Questões Sobre Período Colonial - História - concurso

A alternativa correta é letra E) No período entre a assinatura dos tratados de Madri (1750) e de Santo Ildefonso (1777), as duas metrópoles ibéricas foram levadas ao confronto bélico na fronteira meridional do Brasil, cujo resultado beneficiou Portugal, que anexou à sua colônia territórios que, pelo disposto no Tratado de Tordesilhas, pertenciam à Espanha.

Gabarito: ALTERNATIVA E

No que concerne à configuração territorial da América portuguesa, assinale a opção correta.

• a) Em oposição às determinações da Coroa portuguesa, ao longo do século XVII, colonos partiram de Piratininga em busca de riquezas pelos sertões afora, o que foi decisivo para a configuração das fronteiras do Brasil e para a consolidação de São Paulo como importante polo econômico no período colonial.

De fato, no século XVII, a Coroa portuguesa estava mais interessada no estabelecimento da produção açucareira no Nordeste e na projeção em direção ao prata do que propriamente com a interiorização da colonização. O caso dos bandeirantes que partiram para o interior a partir de Piratininga foi, sobretudo, o interesse individual que os moveu nessa direção, e não o incentivo da administração colonial portuguesa. Curiosamente, isso seria, de fato, um importante esforço de expansão territorial da América portuguesa, gerando ocupação efetiva de território muito além do meridiano estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas. No entanto, São Paulo não se consolidaria como um polo econômico realmente relevante até o século XX. No período colonial, seria um lugar secundário economicamente, principalmente após o desmembramento da capitania das Minas Gerais, excluindo os paulistas do ciclo de mineração do século XVIII. Economicamente, São Paulo estaria pouco interligada a não ser pelas feiras e pelos tropeiros que se movimentavam pela região. No mais, a agricultura de subsistência e o apresamento indígena dominavam a cena econômica da capitania durante o período colonial. Alternativa errada.

• b) As tensões entre castelhanos e portugueses, no Novo Mundo, tiveram início com a decisão, tomada por Portugal, de ocupar vastas extensões de terra na bacia amazônica, já nas primeiras décadas do século XVI, e atingiram dimensão ainda mais violenta na vigência da União Ibérica (1580-1640).

A projeção portuguesa na direção da foz do Amazonas no século XVI não pode ser confundida com uma ocupação efetiva de território na região. Nas primeiras décadas do século XVI, o esforço de colonização estava praticamente restrito à faixa litorânea do Leste com o extrativismo vegetal. Na segunda metade do século, procurar-se-ia estabelecer uma linha defensiva na foz do Amazonas, ponto estratégico na visão portuguesa, mas muito distante das possessões e dos principais interesses espanhóis na América. Além disso, durante a União Ibérica, as duas Coroas estavam fundidas, não fazendo sentido se falar em grandes disputas entre as duas experiências coloniais. Alternativa errada.

• c) Ponto principal entre as diversas áreas de colonização portuguesa no extremo sul do Novo Mundo, a Colônia de Sacramento foi fundada para servir como base do comércio lusitano na região, e a necessidade de neutralizar a crescente importância econômica dessa colônia levou os espanhóis a fundarem Buenos Aires na outra margem do rio da Prata.

A colônia de Sacramento (atual território uruguaio) foi fundada em 1680 dentro do esforço português de se projetar na região do rio da Prata, expandindo os seus domínios. Buenos Aires, no entanto, já havia sido fundada mais de um século antes, ainda em 1536, sendo um importante entreposto comercial espanhol na bacia platina. Alternativa errada.

• d) A decisão castelhana de invadir a Colônia de Sacramento, motivada por interesses específicos da elite de Buenos Aires, foi tomada quando o estado de hostilidade entre Castela e Portugal, presente em grande parte da segunda metade do século XVIII, sinalizava evidente distensão.

Em 1750, foi celebrado o Tratado de Madri, que passava a colônia de Sacramento para o controle espanhol em troca do reconhecimento de outros pontos da fronteira portuguesa na América. Segundo os termos do tratado, tomava-se as bacias do Paraná e do Amazonas como as grandes balizas do território da América portuguesa, bem como se consagrava a região dos Sete Povos da Missão ao controle português. No entanto, em 1761, o Tratado de El Pardo, depois de uma crise diplomática, anulava os termos do Tratado de Madri, reabrindo a crise na América. Como resultado, as tropas espanholas avançaram contra o Mato Grosso e contra a capitania do Rio Grande, esta em grande parte conquista pelo governador de Buenos Aires. No entanto, logo em 1777, a situação voltaria a ser estabilizada pelo Tratado de Santo Idelfonso, que consagraria a posse de Sacramento à Espanha. Ou seja, não há de se falar em uma luta contínua pela colônia.

• e) No período entre a assinatura dos tratados de Madri (1750) e de Santo Ildefonso (1777), as duas metrópoles ibéricas foram levadas ao confronto bélico na fronteira meridional do Brasil, cujo resultado beneficiou Portugal, que anexou à sua colônia territórios que, pelo disposto no Tratado de Tordesilhas, pertenciam à Espanha.

Como exposto no comentário acima, entre o fracasso do Tratado de Madri em 1761 e o Tratado de Santo Ildefonso em 1777, importantes ações militares ocorreram na América. O mais notável deles foi a capacidade portuguesa de responder ao ataque espanhol ao Mato Grosso, fato que consolidaria o território como de ocupação efetiva dos portugueses. A conquista militar seria um argumento importante nas negociações de 1777 para consolidar a área como efetivamente portuguesa, ainda que houvesse flagrante desacordo com os termos do Tratado de Tordesilhas. ALTERNATIVA CORRETA.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.

A alternativa correta é letra D) missionários religiosos, considerados agentes importantes no processo de conversão e conquista.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar quem a Coroa portuguesa determinou a ocupação do vale do Rio Madeira.

A) mamelucos, nascidos no sertão nordestino, que buscavam fazer fortuna explorando escravos alforriados.

INCORRETO. Os mamelucos, que eram mestiços de portugueses com indígenas, não são associados à região do sertão nordestino, mas sim ao centro-sul do Brasil, onde atuavam como bandeirantes. Além disso, a exploração de escravos alforriados não se encaixa no contexto histórico, já que a escravidão ainda era uma prática corrente na época.

B) indígenas já catequizados que fugiam da escravidão a que eram submetidos no Centro-Sul.

INCORRETO. Os indígenas catequizados, geralmente, não eram os responsáveis pela ocupação de novas áreas, papel que era desempenhado principalmente pelos bandeirantes. Além disso, o movimento descrito na alternativa é inverso ao que ocorreu historicamente, com os indígenas sendo empurrados cada vez mais para o interior do continente devido à expansão da colonização.

C) bandeirantes enriquecidos com a exploração de ouro na região das Minas Gerais e do Mato Grosso.

INCORRETO. A exploração de ouro em Minas Gerais e Mato Grosso ocorreu posteriormente ao período da expedição de Antonio Raposo Tavares. Além disso, os bandeirantes, embora tenham desempenhado um papel importante na expansão territorial, não eram conhecidos por se estabelecerem em novas áreas, mas sim por explorá-las em busca de riquezas e escravos indígenas.

D) missionários religiosos, considerados agentes importantes no processo de conversão e conquista.

CORRETO. Os missionários, especialmente os jesuítas, desempenharam um papel importante na colonização do Brasil, atuando na catequização dos indígenas e na ocupação de novas áreas. Eles eram considerados agentes importantes no processo de conversão e conquista, estabelecendo missões que serviam como base para a expansão da colonização.

E) aventureiros sulinos que não se adaptavam à vida nas estâncias onde predominava a pecuária de corte.

INCORRETO. A alternativa não tem fundamento histórico. A pecuária de corte no sul do Brasil se desenvolveu em um período posterior ao da expedição de Antonio Raposo Tavares. Além disso, a ocupação do vale do Rio Madeira não foi realizada por aventureiros sulinos que não se adaptavam à vida nas estâncias.

Portanto, a alternativa correta é a LETRA D.

A alternativa correta é letra C) as missões jesuíticas e a mineração.

Gabarito: Letra C

A questão quer saber qual das alternativas apontam para elementos que possibilitaram a expansão territorial na América Portuguesa.

Podemos destacar:

As entradas e bandeiras que partiram procurando por metais, pedras preciosas e indígenas aldeados para as lavouras em São Paulo.

A pecuária interiorizando o sertão nordestino, uma vez que estava proibida de ser criada no litoral, área da cana-de-açúcar.

As missões jesuítas que reuniam os indígenas em aldeias para trabalho na lavoura missionária, na extração de drogas do sertão e para a catequização. As missões estavam espalhadas pela região Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Sul da América Portuguesa.

A mineração que levou à ocupação das regiões das Minas Gerais e do Centro-Oeste, a exemplo, do Mato Grosso e Goiás.

Por que as demais estão incorretas?

Letra A: A definição de colônias de povoamento embora ainda seja utilizada não dá mais conta de explicar a complexidade do empreendimento colonial, isso porque ao mesmo tempo que uma colônia era de exploração também poderia ser de povoamento. A cafeicultura começa a se tornar uma atividade produtiva em fins do século XVIII, se consolidando no século XIX. Ela expandiu-se em áreas já pertencentes ao Brasil independente como o vale do Paraíba e o Oeste Paulista.

Letra B: A produção de algodão se concentrou no Nordeste, em especial o Maranhão.

Letra C: A produção de tabaco se concentrou em especial no Nordeste, destacando-se a área do Recôncavo Baiano. Os desterrados portugueses não seriam suficientes para o processo de expansão territorial.

Letra E: As colônias portuguesas tinham a proibição de fundarem manufaturas por causa do Pacto Colonial. Outro erro é que as feitorias eram entrepostos comerciais ou locais de defesa do território e se concentravam no litoral, não chegando ao interior.

Resposta baseada na fonte:

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2ª edição. São Paulo: EdUSP, 1995

A alternativa correta é letra B) separar, em 1772, as províncias do Maranhão e do Grão-Pará;

Gabarito: Letra B

A administração do reino sob o comando do Primeiro-Ministro, Marquês de Pombal, teve repercussões não apenas na metrópole portuguesa, mas em todas as áreas do Império português. 

No Brasil, quando se falam de medidas pombalinas, destacam-se a criação do Diretório dos Indígenas, a expulsão dos jesuítas e a transferência da capital para o Rio de Janeiro.

Mas Pombal também foi responsável por organizar a estrutura administrativa do Brasil com intenções de dinamizar comercialmente algumas regiões, sobretudo, o norte e nordeste colonial.

Assim, foi de sua iniciativa dividir o Estado do Grão Pará e Maranhão em dois novos estados a partir de 1772: o Estado do Grão Pará-Rio Negro e o Estado do Maranhão-Piauí.

Curiosamente, o primeiro estado foi administrado por Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão do Marquês de Pombal.

Segundo Fabiano Vilaça dos Santos ainda não é possível chegar à conclusão sobre os motivos da divisão em dois estados. Podemos levantar como hipóteses: as dificuldades da administração territorial e a insatisfação dos interesses dos moradores de uma área tão extensa. Basta lembrar que a província do Maranhão era economicamente mais próspera que a do Grão Pará, por isso, é provável que elites maranhenses não devem ter ficado satisfeitas quando houve a junção em único estado.

Por que as demais estão incorretas?

Letra A: Em 1760 o Amazonas fazia parte do Estado do Grão Pará e Rio Negro. Não existia uma província ultramarina do Alto Amazonas, até porque nessa época, as províncias se chamavam capitanias. O nome província só aparece a partir de 1821. Durante o Império, surge a comarca do Alto Amazonas, ainda dentro da província do Grão Pará e só em 1850, o Amazonas passa a ser uma província autônoma.

Letra C: O trabalho escravo já existia nas colônias portuguesas. O que aconteceu a partir de 1756 é que a Companhia de Comércio do Grão Pará e Maranhão ficou responsável por levar mais escravos africanos para esse estado, uma vez que a escravidão indígena foi proibida. 

Letra D: A presença portuguesa no vale amazônico já se fazia presente desde o século XVII, quando foram fundadas vilas e fortes ao longo do Rio Amazonas. A partir de 1750 começou a se planejar a organização administrativa da região que foi incorporada a Portugal pelo Tratado de Madri de 1750. Daí a criação de novas capitanias e depois na reformulação em dois estados.

Resposta baseada nas fontes:

AZEVEDO, Gislane Seriacopi e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Àtica, 2005.

SANTOS, Fabiano Vilaça. Jurisdição e governo na Amazônia colonial: as capitanias do Pará e do Maranhão de 1772 a 1822 . Disponível em:https://www.snh2017.anpuh.org/resources/anais/54/1502798155_ARQUIVO_SANTOS,FabianoVilacados.JurisdicaoegovernonaAmazoniacolonial.doc.pdf. Acesso: 16 dez. 2019.

A alternativa correta é letra A) construir fortes em posições estratégicas e instalar missões religiosas;

Gabarito: Letra A

Na região norte, a colonização portuguesa foi realizada com intensas batalhas fluviais e terrestres, sendo efetivada através de dois instrumentos: a criação de fortes e a ação missionária.

Quando os franceses foram expulsos em 1612, os colonos luso-brasileiros decidiram ocupar os territórios para além do limite do Tratado de Tordesilhas, enviando expedições para o atual Pará. Ali, fundaram o povoado de Nossa Senhora de Belém (hoje Belém) e construíram o forte do Presépio para servir de marco de posse e defesa da bacia amazônica contra os ataques estrangeiros.

Depois vieram novas fortificações ao longo dos afluentes do Amazonas, criando sempre fortificações em locais estratégicos como, por exemplo, o forte do Gurupá.

Mas a colonização não seria completa se não fossem as missões realizadas pelas diversas ordens religiosas que já foram trazidas nas primeiras incursões na bacia amazônica.

Ganhou destaque no movimento missionário da região, o Padre Antônio Vieira, que iniciou um intenso trabalho de evangelização na Amazônia, inclusive, aprendendo idiomas indígenas. Sua atuação permitiu a ampliação da presença portuguesa no espaço amazônico.

Por que as demais estão incorretas?

Letra B: A alternativa é incorreta, pois a ação dos bandeirantes foi posterior à construção dos fortes e das missões das ordens religiosas. Os bandeirantes também foram responsáveis pela conquista e ocupação do vale amazônico, porém, mais tardiamente.

Letra C:  A alternativa está incorreta porque as cidades e as prelazias (espaço eclesiástico) só apareceram após a ocupação primeira e definitiva do baixo amazonas, local de partida para adentrar o alto amazonas.

Letra D: Alternativa incorreta, pois boa parte da região é formada por rios, então, é bastante difícil construir estradas nessa localidade, uma vez que toda a comunicação é fluvial. 

Resposta baseada na fonte:

REZENDE, Tadeu Valdir Freitas. A conquista e ocupação da Amazônia brasileira no período colonial: a definição de fronteiras. Tese de Doutiorado em História. USP: São Paulo, 2006.

A alternativa correta é letra B) apostar na agricultura tropical em grandes propriedades e no domínio da Colônia pelo monopólio comercial e pelo povoamento.

Gabarito: Letra B

(apostar na agricultura tropical em grandes propriedades e no domínio da Colônia pelo monopólio comercial e pelo povoamento.)

A estratégia lusa para a montagem da colonização na América consistiu em apostar na agricultura, tomando por base o cultivo de cana-de-açúcar, que já estava consolidada nas ilhas portuguesas do Atlântico (Madeira e Açores). As primeiras mudas de cana chegaram na década de 1530 e começaram a se tornar presença marcante no Nordeste da América Portuguesa.

O cultivo de cana-de-açúcar era feito em grandes propriedades, utilizando mão de obra escrava indígena e depois africana. O açúcar era um produto bastante valorizado no mercado mundial e sua comercialização era feita exclusivamente pela Coroa Portuguesa, dentro das ideias do Pacto Colonial, também chamado de exclusivismo comercial.

Como as décadas iniciais eram de muita concorrência comercial e colonial, a Coroa Portuguesa decidiu ocupar a sua possessão no continente americano a fim de evitar perdê-la para espanhóis e franceses. Assim, após a década de 1530 visualizamos um processo de povoamento do território com as diversas expedições empreendidas pelos donatários e seus familiares que visavam incorporar mais terras ao seu patrimônio praticando ataques contra indígenas no sertão do Nordeste.

Por que as demais estão incorretas?

Letra A: disseminar o modelo de colonização já utilizado com sucesso pela Grã-Bretanha nas suas treze colônias na América do Norte.

O modelo de colonização português foi diferente do modelo de colonização inglês em diversos aspectos, entre os quais: O modelo de colonização usado pela Inglaterra era baseado em companhias privadas, chamadas Companhias de Comércio. Essas “empresas” ficaram responsáveis pelas expedições para a América. Além disso, boa parte da população que emigrou para as colônias inglesas estavam fugindo das perseguições religiosas e do avanço capitalista sobre o campo, processo conhecido como cercamento dos campos, que transformou a agricultura familiar e tradicional em agricultura mecanizada.

Letra C: intensificar a pecuária como a principal cultura capaz de forçar a penetração do homem branco no interior do continente.

Já dissemos que a principal atividade nas primeiras décadas de colonização era a agricultura. A pecuária foi uma atividade importante, que promoveu a interiorização do território, mas esse processo foi mais tardio, sobretudo, a partir do século XVII.

Letra D: acelerar a desocupação da terra e transferi-la para mãos familiarizadas ao trabalho agrícola de culturas tropicais.

Os colonos portugueses e luso-brasileiros aceleraram a desocupação das terras através de guerras e expedições contra indígenas. Essas terras foram transferidas para a Coroa, que depois transferia a ocupação a esses colonos.

Letra E: desestimular a escravização do indígena e incentivar sua integração na sociedade colonial por meio da atividade comercial.

A escravização indígena não foi desestimulada nas primeiras décadas de colonização, sendo considerada primordial no trabalho agrícola. Mais tarde, optou-se pela mão de obra escrava africana, pois esta já estava inserida na lógica da circulação de mercadorias e capital dos séculos XVI e XVII.

A alternativa correta é letra C) o nativo indígena, estereotipado como um papel em branco, deveria adequar-se ao mundo do trabalho compulsório.

Gabarito: Letra C

(o nativo indígena, estereotipado como um papel em branco, deveria adequar-se ao mundo do trabalho compulsório.)

O que notamos no trecho do escritor português é a defesa da utilização do trabalho indígena na colônia. E para defender seu ponto de vista, menciona que os nativos são mais mansos, melhores nas relações, são hospitaleiros, menos sanguinários do que os negros, ou seja, por serem mais gentis e dóceis, se tratados com menos violência e aspereza poderiam ser convertidos em mão de obra para os empreendimentos coloniais.

Esse trecho do escritor se insere nos debates promovidos ao longo dos séculos sobre qual a melhor mão de obra a ser utilizada na colônia: a indígena ou a africana.

De qualquer modo, ambas forças de trabalho eram compulsórias e não assalariadas.

Por que as demais estão incorretas?

Letra A: o índio, pela sua condição de ingenuidade, representava uma possibilidade de mão de obra nas indústrias.

O índio representava uma possibilidade de mão de obra na lavoura canavieira, do fumo ou algodoeira.

Letra B: a abolição da escravatura abriu uma lacuna na cadeia produtiva, exigindo, dessa forma, o trabalho do nativo.

No século XVIII, momento em que o autor está escrevendo, a abolição da escravidão não acontecera. O século XVIII ainda faz parte da era da escravidão no Brasil, que só termina em fins do século XIX.

Letra D: a escravidão do indígena apresentou-se como alternativa de mão de obra assalariada para a lavoura açucareira.

Era uma alternativa de mão de obra em relação aos negros, porém não assalariada. Mão de obra sempre escrava.

Letra E: a escravidão do negro passa a ser substituída pela indígena, sob a alegação de os primeiros serem selvagens.

O autor está falando de um momento em que ocorreu o contrário, quando a mão de obra indígena declinou e passou a ser substituída pela mão de obra africana, processo que se iniciara no século XVI e se tornou constante nos demais séculos até ocorrer o fim do tráfico em 1850 e depois o fim da escravidão em 1888.