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Questões Sobre Período Colonial - História - concurso

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431) “ ( … ) Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos, traziam arcos com setas. Vinham todos rijamente sobre o batel; e Nicolau Coelho fez sinal que pousassem os arcos. E eles pousaram ( … )”

  • A) respeitaram a organização política, social e econômica dos nativos, muitos dos quais ainda hoje mantêm um estilo de vida nômade e coletor.
  • B) facultaram aos indígenas das missões religiosas o direito de permanecer em seus aldeamentos após a expulsão dos jesuítas.
  • C) desestruturaram as comunidades indígenas em seu aspecto político, econômico e social, reduzindo todos os grupos indígenas brasileiros a um mesmo estágio cultural, bastante primitivo.
  • D) fixaram os primeiros núcleos de povoamento na região com a finalidade de facilitar a catequese e a pacificação dos indígenas, bem como a preservação de suas aldeias.
  • E) viram nos indígenas a possibilidade de obtenção de mão-de-obra, passando a submetê-los sob a forma de escravidão e na formação de missões religiosas.

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A alternativa correta é letra E) viram nos indígenas a possibilidade de obtenção de mão-de-obra, passando a submetê-los sob a forma de escravidão e na formação de missões religiosas.

Gabarito: Letra E

A questão traz um trecho da carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão participante da expedição de Pedro Álvares Cabral que desembarcou em 1500 no Brasil e, a seguir, partiu em direção às Índias. Dito isto, a questão avança no tempo em busca de saber qual foi o destino dos indígenas após a montagem do sistema colonial. Vamos comentar as alternativas a fim de encontrar a resposta.

 

a)  respeitaram a organização política, social e econômica dos nativos, muitos dos quais ainda hoje mantêm um estilo de vida nômade e coletor.

Incorreta. Ao longo do processo de colonização da América Portuguesa não houve respeito pela organização política, social e econômica dos indígenas. A colonização como um dos pilares do mercantilismo acabou por transformar os povos originários em recursos para os colonizadores, principalmente, como mão de obra local sem a necessidade de transferência de portugueses para o Brasil.

 

b)  facultaram aos indígenas das missões religiosas o direito de permanecer em seus aldeamentos após a expulsão dos jesuítas.

Incorreta. Após a expulsão dos jesuítas da colônia, os indígenas passaram a ser organizados pela Coroa Portuguesa através do Diretório dos Índios, no qual havia um administrador que realizava a função de utilizar a mão de obra indígena para a prestação de serviços na colônia. Progessivamente, a Coroa Portuguesa promoveu a inserção dos índios no mundo colonial, e muitas aldeias foram destruídas ou abandonadas.

 

c)  desestruturaram as comunidades indígenas em seu aspecto político, econômico e social, reduzindo todos os grupos indígenas brasileiros a um mesmo estágio cultural, bastante primitivo.

Incorreta. A colonização atuou de maneiras diferentes sobre as populações indígenas. Enquanto algumas foram reduzidas ou mesmos extintas, houve também um processo de inserção no mundo colonial com indígenas sendo aldeados nas missões religiosas, migrando para as primeiras vilas e se transformando em trabalhadores urbanos ou sendo explorados nas atividades econômicas. No entanto, não é verdade que todos os grupos indígenas foram reduzidos a um mesmo estágio cultural primitivo, pois a diversidade cultural e linguística dos índios persiste até hoje

 

d)  fixaram os primeiros núcleos de povoamento na região com a finalidade de facilitar a catequese e a pacificação dos indígenas, bem como a preservação de suas aldeias.

Incorreta. Essa alternativa fala de apenas uma parte do processo de colonização que recai sobre os missionários. Estes fundaram diversas missões religiosas na Amazônia a fim de facilitar a catequese e a pacificação de indígenas hostis aos colonos. Os indígenas eram deslocados das aldeias em que habitavam para as missões a fim de receberem os primeiros sacramentos. Ainda assim, havia por parte dos colonos, ataques às missões para escravização de indígenas, que seriam levados a outras localidades do Brasil, como, por exemplo, para o Nordeste ou para São Paulo.

 

e)  viram nos indígenas a possibilidade de obtenção de mão-de-obra, passando a submetê-los sob a forma de escravidão e na formação de missões religiosas.

Correta. Com a implantação do sistema de capitanias hereditárias, da introdução da cana-de-açúcar e dos engenhos, os colonizadores observaram que os indígenas poderiam ser valiosos trabalhadores para a agricultura canavieira. Praticando a "guerra justa" contra populações hostis, os colonizadores obtiveram um contingente de mão de obra para os engenhos no litoral do Nordeste. Assim, nos primeiros trinta anos da colonização portuguesa na América, os indígenas foram escravizados e inseridos na lavoura da cana-de-açúcar. Nesse contexto, a chegada dos missionários fez com que houve uma disputa pela mão de obra indígena. Enquanto os colonizadores pretendiam escravizar as populações originárias, os missionários defendiam que os indígenas deveriam ser aldeados em missões para receber os sacramentos e serem trabalhadores livres ou alugados pelos colonos.

 

Referências:

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

SCHWARTZ, Stuart. "Escravidão indígena e o início da escravidão africana". In: GOMES, Flávio e SCHWARCZ, Lilia (Orgs.). Dicionário da escravidão e liberdade: 50 textos críticos. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
 

432) Desde o período colonial, a ocupação e a colonização da região dos vales dos rios Madeira, Mamoré e Guaporé foram focos de preocupação dos governos brasileiros porque essa área

  • A) representava importante pólo de atividade mercantil, vinculado à formação de lavouras e exportação de cacau.
  • B) representava importante via de rota comercial e seu controle garantia a posse territorial e a integridade de fronteira.
  • C) foi dominada por missões jesuíticas que passaram a constituir um “Estado religioso dentro do Estado”.
  • D) estava sujeita às freqüentes inundações da Bacia Amazônica, que destruíam qualquer tentativa de ocupação da região.
  • E) viabilizou o apresamento de indígenas para trabalhar nos seringais da Amazônia Ocidental.

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Resposta:

B) Representava importante via de rota comercial e seu controle garantia a posse territorial e a integridade de fronteira.

Explicação:

A região dos vales dos rios Madeira, Mamoré e Guaporé foi um foco de preocupação dos governos brasileiros durante o período colonial porque controlar essa área significava garantir a posse territorial e a integridade de fronteira. Essa região era estratégica para o comércio e a expansão territorial do Brasil.

433) O Forte dos Reis Magos é, a um só tempo, atração turística e um símbolo de um período da história da cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte. Para oficializar a conquista e a colonização da então capitania do Rio Grande, a Coroa Portuguesa ordenou que ali fosse instalada uma fortaleza militar. No ano de 1597, do século XVI, chegava uma esquadra liderada por Manoel Mascarenhas Homem, Capitão-Mor de Pernambuco, para povoar o território e construir uma base militar, com o objetivo de:

  • A) Resguardar as minas de ouro e prata recém-descobertas naquele território.

  • B) Facilitar o processo de escravização dos indígenas, que já estavam pacificados.

  • C) Proteger a capitania que ocupava posição geográfica estratégica na colônia.

  • D) Permitir o acesso seguro aos estrangeiros que comercializavam com a Colônia Portuguesa.

  • E) Identificar a situação geográfica da capitania.

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A alternativa correta é letra C) Proteger a capitania que ocupava posição geográfica estratégica na colônia.

Gabarito: ALTERNATIVA C

  

O Forte dos Reis Magos é, a um só tempo, atração turística e um símbolo de um período da história da cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte. Para oficializar a conquista e a colonização da então capitania do Rio Grande, a Coroa Portuguesa ordenou que ali fosse instalada uma fortaleza militar. No ano de 1597, do século XVI, chegava uma esquadra liderada por Manoel Mascarenhas Homem, Capitão-Mor de Pernambuco, para povoar o território e construir uma base militar, com o objetivo de:

  • a)  Resguardar as minas de ouro e prata recém-descobertas naquele território.

As primeiras descobertas de minas de ouro datam do final do século XVII entre a região de Minas Gerais e Goiás. Ou seja, não faz sentido se pensar na construção de um forte em Natal no século XVI relacionando-a com a mineração. Alternativa errada.

 
  • b)  Facilitar o processo de escravização dos indígenas, que já estavam pacificados.

No final do século XVI, já estava proibida a escravização de indígenas que aceitassem a conversão ao cristianismo. Ou seja, o forte não poderia se prestar a essa ação, uma vez que os indígenas pacificados, que já estavam aldeados, não poderiam ser escravizados. Alternativa errada.

 
  • c)  Proteger a capitania que ocupava posição geográfica estratégica na colônia.

Natal estava no vértice dos dois eixos fundamentais da colonização: entre Grão-Pará e Bahia. Ou seja, as capitanias do norte, preocupadas com as drogas do sertão e com a foz do Amazonas, e as capitanias do Nordeste, ocupadas com a produção açucareira e a dimensão do Atlântico Sul. Era nessa confluência que o forte seria construído, numa posição estratégica absolutamente privilegiada. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • d)  Permitir o acesso seguro aos estrangeiros que comercializavam com a Colônia Portuguesa.

A alternativa é absurda, porque o império português determinava o exclusivo de comércio, isto é, a colônia poderia comercializar apenas com a Metrópole. Ou seja, não era legal comercializar com estrangeiros; não faz sentido, portanto, se pensar na construção de um forte para se fazer atividade de contrabando. Alternativa errada.

 
  • e)  Identificar a situação geográfica da capitania.

A alternativa não faz muito sentido. No final do século XVI, já havia um mapeamento da costa na região, não fazendo sentido construir um forte para tomar ciência da situação geográfica da capitania. O conhecimento geográfico era um pressuposto para se ordenar a construção. Alternativa errada.

  

Note o estudante que o raciocínio lógico sobre as atividades coloniais seria suficiente para eliminar todas as alternativas erradas, ainda que sem deter conhecimentos específicos sobre o forte em questão. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

434) Analise o texto.

  • A) Portugal, para explorar a colônia, teve que estabelecer as bases do desenvolvimento que, contraditoriamente, acabou despertando ideais de libertação na colônia.
  • B) Portugal, por medo da ameaça dos invasores, deu autonomia às capitanias hereditárias para desenvolverem uma economia diversificada na colônia.
  • C) a Coroa portuguesa, ao permitir, desde o início, a criação de indústrias na colônia, possibilitou o surgimento de grupos políticos interessados na acumulação de riquezas.
  • D) a Coroa portuguesa, para impedir a divisão da colônia, estimulou o crescimento da população com o objetivo de assegurar a posse do território americano.
  • E) a Metrópole portuguesa, com o intuito de promover o desenvolvimento autônomo da colônia, criou um sistema de controle e de fiscalização nas regiões mineradoras.

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A alternativa correta é letra A) Portugal, para explorar a colônia, teve que estabelecer as bases do desenvolvimento que, contraditoriamente, acabou despertando ideais de libertação na colônia.

Gabarito: Letra A

 

A questão poderia ser respondida pelos candidatos e candidatas com base na interpretação.

 

O texto menciona que para explorar as colônias, as metrópoles tinham que torná-las produtivas, ou seja, desenvolvê-las.

 

E nesse desenvolvimento certamente precisou dos grupos locais para administração, ocupação e defesa do território, uma vez que não conseguiria fazer isso estando toda a corte e administração no continente europeu.

 

É concedendo o poder da administração aos colonos que a metrópole verá crescer movimentos oposicionistas contra o próprio poder metropolitano, acusado de tirano, sobretudo quando legislava em matéria de economia, ao instituir impostos sobre a circulação das riquezas coloniais.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra B: Portugal não deu autonomia na administração das capitanias hereditárias. Os capitães donatários deveriam seguir as recomendações das cartas de doação e do foral. Não poderiam por exemplo, vender ou trocar as capitanias. Além do mais, as capitanias foram organizadas para estimular a produção inicial do pau-brasil e mais tarde da cana-de-açúcar. Depois é que houve uma diversificação maior na exportação de produtos para a metrópole.

 

Letra C: A Coroa Portuguesa proibiu a instalação de indústrias na colônia a fim de evitar a concorrência com os produtos da metrópole, pois eram trocados pelos produtos coloniais. É o que chamamos de Pacto Colonial: a metrópole garantiria a entrada de produtos industrializados e a colônia destinaria produtos tropicais.

 

Letra D: A ocupação da colônia foi muito mais para evitar a perda do território para outras metrópoles do que para acabar com as divisões internas. O Brasil desde muito cedo foi alvo de incursões de estrangeiros como franceses e holandeses. Era preciso aprofundar a ocupação para garantir que a terra fosse de Portugal.

 

Letra E: Em especial na região das minas, Portugal exerceu um controle maior a fim de evitar o contrabando do ouro o que acarretou menor autonomia para a região. Tanto é que a região das minas ocorreram duas revoltas: a Revolta de Vila Rica em 1720 e depois a Inconfidência Mineira em 1789. Além do mais, em outros pontos do território colonial ocorreram diversas revoltas contra a administração colonial que decretava impostos com alto valor para os colonos.

435)

  • A)  Portugal, pelo Tratado de Tordesilhas, detinha o controle da foz do rio Amazonas.

  • B)  o Tratado de Tordesilhas utilizava os rios como limite físico da América portuguesa.

  • C)  o Tratado de Madri reconheceu a expansão portuguesa além da linha de Tordesilhas.

  • D)  Portugal, pelo Tratado de San Ildefonso, perdia territórios na América em relação ao de Tordesilhas.

  • E)  o Tratado de Madri criou a divisão administrativa da América Portuguesa em Vice-Reinos Oriental e Ocidental.

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A alternativa correta é letra C)  o Tratado de Madri reconheceu a expansão portuguesa além da linha de Tordesilhas.

Gabarito: Letra C

 

É possível visualizar no mapa uma legenda abordando três tratados assinados entre Portugal e Espanha.

 

O primeiro foi assinado em 1494 e é conhecido como Tratado de Tordesilhas (mapa abaixo). Ele garantiu a Portugal o controle sobre o Atlântico Sul, importante para o seu processo de navegação da costa da África em direção ao Oriente. De quebra, possibilitou que as terras a 370 léguas da ilha de Cabo Verde eram de propriedade da Coroa Portuguesa. 

 

O tratado dividiu o Brasil em uma parte portuguesa e outra parte espanhola.

  

Imagem extraída do livro História do Brasil de Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo

(Imagem extraída do livro História do Brasil de Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo) 

  

Essa divisão territorial perduraria até 1580, quando o Brasil passou a ser administrado pela Espanha, devido à crise de sucessão do trono português, já que D. Sebastião, monarca de Portugal desapareceu em um conflito contra os muçulmanos e ao sumir deixou Portugal sem herdeiros. O monarca espanhol FIlipe II reivindicou o trono português e passou a ser rei de Portugal. Esse período é conhecido como União Ibérica e na prática aboliu o Tratado de Tordesilhas, favorecendo assim o avanço dos colonos luso-brasileiros em direção ao interior em busca de indígenas para mão de obra, drogas do sertão, metais e pedras preciosas.

 

Os séculos XVII e XVIII são marcados pela redefinição de fronteiras entre os espanhóis e portugueses, sobretudo, pelo avanço das bandeiras pelo interior do território português, chegando a locais que pertenciam ao território espanhol, como, por exemplo, o Sul, o Centro-Oeste e o Norte do Brasil atual.

 

As disputas de territórios entre espanhóis e portugueses começam a partir de 1680, quando colonos portugueses fundam a Colônia de Sacramento na margem do Rio da Prata em frente a Buenos Aires, capital do Vice-Reino do Rio da Prata e importante centro comercial e de escoamento de metais da Espanha.

 

O segundo tratado observado no mapa é o Tratado de Madri (mapa abaixo) de 1750. Foi assinado para pôr fim no conflito da Colônia de Sacramento. Pelo acordo, a Colônia de Sacramento passava a ser da Espanha e Portugal recebia o território de Sete Povos das Missões, local de missões jesuítas no Sul do Brasil.

 

 

(Imagem extraída do livro História do Brasil de Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo) 

  

O resultado desse acordo foi a Guerra Guaranítica, envolvendo jesuítas e indígenas dos territórios das missões. Os jesuítas armaram seus índios aldeados contra os colonos portugueses. Assim, a guerra anulou o Tratado de Madri, fazendo com que espanhóis e portugueses tivessem que acertar outro tratado chamado de Tratado de Santo Ildefonso.

 

Em 1777, a Espanha assinou com Portugal o Tratado de Santo Ildefonso (mapa abaixo), conseguindo a Colônia de Sacramento e o território dos Sete Povos das Missões. Portugal recebeu parte do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

 

(Imagem extraída do livro História do Brasil de Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo) 

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: Portugal, pelo Tratado de Tordesilhas, detinha o controle da foz do rio Amazonas.

 

O Tratado de Tordesilhas não garantiu a Portugal a região norte do Brasil e por consequência o Rio Amazonas, que estava em território espanhol.

  

Letra B: o Tratado de Tordesilhas utilizava os rios como limite físico da América portuguesa.

 

O Tratado de Tordesilhas usou as ilhas de Cabo Verde como marco para contagem da divisão. 370 léguas a oeste dessas ilhas demarcou-se uma linha dividindo o Brasil.

   

Letra D: Portugal, pelo Tratado de San Ildefonso, perdia territórios na América em relação ao de Tordesilhas.

 

Pelo Tratado de Santo Ildefonso, Portugal ganhou territórios na América em relação ao Tratado de Tordesilhas. Relembrando: o Tratado de Santo Ildefonso só modificou a entrega da Colônia de Sacramento e do território de Sete Povos das Missões. Na prática, manteve intacta as conquistas portuguesas do Tratado de Madri de 1750.

 

Letra E: o Tratado de Madri criou a divisão administrativa da América Portuguesa em Vice-Reinos Oriental e Ocidental.

 

A divisão administrativa da América Portuguesa era feita em capitanias hereditárias e governos-gerais. Nenhum tratado de limites e fronteiras criou divisões territoriais na parte portuguesa da América.

  

Referência:

 

VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História do Brasil. São Paulo: Scipione, 1997.

436) A colonização do norte do Brasil aconteceu de maneira diferenciada de outras regiões do país. Acerca desse processo, julgue os itens abaixo como Verdadeiros (V) ou Falsos (F) e, em seguida, assinale a opção correta.

  • A) V, F, V, V.

  • B) V, V, F, F.

  • C) F, V, V, F.

  • D) V, F, F, V.

     

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A alternativa correta é letra D) V, F, F, V.

 

Gabarito: Letra D

 

As proposições corretas são: V,F,F,V

 

Vamos analisar proposição por proposição:

 

I - A cidade de Belém foi fundada para evitar que outros países europeus ocupassem a região Norte. (CORRETA)

 

A cidade de Belém foi fundada no contexto da União Ibérica (1580-1640) em um momento no qual o Brasil estava sob administração da monarquia espanhola. Essa monarquia estava em combate com outras monarquias europeias e estas decidiram ocupar algumas regiões da colônia como forma de retaliação. Primeiro os franceses fundaram uma colônia no Maranhão em 1612. Depois de expulsá-los, a coroa espanhola/portuguesa autorizou a ocupação e povoamento da região norte a fim de evitar novas incursões estrangeiras nesta região. Além do mais, a região norte já contava com alguns aldeamentos de missionários que exploravam as drogas do sertão que eram cobiçadas pelos colonizadores de outras nacionalidades. É nesse contexto de conflitos internacionais e disputa pelas drogas do sertão que Belém foi fundada em 1616.

  

II - A colonização da Amazônia se deu a partir do objetivo  de se exportar cana-de-açúcar para a Europa. (FALSA)

 

A colonização da Amazônia se deu com o objetivo de evitar a perda dessa área diante de possíveis ataques de outras nações como a Inglaterra e os Países Baixos. Como o Brasil estava sob administração espanhola, os rios da Amazônia poderiam ser utilizados pelos estrangeiros para estabelecer rotas em direção às minas de Prata de Potosí, na Bolívia e assim obter o metal por contrabando. Portanto, a colonização da Amazônia tinha objetivos estratégicos bem definidos em uma época de conflitos internacionais.

  

III - Belém foi fundada por franceses, tendo sido conquistada por portugueses em 1616. (FALSA)

 

Belém foi fundada com o nome de Feliz Lusitânia, depois rebatizada para Nossa Senhora de Belém através de uma expedição comandada pelo português Francisco Caldeira de Castelo Branco, expedição autorizada pela Coroa espanhola/portuguesa.

 

IV - A fundação de Belém, em 1616, foi a base inicial para  o avanço português ao longo do rio Amazonas. (CORRETA)

 

A fundação de algumas localidades no Brasil colonial serviram como ponto de apoio para investidas em outras partes do território. Um bom exemplo foi a vila de Olinda que foi base inicial para o avanço português para o nordeste. O mesmo ocorreu com a conquista do Maranhão em 1615 que serviu de base para a penetração portuguesa em direção à Amazônia. Com a fundação de Belém em 1616, o avanço português seguiu rumo ao norte da região em direção ao Amapá e também em direção ao Amazonas.

 

Referência:

 

REZENDE, Tadeu Valdir Freitas. A conquista e a ocupação da Amazônia Brasileira no período colonial: a definição das fronteiras. Tese de doutorado em História. São Paulo: USP, 2006.

437) A Construção da Fortaleza de São José de Macapá foi autorizada no reinado de D. José I, que junto com seu primeiro ministro, o Marquês de Pombal, determinou a sua construção que durou dezoito anos.

  • A) foi empregada a mão-de-obra livre tanto para o trabalho especializado, dos engenheiros e mestres deofício, como para o trabalho braçal.
  • B) para o trabalho braçal foi empregada com exclusividade a mão-de-obra de escravos negros africanos.
  • C) foi empregado unicamente o trabalho dos soldados desertores capturados e de índios aldeados e escravizados.
  • D) foi empregada a mão-de-obra livre para os trabalhos especializados, como a dos engenheiros e mão-de-obra escrava negra e de índios capturados oficialmente na região, utilizados basicamente no transporte de pedras.
  • E) foi empregada no trabalho braçal apenas a mãode- obra dos indígenas aldeados.

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A alternativa correta é letra D) foi empregada a mão-de-obra livre para os trabalhos especializados, como a dos engenheiros e mão-de-obra escrava negra e de índios capturados oficialmente na região, utilizados basicamente no transporte de pedras.

Gabarito: Letra D

 

A fortaleza de São José de Macapá teve sua construção autorizada em 1764 pelo rei português, D. José I e pelo seu ministro, Marquês de Pombal.

 

Visava à defesa e ocupações futuras do espaço amazônico.

 

Durante os 18 anos de sua construção, entre paralisações e retomadas das obras, a força de trabalho era composta por duas categorias: trabalhadores livres que englobava oficiais e soldados do exército, capatazes e mestres de ofício, todos remunerados e trabalho compulsório, envolvendo escravizados negros e indígenas que haviam sido capturados para a extração e transporte de pedras e na produção de telhas e tijolos.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: foi empregada a mão-de-obra livre tanto para o trabalho especializado, dos engenheiros e mestres de ofício, como para o trabalho braçal.

 

Não dispondo de muitos recursos, a Coroa Portuguesa resolveu utilizar para o trabalho mais pesado a mão de obra existente na colônia. Portanto, o trabalho braçal foi feito por negros escravizados e indígenas capturados.

 

Letra B: para o trabalho braçal foi empregada com exclusividade a mão-de-obra de escravos negros africanos.

 

Também utilizou-se mão de obra indígena.

 

Letra C:  foi empregado unicamente o trabalho dos soldados desertores capturados e de índios aldeados e escravizados.

 

A alternativa não levou em conta a utilização de mão de obra escrava negra, africana ou de brasileiros escravizados.

 

Letra E:  foi empregada no trabalho braçal apenas a mão-de- obra dos indígenas aldeados.

 

O trabalho braçal contou com a participação de negros escravizados e de indígenas capturados.

  

Referências:

 

MAGALHAES, Marcos Pereira. Arqueologia na Fortaleza de São José de Macapá. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciênc. hum.,  Belém ,  v. 1, n. 3, p. 33-59,  Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-81222006000300002&lng=en&nrm=iso. Acesso em 13  Jul.  2020. 

438) A respeito da montagem da colônia portuguesa no Brasil. É incorreto afirmar:

  • A) A extração do pau-brasil atraía também os contrabandistas estrangeiros, o que levou o governo português a enviar, sob o comando de Cristóvão Jacques, expedições militares ao litoral brasileiro, em 1516 e 1526.

  • B) A primeira expedição exploradora enviada ao Brasil, em 1501, foi chefiada por Gaspar de Lemos. Em 1503, outra expedição chefiada por Gonçalo Coelho fundou feitorias no litoral fluminense, visando à armazenagem de madeira e ao carregamento de navios.

  • C) Os escravos africanos compunham a mão de obra compulsória e abundante, fundamental para a implantação da indústria canavieira em um extenso território.

  • D) O poder da aristocracia açucareira estava ligado politicamente nas Câmaras Centrais, que dominava a vida colonial e controlava rigorosamente as práticas sociais.

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A alternativa correta é letra D) O poder da aristocracia açucareira estava ligado politicamente nas Câmaras Centrais, que dominava a vida colonial e controlava rigorosamente as práticas sociais.

Gabarito: Letra D

 

A questão aborda vários aspectos do período pré-colonial e colonial e quer saber qual das alternativas é a INCORRETA. Vamos analisá-las a fim de encontrar o gabarito.

 

a)  A extração do pau-brasil atraía também os contrabandistas estrangeiros, o que levou o governo português a enviar, sob o comando de Cristóvão Jacques, expedições militares ao litoral brasileiro, em 1516 e 1526.  

Correta. Entre 1500 e 1532, a principal atividade econômica nas terras que mais tarde foram chamada de Brasil era a extração do pau-brasil realizada por indígenas através do escambo. A exploração da madeira era cobiçada não só por portugueses, mas também por contrabandistas estrangeiros, principalmente os franceses que se aliaram aos indígenas para obtê-la. A ameaça constante ao litoral brasileiro levou a Coroa Portuguesa a enviar diversas expedições militares para proteger a costa e expulsar os estrangeiros. Cristóvão Jacques, por exemplo, comandou duas expedições para afastar os franceses, a primeira em 1516 e a segunda em 1526.

   

b)  A primeira expedição exploradora enviada ao Brasil, em 1501, foi chefiada por Gaspar de Lemos. Em 1503, outra expedição chefiada por Gonçalo Coelho fundou feitorias no litoral fluminense, visando à armazenagem de madeira e ao carregamento de navios.  

Correta. Entre 1501 e 1503, a Coroa Portuguesa enviou algumas expedições exploradoras para reconhecer o litorla do Brasil. A primeira delas ocorrida em 1501 foi comandada por Gaspar de Lemos e nela há o registro das primeiras árvores de pau-brasil sendo levadas a Portugal. Em 1503, outra expedição chefiada por Gonçalo Coelho fundou feitorias no litoral fluminense, visando à armazenagem de madeira de pau-brasil e ao carregamento de navios.

   

c)  Os escravos africanos compunham a mão de obra compulsória e abundante, fundamental para a implantação da indústria canavieira em um extenso território.  

Correta. Os escravizados africanos eram mão de obra compulsória que chegava abundantemente ao Brasil e foram um grupo social importante na organização da agroindústria açucareira, pois eram os trabalhadores que realizavam as etapas da produção do açúcar, desde a plantação da cana até o transporte do açúcar até os portos de embarque.

   

d)  O poder da aristocracia açucareira estava ligado politicamente nas Câmaras Centrais, que dominava a vida colonial e controlava rigorosamente as práticas sociais.  

Incorreta. O poder da aristocracia açucareira estava ligado politicamente às câmaras locais ou municipais, que dominava a vida e as práticas sociais na colônia.

   

Referências:  

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2ª edição. São Paulo: EdUSP, 1995.  

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.  

439) “E o pior é que a maior parte do ouro que se tira das minas passa em pó e em moeda para os reinos estranhos e a menor quantidade é a que fica em Portugal e nas cidades do Brasil…”

  • A) produziram ruptura nas relações entre Brasil e Portugal.
  • B) foram utilizadas, em grande parte, para o cumprimento do Tratado de Methuen entre Portugal e Inglaterra.
  • C) prestaram-se, exclusivamente, aos interesses mercantilistas da França, da Inglaterra e da Alemanha.
  • D) foram desviadas, majoritariamente, para a Europa por meio do contrabando na região do rio da Prata.
  • E) possibilitaram os acordos com a Holanda que asseguraram a importação de escravos africanos.

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The correct answer to this question is:

  • B) were used, in large part, to fulfill the Treaty of Methuen between Portugal and England.

The quote from João Antonil's "Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas, 1711" suggests that a significant portion of the wealth from Brazil's mines was being sent to foreign kingdoms, with a smaller amount remaining in Portugal and Brazil. The Treaty of Methuen, signed in 1703, was a commercial agreement between Portugal and England that favored English textiles in exchange for Portuguese wine. Therefore, it's likely that a portion of Brazil's mineral wealth was used to fulfill this treaty.

This answer is based on the information provided in the question and does not require any external links.
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440) Sobre o tratamento dispensado aos índios no período colonial, pode-se afirmar que

  • A) os colonos de várias regiões do Brasil e os representantes das ordens religiosas, especialmente os jesuítas, entraram em conflitos, pois defendiam formas diversas nas relações com as sociedades indígenas.

  • B) as ordens religiosas de origem portuguesa e os grandes proprietários rurais defendiam a escravização indiscriminada dos povos indígenas, mesmo para aqueles que fossem catequizados.

  • C) com o início do tráfico negreiro para o Brasil em fins do século XVI, uma ampla legislação do Estado português de proteção aos índios passou a vigorar, cessando de imediato a escravidão indígena.

  • D) para a Igreja Católica e para os senhores de escravo, árduos defensores do sentido religioso da colonização do Brasil, a escravização indígena deveria ser um instrumento de conversão religiosa.

  • E) a experiência de escravização dos povos indígenas no Brasil foi efetiva em poucas regiões do nordeste, em atividades de menor importância econômica, e apenas nas primeiras décadas da presença lusa.

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A alternativa correta é letra A):

os colonos de várias regiões do Brasil e os representantes das ordens religiosas, especialmente os jesuítas, entraram em conflitos, pois defendiam formas diversas nas relações com as sociedades indígenas.

Essa afirmação está correta porque, durante o Período Colonial, houve conflitos entre os colonos e as ordens religiosas devido a diferenõas nos tratamentos dispensados aos povos indígenas. Os jesuítas, por exemplo, eram conhecidos por defenderem os direitos dos indígenas e buscarem sua catequização pacífica, o que gerava tensão com os colonos, que frequentemente os viam como obstáculos ao seu domínio sobre as terras e os trabalhadores indígenas.

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