Questões Sobre Período Colonial - História - concurso

A alternativa correta é letra A) o fato de que os luso-brasileiros já não dispunham do apoio da monarquia espanhola, de quem Portugal se separara há pouco, e a prioridade que tinha para Portugal a guerra contra a Espanha nas fronteiras do reino, e não o conflito no Brasil contra os holandeses.

Gabarito: Letra A

A banca retirou a resposta do livro de Evaldo Cabral de Mello, intitulado “Olinda Restaurada: Guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654”.

Segundo o autor, o emprego crescente de recursos locais e decrescente de Portugal nas guerras holandesas se deu em função do fim da União Ibérica em 1640, que resultou na separação portuguesa da monarquia espanhola, processo conhecido como Restauração Portuguesa.

Só que essa separação portuguesa não foi simples havendo conflitos entre as duas monarquias em um episódio conhecido como Guerra de Restauração Portuguesa.

Portanto, Portugal estava mais preocupado em concentrar esforços em sua própria restauração e soberania antes de restaurar o nordeste brasileiro.

A restauração portuguesa no Brasil dependeria, assim, do levante dos próprios colonos.

Por que as demais estão incorretas?

Letra B: Essa alternativa apresenta os seguintes erros: Pernambuco era de extrema importância para holandeses e portugueses. Portugal não estava preocupado com a exploração do ouro nas Minas, pois ainda não havia sido descoberto os primeiros veios desse metal.

Letra C: O Quilombo de Palmares foi o mais importante quilombo do Brasil. Surgiu na capitania de Pernambuco nas últimas décadas do século XVI, sendo que a primeira referência aparece em 1597. Foi crescendo em área e população durante o século XVII e foi combatido tanto por holandeses quanto por portugueses. A alternativa é incorreta, pois o quilombo é anterior à ocupação holandesa e além do mais, Portugal não concentrou seus esforços na destruição do quilombo durante a guerra holandesa, pois estava em guerra com os espanhóis. Para completar, Palmares foi destruído em uma expedição bandeirante em fins do século XVII.

Letra D: Portugal estava em guerra contra os holandeses em função de estar unido à monarquia espanhola. Quando houve a separação das monarquias, a Coroa Portuguesa assinou um tratado de paz com os holandeses pondo fim ao conflito. Tentava negociar diplomaticamente as colônias que havia perdido, mas sem sucesso. Então, concentrou seus esforços na guerra contra os espanhóis para concluir a restauração.

Letra E: Portugal não conseguiu concentrar esforços na guerra contra a Holanda nas colônias, pois estava em conflito contra os espanhóis. Deixou a libertação do Nordeste por conta dos colonos que expulsaram os holandeses em 1654.

Resposta baseada nas fontes:

GOMES, Flávio. Quilombos/remanescentes de quilombos. In: GOMES, Flávio e SCHWARCZ, Lilia (Orgs.). Dicionário da escravidão e liberdade: 50 textos críticos. 1ª ed. — São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

MELLO, Evaldo Cabral de. Olinda Restaurada: Guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654. São Paulo, Editora 34, 2007.

VAINFAS, Ronaldo. “Tempo dos flamengos: a experiência colonial holandesa”. In: GOUVÊA, Maria de Fátima e FRAGOSO, João Luís Ribeiro. O Brasil Colonial – volume 2 (1580-1720). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.

A alternativa correta é letra B) O processo histórico de ocupação da região das Minas fez surgir uma sociedade bastante dinâmica, de cultura e valores peculiares, marcada pela miscigenação e hibridismo.

Gabarito: ALTERNATIVA B

Segundo o Centro de Referência Virtual da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, é importante que o aluno tenha uma noção do contexto histórico em que se deu a descoberta do ouro e o povoamento das minas.

Sobre o ensino do tópico os primeiros europeus: os portugueses do reino e da colônia, assinale a resposta correta.

• a)  A iniciativa de migração e imigração para as minas foi resultado de esforços governamentais.

Os movimentos de interiorização da colônia em busca de riquezas foram resultantes, sobretudo, de iniciativas particulares. Os sonhos de um Eldorado na América Portuguesa animaram expedições e aventuras de toda sorte pelo interior do continente, bem como o apresamento de indígenas movimentava toda uma economia nas capitanias mais ao sul. Quando da descoberta de jazidas de metais preciosos, a administração colonial via com muita cautela o processo de ocupação do terreno, buscando formas de controlar a extração e de proteger as riquezas da nova área. Assim, tentou-se controlar de várias maneiras as pressões migratórias para a região de mineração e a formação da capitania das Minas Gerais foi uma maneira de controlar melhor os acessos. Alternativa errada.

• b)  O processo histórico de ocupação da região das Minas fez surgir uma sociedade bastante dinâmica, de cultura e valores peculiares, marcada pela miscigenação e hibridismo.

Apesar de relativamente curto, o ciclo do ouro em Minas Gerais gerou uma sociedade bastante peculiar em poucas décadas do século XVIII. A convergência de riquezas num curto período foi fundamental para conformar uma sociedade miscigenada por conta do emprego da mão de obra escrava e francamente intelectualizada, capaz de mandar seus filhos para Europa e financiar grandes obras artísticas. Com o estreitamento dos acessos às Minas Gerais e o declínio do ciclo do ouro, consolidou-se essa sociedade dinâmica e peculiar num universo que já não mais atraía tanta pressão externa, o que facilitou imensamente a sua preservação. ALTERNATIVA CORRETA.

• c)  Faz-se necessário o entendimento do crescimento econômico enfrentado por Portugal em meados do século XVII.

O período mais dinâmico da ocupação de Minas Gerais se deu no século XVIII, principalmente em sua primeira metade; e profundamente determinado pelas dinâmicas locais. O eixo fundamental desse movimento foi a descoberta das jazidas auríferas e de pedras preciosas, o que determinou que o processo inicial de ocupação foi decorrente da corrida local pela riqueza. O crescimento econômico português ocorrido no século XVII decorreu principalmente dos ganhos resultantes da produção do açúcar em grande escala no Nordeste, o que não propriamente se conecta com os acontecimentos de Minas Gerais do século seguinte. Para a conformação da ocupação da região, seria muito mais interessante observar as tensões que desaguaram na Guerra dos Emboabas e o avanço dos portugueses excluídos dos ciclos produtivos da grande lavoura em direção ao interior. Alternativa errada.

• d)  Os momentos iniciais de fixação da população nessa região foram ordenados.

Como em qualquer corrida pelo ouro, a ocupação territorial em seus momentos iniciais foi absolutamente caótica. A expectativa pelo enriquecimento fácil e rápido atraía levas de aventureiros de toda a sorte antes mesmo que linhas mínimas de abastecimento fossem estabelecidas. A busca pelo ouro de aluvião foi marcada naqueles primeiros anos por ciclos de fome e de violência, interiorizando os primeiros colonos sem qualquer forma de organização oficial. Inclusive, seria um dos grandes desafios da administração colonial o estabelecimento da capitania das Minas Gerais para disciplinar a atividade econômica num regime tributário. Alternativa errada.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA B.

A alternativa correta é letra D) No Nordeste, nas fazendas de açúcar, havia a criação de gado, necessário para a alimentação da população local e como força motriz.

Gabarito: ALTERNATIVA D

Muitos alunos têm uma ideia equivocada sobre quais territórios da América foram efetivamente ocupados pelos portugueses nos diferentes momentos do processo colonizador. Sobre o ensino da interiorização da colonização: o desbravamento do sertão de acordo com as orientações pedagógicas da Secretaria de Educação de Minas Gerais, assinale a alternativa correta.

• a)  Há uma total coincidência entre os limites do território colonial com o território do Brasil atual.

Ainda que algumas linhas gerais das fronteiras brasileiras tenham se desenhado com os tratados entre Portugal e Espanha no século XVIII, os quais tentavam observar em grande medida os processos de ocupação efetiva do território, há de se ter clareza que a definição das fronteiras atuais do Brasil é fruto de intensa atividade diplomática desde a segunda metade do século XIX. Passando por diferentes fases e dificuldades, as questões lindeiras brasileiras ocuparam o centro da nossa política externa em diversos momentos e tiveram seu apogeu no período do Barão do Rio Branco à frente da chancelaria. Os limites do território colonial sequer tinham precisão de demarcação; portanto, ainda que sirvam de um certo esboço geral, jamais podem ser considerados como a forma final que o Brasil assumiria territorialmente. Alternativa errada.

• b)  Em 1500, o território brasileiro já estava estabelecido como é hoje.

Alternativa completamente absurda. Do ponto de vista de Estado territorial, sequer faz sentido discutir um território brasileiro em 1500, momento da chegada dos portugueses. A criação de uma noção de Brasil levaria séculos e só seria formalizada com a criação do Reino do Brasil em 1815 no âmbito das reformas joaninas, bem como a unidade territorial foi uma das questões mais dramáticas nos primeiros anos da nossa independência. Alternativa errada.

• c)  Os alunos deverão conhecer, em linhas gerais, os primeiros movimentos de colonização empreendidos no território brasileiro, a partir do interior.

O sentido da colonização portuguesa parte do litoral para o interior em vários sentidos e impulsos ao longo dos três séculos de instalação colonial. Até então, os interiores do continente eram ocupados pelas nações originárias, que acabaram sendo derrotadas e vítimas de um processo de extermínio no decorrer da colonização. Alternativa errada.

• d)  No Nordeste, nas fazendas de açúcar, havia a criação de gado, necessário para a alimentação da população local e como força motriz.

Segundo Capistrano de Abreu, o casco de boi é o símbolo maior da expansão colonial portuguesa para o interior do continente. O complexo produtor de açúcar no Nordeste exigia a presença de uma agropecuária de subsistência organizada, mas, ao mesmo tempo, distante das lavouras da plantation. Isso implica dizer que a criação de gado era necessária para gerar alimento para os polos produtivos e para gerar animais para a os engenhos de tração animal; mas que esses animais não poderiam ser confinados a distâncias pouco seguras das lavouras para não comprometê-las. Logicamente, o sucesso do empreendimento açucareiro incentivava a ampliação das plantações, o que pressionava a pecuária continente adentro. E o movimento dos rebanhos, por sua própria natureza, tendia a forçar a penetração do colonizador pelo continente, conhecendo e dominando novas áreas muito além do ritmo de expansão da monocultura. ALTERNATIVA CORRETA.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.

A alternativa correta é letra A) É interessante que o professor apresente as modificações territoriais determinadas pelos tratados citados e ainda estude com os alunos as características e consequências das guerras eclesiásticas, responsáveis pela destruição das missões.

Gabarito: ALTERNATIVA A

A delimitação dos limites do território brasileiro, desde o descobrimento, não ocorreu sem conflitos. Sobre as missões no Sul e delimitação do território brasileiro e com base no Centro de Referência Virtual da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, assinale a alternativa incorreta:

• a)  É interessante que o professor apresente as modificações territoriais determinadas pelos tratados citados e ainda estude com os alunos as características e consequências das guerras eclesiásticas, responsáveis pela destruição das missões.

De fato, as formas das fronteiras sul do Brasil foram objeto de intensas discussões diplomáticas entre Portugal e Espanha, principalmente no século XVIII. Bem como demandaram importante energia política para a construção dos tratados de limites já com a América independente. Portanto, é interessante, sim, que os professores discutam em sala de aula como essas fronteiras foram construídas e quais as preocupações centrais de cada época, que orientaram as discussões sobre os limites. A região dos Sete Povos das Missões sempre despertou grande preocupação no período colonial, tanto pela força dos missionários sobre as populações locais quanto pela posição estratégica das missões frente aos principais rios da região frente à Bacia do Prata. Ainda que tenham ocorrido alguns conflitos armados bastante sensíveis em torno dos aldeamentos indígenas, não é correto assumir que eles foram os grandes responsáveis pelo declínio definitivo do sistema missioneiro. As missões foram feridas de morte em meados do século XVIII,  quando os governos de Espanha e de Portugal decidiram pela expulsão definitiva da Ordem da Companhia de Jesus (ou seja, os jesuítas) de suas colônias na América. Por ser a única a apresentar erros, esta é a ALTERNATIVA CORRETA.

• b)  O entendimento da disputa fronteiriça entre Portugal e Espanha na região das missões e a própria organização desses agrupamentos indígenas sob a supervisão da Igreja deve ser precedido por um breve estudo da ocupação portuguesa no sul do país desde o século XVI.

A alternativa é bastante óbvia: as disputas metropolitanas sobre a fronteira sul da América portuguesa estão enquadradas num processo histórico que remonta à colonização dessa região. Já no século XVI, era uma preocupação bastante clara do governo português de pressionar o sentido da colonização no sentido do estuário do Rio da Prata como forma de pressionar os limites territoriais definidos no Tratado de Tordesilhas. Além disso, a região tinha um grande potencial estratégico por dar acesso aos rios que levavam ao interior do continente, o que, para os conhecimentos cartográficos da época, poderia ser vital para a defesa colonial. Há de se lembrar, por exemplo, que o objetivo inicial da missão que fundaria a vila de São Vicente era aproximar a ocupação efetiva portuguesa na América do Prata. Sem erros na alternativa.

• c)  A criação da Colônia do Sacramento em 1680, por Portugal, às margens do Rio da Prata, acelerou as divergências acerca dos limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas.

De fato, a colônia de Sacramento, que ocupava, grosso modo, a atual área do Uruguai, foi uma passo importante para que Portugal se libertasse dos limites impostos pelos termos do Tratado de Tordesilhas, o que, como dito acima, era parte da estratégia portuguesa desde o século XVI. Por conta da tecnologia cartográfica da época, havia grandes divergências sobre os limites impostos por Tordesilhas, sendo que Portugal insistia no deslocamento para Oeste. A ocupação efetiva do território acabou se tornando crucial para que se conseguisse fragilizar os limites originais em favor da interiorização da experiência colonial portuguesa e a fundação de Sacramento em 1680 foi um desses grandes passos. Sem erros na alternativa.

• d)  O uso da cartografia é, certamente, um ponto bastante relevante que justifica o trabalho com esse tópico em sala de aula.

Como fica muito claro nos comentários acima, a cartografia esteve no centro desse debate sobre a formação da fronteira sul brasileira. O uso de mapas em sala de aula poderia ser de grande utilidade, uma vez que esses limites tiveram uma maleabilidade bastante expressiva e diferiam bastante das fronteiras atuais. Empregar esse recurso pode ser uma estratégia muito eficiente para facilitar o aprendizado dos alunos sobre a evolução da configuração territorial brasileira. Sem erros na alternativa.

Sem mais, a única a apresentar erros é a ALTERNATIVA A.

A alternativa correta é letra D) I, II e III.

Gabarito: ALTERNATIVA D

O tópico às missões no Sul e delimitação do território brasileiro, da Proposta Curricular do Conteúdo Básico Comum (CBC), busca desenvolver a habilidade de analisar as disputas sobre o território sul-americano entre Portugal e outras potências europeias no século XVIII por meio dos principais tratados do período. Sobre o ensino desse tema, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.

• I. Os vários acordos firmados para resolver as divergências fronteiriças entre Portugal e Espanha nessa região configuraram os limites geográficos do Brasil atual. Assim, o estudo dessas disputas territoriais, suas características e seus resultados são importantes para que os alunos possam compreender como se deu a delimitação de nossas fronteiras atuais, desde a colonização.

De fato, as feições gerais das fronteiras brasileiras começaram a ser construídas ainda no período colonial, principalmente no século XVIII. Com o período da União das Coroas Ibéricas (1580-1640) as divisões entre os territórios portugueses e espanhóis na América do Sul perderam muito do seu sentido, mas tiveram de ser rediscutidas com a restauração lusitana. Foi com o Tratado de Madri (1750) que foi consagrada a ocupação efetiva do território como geradora de direito: o conceito do uti possidetis. Isto é, os limites da América portuguesa foram expandidos segundo o processo de interiorização dos seus súditos na colonização efetiva, o que, na cartografia da época, implicava na posse efetiva das áreas entre as bacias do Amazonas e do Paraná. Ainda que essas fronteiras tenham sido muito sofisticadas durante o Império (1822-1889) e assentadas definitivamente no início do século XX, é inegável que o espírito fundamental das fronteiras brasileiras foi organizado ainda no período colonial. Além disso, o uti possidetis foi um conceito fundamental para as negociações brasileiras dos tratados bilaterais sobre as fronteiras. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

• II. O entendimento da disputa fronteiriça entre Portugal e Espanha na região das missões e a própria organização desses agrupamentos indígenas sob a supervisão da Igreja deve ser precedido por um breve estudo da ocupação portuguesa no sul do país desde o século XVI.

A região dos Sete Povos das Missões, no noroeste gaúcho, foi um ponto de tensão bastante grave entre Portugal e Espanha. O processo de colonização europeia na região foi fortemente marcado pela ação dos catequistas sobre as tribos indígenas, bem como de disputas entre exploradores, missionários e indígenas não convertidos. O caminho português para o sul do continente precisa ser enquadrado também nas questões estratégicas que envolviam o controle da Bacia do Prata: ter acesso ao Prata implicava controlar uma série de vias fluviais para o continente, sendo parte importante delas não completamente conhecidas. Não por acaso, a colônia de Sacramento (atual Uruguai) foi a grande moeda de barganha para que a Espanha aceitasse a soberania portuguesa nos moldes do Tratado de Madri, que também passava para Portugal o controle sobre a região das missões. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

• III. É importante que o professor trabalhe com os alunos como se estruturavam as missões, como os índios viviam nelas e o acordo entre estes e os religiosos. Adicionalmente, é interessante que o professor apresente as modificações territoriais determinadas pelos tratados citados e ainda estude com os alunos as características e consequências das guerras guaraníticas, responsáveis pela destruição das missões.

A construção do item segue uma tendência importante da historiografia e da pedagogia contemporâneas: não podemos resumir o processo de formação brasileiro às vontades centrais e às iniciativas da Metrópole e da Igreja. Pelo contrário, é importante compreender o significado e as dinâmicas que envolviam essas missões religiosas, bem como os processos de adaptação e de resistência que os povos indígenas (no caso, os Guarani) opuseram à presença católica na região. Esses eventos também contribuíram significativamente para os rumos vividos no sul do Brasil, bem como influenciaram as lógicas que orientaram as negociações territoriais entre Portugal e Espanha. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

Portanto, são verdadeiras as afirmativas I, II e III.

Estão corretas as afirmativas:

a)  I e III, apenas.

b)  II e III, apenas.

c)  I e II, apenas.

d)  I, II e III.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.

A alternativa correta é letra D)  incompreensão dos valores socioculturais indígenas pelos portugueses.

Gabarito: Letra D
 
A questão traz um trecho da História da Província de Santa Cruz, de Pero Magalhães de Gandavo, escrita em 1576, no qual, o gramático e cronista português descreve os índios brasileiros ao rei de Portugal, segundo, como se nota, na visão do colonizador.

Além disso, por ser gramático, o autor também fala da ortografia da língua tupi, que não possuíam três letras (F, L e R). Não conhecendo essas letras a seu ver, acarretaria uma incompreensão de sentido para as palavras.
 
Portanto, há uma dificuldade do cronista em entender a cultura indígena e seus traços mais significativos e de entender também como os indígenas não entendiam valores culturais portugueses.

Mais do que isso, ao mencionar que não possuem Fé, Lei ou Rei, suas palavras permitiram aos europeus interpretar naquela época que os índios eram indivíduos bárbaros e sem cultura, que precisavam ser catequizados (fé) e estar sobre jurisdição normativa (Lei) sob tutela da Coroa (Rei)
 
Por que as demais estão incorretas?
 
Letra A: O trecho não permite ao candidato e candidata chegar a essa conclusão, pois não apresenta mais detalhes sobre a organização social dos indígenas
 
Letra B: O trecho não permite ao candidato e candidata chegar a essa conclusão, pois dá indícios que seria necessário ao rei fazer algo nas relações com os indígenas, levar conhecimento das letras e da cultura portuguesa.
 
Letra C: Embora houvesse o eurocentrismo em muitas das relações entre os colonizadores e os nativos, a superioridade europeia não fica clara no trecho em questão.
 
Letra E: Essa alternativa poderia gerar dúvidas nos candidatos e candidatas, porém, pela lógica não seria a mais adequada, uma vez que os colonizadores portugueses não estiveram interessados inicialmente no aprendizado da língua nativa. Os jesuítas foram o grupo que mais se esforçaram para aprender as línguas indígenas a fim de utilizá-las na catequese.