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Questões Sobre Período Colonial - História - concurso

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631) A preocupação portuguesa em ocupar a região estava inserida, em um primeiro momento, no contexto da defesa do território. Ou seja, foram “razões de guerra” que motivaram os portugueses a investir em empreendimentos como fortificações de defesa na região. Os portugueses se arriscavam nessa empreitada mesmo ainda não conhecendo o potencial econômico da Amazônia. Tinham apenas a noção de que seu principal rio, o Amazonas, era uma excepcional via de comunicação e penetração no território e de defesa contra os “invasores estrangeiros”.

  • A) A defesa do território foi realizada mediante a construção de fortificações, como a do Real Forte Príncipe da Beira (1775), baluarte de proteção que garantia aos portugueses a posse e o domínio da capitania do Maranhão.

  • B) A instalação das reduções jesuítas em Chiquitos e Moxos fazia parte de uma política de ocupação lusa do território da bacia amazônica ampliado pelo Tratado de Madrid (1750).

  • C) A abertura de caminhos fluviais se deu por expedições, como a de Manuel Félix de Lima que, ao comercializar com os jesuítas de Moxos, mostrou a viabilidade da navegação entre os rios Guaporé, Mamoré, Madeira e Amazonas (1742).

  • D) O capitão general Antônio Rolim de Moura, para confirmar a presença lusa, fundou a vila capital, Vila Bela da Santíssima Trindade (1752), à margem direita do rio Jauru, para supervisionar o acesso às minas de Mato Grosso.

  • E) A administração pombalina (1750-1777) pretendia consolidar o domínio português na região amazônica mediante a integração de índios e africanos à sociedade colonial, estimulando casamentos interraciais.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra C) A abertura de caminhos fluviais se deu por expedições, como a de Manuel Félix de Lima que, ao comercializar com os jesuítas de Moxos, mostrou a viabilidade da navegação entre os rios Guaporé, Mamoré, Madeira e Amazonas (1742).

Gabarito: ALTERNATIVA C

  

A preocupação portuguesa em ocupar a região estava inserida, em um primeiro momento, no contexto da defesa do território. Ou seja, foram “razões de guerra” que motivaram os portugueses a investir em empreendimentos como fortificações de defesa na região. Os portugueses se arriscavam nessa empreitada mesmo ainda não conhecendo o potencial econômico da Amazônia. Tinham apenas a noção de que seu principal rio, o Amazonas, era uma excepcional via de comunicação e penetração no território e de defesa contra os “invasores estrangeiros”.GOMES FILHO, Gregório F. O forte São Joaquim e a construção da fronteira no extremo norte. Santa Maria, RS. 2012.

 

Assinale a afirmativa que exemplifica corretamente o relato do autor a respeito da posição da coroa portuguesa para a região amazônica.

 
  • a) A defesa do território foi realizada mediante a construção de fortificações, como a do Real Forte Príncipe da Beira (1775), baluarte de proteção que garantia aos portugueses a posse e o domínio da capitania do Maranhão.

O Real Forte Príncipe da Beira foi, de fato, construído em 1775, sendo um ponto importante na estratégia de defesa amazônica desenvolvida no período colonial. A fortificação foi estabelecida às margens do rio Guaporé, a altura do atual município de Costa Marques (RO). A região, à época, pertencia à Capitania do Mato Grosso, que se concentrava em proteger áreas potencialmente auríferas e as novas fronteiras estabelecidas pelo Tratado de Madri (1750). Alternativa errada.

 
  • b) A instalação das reduções jesuítas em Chiquitos e Moxos fazia parte de uma política de ocupação lusa do território da bacia amazônica ampliado pelo Tratado de Madrid (1750).

As reduções jesuíticas não eram determinadas propriamente pelos governos oficiais, ainda que houvesse uma proximidade importante entre as monarquias ibéricas e as ações católicas na América. De toda sorte, é equivocado falar que as ações dos jesuítas estavam à serviço das políticas territoriais do governos. Além disso, no século XVIII, as reduções jesuíticas estavam em franco declínio na América, porque tanto em Portugal quando em Espanha a Companhia de Jesus - ordem jesuíta - havia estava em e dificuldades políticas com os governos. As reduçoes de Chiquitos e de Moxos foram fundadas no século XVII pelos jesuítas que atuavam na América espanhola, estando localizadas no atual território boliviano. Alternativa errada.

 
  • c) A abertura de caminhos fluviais se deu por expedições, como a de Manuel Félix de Lima que, ao comercializar com os jesuítas de Moxos, mostrou a viabilidade da navegação entre os rios Guaporé, Mamoré, Madeira e Amazonas (1742).

Em meados do século XVIII, a Coroa portuguesa tinha uma grande preocupação sobre o contrabando de ouro na capitania do Mato Grosso, principalmente quanto à navegação dos rios da região. Manuel Félix de Lima, juntamente com outros navegadores, estabeleceu uma rota comercial fluvial entre os jesuítas da missão de Moxos até Belém, na foz do Amazonas. A rota, passando pelos rios Guaporé, Mamoré, Madeira e Amazonas, integrava a atual região entre Rondônia e Bolívia com o Atlântico, abrindo uma nova possibilidade comercial. Félix de Lima seria preso e enviado para Portugal por ter violado a proibição sobre a navegação. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • d) O capitão general Antônio Rolim de Moura, para confirmar a presença lusa, fundou a vila capital, Vila Bela da Santíssima Trindade (1752), à margem direita do rio Jauru, para supervisionar o acesso às minas de Mato Grosso.

Fundada em 1752, a Vila Bela da Santíssima Trindade foi a primeira capital da capitania do Mato Grosso. No entanto, foi fundada às margens do rio Guaporé, numa região em que se verificou um potencial aurífero. Entre 1751 e 1765, Antônio Rolim de Moura foi o governador da capitania, sendo o responsável pelo assentamento da Vila Bela da Santíssima Trindade, bem como pela expulsão dos jesuítas espanhóis e pelo estabelecimento de comunicações da capitania com outros pontos da colônia. Alternativa errada.

 
  • e) A administração pombalina (1750-1777) pretendia consolidar o domínio português na região amazônica mediante a integração de índios e africanos à sociedade colonial, estimulando casamentos interraciais.

O Tratado de Madri (1750) estabeleceu o uti possidetis como o critério fundamental para determinar a posse territorial, isto é, a ocupação efetiva do território é que determinaria o direito da posse territorial. Assim, a preocupação central da administração pombalina nesse aspecto era assegurar a colonização efetiva do território, bem como afastar as posições espanholas. Assim, na região amazônica, optou-se pelo fortalecimento dos governos das capitanias, fundando novas vilas, vigiando as novas potencialidades e, muito importante, expulsando posições espanholas e jesuítas espanhóis da região. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

632) Os fragmentos a seguir descrevem negociações diplomáticas ocorridas no processo de constituição da fronteira ocidental do Império português.

  • A) Tordesilhas e Utrecht.

  • B) El Pardo e Santo Ildefonso.

  • C) Madri e El Pardo.

  • D) Santo Ildefonso e Tordesilhas.

  • E) Utrecht e Madri.

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A alternativa correta é letra E) Utrecht e Madri.

Gabarito: ALTERNATIVA E

  

Os fragmentos a seguir descrevem negociações diplomáticas ocorridas no processo de constituição da fronteira ocidental do Império português.

 
  • I - Assegura o domínio e a soberania territorial da Coroa Portuguesa sobre as regiões americanas compreendidas entre os rios Amazonas e Oiapoque, fixando os limites entre França e Portugal na região da Guiana.

Assinado em 1713, o Tratado de Utrecht colocou fim à Guerra de Sucessão Espanhola (1701-1714), que envolveu diversas potências europeias. O tratado foi celebrado entre Portugal, Espanha, Reino Unido, França e Saboia, e teve como objeto a reorganização das fronteiras na Europa e na América; além de estabelecer a legitimidade dos governos vencedores durante o conflito, reordenando as relações políticas após o conflito. Sobre as posições portuguesas na América, o tratado destacou que a França renunciava definitivamente a pretensões e direitos sobre os territórios do Cabo Norte, compreendido entre os rios Amazonas e Oiapoque. Da mesma forma, reconhecia-se a plena soberania portuguesa sobre as margens do Amazonas e a livre-navegação em detrimento das reclamações francesas anteriores. Bem como a França reafirmava o compromisso de respeitar o pacto colonial sobre todas as terras portuguesas na América, afastando os direitos comerciais dos seus habitantes de Caiena com relação à colônia portuguesa.

 
  • II - Adota o princípio da "ocupação efetiva" e garante o controle luso de rios existentes na capitania de Mato Grosso, no vale do Guaporé, região que daria acesso, através do rio Guaporé e demais rios amazônicos, ao Estado do Grão-Pará e Maranhão.

O Tratado de Madri (1750) foi firmado após o fim da União das Coroas Ibéricas (1580-1640), quando Portugal voltou a ser um Estado independente frente a Espanha e retomou o controle sobre suas colônias pelo mundo. Com o restabelecimento das soberanias ibéricas, era necessário reorganizar as fronteiras entre as colônias na América já que, durante a União, o Tratado de Tordesilhas ficara esvaziado de conteúdo e os movimentos de colonização agiram de maneira mais livre. O Tratado de Madri, portanto, estabeleceu as linhas gerais da separação definitiva entre a América portuguesa e a espanhola. Nesse sentido, uma das principais preocupações espanholas era afastar Portugal do ponto estratégico do estuário do Rio da Prata, já que era o ponto de entrada para o interior dos seus vice-reinados na América do Sul e ponto nevrálgico para o escoamento de carregamentos de metais nobres. Por sua vez, Portugal insistia no reconhecimento e na legitimação de seus avanços coloniais para o interior do continente, defendendo a tese do uti possidetis, segundo a qual os territórios já ocupados deveriam ser reconhecidos como posse formal. Com os conhecimentos cartográficos da época, a negociação se desenvolveu sob crença de que o Rio Paraguai e o Rio Amazonas tinham um ponto de confluência do interior e Portugal conseguiu que fosse reconhecida sua soberania sobre todo o território compreendido entre os dois rios. Como moeda de barganha, os portugueses entregaram aos espanhóis a soberania sobre a colônia de Sacramento (grosso modo, o atual Uruguai), afastando-se do Prata, mas garantindo a posse sobre o território do atual Mato Grosso e da Amazônia.

 

Os fragmentos exemplificam, respectivamente, os Tratados de

  • a) Tordesilhas e Utrecht.

Celebrado em 1494, o Tratado de Tordesilhas dividia as terras ocidentais entre Portugal e Espanha com o beneplácito da Igreja Católica. Traçando um meridiano sobre as terras desconhecidas, o tratado deixava parte significativa das Américas sob controle espanhol, ao passo que apenas uma pequena faixa da América do Sul caberia a Portugal. Alternativa errada.

 
  • b) El Pardo e Santo Ildefonso.

Em 1761, o Tratado de El Pardo anulava os termos estabelecidos no Tratado de Madri em 1750. Celebrado em 1777, o Tratado de Santo Idelfonso esclareceu e reafirmou os termos estabelecidos em 1750 pelo Tratado de Madri. Entre as principais alterações, estavam as posições dos dois países junto ao rio da Prata. Retomava-se o direito português à margem esquerda, reatribuindo-lhe a colônia de Sacramento; ao passo que a região dos Sete Povos das Missões voltava para o controle espanhol. Alternativa errada.

 
  • c) Madri e El Pardo.

Como já explicado, o Tratado de El Pardo anulou os termos do Tratado de Madri. Alternativa errada.

 
  • d) Santo Ildefonso e Tordesilhas.

O Tratado de Santo Ildefonso não tinha nenhuma relação com as posições francesas na América do Sul. Alternativa errada.

 
  • e) Utrecht e Madri.

ALTERNATIVA CORRETA.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.

633) No século XV, navegadores europeus rumaram ao sul do Estreito de Gibraltar e alcançaram diferentes pontos da costa africana. Em 1492, a expedição de Colombo atravessou o Atlântico e desembarcou no Caribe. Em 1498 uma esquadra portuguesa alcançou Calicute, na Índia, e, em 1500, Cabral chegou ao Brasil. Esses eventos receberam diferentes nomes (descobrimentos, navegações etc.) e permitiram que os europeus conhecessem povos e culturas diferentes, bem como estabelecessem sistemas de trocas com eles.

  • A) Certo
  • B) Errado
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A alternativa correta é letra A) Certo

Gabarito: CORRETO

  

No século XV, navegadores europeus rumaram ao sul do Estreito de Gibraltar e alcançaram diferentes pontos da costa africana. Em 1492, a expedição de Colombo atravessou o Atlântico e desembarcou no Caribe. Em 1498 uma esquadra portuguesa alcançou Calicute, na Índia, e, em 1500, Cabral chegou ao Brasil. Esses eventos receberam diferentes nomes (descobrimentos, navegações etc.) e permitiram que os europeus conhecessem povos e culturas diferentes, bem como estabelecessem sistemas de trocas com eles.


A respeito dos descobrimentos e de aspectos relacionados a esses eventos, julgue o item a seguir.

 
  • A escravização de indígenas na região açucareira do Brasil, onde hoje também se situa Alagoas, foi relativamente comum no século XVI.

Para resolver este item, é importante que o candidato tenha clareza sobre a situação da colonização no século XVI. Até a segunda metade daquele século, Portugal ainda não havia manifestado um interesse decisivo sobre sua nova colônia na América e o processo de ocupação efetiva do território tardaria. A primeira expectativa sobre a colônia era o extrativismo vegetal concentrado na faixa litorânea, bem como a ação católica para a cristianização dos povos indígenas.

 

Quando da instalação da lavoura açucareira, apesar do sucesso em algumas ilhas atlânticas portuguesas, o modelo ainda dependia de um tempo para provar sua viabilidade na América, bem como o sistema de plantation demandava o emprego de mão de obra escrava. A possibilidade mais evidente para organizar esse sistema produtivo foi a escravização dos indígenas para o trabalho na região açucareira, o que seria uma "solução" de custo reduzido e sem risco de escassez. No entanto, a presença católica no trabalho de catequização dessas populações foi um ponto de reação contra a captura, já que não seria aceitável que cristãos convertidos fossem escravizados por outros cristãos. Bem como a prática de captura de indígenas era um perigo muito grande contra os aldeamentos realizados pelos jesuítas para os seus trabalhos de evangelização.

 

Dessa disputa de interesses na colônia resultou, em 1570, na proclamação do rei português proibindo a escravização dos indígenas - exceto daqueles hostis à presença portuguesa - em todo o seu império. Ainda que isso não tenha importado na cessação imediata de toda forma de escravização indígena, foi relevante para a diminuição da prática na colônia, bem como foi o primeiro passo para o estabelecimento do comércio de escravos com a costa africana. Sem mais, item CORRETO.

634) Assinale a afirmativa que indica corretamente fatores preponderantes para o domínio português na região amazônica no período colonial.

  • A) Fundação de fortificações, como o Forte do Presépio, na foz do rio Amazonas.

  • B) Organização de expedições pela região do Alto Madeira, com destino a Quito, como a de Manuel Félix de Lima.

  • C) Criação de missões jesuítas em Cabo do Norte e Marajó e franciscanas ao longo dos Rios Xingu e Madeira.

  • D) Incentivo à manufatura de produtos derivados das drogas do sertão, como o cacau, a salsaparrilha e o urucum.

  • E) Formação de bandeiras, como a de Antônio Raposo Tavares, que explorou a navegabilidade do rio Guaporé.

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A alternativa correta é letra A) Fundação de fortificações, como o Forte do Presépio, na foz do rio Amazonas.

Gabarito: Letra A

 

(Fundação de fortificações, como o Forte do Presépio, na foz do rio Amazonas.)

  

A expansão da colonização portuguesa para o norte do Brasil foi feita para resguardar o território contra possíveis invasões estrangeiras, principalmente de holandeses, ingleses e franceses que estavam nas fronteiras do Brasil.

 

Um primeiro movimento se deu em 1616 com uma expedição de luso-brasileiros que fundou uma fortificação chamada de Forte do Presépio e que deu origem à atual cidade de Belém, no Pará. 

 

Esse novo núcleo de defesa foi importante base de apoio e penetração de outras áreas do Amazonas durante o século XVII e XVIII.

  

Após o tratado de Madri (1750) que acertou os limites territoriais entre Brasil e Espanha, a Coroa Portuguesa reconheceu a necessidade de reforçar a presença militar na região amazônica através da construção de fortificações.

 

A política de fortificar, demarcar, ocupar e povoar a região que lhe cabia, fez parte da decisão pombalina de substituir as missões religiosas por freguesias, confiada a militares, a representantes do rei, e a alguns membros do clero.

 

Datam dessa época a fundação das fortalezas:

 

Forte Nossa Senhora da Conceição (1754)

Forte de São Gabriel da Cachoeira (1761)

Fortaleza de São José de Macapá (1764)

Forte São Francisco Xavier de Tabatinga (1766)

Forte de São Joaquim do Rio Branco (1775)

Real Forte Príncipe da Beira (1776)

  

Por que as demais estão incorretas?

  

Letra B: Organização de expedições pela região do Alto Madeira, com destino a Quito, como a de Manuel Félix de Lima.

 

Uma expedição famosa que acabou chegando a Quito, no Equador, foi comandada por Pedro Teixeira em 1637-38 e não por Manuel Félix de Lima. Este comandou uma expedição no século XVIII em busca de metais e pedras preciosas. A expedição de Manuel Félix de Lima se insere no contexto de navegações para o baixo Amazonas e não para o alto Amazonas.

  

Letra C: Criação de missões jesuítas em Cabo do Norte e Marajó e franciscanas ao longo dos Rios Xingu e Madeira.

 

Assim como os fortes, as missões religiosas foram outro importante instrumento de ocupação da região norte do Brasil. Os franciscanos de Santo Antônio receberam as missões do Cabo do Norte, Marajó e Norte do Rio Amazonas. A Companhia de Jesus ficou com as missões nas áreas dos rios Tocantins, Xingu, Tapajós e Madeira

  

Letra D: Incentivo à manufatura de produtos derivados das drogas do sertão, como o cacau, a salsaparrilha e o urucum.

 

A exploração do norte também obedeceu a uma lógica mercantilista, onde o objetivo era explorar as drogas do sertão em sua modalidade natural. Os produtos derivados dessas drogas eram manufaturados na Europa e não na colônia. 

  

Letra E: Formação de bandeiras, como a de Antônio Raposo Tavares, que explorou a navegabilidade do rio Guaporé.

 

A bandeira de Antônio Raposo explorou a navegabilidade do rio Madeira e do Mamoré.

    

Referências:

 

AB’SABER, Aziz et alli. A época colonial. In: HOLANDA, Sérgio Buarque de. História Geral da Civilização Brasileira. Tomo I. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.

635) “As esmeraldas de Minas matavam os homens ‘de esperança e febre/ e nunca se achavam/ e quando se achavam/ eram verde engano’, como afirmou mais de dois séculos depois o poeta Carlos Drummond de Andrade, ao recordar a aventura de Fernão Dias; a localização da refulgente montanha de pura prata continuava incerta, e sua empresa não rendera sequer uma peça de ouro à Coroa em Lisboa. […]”

  • A)  Fez com que a Coroa portuguesa apenas deslocasse a possibilidade de encontrar as esmeraldas e a montanha de prata para outras regiões no interior da colônia.

  • B)  Foi essa expedição que ensinou aos sertanistas meios e estratégias de sobrevivência em ambiente hostil, garantindo à metrópole a conquista da região.

  • C)  Levou a Coroa portuguesa a desistir de contar com empreendedores privados, como os bandeirantes, investindo em expedições patrocinadas pelo Estado.

  • D)  Resultou em fracasso, o que afastou o sonho dos metais preciosos da década de 1670, data da expedição, para a de 1690, quando, enfim, o ouro foi descoberto.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra B)  Foi essa expedição que ensinou aos sertanistas meios e estratégias de sobrevivência em ambiente hostil, garantindo à metrópole a conquista da região.

 

Gabarito: Letra B

  

(Foi essa expedição que ensinou aos sertanistas meios e estratégias de sobrevivência em ambiente hostil, garantindo à metrópole a conquista da região.)

  

Fernão Dias Paes foi um famoso bandeirante paulista que se dedicou a apresar indígenas para a capitania de São Vicente. Já no fim da vida passou a perseguir o objetivo de encontrar ouro e pedras preciosas.

 

Com mais de 60 anos de idade, organizou e comandou uma expedição em direção à mítica serra do Sabarabuçu, de onde desceria um rio extraordinário do qual transbordavam pedras de prata, de ouro e esmeraldas imensas.

 

A bandeira de Fernão Dias percorreu em 6 anos boa parte do interior de Minas em busca de metais e pedras preciosas. Em uma localidade foram descobertas pedras preciosas verdes, que não eram esmeraldas, mas turmalinas. Foi nessa localidade que o bandeirante veio a falecer, por causa da malária.

 

Foi por isso que Carlos Drummond de Andrade disse em seu poema que “as esmeraldas de Minas matavam os homens ‘de esperança e febre/ e nunca se achavam/ e quando se achavam/ eram verde engano”.

 

Mesmo que a expedição não tenha encontrado ouro e esmeraldas, ela realizou a façanha de mostrar e ensinar aos sertanistas estratégias de sobrevivência e os meios de adaptabilidade capazes de garantir as formas de permanência no sertão das Minas: manter-se vivo e em relativa segurança num lugar isolado, cercado por um ambiente natural intratável, desconhecido e dominado por feras e índios hostis.

  

Por que as demais estão incorretas?

  

Letra A: Fez com que a Coroa portuguesa apenas deslocasse a possibilidade de encontrar as esmeraldas e a montanha de prata para outras regiões no interior da colônia.

 

Na verdade, não era a Coroa Portuguesa que escolhia os locais a serem explorados. As expedições interior adentro eram decididas pelos organizadores das bandeiras, tomando como exemplo expedições anteriores. 

  

Letra C: Levou a Coroa portuguesa a desistir de contar com empreendedores privados, como os bandeirantes, investindo em expedições patrocinadas pelo Estado.

 

A expedição de Fernão Dias não levou a Coroa portuguesa a desistir de contar com bandeirantes. Do ponto de vista de valor lucrativo, a expedição não foi um sucesso, já que não encontrou metais ou pedras de valor. Porém, ela foi importante para abrir caminho pelo interior do Sertão, servindo de base para expedições posteriores, comandadas por outros bandeirantes.

  

Letra D: Resultou em fracasso, o que afastou o sonho dos metais preciosos da década de 1670, data da expedição, para a de 1690, quando, enfim, o ouro foi descoberto.

 

Foi um fracasso do ponto de vista de notícias de descobertas. Foi um sucesso, pois serviu de base para as demais expedições de bandeirantes nas décadas seguintes, o que mostra que a corrida do ouro nunca cessou.

   

Referências:

 

FARIAS, Sheila de Castro. “Fernão Paes Dias”. In: VAINFAS, Ronaldo (Org.). Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808). Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

 

SCHWARCZ, Lilia M. e STARLING, Heloisa (Orgs.). Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

636) “A cerimônia de posse foi uma cena teatral, de caráter jurídico: uma cerimônia com a intenção cartorial de ser ato de Direito Internacional. […] participa dessa ficção jurídica: ato cartorial de declaração de propriedade, num lugar onde não havia cartório algum. Declarava-se a propriedade sobre uma ilha, e não havia ilha; não só havia ficção quanto ao objeto, mas se inventava uma repartição pública, para cumprir a ficção de uma partilha papal do planeta, com a ficção de um desvio de rota, pela ficção da vontade divina. O direito de propriedade pretendia basear-se numa posse – o uti possidetis – o ‘como possuis’ do que não se possuía nem se sabia o que era. A posse do território era uma ficção (…) O sistema de propriedade rural brasileiro constrói-se à base dessa ficção: e com ele o sistema de poder e de organização social.”

  • A) A Carta de Pero Vaz de Caminha.
  • B) A Carta de Doação da Capitania Hereditária do Espírito Santo, cujo território estendia-se do litoral do hoje estado do Espírito Santo até a atual região do Triângulo Mineiro, no estado de Minas Gerais.
  • C) Uma específica Carta de Sesmaria tendo por objeto uma gleba de terras, inicialmente tida por uma ilha, que, mais tarde, adquiriu natureza jurídica de terreno de marinha, localizado no atual estado do Espírito Santo.
  • D) O Tratado de Tordesilhas, assinado na povoação castelhana de Tordesilhas em 7 de junho de 1494, celebrado entre o Reino de Portugal e a Coroa de Castela para dividir as terras “descobertas e por descobrir” por ambas as Coroas fora da Europa.

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A alternativa correta é letra A) A Carta de Pero Vaz de Caminha.

O trecho transcrito faz referência à cerimônia de posse, que é uma cena teatral, de caráter jurídico, que declara a propriedade sobre uma ilha, mas não havia ilha. Isso remete à Carta de Pero Vaz de Caminha, que é o documento que registra a posse do território brasileiro pelos portugueses, em 1500. Nessa carta, Pero Vaz de Caminha descreve a chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil e a tomada de posse do território em nome do rei de Portugal.

637) As principais conquistas portuguesas obtidas pelo Tratado de Utrecht (1713) em relação às pretensões francesas na Amazônia foram:

  • A) o reconhecimento do Rio Oiapoque como fronteira entre as possessões francesas e portuguesas e a posse das duas margens na Foz do Rio Amazonas.

  • B) a cessão de Caiena para o livre comércio empreendido por súditos portugueses e a posse da Fortaleza da Ilha do Diabo.

  • C) a posse da margem sul do Rio Amazonas e a devolução de São Luís, antiga França Equinocial, aos portugueses.

  • D) o domínio da Ilha do Marajó e o direito à navegação do Rio Amazonas, controlado pelos jesuítas franceses.

  • E) a definição do Rio Caciporé como fronteira entre as possessões francesas e portuguesas, e a conquista de Belém aos franceses.

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A alternativa correta é letra A) o reconhecimento do Rio Oiapoque como fronteira entre as possessões francesas e portuguesas e a posse das duas margens na Foz do Rio Amazonas.

Gabarito: ALTERNATIVA A

  
  • As principais conquistas portuguesas obtidas pelo Tratado de Utrecht (1713) em relação às pretensões francesas na Amazônia foram:

Assinado em 1713, o Tratado de Utrecht colocou fim à Guerra de Sucessão Espanhola (1701-1714), que envolveu diversas potências europeias. O tratado foi celebrado entre Portugal, Espanha, Reino Unido, França e Saboia, e teve como objeto a reorganização das fronteiras na Europa e na América; além de estabelecer a legitimidade dos governos vencedores durante o conflito, reordenando as relações políticas após o conflito. Sobre as posições portuguesas na América, o tratado destacou que a França renunciava definitivamente a pretensões e direitos sobre os territórios do Cabo Norte, compreendido entre os rios Amazonas e Oiapoque. Da mesma forma, reconhecia-se a plena soberania portuguesa sobre as margens do Amazonas e a livre-navegação em detrimento das reclamações francesas anteriores. Bem como a França reafirmava o compromisso de respeita o pacto colonial sobre todas as terras portuguesas na América, afastando os direitos comerciais dos seus habitantes de Caiena com relação à colônia portuguesa. À luz desses esclarecimentos, observemos as alternativa que seguem.

 
  • a) o reconhecimento do Rio Oiapoque como fronteira entre as possessões francesas e portuguesas e a posse das duas margens na Foz do Rio Amazonas.

Como se pode notar, não há nenhum erro aqui. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • b) a cessão de Caiena para o livre comércio empreendido por súditos portugueses e a posse da Fortaleza da Ilha do Diabo.

O tratado foi muito claro ao estabelecer que a França e todas as suas colônias reconheciam o direito do exclusivismo comercial português sobre os seus territórios na América. Isto é, o rei francês se declarava empenhado em fazer com que todo o seu império respeitasse o fechamento comercial da colônia imposto por Portugal pelo pacto colonial. Alternativa errada.

 
  • c) a posse da margem sul do Rio Amazonas e a devolução de São Luís, antiga França Equinocial, aos portugueses.

A posse do rio Amazonas e de suas margens foi assegurada a Portugal no tratado. Além disso, os franceses foram expulsos de São Luís no início do século XVII, jamais retornando a ocupar de fato a região; bem como o Tratado de Utrecht era claríssimo quanto à renúncia geral e definitiva das pretensões francesas sobre as posses portuguesas ao sul do Cabo Norte (Amapá). Alternativa errada.

 
  • d) o domínio da Ilha do Marajó e o direito à navegação do Rio Amazonas, controlado pelos jesuítas franceses.

Ainda que houvesse significativa presença de jesuítas em alguns pontos do rio Amazonas, é completamente equivocado falar em um controle de navegação estabelecido por jesuítas franceses. Além disso, o tratado estabelecia de maneira clara que a navegação do Amazonas era exclusividade da Coroa portuguesa. Alternativa errada.

 
  • e) a definição do Rio Caciporé como fronteira entre as possessões francesas e portuguesas, e a conquista de Belém aos franceses.

Tratava-se de um tratado de paz, portanto, não é razoável falar que geraria uma "conquista" de uma cidade pelos franceses. O rio Caciporé fica no extremo leste do Amapá, distante da região de fronteira. Os dois marcos fundamentais para consolidar a posição portuguesa no Cabo Norte foram os rios Amazonas e Oiapoque, o qual até hoje estabelece a fronteira entre Brasil e Guiana Francesa. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

638) Sobre a História do Brasil leia o trecho abaixo e complete a lacuna.

  • A) 10
  • B) 15
  • C) 27
  • D) Nenhuma das alternativas.

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A alternativa correta é letra B) 15

Em 1534, a Coroa Portuguesa dividiu o território brasileiro em 15 capitanias hereditárias, que eram imensos lotes de terra que se estendiam do litoral até o limite estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas. Essa divisão foi feita para colonizar o Brasil e garantir a posse da terra.

639) Sobre o Governo Geral no Brasil leia o trecho abaixo e complete a lacuna

  • A) Tomé de Souza / Duarte da Costa / Mem de Sá
  • B) Duarte da Costa / Mem de Sá / Tomé de Souza
  • C) Mem de Sá / Tomé de Souza / Duarte da Costa
  • D) Nenhuma das alternativas.

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A alternativa correta é letra A) Tomé de Souza / Duarte da Costa / Mem de Sá

Vamos analisar cada alternativa, para identificar a sequência correta dos governadores gerais do Brasil.

   

A) Tomé de Souza / Duarte da Costa / Mem de Sá

CORRETO. A alternativa A apresenta a sequência correta dos governadores gerais do Brasil. Tomé de Souza foi o primeiro governador geral, enviado pela Coroa Portuguesa em 1548 para organizar a administração colonial. Ele recebeu um conjunto de leis que determinavam as funções administrativas, judicial, militar e tributária do Governo Geral. Duarte da Costa sucedeu Tomé de Souza, sendo o segundo governador geral. E, por fim, Mem de Sá foi o terceiro governador geral do Brasil.

   

B) Duarte da Costa / Mem de Sá / Tomé de Souza

INCORRETO. A alternativa B apresenta uma sequência incorreta dos governadores gerais do Brasil. Como mencionado anteriormente, Tomé de Souza foi o primeiro governador geral, seguido por Duarte da Costa e Mem de Sá. A sequência apresentada na alternativa B está, portanto, incorreta.

   

C) Mem de Sá / Tomé de Souza / Duarte da Costa

INCORRETO. A alternativa C também apresenta uma sequência incorreta dos governadores gerais do Brasil. A ordem correta é: Tomé de Souza, Duarte da Costa e Mem de Sá.

   

D) Nenhuma das alternativas.

INCORRETO. A alternativa D está incorreta, pois a alternativa A apresenta a sequência correta dos governadores gerais do Brasil.

Portanto, a alternativa correta é a LETRA A.

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640) O dia em que o capitão-mor Pedro Álvares Cabral levantou a cruz […] era a 3 de maio, quando se celebra a invenção da Santa Cruz em que Cristo Nosso Redentor morreu por nós, e por esta causa pôs nome à terra que se encontrava descoberta de Santa Cruz e por este nome foi conhecida muitos anos. Porém, como o demônio com o sinal da cruz perdeu todo o domínio que tinha sobre os homens, receando perder também o muito que tinha em os desta terra, trabalhou que se esquecesse o primeiro nome e lhe ficasse o de Brasil, por causa de um pau assim chamado de cor abrasada e vermelha com que tingem panos […].

  • A) a Igreja católica defendeu a prática do extrativismo durante o processo de conquista e colonização do Brasil.

  • B) um esforço amplo de salvação dos povos nativos do Brasil orientou as ações dos mercadores portugueses.

  • C) os nomes atribuídos pelos colonizadores às terras do Novo Mundo sempre respeitaram motivações e princípios religiosos.

  • D) o objetivo primordial da colonização portuguesa do Brasil foi impedir o avanço do protestantismo nas terras do Novo Mundo.

  • E) uma visão mística da colonização acompanhou a exploração dos recursos naturais existentes nas terras conquistadas.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra E) uma visão mística da colonização acompanhou a exploração dos recursos naturais existentes nas terras conquistadas.

 

Gabarito: alternativa E)

Com base na leitura e interpretação do texto da questão que traz elementos sobre a chegada dos portugueses ao Brasil, devemos assinalar a alternativa que apresenta um argumento correto.

a)  a Igreja católica defendeu a prática do extrativismo durante o processo de conquista e colonização do Brasil.

Incorreta. O extrativismo era preocupação dos investidores que lucravam com o processo colonizador, a principal preocupação da Igreja Católica era a difusão do cristianismo, converter os povos nativos em fiéis.

b)  um esforço amplo de salvação dos povos nativos do Brasil orientou as ações dos mercadores portugueses.

Incorreto. O esforço dos mercadores era pelos lucros que viriam do comércio de produtos tropicais.

c)  os nomes atribuídos pelos colonizadores às terras do Novo Mundo sempre respeitaram motivações e princípios religiosos.

Incorreta. Apesar de muitos nomes seguirem tal lógica, não podemos generalizar.

d)  o objetivo primordial da colonização portuguesa do Brasil foi impedir o avanço do protestantismo nas terras do Novo Mundo.

Incorreta. Na perspectiva religiosa, o objetivo não era impedir o avanço do protestantismo, era difundir o catolicismo entre os povos nativos das terras do Novo Mundo.

e)  uma visão mística da colonização acompanhou a exploração dos recursos naturais existentes nas terras conquistadas.

Correta! Essa é a ideia central do texto, misturar os aspectos religiosos com os interesses econômicos da exploração colonial. Os portugueses e espanhóis vieram em busca de riquezas e imaginavam que estavam fazendo um trabalho de salvação das almas através da conversão de povos nativos. Esse trabalho foi articulado com muitas ordens religiosas como os Jesuítas, os Carmelitas e os Franciscanos.

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