 
  • 1. Os bandeirantes, em busca de índios para o trabalho em São Paulo, iniciaram suas expedições pelo sul do Brasil, inclusive arremetendo contra as Missões, onde viviam os índios guaranis e os jesuítas.

De fato, os aldeamentos do sul, importantíssimos para a origem do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, tinham uma singularidade em relação aos outros pontos da colonização portuguesa: não se relacionavam apenas com os índios tupis e tinham uma grande proximidade com a experiência espanhola. A presença de jesuítas espanhóis nessas regiões ao mesmo tempo em que havia a forma portuguesa ampliavam a desorganização geral das fronteiras e dos mecanismos de controle. Esses aldeamentos foram, sim, alvo de expedições de bandeirantes em nome do apresamento indígena para o trabalho em São Paulo, uma vez que não se chocavam tão diretamente com as experiências portuguesas. Há de se lembrar que a Coroa portuguesa proibira a escravização de indígenas convertidos em seus territórios coloniais desde a segunda metade do século XVI, o que colocava a ação dos bandeirantes num certo limbo. Além disso, a presença dos jesuítas tinha uma capacidade expressiva de enriquecimento e de defesa dos aldeamentos, o que ampliava a cobiça sobre as regiões missioneiras, que detinham estruturas como fazendas de gado e redes de comércio. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 
  • 2. A maior contribuição dos jesuítas no período colonial foi a transformação efetiva da cultura original dos indígenas, tornando-os monogâmicos, trabalhadores disciplinados e fiéis à Igreja Católica.

Esse tipo de raciocínio, além de errado, envolve certas percepções racistas e etnocêntricas que marcaram parte da historiografia tradicional brasileira. O esforço de catequização dos indígenas acabou por dar origem a formas híbridas entre o esforço católico e as culturas tradicionais: ao mesmo tempo em que houve, sim, um processo violento, também houve instâncias de convergência e de coexistência. Assim, é bastante equivocado se desenhar um triunfo absoluto e inequívoco de todas as formas ideadas pelo esforço jesuíta. Afirmativa falsa.

 
  • 3. Os bandeirantes contribuíram para consolidar as fronteiras do Brasil, mas também prenderam e mataram milhares de índios, o que provocou o despovoamento no interior do país e o extermínio de alguns povos indígenas.

O esforço dos bandeirantes, ao mesmo tempo em que é exaltado por uma certa historiografia mais tradicional, é alvo de gravíssimas controvérsias. A interiorização do processo colonial português - já bastante tropicalizado e convertido numa sociedade híbrida - teve grande apoio nas expedições dos bandeirantes, que se conformaram tanto a exploração do interior do continente quanto certo esforço de sedentarização, estabelecendo propriedades e circuitos de circulação de mercadorias e de pessoas nessas novas áreas. No entanto, não se pode jamais descartar que esse esforço foi enormemente animado pela demanda de mão de obra escrava a ser saciada pelo apresamento de indígenas, uma especialidade bandeirante. Isso significou, na prática, o extermínio de povos e a desorganização geral de várias formas de organização humana no interior, debilitando nações inteiras enquanto se articulava essa nova sociedade colonial, que se equilibrava entre os absurdos do genocídio e da escravidão e alguns pontos de miscigenação. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 
  • 4. Os bandeirantes, depois de caçar e exterminar milhares de índios, passaram a procurar ouro na região que seria logo chamada de Minas Gerais, cujo trabalho baseou-se na utilização da mão-de-obra escrava oriunda da África.

A afirmativa é bastante exagerada ao colocar essas atividades como etapas consecutivas. O apresamento indígena para a escravidão, a procura por drogas do sertão e por metais preciosos e a exploração dos interiores foram atividades que se confundiam mutuamente ao longo dos séculos de ação dos bandeirantes. Lançar-se ao desconhecido dos interiores implicava numa série de práticas e de transformações (inclusive culturais) que não nos permite colocar como etapas isoladas. Mas, de fato, no final do século XVII era bastante clara a atuação dos bandeirantes na procura por pedras e metais preciosos, tendo grande sucesso nas áreas que depois seriam convertidas na capitania das Minas Gerais. Seriam dos bandeirantes as primeiras descobertas nesse sentido, mas caberia à Coroa portuguesa e à administração geral disciplinar a extração de ouro e organizar a nova capitania, inclusive com o uso expressivo de mão de obra escrava trazida da África, conformando uma nova sociedade mineira dentro da colônia. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 

Assim, são verdadeiras as afirmativas 1, 3 e 4.

 

Assinale a alternativa correta.

a)  Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.

b)  Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras .

c)  Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.

d)  Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.

e)  Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.

 

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.

419) No ano de 1494, portugueses e espanhóis assinavam o Tratado de Tordesilhas partilhando o mundo entre eles, fato que posteriormente recebeu a crítica da França, Inglaterra e Países Baixos, entre outros, que passaram a questionar a exclusividade da partilha do mundo entre as nações ibéricas. Entre os fatores que demonstram tal questionamento pode-se citar a

  • A) freqüente presença holandesa em terras brasileiras questionando a soberania portuguesa através do intenso comércio do açúcar praticado na capitania de Pernambuco.

  • B) presença francesa no Maranhão ocasionando, entre outros aspectos, a fundação da cidade de São Luís no final do século XVI.

  • C) presença inglesa, principalmente através de piratas financiados pelo governo inglês, os quais por várias vezes tentaram estabelecer colônias nas terras brasileiras.

  • D) invasão holandesa no Recife motivada unicamente pelos conflitos que tinha com a Espanha.

  • E) presença freqüente de franceses nos primeiros momentos da colonização portuguesa, destacando a criação da França Antártica no Rio de Janeiro.

FAZER COMENTÁRIO
$@$v=undefined-rv2$@$

Resposta

A alternativa correta é a letra E) presença frequente de franceses nos primeiros momentos da colonização portuguesa, destacando a criação da França Antártica no Rio de Janeiro.

Explicação

O Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494, dividiu o mundo entre Portugal e Espanha, o que gerou críticas de outras nações europeias, como França, Inglaterra e Países Baixos. Essas nações questionaram a exclusividade da partilha do mundo entre as nações ibéricas.

A presença frequente de franceses nos primeiros momentos da colonização portuguesa, destacando a criação da França Antártica no Rio de Janeiro, é um fator que demonstra o questionamento da partilha do mundo entre as nações ibéricas.

Continua após a publicidade..

420) Analise as alternativas abaixo sobre os tratados que fixaram as fronteiras coloniais na América, colocando entre parênteses a letra V, quando se tratar de afirmativa verdadeira, e a letra F quando se tratar de afirmativa falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a seqüência correta.

  • A) V ; V ; F ; F.
  • B) V ; F ; V ; F.
  • C) F ; V ; F ; V.
  • D) F ; F ; V ; V.
  • E) V ; F ; F ; F.

FAZER COMENTÁRIO
$@$v=v1.20-rv1$@$

Resposta

A alternativa correta é letra E) V ; F ; F ; F.

Explicação

O Tratado de Utrecht (1713) não estabelecia que o rio Oiapoque seria o limite da fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa, portanto é Falso (F).

O Tratado de Badajós (1801) não estabelecia que a região dos Sete Povos das Missões ficaria com os portugueses, portanto é Falso (F).

O Tratado de Madri (1750) determinava que a Portugal e Espanha caberia a posse das terras que ocupavam, portanto é Verdadeiro (V).

O Tratado de Santo Ildefonso (1777) não estabelecia que a Colônia do Sacramento e a região dos Sete Povos das Missões ficariam com Portugal, portanto é Falso (F).

1 40 41 42 43 44 135