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Questões Sobre Período Colonial - História - concurso

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831) Alforriados […] certamente investiram em habilidades, em informações, em comportamentos, em práticas cotidianas, em sentimentos, para, tempos mais tarde, serem eles os escolhidos pelo proprietário moribundo, entre todos os outros companheiros, para, então, “ganharem” suas Cartas de Liberdade.

  • A) Muitos escravos trabalhavam com afinco, tinham bom comportamento, mirando uma possível carta de alforria.
  • B) Nas Minas Gerais do ouro, os escravos tinham mais possibilidades de alcançarem sua alforria, principalmente aqueles que trabalhavam por jornal, podendo, assim, acumular pecúlio para a compra da alforria.
  • C) A prática de alforrias foi algo bastante recorrente no nordeste açucareiro, haja vista que os senhores de engenho premiavam os bons escravos com a carta de alforria, dando a eles liberdade após um tempo de trabalho.
  • D) Alguns escravos investiram em comportamentos bem vistos pelos senhores, criando até mesmo vínculos como, por exemplo, ao convidarem seus senhores para batizarem seus filhos, o que, futuramente, poderia ser convertido em uma carta de alforria.

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A alternativa correta é letra C) A prática de alforrias foi algo bastante recorrente no nordeste açucareiro, haja vista que os senhores de engenho premiavam os bons escravos com a carta de alforria, dando a eles liberdade após um tempo de trabalho.

Gabarito: ALTERNATIVA C

   

(PAIVA, Eduardo França. Escravos e libertos nas Minas Gerais do século XVIII: estratégias de resistência através dos testamentos. São Paulo: Annablume, 1995, p. 62.)

 

O excerto anterior discorre sobre algumas estratégias empregadas pelos escravos no Brasil colonial para a obtenção das cartas de alforria. Sobre tais estratégias e as práticas de alforria no Brasil colonial, assinale a afirmativa INCORRETA.

  • a)  Muitos escravos trabalhavam com afinco, tinham bom comportamento, mirando uma possível carta de alforria.

Ora, a alternativa praticamente repete as informações apresentadas no enunciado. A senilidade do senhor de escravo poderia ser um momento decisivo para o cativo, quando poderia receber a liberdade pela carta de alforria. Então, demonstrar docilidade, empenho no trabalho e simpatia eram formas de cativar o senhor ao longo do tempo, tornando-se um dos preferidos entre os muitos escravos. Essa preferência, esperava-se, poderia ser traduzida numa alforria ao final da vida do senhor por meio de uma construção de lealdade e afetividade. Sem erros na alternativa.

 
  • b)  Nas Minas Gerais do ouro, os escravos tinham mais possibilidades de alcançarem sua alforria, principalmente aqueles que trabalhavam por jornal, podendo, assim, acumular pecúlio para a compra da alforria.

A ideia de compra da alforria era uma espécie de indenização que o escravo pagaria ao seu senhor em troca da concessão da liberdade. Ainda que fosse uma operação de grande insegurança, poderia o escravo acumular riqueza durante anos para oferecer esses ganhos ao seu senhor como forma de comprar a carta de alforria. Para os cativos que trabalhavam terceirizados, recebendo diárias que seriam divididas com seus senhores, a jornada diária de trabalho poderia render um fluxo constante de riqueza, principalmente com os ganhos na mineração. Esse acúmulo poderia, sim, ser utilizado para a compra da alforria. Sem erros na alternativa.

 
  • c)  A prática de alforrias foi algo bastante recorrente no nordeste açucareiro, haja vista que os senhores de engenho premiavam os bons escravos com a carta de alforria, dando a eles liberdade após um tempo de trabalho.

A alternativa está em claro desacordo com o texto apresentado no enunciado. A carta de alforria jamais foi uma recompensa pelo bom trabalho; afinal, um escravo que trabalha bem é capaz de produzir mais para o seu senhor, o que torna a libertação completamente desinteressante para os proprietários de bons escravos. A estratégia representada no texto não estava só relacionada ao "bom trabalho", mas também a pequenas incursões afetivas ao longo do tempo, seja com demonstrações de trabalho, seja com relações pessoais bem azeitadas; isso, na melhor da hipóteses, levaria o escravo à condição de preferido entre os demais por uma questão de sentimental, e não econômica/racional. A rotina do trabalho braçal em si estava presa a todos os flagelos da escravidão e os abusos produtivos da plantation, não sendo essa a chave para a alforria. Por conter erros, esta é a ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • d)  Alguns escravos investiram em comportamentos bem vistos pelos senhores, criando até mesmo vínculos como, por exemplo, ao convidarem seus senhores para batizarem seus filhos, o que, futuramente, poderia ser convertido em uma carta de alforria.

Mais uma vez, a alternativa está em linha com o que traz o texto do enunciado. Ser bem visto pelos senhores era uma estratégia crucial para os escravos, o que exigia a absorção de certos costumes e de práticas da casa grande, destacando-se entre os demais como alguém necessariamente próximo e agradável aos senhores. Então, estratégias como o compadrio religioso e os vínculos de cumplicidade eram formas possíveis de acessar essa preferência senhorial, o que poderia, no futuro, significar a alforria. Sem erros na alternativa.

   

Sem mais, a única a apresentar erros é a ALTERNATIVA C.

832) O Brasil colonial vivenciou sociedades com diferentes características, como pode ser observado ao se comparar o ambiente da cana-de-açúcar com o da mineração. Na sociedade mineradora, houve o desenvolvimento de uma forte burocracia e controle por parte da Coroa Portuguesa e isto foi mais forte do que em qualquer outro local da colônia. Essa burocracia pode ser evidenciada na existência de vários impostos que recaíam sobre os mineradores. Foram impostos cobrados pela Coroa Portuguesa na sociedade mineradora:

  • A) Finta e quinto.
  • B) Quinto e talha.
  • C) Dízimo e talha.
  • D) Capitação e mão-morta.

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A alternativa correta é letra A) Finta e quinto.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar os impostos que foram cobrados pela Coroa Portuguesa na sociedade mineradora.

   

A) Finta e quinto.

CORRETO. A finta e o quinto foram impostos cobrados pela Coroa Portuguesa na sociedade mineradora. O quinto era um imposto que representava 20% de todo o ouro encontrado, que deveria ser entregue à Coroa Portuguesa. A finta, por sua vez, era um imposto cobrado sobre a produção de ouro, independentemente da quantidade produzida.

   

B) Quinto e talha.

INCORRETO. Embora o quinto tenha sido um imposto cobrado na sociedade mineradora, a talha não. A talha era um imposto cobrado na sociedade açucareira, que consistia na cobrança de um percentual fixo da produção de açúcar.

   

C) Dízimo e talha.

INCORRETO. O dízimo, embora fosse um imposto cobrado em diversas partes da colônia, não era especificamente um imposto da sociedade mineradora. A talha, como mencionado na alternativa anterior, era um imposto da sociedade açucareira.

   

D) Capitação e mão-morta.

INCORRETO. A capitação era um imposto cobrado por pessoa, mas não era específico da sociedade mineradora. A mão-morta, por sua vez, era um imposto cobrado sobre a transferência de bens imóveis após a morte do proprietário, também não sendo específico da sociedade mineradora.

   

Portanto, a alternativa correta é a LETRA A.

833) Sem dúvidas, a cultura indígena foi influenciada pelos processos de conversão, entre eles, o que foi implantado pelos missionários jesuítas no território brasileiro, para cristianizar os gentios reunidos:

  • A) nas vilas.
  • B) nas cidades.
  • C) nos engenhos.
  • D) nas encomendas.
  • E) nos aldeamentos.

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A alternativa correta é letra E) nos aldeamentos.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar onde os missionários jesuítas implantaram o processo de conversão para cristianizar os indígenas no território brasileiro.

 

A) nas vilas.

INCORRETO. As vilas eram núcleos urbanos de colonização, com predominância de colonos portugueses. A ação dos jesuítas com os indígenas não se deu principalmente nas vilas, mas sim em espaços específicos de catequização que eles criaram.

 

B) nas cidades.

INCORRETO. As cidades, assim como as vilas, eram espaços urbanos coloniais, com predominância de colonos portugueses. A ação dos jesuítas com os indígenas não se deu principalmente nas cidades.

 

C) nos engenhos.

INCORRETO. Os engenhos eram espaços de produção agrícola, principalmente de cana-de-açúcar, onde os indígenas e, posteriormente, os africanos foram escravizados. Embora os jesuítas tenham atuado em defesa dos indígenas contra a escravidão, sua ação de catequização não se deu principalmente nos engenhos.

 

D) nas encomendas.

INCORRETO. As encomendas eram uma forma de trabalho forçado, onde os indígenas eram "encomendados" para trabalhar para os colonos. Os jesuítas se opunham a essa prática e buscavam proteger os indígenas dela. Sua ação de catequização, no entanto, não se deu principalmente nas encomendas.

 

E) nos aldeamentos.

CORRETO. Os aldeamentos eram espaços criados pelos jesuítas para reunir os indígenas e facilitar o processo de catequização. Eles eram como pequenas vilas, onde os indígenas eram ensinados a viver de acordo com os costumes europeus, incluindo a religião cristã. Essa foi a principal forma de ação dos jesuítas para a conversão dos indígenas.

 

Portanto, a alternativa correta é a LETRA E.

834) Observe a imagem de Nossa Senhora do Rosário, produzida na região das Minas Gerais no século XVIII.

  • A) a funcionalidade dupla da peça, que podia ser utilizada como objeto de culto nas igrejas e como porta-moedas no cotidiano.
  • B) a conjugação entre apuro artístico de inspiração barroca e estratégia para contrabando de riquezas.
  • C) o emprego exclusivo de padrões artísticos renascentistas na produção das imagens religiosas brasileiras.
  • D) a atitude herética dos artistas, que frequentemente contrariavam a proibição de representar figuras religiosas femininas.
  • E) a representação apenas de elementos da natureza na composição de peças de cunho religioso.

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A alternativa correta é letra B) a conjunção entre apuro artístico de inspiração barroca e estratégia para contrabando de riquezas.

A imagem de Nossa Senhora do Rosário, produzida na região das Minas Gerais no século XVIII, revela uma prática comum na época: a criação de objetos de culto que também serviam como esconderijos para o contrabando de ouro e outros minérios. Essas peças, apesar de apresentarem um apuro artístico inspirado no barroco, tinham um propósito oculto, que era o de esconder as riquezas extraídas na região.

835) Observe a gravura “A amazona americana”, incluída no Grande Atlas de Johannes Blaeu, de 1662.

  • A) o desenvolvimento de relações religiosas harmoniosas, obtidas a partir de contratos firmados entre os conquistadores e as lideranças nativas, e o compartilhamento das tarefas cotidianas.
  • B) a ambiguidade do imaginário europeu sobre a América, expressa na combinação de elementos reais e fabulosos e na percepção de nativos e africanos como escravos e guerreiros.
  • C) a consolidação da hegemonia europeia na América, manifesta no estabelecimento de padrões de comportamento do Velho Mundo e na erradicação das tradições nativas.
  • D) o reconhecimento da peculiaridade da fauna e da flora locais, representadas de forma realista e com o intuito de revelar aos europeus as características físicas do Novo Mundo.
  • E) a presença dos esforços catequizadores na América, caracterizados pela submissão das populações nativas às regras de vestimenta e à ética do trabalho como garantia da salvação eterna.

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Resposta

A alternativa correta é B) a ambiguidade do imaginário europeu sobre a América, expressa na combinação de elementos reais e fabulosos e na percepção de nativos e africanos como escravos e guerreiros.

Explicação

A gravura "A amazona americana" do Grande Atlas de Johannes Blaeu, de 1662, apresenta uma representação ambígua da América e seus habitantes. A imagem combina elementos reais, como a presença de nativos e africanos, com elementos fabulosos, como a figura da amazona, que é uma criatura mitológica.

Essa ambiguidade reflete a percepção europeia sobre a América durante o período colonial, que era marcada por uma mistura de fascínio e medo em relação ao Novo Mundo. Os europeus viam os nativos e africanos como "outros", diferentes de si mesmos, e os representavam de forma estereotipada, como escravos e guerreiros.

Portanto, a alternativa B é a que melhor se adequa à análise da gravura, pois destaca a ambiguidade do imaginário europeu sobre a América e a percepção dos nativos e africanos como escravos e guerreiros.

836) Observe a reprodução da tela Morro de Favela, de Tarsila do Amaral.

  • A) a carnavalização da natureza e a valorização da mestiçagem e da miséria como signos socioculturais predominantes.
  • B) a celebração do processo de metropolização e o prevalecimento das conquistas tecnológicas sobre o mundo natural.
  • C) a explicitação da convivência entre elementos civilizados e bárbaros e o reconhecimento do sertão como marca principal da brasilidade.
  • D) a retomada da disposição etnológica presente nas gravuras dos viajantes europeus e a denúncia realista das diferenças sociais nas grandes cidades.
  • E) a representação de uma cena cotidiana do meio urbano e a simplificação dos traços dos personagens e dos elementos naturais.

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A alternativa correta é letra E) a representação de uma cena cotidiana do meio urbano e a simplificação dos traços dos personagens e dos elementos naturais.

A tela "Morro de Favela" de Tarsila do Amaral, produzida em 1924, apresenta elementos que coincidem com as propostas do Manifesto Pau-Brasil, como a representação de uma cena cotidiana do meio urbano e a simplificação dos traços dos personagens e dos elementos naturais. Isso porque a obra de arte apresenta uma visão modernista e simplificada da vida urbana, destacando a cotidianidade e a simplicidade dos personagens e do ambiente.

837) “O escravo das plantações e das minas não era um simples manancial de energia, um carvão humano à espera que a época industrial o substituísse pelo combustível. Com frequência as suas relações com os donos oscilavam da situação de dependente para a de protegido, e até de solidário e afim. Sua influência penetrava sinuosamente o recesso doméstico, agindo como dissolvente de qualquer ideia de separação de castas ou raças, de qual quer disciplina fundada em tal separação.”

  • A) a formação sócio cultural brasileira esta baseada em ordem impositivas.
  • B) as diferenças baseadas em fenótipos tratava-se de uma regra em toda a colônia.
  • C) por vezes dominadores passaram a ser subordinados aos dominados devido a ordens da coroa.
  • D) dominadores e dominados sempre precisaram manter um distanciamento social.
  • E) já fosse exíguo o sentimento de distância entre os dominadores, aqui, e a massa trabalhadora constituída de homens de cor.

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A alternativa correta é letra E) já fosse exíguo o sentimento de distância entre os dominadores, aqui, e a massa trabalhadora constituída de homens de cor.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar a que melhor se alinha com a compreensão da formação das raízes do Brasil segundo Sergio Buarque de Holanda no trecho apresentado.

 

A) a formação sócio cultural brasileira esta baseada em ordem impositivas.

INCORRETO. O texto de Sérgio Buarque de Holanda não indica uma formação sociocultural baseada em ordens impositivas. O autor destaca a influência dos escravos no ambiente doméstico e a dissolução de qualquer ideia de separação de castas ou raças. O texto sugere uma interação mais complexa e fluida, e não apenas uma ordem imposta de cima para baixo. Alternativa errada.

 

B) as diferenças baseadas em fenótipos tratava-se de uma regra em toda a colônia.

INCORRETO. O texto de Sérgio Buarque de Holanda não faz essa afirmação. O autor destaca que a influência dos escravos "agia como dissolvente de qualquer ideia de separação de castas ou raças". Isso sugere que, embora existissem diferenças baseadas em fenótipos, a realidade era mais complexa e não se limitava a regras rígidas de separação. Alternativa errada.

 

C) por vezes dominadores passaram a ser subordinados aos dominados devido a ordens da coroa.

INCORRETO. O texto não menciona que os dominadores se tornavam subordinados aos dominados devido a ordens da coroa. O que o texto de Sérgio Buarque de Holanda destaca é que a influência dos escravos penetrava o ambiente doméstico e agia como um dissolvente de qualquer ideia de separação de castas ou raças. Isso sugere uma interação complexa e fluida entre dominadores e dominados, mas não implica uma inversão de papéis devido a ordens da coroa. Alternativa errada.

 

D) dominadores e dominados sempre precisaram manter um distanciamento social.

INCORRETO. O texto de Sérgio Buarque de Holanda contradiz essa afirmação. O autor destaca que a influência dos escravos penetrava o ambiente doméstico e agia como um dissolvente de qualquer ideia de separação de castas ou raças. Isso sugere uma interação próxima e complexa entre dominadores e dominados, e não um distanciamento social. Alternativa errada.

 

E) já fosse exíguo o sentimento de distância entre os dominadores, aqui, e a massa trabalhadora constituída de homens de cor.

CORRETO. Esta alternativa está em linha com o que Sergio Buarque de Holanda expressa no texto. Ele destaca que a influência dos escravos penetrava o ambiente doméstico e agia como um dissolvente de qualquer ideia de separação de castas ou raças. Isso sugere uma proximidade entre dominadores e dominados, apesar das diferenças de status social e racial. A palavra "exíguo" sugere uma pequena distância, o que está alinhado com a ideia de uma interação próxima e complexa entre dominadores e dominados. Alternativa correta.

 

Portanto, a alternativa correta é a LETRA E.

838) Defendido como tese em 1955 e publicado em 1959, Visão do paraíso constituiu, sem nenhuma dúvida, o atestado de maioridade dos estudos de história da cultura no Brasil e, neste gênero, não foi até hoje suplantado

  • A) apresenta a história do universo mental dos portugueses da época da exploração colonial, enfatizando- lhe o caráter mítico e explorando a tensão entre mudança e permanência.
  • B) reforça a concepção de que a colonização da América portuguesa foi um projeto essencialmente mercantil e, assim, a questão religiosa não importou para o Estado português e os colonos.
  • C) percebe que a colonização do Brasil trouxe benefícios para todos os grupos envolvidos nesse processo, mesmo os povos indígenas e os escravizados, porque houve apoio à miscigenação étnica.
  • D) demonstra que a organização política, econômica e social do Brasil derivou de um rígido planejamento português, que foi seguido até a segunda metade do século XVIII, quando tem início as rebeliões coloniais.
  • E) reconhece os esforços da colonização portuguesa em civilizar os povos nativos americanos, ao mesmo tempo em que não vê esse mesmo esforço por parte dos colonizadores da Espanha.

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A alternativa correta é letra A) apresenta a história do universo mental dos portugueses da época da exploração colonial, enfatizando- lhe o caráter mítico e explorando a tensão entre mudança e permanência.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar a abordagem correta da obra "Visão do paraíso" de Sérgio Buarque de Holanda.

 

A) apresenta a história do universo mental dos portugueses da época da exploração colonial, enfatizando-lhe o caráter mítico e explorando a tensão entre mudança e permanência.

CORRETO. A obra "Visão do paraíso" de Sérgio Buarque de Holanda realmente se propõe a analisar o imaginário dos portugueses durante o período de exploração e colonização do Brasil. O autor se aprofunda na mentalidade e nos mitos que permeavam a sociedade portuguesa e como eles influenciaram a colonização. A tensão entre mudança e permanência é uma temática recorrente na obra, visto que o autor discute o conflito entre a busca por novidades e riquezas e a manutenção de valores e tradições portuguesas.

 

B) reforça a concepção de que a colonização da América portuguesa foi um projeto essencialmente mercantil e, assim, a questão religiosa não importou para o Estado português e os colonos.

INCORRETO. Embora a obra discuta o caráter mercantil da colonização, ela não desconsidera a importância da questão religiosa. Sérgio Buarque de Holanda enfatiza que a colonização portuguesa foi um projeto complexo e multifacetado, que envolveu aspectos econômicos, políticos, culturais e religiosos. A religião, em particular, desempenhou um papel crucial na mentalidade e na conduta dos colonizadores.

 

C) percebe que a colonização do Brasil trouxe benefícios para todos os grupos envolvidos nesse processo, mesmo os povos indígenas e os escravizados, porque houve apoio à miscigenação étnica.

INCORRETO. A obra não apresenta a colonização como um processo benéfico para todos os grupos envolvidos. Pelo contrário, Sérgio Buarque de Holanda destaca os conflitos e as desigualdades que marcaram a colonização. Além disso, a miscigenação étnica não é apresentada como uma política deliberada de benefício mútuo, mas como um fenômeno complexo e muitas vezes violento.

 

D) demonstra que a organização política, econômica e social do Brasil derivou de um rígido planejamento português, que foi seguido até a segunda metade do século XVIII, quando tem início as rebeliões coloniais.

INCORRETO. A obra não defende a ideia de um planejamento rígido por parte dos portugueses. Sérgio Buarque de Holanda argumenta que a colonização foi um processo marcado por improvisações, acidentes e contingências. A organização política, econômica e social do Brasil colonial foi moldada tanto por fatores externos quanto por dinâmicas internas e locais.

 

E) reconhece os esforços da colonização portuguesa em civilizar os povos nativos americanos, ao mesmo tempo em que não vê esse mesmo esforço por parte dos colonizadores da Espanha.

INCORRETO. A obra não faz uma comparação direta entre a colonização portuguesa e espanhola. Além disso, a noção de "civilização" é problematizada por Sérgio Buarque de Holanda, que questiona a ideia de que a colonização foi um processo unilateral de imposição de uma cultura superior sobre culturas inferiores.

 

Portanto, a alternativa correta é a LETRA A.

839) O Regimento das Missões é uma iniciativa da Coroa lusa para organizar e estabelecer um regime de trabalho para os índios na América Portuguesa resultante das queixas e conflitos entre os moradores de São Luís e Belém com os jesuítas no século XVII.

  • A) I, apenas.

  • B) I e II, apenas.

  • C) I e III, apenas.

  • D) II e III, apenas.

  • E) I, II e III.

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A alternativa correta é letra E) I, II e III.

Vamos analisar cada uma das afirmativas para identificar quais estão corretas.

 

I. Aos missionários era conferida a incumbência de descerem novas aldeias para aumentar a população dos aldeamentos, a serviço da defesa do Estado e dos moradores.

CORRETO. O texto do regimento explicita que "Os Padres Missionários terão o maior cuidado para que se povoem de Índios as aldeias, pois a eles encarrego o governo delas, e espero que procurem por todos os meios, não só a conservação, mas o aumento dos que são da repartição por ser conveniente que haja nas ditas aldeias Índios, que possam ser bastantes, tanto para a segurança do Estado e defesa das Cidades, como para o trato e serviço dos moradores e entradas dos Sertões." Isso confirma a afirmativa.

 

II. A administração dos índios aldeados passava para o controle dos religiosos, tanto no que diz respeito ao governo espiritual quanto ao temporal e político dos aldeamentos.

CORRETO. A mesma passagem do regimento citada na análise da afirmativa I confirma que os Padres Missionários estavam encarregados do governo das aldeias indígenas, o que inclui a administração tanto espiritual quanto temporal e política.

 

CORRETO. O regimento afirma que "Os salários dos Índios se satisfarão em dois pagamentos: uma metade, quando forem para o serviço e a outra metade se entregará no fim dele. A forma desta satisfação e entrega se ordenará pelo dito Governador com conselho e assistência dos ditos Padres." Isso indica que os índios receberiam pagamento por seus serviços, o que sugere que eram considerados livres, pelo menos no sentido de não serem escravos.

 

Portanto, todas as afirmativas estão corretas. A alternativa correta é a LETRA E.

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840) O que se sente em todo esse desadoro de antagonismos são as duas culturas, a europeia e a africana, a católica e a maometana, a dinâmica e a fatalista encontrando-se no português, fazendo dele, de sua vida, de sua moral, de sua economia, de sua arte um regime de influências que se alternam, se equilibram ou se hostilizam. Tomando em conta tais antagonismos de cultura, a flexibilidade, a indecisão, o equilíbrio ou a desarmonia deles resultantes, é que bem se compreende o especialíssimo caráter que tomou a colonização do Brasil, a formação sui generis da sociedade brasileira, igualmente equilibrada nos seus começos e ainda hoje sobre antagonismos.

  • A) Rompe com as visões binárias entre os dois grupos sociais.
  • B) Minimiza as heranças da experiência colonial.
  • C) Romantiza o processo de mestiçagem.
  • D) Desconsidera os aportes culturais africanos.
  • E) Contesta o mito nacional de democracia racial.

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A alternativa correta é letra C) Romantiza o processo de mestiçagem.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar o procedimento utilizado pelo autor para identificar a formação da sociedade brasileira.

 

A) Rompe com as visões binárias entre os dois grupos sociais.

INCORRETO. No texto, Gilberto Freyre não rompe com as visões binárias entre os dois grupos sociais. Pelo contrário, ele destaca a presença de duas culturas distintas - a europeia e a africana - e a maneira como essas culturas se encontram e interagem no contexto brasileiro. Ele enfatiza os antagonismos e as tensões entre essas culturas, bem como a maneira como elas se alternam, se equilibram ou se hostilizam. Portanto, o texto não rompe com as visões binárias, mas, ao contrário, as enfatiza.

 

B) Minimiza as heranças da experiência colonial.

INCORRETO. O texto de Freyre não minimiza as heranças da experiência colonial. Ele descreve a colonização do Brasil como um processo que resultou em um caráter especialíssimo da sociedade brasileira, marcada pelos antagonismos culturais entre europeus e africanos. A experiência colonial é, portanto, central para a análise de Freyre.

 

C) Romantiza o processo de mestiçagem.

CORRETO. Gilberto Freyre é conhecido por sua visão positiva da mestiçagem, que ele vê como um elemento chave na formação da sociedade brasileira. No texto, ele descreve a interação entre as culturas europeia e africana como um processo que resultou em um caráter especialíssimo da sociedade brasileira, e que ainda hoje se baseia em antagonismos. Esta é uma característica da abordagem de Freyre, que tende a ver a mestiçagem de uma forma positiva, como um processo que resultou em uma sociedade única e equilibrada.

 

D) Desconsidera os aportes culturais africanos.

INCORRETO. No texto, Freyre não desconsidera os aportes culturais africanos. Pelo contrário, ele destaca a presença da cultura africana e a maneira como ela interage com a cultura europeia no contexto brasileiro. A cultura africana é, portamente, um elemento central na análise de Freyre.

 

E) Contesta o mito nacional de democracia racial.

INCORRETO. Freyre não contesta o mito da democracia racial, mas, ao contrário, é um dos principais responsáveis por sua formulação. Em sua obra, ele argumenta que a mestiçagem no Brasil resultou em uma sociedade equilibrada e harmoniosa, o que é uma versão do mito da democracia racial.

 

Portanto, a alternativa correta é a LETRA C.

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