Questões Sobre Período Colonial - História - concurso
441) A resistência indígena no Brasil colonial legitimava as chamadas guerras justas. Os colonos procuravam satisfazer as necessidades dos empreendimentos agrícolas, fomentando ataques contra as tribos consideradas hostis. Para isso, aliavam-se a uma tribo para depois incentivá-la a capturar os inimigos.
- A) guerra justa foi uma estratégia dos colonos para alcançar o objetivo de A transformar os índios em cristãos e súditos do rei português.
- B) angariar o maior número de cativos destinados ao trabalho na lavoura e à proteção da vila.
- C) estimular a participação dos gentios contra a dominação portuguesa.
- D) manter os gentios na condição de cativos para a realização de trabalho compulsório, denominado mita ou encomienda.
Alternativa B: angariar o maior número de cativos destinados ao trabalho na lavoura e à proteção da vila.
Esta alternativa é a correta porque, durante o Período Colonial no Brasil, a prática de capturar indígenas para utilizá-los como mão de obra era comum. Os colonos europeus frequentemente se aliavam a uma tribo indígena para atacar e capturar membros de tribos rivais. Esses cativos eram então forçados a trabalhar nas lavouras e também eram usados para proteger as vilas coloniais de ataques de outras tribos ou de potências coloniais rivais. Essa prática era justificada pelos colonizadores sob o pretexto de 'guerras justas', um conceito que buscava legitimar a escravização dos povos indígenas sob a ótica da religião e da coroa portuguesa.
442) “Os portugueses, com vivência colonial já formada (África, Índia, etc.), passam a dominar os povos indígenas frouxamente organizados em termos de unidade política. É o momento do reajuste sócioeconômico dos grupos nativos aos padrões de exploração mercantil. O resultado desse esforço será a destribalização dos grupos mais expostos, habitantes das margens do rio Amazonas e de seus afluentes próximos.” (SOUZA, Márcio. Breve História da Amazônia. São Paulo: Marco Zero, 1994, p. 53).
- A) logo no início da colonização, várias missões religiosas da Igreja Católica, representadas pela Companhia de Jesus, estabeleceram-se na região, catequizando os índios e empregando-os na exploração das drogas do sertão.
- B) os missionários empregavam os índios na mineração do ouro encontrado em Calçoene ainda no período Colonial.
- C) os missionários empregavam os indígenas do sexo masculino com mais de 12 anos no armazenamento e distribuição de arroz, no período em que não estavam coletando as drogas do sertão.
- D) os indígenas aceitavam de forma passiva a dominação dos jesuítas e o emprego de sua mão-deobra na exploração das drogas do sertão e em trabalhos domésticos para os missionários.
- E) os missionários proibiram o emprego da população indígena na construção da Fortaleza de São José de Macapá.
Resposta
A alternativa correta é A) logo no início da colonização, várias missões religiosas da Igreja Católica, representadas pela Companhia de Jesus, estabeleceram-se na região, catequizando os índios e empregando-os na exploração das drogas do sertão.
Essa alternativa é a correta porque, de acordo com a história, os portugueses, com experiência colonial prévia, estabeleceram missões religiosas na região amazônica, com o objetivo de catequizar os índios e explorar as drogas do sertão. Isso ocorreu logo no início da colonização, como afirma a alternativa A.
443) Ao criar as capitanias hereditárias, entre as quais a do Espírito Santo, a metrópole portuguesa introduzia no Brasil a grande propriedade da terra. Latifúndio, monocultura e escravidão foram elementos marcantes da fase colonial que deitaram raízes no país, não sendo substancialmente alterados com a Independência. O regime republicano, nascido de um golpe de Estado, não modernizou as estruturas existentes, algo que começa a ocorrer somente com a Era Vargas (1930-1945), com o início da indústria de base e a criação das leis trabalhistas, mas sob um regime político crescentemente centralizador, que culmina com a ditadura do Estado Novo.
- A) Certo
- B) Errado
Resposta
A alternativa correta é letra B) Errado.
As capitanias hereditárias não foram rapidamente substituídas por um mecanismo de distribuição de terras aos camponeses que se dispusessem a plantar cana-de-açúcar. Ao contrário, as capitanias hereditárias introduziram no Brasil a grande propriedade da terra, caracterizando o latifúndio, que se manteve durante a fase colonial e mesmo após a Independência.
444) Uma das características do período colonial brasileiro se refere ao denominado “exclusivo” colonial.
- A) Apesar do controle exercido pela metrópole portuguesa, a colônia brasileira estava liberada para comercializar com outras nações.
- B) As concepções que regulavam as normas do “exclusivo” colonial foram criadas segundo os preceitos da revolução industrial.
- C) A regra básica, que regia o “exclusivo” colonial, era permitir que navios estrangeiros transportassem produtos da colônia brasileira desde que pagassem os devidos impostos.
- D) Um dos princípios básicos, que regiam as relações comerciais definidas pelo “exclusivo”, era obter maior lucro possível com a revenda dos produtos da colônia e, ao mesmo tempo, lucrar com a venda de produtos da metrópole, sem concorrência na Colônia.
- E) O “exclusivo” colonial funcionou de maneira eficaz e, com isto, pode evitar todas as formas de desvio, inclusive o contrabando, reflexo da capacidade de Portugal monopolizar seu comércio colonial.
Resposta
A alternativa correta é a letra D) Um dos princípios básicos, que regiam as relações comerciais definidas pelo “exclusivo”, era obter maior lucro possível com a revenda dos produtos da colônia e, ao mesmo tempo, lucrar com a venda de produtos da metrópole, sem concorrência na Colônia.
Explicação: O "exclusivo" colonial foi uma política econômica adotada por Portugal durante o período colonial brasileiro, que visava a monopolizar o comércio colonial e obter o maior lucro possível. Essa política impedia que a colônia brasileira comercializasse com outras nações, exceto com Portugal. A alternativa D) descreve corretamente o princípio básico do "exclusivo" colonial, que era obter lucro com a revenda dos produtos da colônia e, ao mesmo tempo, lucrar com a venda de produtos da metrópole, sem concorrência na Colônia.
445) O contato entre indígenas e europeus durante a colonização da América tem sido recentemente alvo de novas abordagens historiográficas. De acordo com a pesquisadora Maria Regina Celestino,
- A) relativa integração dos indígenas à sociedade colonial.
- B) total independência e controle dos índios sobre seus territórios.
- C) extermínio dos povos nativos pelos jesuítas.
- D) política dirigida ao esvaziamento das comunidades quilombolas.
- E) estímulo da Coroa às atividades bandeirantes.
A alternativa correta é letra A) relativa integração dos indígenas à sociedade colonial.
446) A conquista e ocupação da Amazônia, no período colonial, foram empreendimentos conduzidos pelo Estado, planejados e executados com prioridade política pelo governo metropolitano.
- A) se somente a afirmativa I estiver correta.
- B) se somente a afirmativa II estiver correta.
- C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
- D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
- E) se todas as afirmativas estiverem corretas.
A alternativa correta é letra E) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Gabarito: ALTERNATIVA E
- A partir do texto, analise as afirmativas a seguir.
A conduta da douta banca resvala para o ridículo na construção desta questão. Optou o avaliador por lançar mão do recurso do plágio sobre o resumo (!) da tese de Tadeu Valdir Freitas de Resende: "A conquista e a ocupação da Amazônia brasileira no período colonial: a definição das fronteiras", defendida em 2006 no programa de pós-graduação em História econômica da Universidade de São Paulo. As afirmativas apresentadas nada mais são do que trechos destacados do resumo da tese, como podemos verificar abaixo:
A conquista e ocupação da Amazônia, no período colonial, foram empreendimentos conduzidos pelo Estado, planejados e executados com prioridade política pelo governo metropolitano, que resultaram na incorporação ao território do Brasil de, aproximadamente, 60% de sua área total atual. Coube a Portugal, ainda durante a vigência da União Ibérica, sob ordens do Rei de Espanha, a expulsão dos franceses de São Luís do Maranhão e a fundação, em 1616, do Forte do Presépio de Santa Maria de Belém. A partir dessa posição, pescadores e comerciantes ingleses e holandeses, que iniciavam sua instalação no baixo Amazonas, foram expulsos pelas forças portuguesas, que passaram então a controlar o acesso à maior bacia hidrográfica do mundo. Com a criação do Estado do Maranhão e Grão-Pará, em 1621 - entidade política autônoma e independente do Estado do Brasil - a administração desses territórios passou a ser diretamente subordinada ao governo de Lisboa, iniciando-se um processo irreversível de exploração e penetração territorial pela vasta rede hidrográfica amazônica. Uma expedição oficial, realizada entre 1637 e 1639, pretendeu estabelecer um limite entre os domínios das duas Coroas ibéricas; foi chefiada por Pedro Teixeira, que lavrou ata de posse para Portugal das terras situadas a oeste da povoação de Franciscana, fundada pelos portugueses em pleno território do Equador atual. Pouco tempo depois, entre 1647 e 1651, o bandeirante Antonio Raposo Tavares realizou uma das maiores expedições geográficas da história, uma viagem de São Paulo a Belém, percorrendo mais de 5.000 km pelos sertões do continente americano. Essa expedição revelou acessos do sul do Brasil para a Amazônia e a importância do Rio Madeira e sua ligação com os altiplanos andinos. Por essa razão, estratégica, a Coroa portuguesa determinou a ocupação do vale do Rio Madeira pelos missionários religiosos, agentes imprescindíveis de conversão e conquista que, em pouco menos de um século depois da construção de Belém, haviam irradiado a ocupação por meio de dezenas de missões fundadas nos mais diversos pontos do território amazônico. Lisboa determinou também: o enfrentamento das incursões francesas no norte do Amazonas; a conquista dos Rios Negro e Branco; a expulsão dos jesuítas a serviço de Espanha do Rio Solimões; e a expedição ao Rio Madeira para conter a presença espanhola a oeste do Rio Guaporé. Todas as ações fizeram parte da estratégia para garantir a posse da Amazônia e tinham por objetivo preservar as conquistas territoriais empreendidas pelas expedições oficiais, pelos missionários, entradistas e bandeirantes. Principalmente a partir do reinado de Dom João V, de 1706 a 1750, Portugal passou a priorizar a definição de suas fronteiras coloniais com o propósito de revisar os acordos anteriores de limites e abolir o Tratado de Tordesilhas, firmado em 1494. A aproximação das Coroas ibéricas e a extraordinária atuação de Alexandre de Gusmão nas negociações de fronteiras resultaram na assinatura, em 1750, do Tratado de Madri: legalizava-se, pelo argumento de posse da terra - uti possidetis - e pela busca das fronteiras naturais, a ocupação da Amazônia e do Centro-Oeste do Brasil. Na Amazônia, Lisboa decidira tomar para si o controle das missões religiosas, realizando um programa de profunda reorganização política, econômica, social, administrativa, judicial e religiosa. Essa política propunha-se, sobretudo, a promover o povoamento do território e a garantir sua defesa e sua posse. Vilas foram fundadas; missões, erguidas à categoria de vilas; e, sobretudo, uma linha defensiva de fortificações portuguesas, construídas para guarnecer os limites exteriores da região: São José de Marabitanas e São Gabriel da Cachoeira, no Rio Negro; São Francisco Xavier de Tabatinga, no Rio Solimões; São Joaquim, no Rio Branco; Santo Antônio do Içá, na desembocadura do Rio Içá com o Solimões; São José de Macapá, na foz do Rio Amazonas; e Real Príncipe da Beira, no Rio Guaporé. Essas fortificações permitiram a ocupação definitiva do território e demonstram o propósito de Lisboa em defender e consolidar o espaço amazônico conquistado. Embora tivesse sido revogado logo após sua assinatura, o Tratado de Madri estabeleceu o princípio doutrinário que acabaria por prevalecer na demarcação definitiva das fronteiras do Brasil. Deve-se à penetração dos sertões pelos expedicionários, missionários, entradistas e bandeirantes a realização física da expansão colonial portuguesa na América; e ao Tratado de Madri, a inteligência e a prioridade política para a manutenção dessa conquista territorial tão singular. Com base nesse acordo, o Brasil independente teria sua área total mais que triplicada e logo trataria de oficializar suas fronteiras com as nações sul-americanas recém-formadas; processo que não ocorreu no restante da América hispânica e nem mesmo na América do Norte, em que as grandes alterações de fronteiras se deram depois da independência. A Amazônia, a despeito de todas as dificuldades para sua colonização, permaneceu brasileira graças ao esforço e ao empenho político empreendidos por Portugal para manter essa vasta região como parte de seu império colonial ultramarino.
I. Em 1621, a administração do Estado do Maranhão e Grão-Pará, entidade política autônoma e independente do Estado do Brasil, passou a ser diretamente subordinada ao governo de Lisboa, iniciando-se um processo irreversível de exploração e penetração territorial pela vasta rede hidrográfica amazônica.
II. Na primeira metade do século XVIII, Portugal passou a priorizar a definição de suas fronteiras coloniais com o propósito de revisar os acordos anteriores de limites e abolir o Tratado de Tordesilhas.
III. A aproximação das Coroas Ibéricas favoreceu as negociações diplomáticas que resultaram na assinatura, em 1750, do Tratado de Madri, que legalizou, pelo argumento de posse da terra (uti possidetis) e pela busca de fronteiras naturais, a ocupação da Amazônia.
De toda forma, cumpre-nos explicar que as alterações administrativas durante o período colonial foram muito além da rigidez dos sistemas explicativos tradicionais baseados no pacto colonial e nos ciclos econômicos. Há de entender o estudante que as dimensões da América portuguesa - e do império colonial português como um todo - eram desproporcionais para as possibilidades numéricas e tecnológicas da época; isto é, não havia meios suficientes para um Estado desdobrar e centralizar toda a administração pública sobre distâncias muito grandes. Consequentemente, era preciso se pensar em outras formas de abordagem institucional, o que ensejou a bipartição da América portuguesa entre o Estado do Brasil (sediado em Salvador e, posteriormente, no Rio de Janeiro) e o Estado do Maranhão e Grão-Pará ainda no século XVII.
Depois do fracasso das capitanias hereditárias e das dificuldades do governo-geral ainda no século XVI, era necessário para Portugal dar maior dinamismo à administração colonial, principalmente porque estava o próprio reino português passando por uma grande reacomodação decorrente do fim da União Ibérica (1580-1640). Naquele momento, urgia para Metrópole a necessidade de restabelecer a ordem dentro do seu império, recolocando Lisboa no centro de todo aparato estatal depois de seis décadas de controle espanhol. Além disso, há de se observar que as capitanias do norte foram alvo de invasões francesas que impuseram importante resistência ao domínio ibérico, bem como perdurava ainda a invasão holandesa em Pernambuco.
Em outra frente, há de se observar que a navegação de cabotagem entre as províncias do norte e Salvador era muito desafiadora por conta das correntes marítimas na costa nordestina. Por questões técnicas da navegação, a conexão com Lisboa era muito mais fácil e eficiente para Belém e São Luís do que se tentar conexões com Salvador ou Rio de Janeiro. Consequentemente, responder diretamente a Portugal era uma maneira de dar celeridade às questões mais urgentes, bem como criar uma instância local com poderes de dar respostas imediatas e mais adequadas aos desafios específicos da região. Isto é, a administração sediada em São Luís não precisava mais das ordens originadas em Salvador, tendo autonomia administrativa no mesmo patamar que o Estado do Brasil; então, apenas as decisões mais drásticas tinham de ser enviadas a uma outra instância e respondendo diretamente a Portugal nesses casos. Isso permitiu uma melhor defesa do território bem como o desenvolvimento de um processo mais efetivo de ocupação do território, baseado principalmente nas bacias hidrográficas.
O Tratado de Madri (1750) foi firmado após o fim da União das Coroas Ibéricas (1580-1640), quando Portugal voltou a ser um Estado independente frente a Espanha e retomou o controle sobre suas colônias pelo mundo. Com o restabelecimento das soberanias ibéricas, era necessário reorganizar as fronteiras entre as colônias na América já que, durante a União, o Tratado de Tordesilhas ficara esvaziado de conteúdo e os movimentos de colonização agiram de maneira mais livre. O Tratado de Madri, portanto, estabeleceu as linhas gerais da separação definitiva entre a América portuguesa e a espanhola.
Nesse sentido, uma das principais preocupações espanholas era afastar Portugal do ponto estratégico do estuário do Rio da Prata, já que era o ponto de entrada para o interior dos seus vice-reinados na América do Sul e ponto nevrálgico para o escoamento de carregamentos de metais nobres. Por sua vez, Portugal insistia no reconhecimento e na legitimação de seus avanços coloniais para o interior do continente, defendendo a tese do uti possidetis, segundo a qual os territórios já ocupados deveriam ser reconhecidos como posse formal. Com os conhecimentos cartográficos da época, a negociação se desenvolveu sob crença de que o Rio Paraguai e o Rio Amazonas tinham um ponto de confluência do interior e Portugal conseguiu que fosse reconhecida sua soberania sobre todo o território compreendido entre os dois rios.
Portanto são verdadeiras as afirmativas I, II e III.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.
447) Geografia e História Regionais
- A) Santo Ildefonso.
- B) Badajós.
- C) Madri.
- D) Utrecht.
- E) Lisboa.
A alternativa correta é letra C) Madri.
Vamos analisar cada alternativa para identificar a qual tratado o enunciado se refere:
A) Santo Ildefonso.
INCORRETO. O Tratado de Santo Ildefonso, assinado em 1777, foi um acordo entre Espanha e Portugal que redefiniu as fronteiras na América do Sul, mas não é o tratado mencionado no enunciado, pois não anulou o Tratado de Tordesilhas e não ocorreu em 1750. Além disso, o princípio do usucapião (uti possidetis) não foi levado em consideração neste tratado.
B) Badajós.
INCORRETO. O Tratado de Badajós, assinado em 1801, resolveu disputas de fronteira entre Portugal e Espanha na América do Sul e na Europa, mas não é o tratado mencionado no enunciado, pois não ocorreu em 1750 e não anulou o Tratado de Tordesilhas. Além disso, o princípio do usucapião (uti possidetis) não foi levado em consideração neste tratado.
C) Madri.
CORRETO. O Tratado de Madri, assinado em 1750, redefiniu as fronteiras entre as Américas Portuguesa e Espanhola, anulando o estabelecido no Tratado de Tordesilhas. Este tratado garantia a Portugal o controle da maior parte da Bacia Amazônica, enquanto a Espanha controlava a maior parte da Bacia do Prata. Além disso, o princípio do usucapião (uti possidetis), que quer dizer que a terra pertence a quem a ocupa, foi levado em consideração pela primeira vez neste tratado.
D) Utrecht.
INCORRETO. O Tratado de Utrecht, assinado em 1713, terminou a Guerra da Sucessão Espanhola e redefiniu as fronteiras europeias, mas não é o tratado mencionado no enunciado, pois não ocorreu em 1750, não anulou o Tratado de Tordesilhas e não redefiniu as fronteiras na América do Sul. Além disso, o princípio do usucapião (uti possidetis) não foi levado em consideração neste tratado.
E) Lisboa.
INCORRETO. Não existe um tratado conhecido como Tratado de Lisboa que se encaixe nas características mencionadas no enunciado.
Portanto, a alternativa correta é a LETRA C.
448) Sobre o processo de colonização do Brasil, é correto afirmar que
- A) a principal tarefa do espaço colonial era o de fornecer para a metrópole riquezas materiais, como os escravos indígenas e as pequenas manufaturas.
- B) a metrópole incentivava o livre comércio da colônia com as nações europeias e os colonos tinham plena autonomia para escravizar os indígenas.
- C) a colônia, produtora de matérias-primas, de gêneros tropicais e consumidora de manufaturados metropolitanos, estava submetida ao monopólio comercial da metrópole.
- D) o pacto colonial instituiu relações econômicas igualitárias entre a colônia e a metrópole, o que garantiu um forte desenvolvimento manufatureiro na colônia.
- E) o exclusivo metropolitano assegurava para o espaço colonial liberdade política e religiosa, além de incentivar a utilização de mão de obra livre na colônia.
A alternativa correta é letra C) a colônia, produtora de matérias-primas, de gêneros tropicais e consumidora de manufaturados metropolitanos, estava submetida ao monopólio comercial da metrópole.
Gabarito: Letra C
No início do século XVI, cerca de 65% da renda do Estado português provinha do comércio ultramarino. O rei de Portugal transformou-se num verdadeiro empresário, premiando nobres e mercadores portugueses com a concessão de monopólios de rotas comerciais e de terras.
O pau Brasil foi a primeira grande riqueza explorada pelos português em terras brasileiras até a introdução da economia açucareira, na década de 1530, quando foi organizada a colonização visando preservar essa rede comercial dos portugueses.
A presença de pau-brasil era abundante no litoral, na faixa que vai do estado de Pernambuco até Angra dos Reis (no Estado do Rio de Janeiro). Antes da conquista da América, os europeus compravam pau-brasil do Oriente, mas a partir do século XVI tornou-se mais lucrativo extraí-lo em terras americanas.
Ao ser informado sobre a existência de pau-brasil nestas terras, o rei de Portugal não demorou a declarar sua exploração monopólio da Coroa portuguesa, não podendo ninguém retirá-lo das matas brasileiras sem a prévia permissão do governo português e pagamento do tributo correspondente.
Com a colonização, a partir de 1530, e o início de uma economia baseada no plantio de açúcar, esse monopólio comercial continuou a existir também para outras riquezas, como o próprio açúcar. A partir do Pacto Colonial estabelecido, a Colônia devia comercializar com a própria metrópole.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: Para os portugueses, no início do século XVI, o Brasil era mais importante por seu valor estratégico do que econômico. Entre 1500 e 1530, além de enviarem algumas expedições de reconhecimento do litoral, os portugueses estabeleceram algumas feitorias, também no litoral, onde adquiriam pau-brasil dos indígenas em troca de mercadorias como espelhos, facas, tesouras e agulhas. Com a Colonização, a partir da década de 1530, e o início de uma economia baseada no plantio de açúcar é que se iniciou um tráfico interno de escravos indígenas para atender aos engenhos brasileiros e não para serem enviados à metrópole. Também não havia pequenas manufaturas no Brasil nessa época.
Letra B: Como vimos, não havia a possibilidade da colônia comercializar livremente com as nações europeias. Havia um pacto colonial onde os produtos da colônia só podiam ser comercializados com a própria metrópole e os colonos não tiveram durante o período colonial plena autonomia para escravizar os indígenas já que, sob influência dos jesuítas, algumas leis foram estabelecidas para protegê-los, mesmo que muitas vezes não fossem respeitadas pelos colonos.
Letra D: O pacto colonial estabelecia o monopólio comercial para a metrópole, assim era a metrópole, e não a colônia, que se beneficiava das matérias primas e produtos produzidos pelas colônias. Assim, as relações econômicas eram desiguais e não igualitárias e geravam uma relação de dependência.
Letra E: Com o “exclusivo metropolitano” ou “pacto colonial” incentivava-se uma relação de dependência entre colônia e metrópole, na qual a metrópole se beneficiava do que era produzido pela colônia. Não havia liberdade política nem religiosa, já que vigorava nesse período as monarquias absolutistas e o catolicismo era a religião oficial da metrópole que procurava arregimentar novos fiéis no território colonial. Além disso, durante todo o período colonial vigorou o trabalho escravo.
Resposta baseada nas fontes:
AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: das sociedades sem Estado às monarquias absolutistas, volume 1. São Paulo: Saraiva, 2010.
449) A primeira concessão da Coroa Portuguesa foi dada ao comerciante português Fernão de Noronha para explorar
- A) a pecuária.
- B) o comércio de especiarias.
- C) a cana-de-açúcar.
- D) as minas de prata.
- E) o Pau-Brasil.
Resposta:
A alternativa correta é letra E) o Pau-Brasil.
Explicação:
Fernão de Noronha foi um comerciante português que recebeu a primeira concessão da Coroa Portuguesa para explorar o Pau-Brasil, uma árvore nativa do Brasil, muito valorizada na época pela sua madeira rica em corante vermelho.
450) Sobre a presença dos portugueses no território brasileiro a partir do ano de 1500, é correto afirmar que:
- A) Nas duas primeiras décadas de ocupação do território brasileiro, através das Capitanias Hereditárias, os portugueses conseguiram implantar engenhos altamente lucrativos no Nordeste.
- B) A partir do momento em que o ouro foi localizado na região de Minas Gerais, a produção de açúcar foi abandonada.
- C) As revoltas dos povos indígenas com o trabalho nos engenhos de açúcar obrigou os lusitanos a retomar o processo de escravização do povos africanos, extinto durante a Idade Média.
- D) A vinda da Família Real para o Brasil, em 1808, fez com que o Brasil deixasse a sua condição de Colônia e fosse elevado à condição de Reino do Brasil e de Portugal.
- E) Os relatos registrados na Carta de Pero Vaz de Caminha revelam que os portugueses foram bem recebidos pelos habitantes das terras encontradas.
Resposta
A alternativa correta é letra E) Os relatos registrados na Carta de Pero Vaz de Caminha revelam que os portugueses foram bem recebidos pelos habitantes das terras encontradas.
Essa afirmação é verdadeira porque a Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita em 1500, relata a chegada dos portugueses ao Brasil e a recepção amistosa dos indígenas. Os relatos de Pero Vaz de Caminha são importantes fontes históricas para o estudo do Período Colonial no Brasil.