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Questões Sobre Período Colonial - História - concurso

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761) O primeiro jornal impresso no Brasil fundado em 10 de setembro de 1808 foi:

  • A) Gazeta do Rio de Janeiro.

  • B) O Diário de São Paulo.

  • C) Jornal do Globo.

  • D) Nenhuma das alternativas.

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O primeiro jornal impresso no Brasil foi fundado em 10 de setembro de 1808 e é a Gazeta do Rio de Janeiro.

Essa publicação foi criada por decreto do príncipe regente D. João VI, que havia chegado ao Brasil em 1808, fugindo das invasões napoleônicas em Portugal. A Gazeta do Rio de Janeiro foi o primeiro jornal impresso no Brasil e teve como objetivo principal informar a população sobre os atos do governo e as notícias oficiais.

762) Em 1591 desembarcava em Salvador o licenciado Heitor Furtado de Mendonça, com poderes delegados pelo Tribunal do Santo Ofício de Portugal. Em suma, sua visita e de demais membros da instituição, tinha como objetivo investigar a conduta dos colonos que pudessem ferir os princípios da Igreja Católica. Aos condenados pelo Tribunal, as penas poderiam variar da expropriação de bens até o encarceramento na Metrópole, há registro de apenas um caso de condenação à fogueira. Sobre a atuação da Igreja Católica no Brasil colonial, aponte a alternativa CORRETA:

  • A) O Tribunal do Santo Ofício e sua atividade nos domínios portugueses ultramar pode ser concebido como uma forma de expressão do padroado, constituindo-se como um braço religioso em termos de colonialismo.
  • B) Pouco mais de 300 pessoas foram condenadas pelo Tribunal no Brasil e apenas uma foi condenada à morte, demonstrando que a estrutura da instituição tinha dificuldades de funcionar, sendo assim, ela foi extinta já no começo do século XVII.
  • C) Em geral, os inquisidores do Tribunal do Santo Ofício no Brasil atestaram pecados como o de blasfêmia e infração litúrgica, não encontrando nenhuma prática judaica, já que os judeus não migraram para o Brasil neste período.
  • D) A atuação dos padres jesuítas, além da catequese, também se estendeu para inquirição dos pecados dos colonos, exemplo disso foi a instauração do Tribunal do Santo Ofício no Brasil.

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A alternativa correta é letra A) O Tribunal do Santo Ofício e sua atividade nos domínios portugueses ultramar pode ser concebido como uma forma de expressão do padroado, constituindo-se como um braço religioso em termos de colonialismo.

Gabarito: ALTERNATIVA A

  

Em 1591 desembarcava em Salvador o licenciado Heitor Furtado de Mendonça, com poderes delegados pelo Tribunal do Santo Ofício de Portugal. Em suma, sua visita e de demais membros da instituição, tinha como objetivo investigar a conduta dos colonos que pudessem ferir os princípios da Igreja Católica. Aos condenados pelo Tribunal, as penas poderiam variar da expropriação de bens até o encarceramento na Metrópole, há registro de apenas um caso de condenação à fogueira. Sobre a atuação da Igreja Católica no Brasil colonial, aponte a alternativa CORRETA:

 
  • a)  O Tribunal do Santo Ofício e sua atividade nos domínios portugueses ultramar pode ser concebido como uma forma de expressão do padroado, constituindo-se como um braço religioso em termos de colonialismo.

O padroado foi o resultado de uma longa negociação entre as monarquias ibéricas e a Santa Sé, segundo a qual os reis de Portugal e Espanha eram investido de certas responsabilidades e poderes eclesiásticos para expandir a fé e a Igreja para além da Europa - especialmente em África e América. A administração e a organização da fé católica, sob o regime do padroado, ficava a cargo do Estado, a quem também cabia prover os recursos não alcançados pelos dízimos e a construção de igrejas. Na prática, isso implicou na aproximação profunda entre as funções políticas e religiosas, com os párocos e bispos cruzando caminhos muito delicados das tramas políticas coloniais. Para as colônias portuguesas, a Metrópole vinha trabalhando desde o século XV no reconhecimento papal para o caráter de cruzada cristã do seu empreendimento colonial, abrindo espaço para a constituição do padroado. Investidos da aura cruzada, os colonizadores portugueses conseguiram implicar o Tribunal do Santo Ofício em suas operações coloniais tanto pelo lado religioso quanto em sua atuação política em si. ALTERNATIVA CORRETA.

  
  • b)  Pouco mais de 300 pessoas foram condenadas pelo Tribunal no Brasil e apenas uma foi condenada à morte, demonstrando que a estrutura da instituição tinha dificuldades de funcionar, sendo assim, ela foi extinta já no começo do século XVII.

Os principais choques entre a hierarquia da Igreja, o Estado e a Companhia de Jesus se concentraram no final do século XVI, durante a atuação do primeiro bispo de Salvador, Pero Fernandes Sardinha. Superada a primeira crise, a Igreja passou por um aprofundamento e um adensamento burocrático-institucional em vários pontos da colônia, criando novas prelazias e dioceses ao longo dos séculos XVII e XVIII. A ação do Santo Ofício não pode ser medida apenas em relação ao seu número de condenações, mas sim frente à sua capacidade de moderação dos costumes sem a aplicação da pena em si. Alternativa errada.

 
  • c)  Em geral, os inquisidores do Tribunal do Santo Ofício no Brasil atestaram pecados como o de blasfêmia e infração litúrgica, não encontrando nenhuma prática judaica, já que os judeus não migraram para o Brasil neste período.

A presença judaica no Brasil colônia não pode ser descartada sob hipótese alguma. Naquele período, Portugal impôs a conversão forçada dos judeus presentes no reino, criando os chamados cristãos-novos; e esse movimento de perseguição foi importante também para que muitos judeus deixassem Portugal com destino às novas terras. Na América Portuguesa, a presença de judeus, cristãos-novos e cripto-judeus foi uma realidade desde o descobrimento (1500); até mesmo já na esquadra cabralina já havia presença judaica entre a tripulação. Com as invasões holandesas do século XVII, mais judeus vieram ao Brasil em busca de novas possibilidades de vida e de negócios porque a sociedade holandesa era muito mais aberta para a convivência com outras religiões. Alternativa errada.

 
  • d)  A atuação dos padres jesuítas, além da catequese, também se estendeu para inquirição dos pecados dos colonos, exemplo disso foi a instauração do Tribunal do Santo Ofício no Brasil.

A atuação dos jesuítas estava ligada à presença da Companhia de Jesus em todo o empreendimento colonial, e não com a constituição do Tribunal do Santo Ofício. A atuação jesuíta no Brasil optou, em grande medida, pela interiorização de suas ações para a cristianização, ao passo que as práticas inquisitoriais se concentravam nas cidades. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

763) “Entre as resoluções do Concílio de Trento, nenhum destaque fora dado à expansão católica no além-mar (…) Além disso, a posição defensiva assumida pelo Concílio bem como a composição majoritariamente italiana dos conciliares, dificilmente o levariam a formular, em meados daquele século [XVI], uma política global para o Novo Mundo.”

  • A) Pelos jesuítas, que agindo independente dos Estados monárquicos, mas normalmente por eles apoiados tiveram papel fundamental na catequização dos nativos.

  • B) Pelos jesuítas, que agindo de forma totalmente indiferente às ordens papais vinham para a América sob encomenda e comando dos reis.

  • C) Pelos jesuítas, que agindo de forma descentralizada e sem um treinamento rígido, praticavam barbaridades contra os índios sendo, inclusive, os maiores defensores da escravização dos nativos.

  • D) Pelos franciscanos, que através de um evangelho de amor e abandono de qualquer riqueza viam na América a oportunidade para colocar seus ideais em prática.

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A alternativa correta é letra A) Pelos jesuítas, que agindo independente dos Estados monárquicos, mas normalmente por eles apoiados tiveram papel fundamental na catequização dos nativos.

Gabarito: ALTERNATIVA A

  

“Entre as resoluções do Concílio de Trento, nenhum destaque fora dado à expansão católica no além-mar (...) Além disso, a posição defensiva assumida pelo Concílio bem como a composição majoritariamente italiana dos conciliares, dificilmente o levariam a formular, em meados daquele século [XVI], uma política global para o Novo Mundo.”

 

Mesmo que o Concílio de Trento não tenha dado importância central ao Novo Mundo, as colônias ibero-americanas receberam forte influência católica realizada principalmente:

 
  • a)  Pelos jesuítas, que agindo independente dos Estados monárquicos, mas normalmente por eles apoiados tiveram papel fundamental na catequização dos nativos.

Os jesuítas, organizado na Ordem da Companhia de Jesus, tiveram uma grande expressão junto às Grandes Navegações, estando muito próximos às monarquias católicas (Portugal e Espanha), que foram as maiores potências navais dos primeiros séculos deste empreendimento. O estudante precisa ter claro que o colonialismo dos séculos XV e XVI estava intimamente ligado com uma visão religiosa de mundo, havendo uma percepção forte sobre a necessidade de expandir a fé cristã pelas terras novas. O trabalho de catequização dos nativos foi a principal atividade jesuíta na América e, não raro, entrou em choque com a empresa colonial, principalmente nos séculos XVI e XVII, quando a plantation ainda buscava a escravização de indígenas para a lavoura. Foi por decisão do rei português que os aldeamentos indígenas foram protegidos, bem como conseguiram os jesuítas a garantia real sobre a liberdade dos nativos sob o argumento de que eram seres dotados de alma e cristãos, não podendo, portanto, ser reduzidos à condição de escravos. As posições dos jesuítas na América só seriam enfraquecidas já no século XVIII por conta das reformas pombalinas. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • b)  Pelos jesuítas, que agindo de forma totalmente indiferente às ordens papais vinham para a América sob encomenda e comando dos reis.

A busca pela cristianização do Novo Mundo foi um movimento importante para a Igreja Católica e foi levado a cabo pelos jesuítas com o suporte das ordens papais. Além disso, as monarquias portuguesa e espanholas tinham uma relação muito próxima com a Igreja e seus processos de expansão marítima foram fortemente marcados pelas questões religiosas. Alternativa errada.

 
  • c)  Pelos jesuítas, que agindo de forma descentralizada e sem um treinamento rígido, praticavam barbaridades contra os índios sendo, inclusive, os maiores defensores da escravização dos nativos.

Ainda que o processo de catequização possa ser alvo de muitas reservas e questionamentos sobre seus procedimentos, é inegável que a sua ação política foi decisiva para que o governo metropolitano banisse a escravização dos nativos. Para os jesuítas, o processo de escravização era um risco grande demais para os seus aldeamentos e para todo o trabalho de evangelização, tanto por questões teológicas quanto pelo risco eminente de ataques contra seus acampamentos para a captura dos nativos. Alternativa errada.

 
  • d)  Pelos franciscanos, que através de um evangelho de amor e abandono de qualquer riqueza viam na América a oportunidade para colocar seus ideais em prática.

Congregados sob a Ordem dos Frades Menores, os franciscanos vieram para a América ainda no século XVI, mas sua organização deu preferência para a formação de conventos em vários pontos da costa, sem partir exatamente para a catequização no continente profundo. Entre as principais organizações dos franciscanos, podemos citar o Convento de São Francisco de Vitória (ES) e o Convento de Santo Antônio (RJ). Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

764) A destruição do Quilombo dos Palmares, no século XVII, após os ataques empreendidos pelas forças comandadas pelo bandeirante paulista Domingos Jorge Velho

  • A) ocorreu após várias investidas armadas no local, situado na atual região do Nordeste, e que abrigava, sob o nome “Palmares”, uma grande confederação de quilombos, nos quais viviam, além de negros, mestiços, brancos pobres e

    indígenas.

  • B) resultou na morte do líder Zumbi, nascido em Palmares, logo sucedido por Ganga Zumba, responsável por fundar um novo quilombo similar na região serrana de Minas Gerais, em um lugar de mais difícil acesso.

  • C) representou um marco histórico na repressão aos quilombos, uma vez que, após essa derrota, os quilombos deixaram de ser organizados no meio rural, dando lugar a revoltas urbanas planejadas por irmandades e sociedades de ajuda mútua constituídas por alforriados.

  • D) fortaleceu o bandeirantismo em São Paulo, particularmente as bandeiras de apresamento, destinadas à captura e ao comércio de negros escravizados fugidos, em um contexto de crise do tráfico negreiro com implicações no fornecimento de mão de obra escrava para as colônias portuguesas.

  • E) desencadeou, nas fazendas de cana-de-açúcar, o imediato afrouxamento das penalidades e castigos aplicados aos escravos, na perspectiva de se evitarem as fugas e a possível formação de novos quilombos, ao se constatar a dimensão de Palmares, com mais de 20 mil pessoas, e a resistência dos quilombolas aos ataques.

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A alternativa correta é letra A) ocorreu após várias investidas armadas no local, situado na atual região do Nordeste, e que abrigava, sob o nome “Palmares”, uma grande confederação de quilombos, nos quais viviam, além de negros, mestiços, brancos pobres e

indígenas.

Gabarito: ALTERNATIVA A

  

A destruição do Quilombo dos Palmares, no século XVII, após os ataques empreendidos pelas forças comandadas pelo bandeirante paulista Domingos Jorge Velho

  • a)  ocorreu após várias investidas armadas no local, situado na atual região do Nordeste, e que abrigava, sob o nome “Palmares”, uma grande confederação de quilombos, nos quais viviam, além de negros, mestiços, brancos pobres e indígenas.

A alternativa é bastante completa sobre a constituição de Palmares. Localizado na região da Serra da Barriga (AL), que pertencia, à época, à capitania de Pernambuco, o Quilombo de Palmares se constituiu ao longo do século XVII em alguma medida por conta dos distúrbios e fragilizações decorrentes das Invasões Holandesas naquela capitania. Tendo seus primeiros integrantes chegado no final do século anterior a partir das fugas dos engenhos, a fama e as proporções do quilombo atraíram excluídos de toda sorte no século XVII, além dos escravos propriamente ditos. No seu auge, Palmares chegou a abrigar cerca de vinte mil pessoas organizadas em torno de vários núcleos menores e sempre assediado, principalmente por conta da escassez de mão de obra escrava após a expulsão dos holandeses em 1654. Até a derrota final do quilombo em 1710, conseguiram resistir a dezoito missões oficiais destinadas à destruição de Palmares. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • b)  resultou na morte do líder Zumbi, nascido em Palmares, logo sucedido por Ganga Zumba, responsável por fundar um novo quilombo similar na região serrana de Minas Gerais, em um lugar de mais difícil acesso.

Importante líder militar dos quilombolas, Zumbi chegou ao comando de Palmares após a morte de Ganga Zumba. Trazido da África e primeiro líder inconteste de Palmares, Ganga Zumba foi o grande nome do apogeu do quilombo, adotando uma prática defensiva e reativa contra os ataques, evitando a todo custo expor os recursos do quilombo desnecessariamente e dificultando as ações das forças atacantes. Ganga Zumba seria morto por volta de 1678 num quadro de disputas internas desencadeadas por uma possibilidade de acordo de paz com as forças portuguesas, ao qual o líder se opunha completamente. Zumbi emergiu do vazio de poder deixado pela morte de Ganga Zumba, também preocupado com a manutenção da independência quilombola. Nascido em Palmares, Zumbi implementou uma tática de guerrilha contra as forças portuguesas, atacando engenhos e libertando escravos para fortalecer o quilombo. Sua morte, em 1695, resultaria de uma traição interna durante as ofensivas Domingos Jorge Velho; que debelaria completamente Palmares nos anos seguintes sem a liderança de Zumbi. Alternativa errada.

 
  • c)  representou um marco histórico na repressão aos quilombos, uma vez que, após essa derrota, os quilombos deixaram de ser organizados no meio rural, dando lugar a revoltas urbanas planejadas por irmandades e sociedades de ajuda mútua constituídas por alforriados.

A derrota de Palmares, apesar de ser um marco muito negativo na resistência contra o cativeiro, não encerrou de maneira alguma o ciclo de surgimento de quilombos. Bem como a prática da alforria só se adensaria numa campanha abolicionista robusta já em meados do século XIX, quase século e meio depois da queda do Quilombo de Palmares. Alternativa errada.

 
  • d)  fortaleceu o bandeirantismo em São Paulo, particularmente as bandeiras de apresamento, destinadas à captura e ao comércio de negros escravizados fugidos, em um contexto de crise do tráfico negreiro com implicações no fornecimento de mão de obra escrava para as colônias portuguesas.

O comércio infame sustentou o abastecimento de mão de obra escrava na América portuguesa durante todo o período colonial e ainda sobreviveria quase três décadas depois da Independência (1822). Infelizmente, o tráfico negreiro era uma das atividades mais rentáveis do mundo colonial e a expansão de novas atividades econômicas na colônia sempre mantinha a demanda por escravos relativamente aquecida. Além disso, o bandeirantismo paulista se especializou, em suas missões de apresamento, na captura e na escravização de indígenas no interior da colônia; além de encontrarem pedras preciosas e drogas do sertão em suas expedições. Partindo para desbravar os interiores do continente desconhecido pelos colonizadores, os bandeirantes tanto expandiam a vida colonial, ensaiando uma nova sociedade, quanto levavam um trilho de horrores em suas missões de apresamento. Alternativa errada.

 
  • e)  desencadeou, nas fazendas de cana-de-açúcar, o imediato afrouxamento das penalidades e castigos aplicados aos escravos, na perspectiva de se evitarem as fugas e a possível formação de novos quilombos, ao se constatar a dimensão de Palmares, com mais de 20 mil pessoas, e a resistência dos quilombolas aos ataques.

A alternativa é contraditória em seus próprios termos: o rigor dos castigos físicos aplicados aos escravos tinha como meta coibir as fugas e as organizações dentro da senzala. A formação de um quilombo com as proporções de Palmares foi antes um alerta geral para as fazendas de cana-de-açúcar, que redobraram as medidas de repressão contra fugas e de controle sobre os cativos. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

765) Leia atentamente o trecho da música “Um índio – Caetano Veloso”:

  • A) Com o chamado Diretório de Pombal, foi proibido aos indígenas que utilizassem seus próprios nomes. Ficou determinado que eles usassem nomes e sobrenomes de famílias de Portugal. Tornou-se obrigatório, também, no lugar das línguas indígenas o uso unicamente da língua portuguesa
  • B) Algumas famílias indígenas puderam resistir às pressões nos seus locais de moradias ou nas cercanias, mas de difícil acesso. E foi através dessas relações e vínculos (casamentos, moradias etc.) que estabeleceram com outros grupos também considerados marginalizados (negros, brancos pobres) pelo sistema social vigente, que puderam reelaborar a identidade étnica afirmada pelos atuais povos indígenas no Nordeste
  • C) Os povos indígenas derrotados elaboraram diversas estratégias de resistência, porém todas com malogro que permitiu o desaparecimento dos índios no Nordeste
  • D) As pesquisas recentes na documentação de missões religiosas revelaram que mesmo naqueles contextos de diversas violências explícitas, os povos indígenas simularam derrotas e sabotaram a dominação colonial, estabelecendo uma “resistência invisível”, através da persistência de práticas religiosas ancestrais

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A alternativa correta é letra C) Os povos indígenas derrotados elaboraram diversas estratégias de resistência, porém todas com malogro que permitiu o desaparecimento dos índios no Nordeste

Gabarito: ALTERNATIVA C

  

Leia atentamente o trecho da música “Um índio – Caetano Veloso”:


“Um índio preservado em pleno corpo físico


Em todo sólido, todo gás e todo líquido


Em átomos, palavras, alma, cor


Em gesto, em cheiro, em sombra, em luz, em som


magnífico


Num ponto equidistante entre o Atlântico e o


Pacífico


Do objeto-sim resplandecente descerá o índio


E as coisas que eu sei que ele dirá, fará


Não sei dizer assim de um modo explícito.”


A música "Um índio" é uma poesia que faz referência aos povos indígenas e sua resistência a dominação dos europeus. A respeito deste tema, assinale a alternativa incorreta.

  • a)  Com o chamado Diretório de Pombal, foi proibido aos indígenas que utilizassem seus próprios nomes. Ficou determinado que eles usassem nomes e sobrenomes de famílias de Portugal. Tornou-se obrigatório, também, no lugar das línguas indígenas o uso unicamente da língua portuguesa

Nessa alternativa, era importante que o período pombalino (1740 - 1777) foi o grande momento do Antigo Regime português, que viveu sob a influência do Marquês de Pombal o chamado despotismo esclarecido. Naquele momento, a centralização político-administrativa estava sendo empreendida com grande velocidade, fragilizando o papel da aristocracia e implantando reformas gerais no Estado português. Para o mundo colonial, isso significou o estreitamento do controle metropolitano sobre o cotiano das colônias com novas leis buscando a ampliação do papel da burocracia portuguesa e da eficiência das leis. O Diretório dos Índio foi uma lei portuguesa colocada em vigor 1757 com um objetivo político muito claro: fragilizar a posição dos jesuítas no Brasil. A centralização pretendida por Pombal, não raro, esbarrava na influência da Igreja dentro do Estado português e, na experiência brasileira, os jesuítas acumulavam um poder muito expressivo por estarem há dois séculos entranhados no território nas missões de catequização dos indígenas. Com o Diretório, Pombal conseguia secularizar os aldeamentos, dando o passo decisivo para determinar a expulsão dos jesuítas da América portuguesa. Ao mesmo tempo, dava-se um passo na ideia de ampliar o controle metropolitano sobre a colônia por meio da integração indígena dentro da sociedade colonial, medida que exigia a padronização educacional e o banimento de culturas originárias em favor das formas sociais portuguesas.  As medidas elencadas na alternativa acorriam a esse esforço integracionista e de centralização em torno da forma portuguesa. Sem erros na alternativa.

 
  • b)  Algumas famílias indígenas puderam resistir às pressões nos seus locais de moradias ou nas cercanias, mas de difícil acesso. E foi através dessas relações e vínculos (casamentos, moradias etc.) que estabeleceram com outros grupos também considerados marginalizados (negros, brancos pobres) pelo sistema social vigente, que puderam reelaborar a identidade étnica afirmada pelos atuais povos indígenas no Nordeste

Ainda que tenha algo de romanceado e não estabeleça balizas temporais efetivas, basta que o estudante tenha alguma imaginação histórica. As capacidades logísticas e administrativas do governo colonial eram limitadas para um território tão vasto, principalmente frente a sociedades distantes das cidades e das grandes zonas produtoras. Ou seja, é muito provável que famílias indígenas sequer tenham sido alcançadas por uma política de assimilação bem estruturada e tenham mantido suas formas sociais bem como se miscigenaram com outros excluídos da sociedade colonial. A conformação social do Brasil não pode ser compreendida apenas a partir das ordens centrais, sendo necessário observar tanto as formas de resistência quanto as expressões da exclusão e da ineficiência do governo. Sem erros na alternativa.

 
  • c)  Os povos indígenas derrotados elaboraram diversas estratégias de resistência, porém todas com malogro que permitiu o desaparecimento dos índios no Nordeste

Como comentado acima, apesar de formas brutais de genocídio e de políticas de assimilação, vários povos conseguiram permanecer relativamente distantes desses processos com pouco ou nenhum contato com a sociedade colonial. Além disso, as formas de resistência também apresentaram alguns pontos de vitória, mesmo que a forma colonial tenha prevalecido no processo histórico brasileiro. Olhando a questão sob o prisma da longa duração, pode-se entender que a resistência indígena atual é uma permanência desses choques coloniais e recusar isso é simplesmente validar os séculos de violência. Além disso, há de se destacar que nações indígenas existem no Nordeste brasileiro e há vários dos seus traços na formação étnica da sociedade brasileira em si. Por apresentar erros, esta é a ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • d)  As pesquisas recentes na documentação de missões religiosas revelaram que mesmo naqueles contextos de diversas violências explícitas, os povos indígenas simularam derrotas e sabotaram a dominação colonial, estabelecendo uma “resistência invisível”, através da persistência de práticas religiosas ancestrais

O avaliador foi muito feliz ao relembrar que a resistência indígena se deu em vários níveis e de diversas formas e que é um erro reduzi-la à violência. No século XVI, há de se lembrar, que até mesmo alianças foram estabelecidas com portugueses e com franceses por diversas nações para defender objetivos e resistir à implantação de certas formas de dominação colonial. Sem erros na alternativa.

  

Sem mais, a única a apresentar erros é a ALTERNATIVA C.

766) No livro didático de Rocha Pombo, História do Brasil para o ensino secundário, que em 1922 estava na sua 19ª edição, há a reprodução de três quadros de Benedito Calixto (1853-1927): Chegada da frota de Martim Afonso de Sousa, Martim Afonso a caminho de Piratininga e Fundação de São Vicente. Essas obras inserem-se numa modalidade que alguns especialistas consideram como deturpação do gênero de pintura histórica.

  • A) houve a opção por um olhar histórico mais voltado para os grupos sociais brasileiros menos prestigiados pelo conjunto dos brasileiros, caso dos povos indígenas e dos afrodescendentes.

  • B) existe mais preocupação em fazer um radical combate político da nascente ordem republicana do que representar com naturalidade eventos relacionados às origens no Brasil como nação.

  • C) há pouca naturalidade, condição revelada pela ampla mistura de elementos brasileiros e estrangeiros, além da diversidade de tempos presentes, em uma confusão entre passado e presente.

  • D) as referências historiográficas vieram de autores desvinculados do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, proponentes de uma história nacional que justificava o atraso nacional em virtude da colonização lusa.

  • E) não havia o respaldo de textos históricos e de uma leitura rigorosa de documentos que pudesse orientar a execução da obra, diverso do que ocorreu com as obras de Victor Meirelles e Pedro Américo.

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A alternativa correta é letra E) não havia o respaldo de textos históricos e de uma leitura rigorosa de documentos que pudesse orientar a execução da obra, diverso do que ocorreu com as obras de Victor Meirelles e Pedro Américo.

Gabarito: ALTERNATIVA E

  

No livro didático de Rocha Pombo, História do Brasil para o ensino secundário, que em 1922 estava na sua 19ª edição, há a reprodução de três quadros de Benedito Calixto (1853-1927): Chegada da frota de Martim Afonso de Sousa, Martim Afonso a caminho de Piratininga e Fundação de São Vicente. Essas obras inserem-se numa modalidade que alguns especialistas consideram como deturpação do gênero de pintura histórica. [Thais N. de L. e Fonseca. “Ver para compreender”: arte, livro didático e a história da nação. Em: Lana M. de C. Simam e Thais N. de L. Fonseca (orgs.). Inaugurando a História e construindo a nação. Discursos e imagens no ensino de História. Adaptado]

 
  • Deturpação porque, nas obras de Benedito Calixto,

Antes de avançarmos sobre as alternativas, observemos as obras citadas de Benedito Calixto.

 

Chegada da frota de Martim Afonso de Sousa

 

Martim Afonso a caminho de Piratininga

  

Fundação de São Vicente

 

A partir dessas imagens, julguemos as alternativas propostas pela banca.

 
  • a)  houve a opção por um olhar histórico mais voltado para os grupos sociais brasileiros menos prestigiados pelo conjunto dos brasileiros, caso dos povos indígenas e dos afrodescendentes.

Como fica claro na observação das imagens propostas, o protagonismo claro é dos conquistadores europeus com os povos indígenas idealizados e despersonalizados. O olhar histórico estava voltado para a trajetória da instalação colonial portuguesa na América, e não para os menos privilegiados e os indivíduos alheios a esse universo. Alternativa errada.

 
  • b)  existe mais preocupação em fazer um radical combate político da nascente ordem republicana do que representar com naturalidade eventos relacionados às origens no Brasil como nação.

Não existe, nas obras citadas, qualquer referência clara ao pensamento republicano, muito menos formas de combate a ele. Além disso, o enunciado deixa claro que foram imagens reproduzidas em livros didáticos já na década de 1920 como ilustrações da formação histórica brasileira. Ou seja, o próprio período republicano tomou para si essas formas como parte de uma narrativa maior da construção brasileira. Alternativa errada.

 
  • c)  há pouca naturalidade, condição revelada pela ampla mistura de elementos brasileiros e estrangeiros, além da diversidade de tempos presentes, em uma confusão entre passado e presente.

Em obras desse tipo, é muito difícil se falar de "elementos brasileiros". Ora, estão sendo representados eventos dos séculos XVI e XVII, mais de duzentos anos antes da fundação do Brasil independente - o que poderia significar, nesse contexto, ser brasileiro? Se o colonizador português é, sem dúvida, um estrangeiro chegando ao Novo Mundo, o indígena originário tampouco se confunde integralmente com o brasileiro resultante de séculos mais tarde. Nesses quadros, buscou-se antes uma representação em algum grau da formação de uma sociedade brasileira com suas singularidades. Alternativa errada.

 
  • d)  as referências historiográficas vieram de autores desvinculados do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, proponentes de uma história nacional que justificava o atraso nacional em virtude da colonização lusa.

O pensamento historiográfico dominante no Brasil do século XIX vinha exatamente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), o qual desposou a tese do encontro das três raças para a composição do povo brasileiro. Como se pode notar nos quadros, ainda era muito forte o ideal do encontro dos portugueses com os indígenas na construção de uma civilização absolutamente nova nos trópicos. As reflexões sobre o atraso brasileiro e as dificuldades nacionais se daria principalmente com a geração de 30, concentrando nomes como Caio Padro Júnior, Sérgio Buarque e Gilberto Freyre. Alternativa errada.

 
  • e)  não havia o respaldo de textos históricos e de uma leitura rigorosa de documentos que pudesse orientar a execução da obra, diverso do que ocorreu com as obras de Victor Meirelles e Pedro Américo.

De fato, Victor Meirelles e Pedro Américo dedicaram parte significativa de suas obras à representação de fatos históricos sobre os quais se dispunha de relatos e de narrativas mais sólidas do que aqueles abordados por Calixto. Esses outros pintores se dedicaram, por exemplo, a acontecimentos como a Primeira Missa, a Declaração de Independência, a Guerra do Paraguai e as cenas do Segundo Reinado; ou seja, acontecimentos muito mais fartamente explorados e documentados. Calixto, por sua vez, dedicou-se à representação dos primórdios da presença portuguesa no Brasil, assunto sobre o qual há poucas fontes disponíveis. ALTERNATIVA CORRETA.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.

767) Em 1789, no engenho Santana de Ilhéus, Bahia, os escravos mataram o feitor e se adentraram nas matas com as ferramentas do engenho, até reaparecerem algum tempo depois com uma proposta de paz em que pediam melhores condições de trabalho, acesso a roças de subsistência, facilidades para comercializar os excedentes dessas roças, direito de escolher seus feitores, licença para celebrar livremente suas festas, entre outras exigências.

  • A) os mecanismos de resistência à escravidão foram raros e efêmeros, porque o caminho da negociação direta entre os escravos e os seus senhores eram frequentes e fez com que as condições de trabalho dos escravos fossem razoáveis.

  • B) a importância da exploração do trabalho compulsório no Brasil foi superestimada, tendo em vista que as insistentes rebeliões de escravos não atrapalhavam a produção de mercadorias no campo.

  • C) as revoltas escravas eram recorrentes apenas nas regiões produtoras de açúcar, e o efeito imediato dessas revoltas foram leis ampliando os direitos dos escravos e restringindo a ação dos senhores sobre seus escravos.

  • D) as atividades relacionadas à agro-exportação eram dependentes do trabalho escravo, mas o mesmo não ocorria com as outras atividades econômicas, que já contavam com outras modalidades de trabalho livre.

  • E) as rebeliões representavam uma forma clara de resistência contra a escravidão e, ao mesmo tempo, nem sempre objetivavam a liberdade imediata dos rebelados, mas diminuir os níveis de opressão e a busca por algum benefício.

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A alternativa correta é letra E) as rebeliões representavam uma forma clara de resistência contra a escravidão e, ao mesmo tempo, nem sempre objetivavam a liberdade imediata dos rebelados, mas diminuir os níveis de opressão e a busca por algum benefício.

Gabarito: ALTERNATIVA E

  

Em 1789, no engenho Santana de Ilhéus, Bahia, os escravos mataram o feitor e se adentraram nas matas com as ferramentas do engenho, até reaparecerem algum tempo depois com uma proposta de paz em que pediam melhores condições de trabalho, acesso a roças de subsistência, facilidades para comercializar os excedentes dessas roças, direito de escolher seus feitores, licença para celebrar livremente suas festas, entre outras exigências. [João José Reis, “Nos achamos em campo a tratar da liberdade”: a resistência negra no Brasil oitocentista. Em: Carlos Guilherme Mota (org). Viagem incompleta. A experiência brasileira. Formação: histórias (1500-2000)]

 

No evento apresentado, é correto reconhecer que

  • a)  os mecanismos de resistência à escravidão foram raros e efêmeros, porque o caminho da negociação direta entre os escravos e os seus senhores eram frequentes e fez com que as condições de trabalho dos escravos fossem razoáveis.

Seria completamente descabido chamar de "razoáveis" as condições de trabalho num sistema escravocrata. O estudante precisa ter claro que o escravismo entende o trabalhador escravo como uma ferramenta de trabalho e, portanto, parte do patrimônio dos seus senhores. Ainda que houvesse alguns pontos de negociação e algumas possibilidades de ruptura, a estrutura geral do sistema vedava a lógica da negociação direta entre escravos e senhores. E o texto é bem claro ao apontar que a erupção escrava era essencialmente violenta para conseguir estabelecer alguma instância de negociação. Alternativa errada.

 
  • b)  a importância da exploração do trabalho compulsório no Brasil foi superestimada, tendo em vista que as insistentes rebeliões de escravos não atrapalhavam a produção de mercadorias no campo.

O trabalho escravo e o comércio escravo tiveram, sim, importantes repercussões na vida colonial brasileira e a relativização desse papel é bastante infeliz. As rebeliões ocorridas, há de se lembrar, eram reprimidas com grande vigor muitas vezes, bem como havia a perseguição contra os fugitivos. Além da questão patrimonial imediata, uma rebelião escrava poderia significar importantes prejuízos para a produção rural, seja pela paralisação dos trabalhos, seja por possíveis danos à estrutura produtiva instalada. Alternativa errada.

 
  • c)  as revoltas escravas eram recorrentes apenas nas regiões produtoras de açúcar, e o efeito imediato dessas revoltas foram leis ampliando os direitos dos escravos e restringindo a ação dos senhores sobre seus escravos.

Ainda que houvesse, sim, certas limitações legais à ação dos senhores sobre os seus escravos, é muito exagerado falar que estes eram alvo de grande atenção da legislação existente. Quanto ao ponto de ocorrência das revoltas escravas durante o período colonial, de fato, a zona açucareira foi palco de levantes expressivos, mas isso não estava relacionado propriamente à produção, e sim à grande quantidade de cativos empregados nas lavouras e nos engenhos de açúcar. No entanto, houve movimentações parecidas em outros pontos da colônia  não se pode reduzir o fenômeno à sociedade açucareira. Alternativa errada.

 
  • d)  as atividades relacionadas à agro-exportação eram dependentes do trabalho escravo, mas o mesmo não ocorria com as outras atividades econômicas, que já contavam com outras modalidades de trabalho livre.

Como comentado acima, parte significativa da mão de obra escrava estava, sim, concentrada nas atividades relacionadas à agro-exportação, compondo o chamado sistema de plantation. No entanto, o trabalho escravo estava presente em outras atividades como a mineração e o cotidiano das primeiras cidades. Da mesma forma, o interior da casa-grande também era servido por mãos escravas, e não por trabalhadores livres. Ou seja, é completamente equivocado se pensar que a escravidão era uma realidade apenas da grande lavoura de exportação, sendo antes necessário pensá-la como algo estruturante da sociedade colonial. Alternativa errada.

 
  • e)  as rebeliões representavam uma forma clara de resistência contra a escravidão e, ao mesmo tempo, nem sempre objetivavam a liberdade imediata dos rebelados, mas diminuir os níveis de opressão e a busca por algum benefício.

A alternativa é bastante sólida. Ainda que fosse, de fato, uma resistência contra a escravidão e suas expressões cotidianas, as rebeliões escravas representavam tanto um esforço de libertação quanto, em outros momentos, formas de estabelecer instâncias de negociação frente aos seus senhores. Como descrito no trecho citado no enunciado, a ruptura violenta era também uma forma de forçar a negociação com os senhores para, talvez, restabelecer o trabalho em bases menos opressoras ou com algumas concessões. ALTERNATIVA CORRETA.

  

Note bem o estudante que a alternativa E é a única a realmente estabelecer um diálogo com o trecho que serve de base para o enunciado. Isto era um importante indicativo de qual linha de raciocínio o avaliador estava construindo junto com a questão e essa sensibilidade é importante num momento de dúvida durante uma prova. Portanto, é sempre muito proveitoso que o estudante desenvolva uma sensibilidade maior para a lógica que permeia as questões ao mesmo tempo em que estuda de fato os conteúdos para o concurso. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.

768) O Brasil é conhecido por sua diversidade étnica.

  • A) Os nativos brasileiros – os indígenas, os europeus brancos e os africanos, povo que aqui foi escravizado.

  • B) Imigrantes italianos, franceses, australianos, africanos e os imigrantes árabes.

  • C) Indígenas, árabes, imigrantes japoneses e italianos.

  • D) Japoneses, italianos, muçulmanos e ucranianos.

  • E) Apenas os africanos negros e os nativos indígenas.

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A alternativa correta é letra A) Os nativos brasileiros – os indígenas, os europeus brancos e os africanos, povo que aqui foi escravizado.

Gabarito: A

A nação brasileira é formada por três grupos principais: os índios, os europeus e os africanos.

Antes da chegada dos portugueses, os indígenas eram os principais habitantes do território brasileiro. Foram utilizados inicialmente na montagem da colonização lusa na América. Grande parte dessa etnia foi reduzida no contato com a exploração portuguesa, seja por doenças, guerras ou por processos de miscigenação e perda de identidades.

No século XVI, os portugueses e luso-brasileiros começaram a explorar a cana-de-açúcar e a trazer os africanos para trabalho nos engenhos, passando a existir então três grupos habitando no Brasil: Índios, Brancos e Negros.

Nos séculos XIX a XXI novas ondas de imigração trouxeram mais europeus (espanhóis, suíços, italianos, alemães, ucranianos, poloneses), asiáticos (árabes, judeus, japoneses, coreanos, chineses) e americanos (haitianos e venezuelanos).

769) O Brasil é um país conhecido mundialmente por sua diversidade cultural e étnica. Assinale a alternativa que apresenta os elementos étnicos principais que são formadores da nação brasileira:

  • A) Os nativos brasileiros – os indígenas, os europeus brancos e os africanos, povo que aqui foi escravizado.
  • B) Imigrantes italianos, franceses, australianos, africanos e os imigrantes árabes.
  • C) Indígenas, árabes, imigrantes japoneses e italianos.
  • D) Japoneses, italianos, muçulmanos e ucranianos.
  • E) Apenas os africanos negros e os nativos indígenas.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra A) Os nativos brasileiros – os indígenas, os europeus brancos e os africanos, povo que aqui foi escravizado.

Gabarito: ALTERNATIVA A

  
  • O Brasil é um país conhecido mundialmente por sua diversidade cultural e étnica. Assinale a alternativa que apresenta os elementos étnicos principais que são formadores da nação brasileira:

Infelizmente, a banca optou por abordar acriticamente a chamada "teoria das três raças", segundo a qual o Brasil compôs sua sociedade pela convergência étnica de três povos: os indígenas nativos, os europeus brancos e os africanos escravizados e trazidos para a América. Essa visão teórica é bastante limitada e muito criticada, mas embasa parte da percepção que o país tem de si mesmo. Ao se pensar fenômenos como a escravidão (negra e indígena) e as guerras com nações indígenas num prisma de convergência de etnias para formação de uma nova sociedade, legitima-se uma série de violências cometidas durante a colonização do território. Analisemos, assim, as alternativas que seguem.

 
  • a)  Os nativos brasileiros – os indígenas, os europeus brancos e os africanos, povo que aqui foi escravizado.

Esta é a visão mais elementar sobre a composição e as raízes étnicas da sociedade brasileira, que vem sendo ventilada desde o início do século XIX. De toda forma, é importante que o estudante saiba que essa visão é bastante limitada e foi amplamente reestruturada pelas ciências sociais nas últimas décadas. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • b)  Imigrantes italianos, franceses, australianos, africanos e os imigrantes árabes.

Ainda que a imigração europeia para o Brasil tenha tido impactos significativos na conformação da sociedade, tratou-se de um fenômeno de fins do século XIX e início do século seguinte. Além disso, a presença francesa no Brasil foi bastante reduzida, bem como os australianos não significaram um contingente expressivo. Por fim, o contingente populacional no Brasil não se formou por um fenômeno de imigração, mas sim de apresamento e de escravização organizado por mais de três séculos. Alternativa errada.

 
  • c)  Indígenas, árabes, imigrantes japoneses e italianos.

De fato, árabes, japoneses e italianos constituíram parte expressiva das levas de imigrantes que chegaram ao país entre os século XIX e XX. Esse movimento deu origem a várias colônias pelo Sul e Sudeste brasileiros, bem como marcou a vida das nossas grandes cidades. No entanto, a alternativa peca ao não destacar a presença negra na formação étnica brasileira. Alternativa errada.

 
  • d)  Japoneses, italianos, muçulmanos e ucranianos.

Além de japoneses e italianos, os ucranianos também tiveram uma presença expressiva na imigração europeia para o Brasil, estabelecendo alguns polos importantes no Paraná. A presença muçulmana ocorreu também, em parte, pelas imigrações oriundas do Império Turco-Otomano e seus sucessores; no entanto, parte importante desses imigrantes de etnia árabe era cristã. Além disso, o grupo de muçulmanos tem por característica comum, e não uma etnia. Ainda que parte significativa dos muçulmanos no Brasil seja de origem árabe, é incorreto falar que todo árabe professa a fé islâmica. De toda forma, a alternativa não abarca outras nacionalidades de etnia branca, tampouco discute a presença de negros e de indígenas. Alternativa errada.

 
  • e)  Apenas os africanos negros e os nativos indígenas.

Ora, se o processo de colonização do Brasil foi liderado pelos portugueses e estes compuseram a maior parte dos indivíduos livres na colônia e no Império, como se poderia excluí-los do processo de formação da sociedade brasileira? O elemento branco dessa conformação era majoritariamente português, grupo cujas ações foram o pivô das ações de formação do Brasil. Alternativa errada.

  

Infelizmente, a questão é extremamente pobre do ponto de vista teórico e seria salutar se os avaliadores tivessem maior disposição intelectual para pensar os fenômenos brasileiros. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

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770) De acordo com BETHELL, “Os tupi-guaranis estavam estabelecidos ao longo da maior parte da costa atlântica. É possível que tenham provindo dos contrafortes dos Andes ou do Planalto do médio Paraguai e Paraná e tenham seguido um processo de gradativa invasão da costa brasileira rumo ao norte.” Sobre os índios no Brasil pré-colonial, analisar os itens abaixo:

  • A) Somente o item I.
  • B) Somente o item II.
  • C) Somente os itens I e III.
  • D) Somente os itens II e III.
  • E) Todos os itens.

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A alternativa correta é letra E) Todos os itens.

A afirmação de Bethell sobre a origem dos tupi-guaranis é corroborada pelos itens I, II e III.

O item I é correto, pois os grupos tupis se espalhavam por praticamente toda a costa brasileira e eram conhecidos por suas derivações, como tupinambás, tupinajés, tupinambaras, tupiniquins, entre outros. Além disso, eles praticavam a caça, pesca, coleta de frutas e agricultura e falavam um tronco linguístico comum.

O item II também é correto, pois os tapuias se localizavam na faixa do interior entre o Bahia e o Maranhão e eram divididos entre aimorés, tremembés, kariris e outros, pertencentes ao grupo macro-jê.

O item III é igualmente correto, pois os guaranis viviam na bacia do Paraná-Paraguai e, apesar da distância geográfica, mantinham muitas semelhanças com os grupos tupis da costa brasileira, o que justifica a origem da expressão "tupi-guarani".

Portanto, todos os itens I, II e III são corretos, o que justifica a alternativa E) Todos os itens.

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