Questões Sobre Período Colonial - História - concurso

A alternativa correta é letra B) Errado

As capitanias-hereditárias foram a primeira divisão político-administrativa do Brasil. A Coroa portuguesa dividiu o Brasil em 15 grandes áreas, em linhas paralelas que iam do litoral até o meridiano do Tratado de Tordesilhas. Naquele período, a área da colônia portuguesa correspondia a 30% do atual território brasileiro. Atualmente o Brasil conta com 26 estados e o Distrito Federal, com uma divisão política bastante diferente daquela das capitanias-hereditárias.

Gabarito: Errado

A alternativa correta é letra D) Com o fracasso das capitanias hereditárias no Brasil do século XVI, D. João III estabeleceu em 1549 o sistema de Governo- Geral, substituindo completamente a antiga divisão territorial e administrativa.

Gabarito: Letra D

O erro da  questão é dizer que o Governo-Geral foi criado em 1549, quando, foi estabelecido em 1548, além de dizer que essa forma de administração substituiu as capitanias, quando, na verdade, essas duas formas coexistiam.

O Brasil tinha pouca importância para a Coroa portuguesa logo após a sua conquista. Embora o pau-brasil fosse um produto procurado no mercado europeu, porque dele se extraía uma tinta vermelha que tingia tecidos, suas rendas não eram comparáveis ao comércio português com o oriente.

Entre 1500 e 1530, a Coroa enviou algumas expedições guarda-costas para reconhecer o litoral brasileiro e estabelecer feitorias onde poderiam conseguir pau-brasil para comercializar na Europa.

Os franceses interessados no comércio da madeira passaram a estabelecer feitorias no litoral do Nordeste. Diante de uma possível invasão, a Coroa decidiu ocupar e povoar o território na América. 

O rei D. João III adotou a partir de 1534 o sistema de capitanias hereditárias para melhor administrar o território português na América. As capitanias eram faixas horizontais de terra destinadas a pequenos nobres. Um nobre recebia a capitania através de um documento chamado Carta de Doação. Era através dele que o donatário recebia a posse da capitania e poderia transmitir essa terra aos filhos. Só não tinha autorização de vendê-la. O documento dava também uma sesmaria de dez léguas da costa onde se deveria fundar vilas, construir engenhos, garantir a segurança e colonização através do povoamento. Nela definia-se que o donatário era a autoridade máxima judicial e administrativa da capitania. Era ele que controlava a escravização indígena, a aplicação da justiça, penas e recolhimento de impostos.

Outro documento importante nas relações entre monarca e capitães donatários era a Carta de Foral que estipulava direitos e deveres dos donatários. Por exemplo, definia-se os tributos e a distribuição dos lucros da produção das capitanias, definindo o que pertencia à Coroa e o que pertencia aos donatários.

Mas esse sistema de capitanias hereditárias não deu certo. Poucas capitanias prosperaram e a Coroa decidiu mudar a administração do território, instituindo o Governo-Geral em 1548. O primeiro governador-geral, Tomé de Souza chegou à Bahia em 1549. E embora houvesse a mudança na forma de administrar, as capitanias ainda existiam, sendo extintas no século XIX.

Resposta baseada na fonte:

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o longo século XIX, volume 2. São Paulo: Saraiva, 2010.
 

A alternativa correta é letra E) o combate e a repressão aos quilombos.

Gabarito: Letra E

O trecho do historiador Boris Fausto desconstrói a imagem dos bandeirantes.

De fato, esse grupo de portugueses, mestiços ou paulistas tiveram a contribuição na expansão do território brasileiro para além das fronteiras definidas pelo Tratado de Tordesilhas.

Mas ao mesmo tempo que realizavam expedições, os bandeirantes buscavam apenas enriquecimento pessoal, capturavam índios para as lavouras e participaram de movimentos de repressão contra quilombos ou aldeias indígenas.

Um bom exemplo, foi a expedição comandada por Domingos Jorge Velho, responsável por destruir o Quilombo de Palmares.

Nas palavras de Boris Fausto:

 "O simples relato de suas façanhas mostra que eles não tinham nada a ver com a imagem de heróis civilizadores".

Por que as demais estão incorretas?

Letra A: Essa alternativa reforça uma contribuição positiva do movimento bandeirante.

Letra B: Essa alternativa traz uma contribuição positiva do movimento bandeirante.

Letra C: Os bandeirantes eram um grupo de homens que desenvolveram uma atividade no qual o nomadismo, ou seja, a peregrinação em busca de metais, pedras preciosas e indígenas para mão de obra foi importante. Não eram indivíduos ligados à produção açucareira, pois viviam em São Paulo, local que não permitiu a lavoura da cana de açúcar.

Letra D:  Os bandeirantes tinham os jesuítas como rivais das suas atividades de captura de indígenas, uma vez que os projetos dos grupos eram contrários. Os jesuítas desejando aldear os índios e catequizar e os bandeirantes querendo retirar das aldeias para levar às lavouras.

Resposta baseada na fonte:

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2ª edição. São Paulo: EdUSP, 1995.

A alternativa correta é letra E) do interesse dos colonizadores em reduzirem os índios à escravidão e expulsá-los de suas aldeias para se apropriar de suas terras.

Gabarito: Letra E

Inicialmente às relações entre indígenas e portugueses foram amistosas.

Isso porque entre 1500 e 1530, não houve o interesse dos portugueses em colonizar as novas terras. Além de enviarem algumas expedições de reconhecimento do litoral, os portugueses estabeleceram algumas feitorias, também no litoral, onde adquiriam pau-brasil dos indígenas em troca de mercadorias como espelhos, facas, tesouras e agulhas.

Com a Colonização, a partir da década de 1530, em virtude de ameaças externas, e o início de uma economia baseada no plantio de açúcar é que se iniciou a captura de indígenas e o tráfico interno de escravos indígenas para atender aos engenhos brasileiros.

A produção açucareira foi implantada em associação direta com o trabalho escravo. A produção em larga escala exigia um número imenso de trabalhadores submetidos a uma situação de exploração quase ilimitada. A maioria dos colonos portugueses que vinham ao Novo Mundo não se dispunham para as desonrosas atividades manuais e desejavam, de imediato, obter terras e escravos para o seu sustento.

O tráfico de escravos indígenas foi tão lucrativo que, em 1548, uma população composta por seiscentos colonos de origem europeia, possuía mais de três mil escravos de origem indígena.

Por que as demais estão incorretas?

Letra A: A inabilidade da mão de obra indígena para as lavouras de cana foi uma explicação usada para explicar os motivos da transição para o trabalho escravo africano. Hoje entende-se que é uma visão estigmatizada. Afinal, a mão de obra escrava indígena foi capaz de sustentar o trabalho colonial até o final do século XVI, sobretudo no litoral açucareiro. Além disso, os indígenas não ficaram livres da escravidão, principalmente com a expansão colonial para o Maranhão e o Pará, ao longo dos séculos XVII e XVIII. Ocorre que, ao longo do século XVI, boa parte dos nativos do litoral foi dizimada, principalmente pela ação de epidemias como a varíola. Outra parte foi controlada pelos jesuítas, que dificultava a escravização dos indígenas, e os nativos restantes fugiram para as matas do interior.

De toda forma, a violência partiu dos portugueses que invadiram suas tribos para capturar escravos e terras.

Letra B: Essa não foi a razão do clima de resistência, hostilidade e violência entre indígenas e portugueses. Apesar de ter havido também casos de hostilidade e resistência imediata de grupos indígenas, como aqueles em que os conquistadores foram executados por grupos indígenas que praticavam rituais de antropofagia, no geral, os indígenas se mostraram pacíficos e muito curiosos ante a presença dos europeus. Como foi dito, as primeiras relações entre portugueses e indígenas foram amistosas.

Letra C: Como vimos, a colonização se deu a partir da economia açucareira e não a partir da criação de gados. E foi para trabalhar nos engenhos de açúcar que muitos indígenas foram capturados e escravizados.

Letra D: Não havia por parte dos portugueses a intenção de proteger e preservar as tradições e costumes indígenas.

Resposta baseada nas fontes:

AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.

CAMPOS, Flavio de. A escrita da história: ensino médio: volume único. 1ª ed. São Paulo: Escala Educacional, 2005.

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 1. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: das sociedades sem Estado às monarquias absolutistas, volume 1. São Paulo: Saraiva, 2010.

A alternativa correta é letra D) pela ocupação lenta das áreas distantes dos principais centros produtores, com produção voltada para o consumo local e pouco integradas aos territórios de além-mar.

Vamos analisar cada alternativa para identificar a que melhor descreve o processo histórico de formação do território brasileiro entre os séculos XVI e XVIII.

A) pelo predomínio de atividades econômicas pouco dinâmicas, desligadas do mercado internacional, sobretudo na área litorânea, em regiões como o atual Nordeste.

INCORRETO. Durante os séculos XVI e XVIII, a economia brasileira estava fortemente ligada ao mercado internacional. A exploração do pau-brasil, a produção de açúcar no Nordeste e a exploração do ouro em Minas Gerais eram atividades voltadas para a exportação e desempenharam um papel crucial na economia colonial. Portanto, a alternativa que sugere que as atividades econômicas estavam "desligadas do mercado internacional" é incorreta.

B) pela facilidade dos caminhos naturais e meios de transportes eficientes, antes utilizados pelos povos nativos e rapidamente incorporados ao cotidiano dos colonizadores.

INCORRETO. A colonização do território brasileiro não se deu de forma fácil. A geografia brasileira, caracterizada por grandes florestas, rios e montanhas, impôs muitos desafios aos colonizadores. Além disso, os meios de transporte eram precários e ineficientes, o que dificultava a comunicação e a integração entre as diferentes regiões do território. Portanto, a alternativa que sugere que havia "facilidade dos caminhos naturais e meios de transportes eficientes" é incorreta.

C) pela exploração e compra do território colonial pelos bandeirantes, ora com a instalação de novos núcleos populacionais, ora com a integração daqueles já existentes, pertencentes aos nativos.

INCORRETO. Os bandeirantes desempenharam um papel importante na expansão do território brasileiro, principalmente no interior do país. No entanto, eles não "compraram" o território colonial. Em vez disso, eles exploraram e ocuparam o território, muitas vezes à custa dos povos indígenas que já viviam lá. Além disso, a alternativa sugere que os bandeirantes integravam os núcleos populacionais indígenas já existentes, o que não é verdade. Em muitos casos, os bandeirantes escravizavam os povos indígenas ou os expulsavam de suas terras.

D) pela ocupação lenta das áreas distantes dos principais centros produtores, com produção voltada para o consumo local e pouco integradas aos territórios de além-mar.

CORRETO. Esta alternativa descreve corretamente o processo de formação do território brasileiro entre os séculos XVI e XVIII. A ocupação do território foi um processo lento e gradual, que se estendeu para além das áreas litorâneas, onde estavam localizados os principais centros produtores. As áreas mais distantes eram caracterizadas por uma economia voltada para o consumo local e estavam pouco integradas aos territórios de além-mar.

Portanto, a alternativa correta é a LETRA D.

A alternativa correta é letra C) Tratado de Santo Idelfonso

Gabarito: Letra C

(Tratado de Santo Ildefonso)

Os séculos XVII e XVIII são marcados pela redefinição de fronteiras entre os espanhóis e portugueses, sobretudo, pelo avanço das bandeiras pelo interior do território português, chegando a locais que pertenciam ao território espanhol, como, por exemplo, o Sul, o Centro-Oeste e o Norte do Brasil atual.  

As disputas de territórios entre espanhóis e portugueses começam a partir de 1680, quando colonos portugueses fundam a Colônia de Sacramento na margem do Rio da Prata em frente a Buenos Aires, capital do Vice-Reino do Rio da Prata e importante centro comercial e de escoamento de metais da Espanha.  

Em 1777, a ilha de Santa Catarina foi invadida e ocupada pelos espanhóis que também se aproveitaram para controlar a Colônia de Sacramento e um forte no sul do Mato Grosso. Portugal decidiu negociar com a Espanha um novo tratado para resgatar a ilha. Assim, no mesmo ano foi assinado o Tratado de Santo Ildefonso que devolveu a Colônia de Sacramento para os espanhóis e a ilha de Santa Catarina para os portugueses;

Por que as demais estão incorretas?

Letra A: Tratado de Tordesilhas

Foi um tratado assinado em 1494. Ele garantiu a Portugal o controle sobre o Atlântico Sul, importante para o seu processo de navegação da costa da África em direção ao Oriente. De quebra, possibilitou que as terras a 370 léguas da ilha de Cabo Verde ficassem como propriedade da Coroa Portuguesa. O tratado dividiu o Brasil em uma parte portuguesa e outra parte espanhola.  

Letra B: Tratado de Madri

Foi um tratado assinado em 1750 para pôr fim ao conflito da Colônia de Sacramento. Pelo acordo, a Colônia de Sacramento passava a ser da Espanha e Portugal recebia o território de Sete Povos das Missões, local de missões jesuítas no Sul do Brasil.

Letra D: Tratado de Versalhes

Existem vários tratados assinados entre países no castelo de Versalhes. O mais famoso deles é o que encerrou a Primeira Guerra Mundial em 1919.

Referências:

CARDOSO, Ciro Flamarion. “A crise do colonialismo luso na América Portuguesa”. In: LINHARES, Maria Yedda (Org.) História geral do Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.

VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História do Brasil. São Paulo: Scipione, 1997.

A alternativa correta é letra B)  união política entre as coroas portuguesa e espanhola, o que permitiu a instalação de fortes e missões religiosas sob comando português em terras antes sob controle exclusivo espanhol.

Gabarito: Letra B

A expansão territorial portuguesa para as áreas do Norte do Brasil está inserida no contexto da União Ibérica (1580-1640).

A União Ibérica é um período descrito pela historiografia brasileira como sendo um momento de união entre as coroas portuguesa e espanhola em função da ausência de um herdeiro para o trono português em função da morte de D. Sebastião.

O pretendente ao trono, Filipe II, rei da Espanha, também foi aclamado rei em Portugal e passou a administrar não só a Coroa Portuguesa, mas todo um império atlântico e asiático construído pelas dinastias portuguesas.

Uma das consequências da junção das coroas foi tornar sem efeito o Tratado de Tordesilhas, já que a união apagava as fronteiras tornando o território da América do Sul sob administração espanhola.

A região Norte do país não despertou interesses iniciais para a Coroa Portuguesa. As ameaças da perda do território devido à incursão de ingleses, holandeses e franceses fez com que Portugal autorizasse expedições para ocupação das áreas do espaço amazônico.

A ocupação da região amazônica se deu através de dois instrumentos:

1. fundação de fortes ao longo dos principais rios

2. instalações de aldeamentos indígenas feitas por missionários carmelitas, franciscanos e jesuítas que pretendiam catequizar as diversas tribos que existiam nessa localidade.

Por que as demais estão incorretas?

Letra A: necessidade de fazer frente à instalação de colônias de povoamento inglesas, francesas e holandesas na região Amazônica, região pouco explorada e desconhecida por portugueses e espanhóis até então.

Os portugueses tiveram a necessidade de fazer frente à instalação de feitorias inglesas, francesas e holandesas, que buscavam extrair drogas do sertão do espaço amazônico.

Letra C: pressão espanhola pela exploração das chamadas drogas do sertão. Assim, os portugueses tomaram a iniciativa de instalar entrepostos de exploração de produtos nativos da Região Amazônica.

Não havia uma pressão espanhola pela exploração das drogas do sertão. Havia um receio espanhol de ver a área amazônica povoada por estrangeiros que visavam às minas de prata espanholas.

Letra D:  temor da instalação de feitorias de outras potências europeias interessadas no tráfico da mão de obra indígena para a Europa, o que poderia abalar a lucratividade do tráfico de escravos africanos.

Por parte de Portugal havia um temor na instalação de feitorias de outras potências europeias interessadas no tráfico das drogas do sertão e não da mão de obra indígena. Além disso outro receio de parte da Espanha era que esses exploradores de outras nacionalidades se aventurassem pelos rios da região em direção às minas de prata de Potosí, exploradas pela monarquia espanhola.

Letra E:  interesse português em ultrapassar o limite territorial do Tratado de Tordesilhas e expandir sua colônia em busca de novas fontes de mão de obra africana, a ser redistribuída por todo o territorial colonial.

Havia interesse português em ultrapassar os limites de Tordesilhas em busca de mão de obra indígena, extrair as drogas do sertão e ocupar o espaço amazônico para não perder essa parte do território.

Referências:

AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.