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Questões Sobre Período Colonial - História - concurso

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81) A experiência que tenho de lidar com aldeias de diversas nações me tem feito ver, que nunca índio fez grande confiança de branco e, se isto sucede com os que estão já civilizados, como não sucederá o mesmo com esses que estão ainda brutos.

  • A)  das constantes rebeliões indígenas contra os brancos colonizadores, que ameaçavam a produção de ouro nas regiões mineradoras.

  • B) da propagação de doenças originadas do contato com os colonizadores, que dizimaram boa parte da população indígena.

  • C) do empenho das ordens religiosas em proteger o indígena da exploração, o que garantiu a sua supremacia na administração colonial.

  • D)  da política racista da Coroa Portuguesa, contrária à miscigenação, que organizava a sociedade em uma hierarquia dominada pelos brancos.

  • E) da necessidade de controle dos brancos sobre a população indígena, objetivando sua adaptação às exigências do trabalho regular.

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A alternativa correta é letra E) da necessidade de controle dos brancos sobre a população indígena, objetivando sua adaptação às exigências do trabalho regular.

Gabarito: Letra  E (da necessidade de controle dos brancos sobre a população indígena, objetivando sua adaptação às exigências do trabalho regular.)
 
Durante a gestão administrativa da Coroa Portuguesa sob a influência do Marquês de Pombal, secretário da fazenda português, o Brasil, principal área econômica do Império lusitano, foi impactado por reformas político-econômicas que atuaram sobre o comércio, administração, fazenda e política externa.
 
Para essa questão, concentraremos nossa resposta nas reformas promovidas em relação à população indígena.
 
Um primeiro ponto de destaque foi a tentativa do reino português de assumir a organização dos indígenas, retirando a participação da esfera religiosa nesse assunto. Pombal foi contrário aos jesuítas e toda a sua forma de lidar com os povos nativos.
 
Estabeleceu-se um dispositivo legal chamado de Diretório dos Índios (1755-1798), que tentou transformar os indígenas em súditos da Coroa Portuguesa e na prática procurou tratar os indígenas como mão de obra. 
 
Dentre as principais características podemos destacar: 
 

  • o estímulo ao casamento entre luso-brasileiros e índias
  • o ensino da língua portuguesa 
  • a criação de aldeamentos voltados para uma estrutura econômica agrária, no qual o indígena seria visto como uma espécie de “agricultor”.

 
Por que as demais estão incorretas?
 
Letra A: das constantes rebeliões indígenas contra os brancos colonizadores, que ameaçavam a produção de ouro nas regiões mineradoras.
 

Embora os ataques indígenas ocorressem por resistência ao avanço colonizador, que buscava minérios em áreas em que as populações nativas se localizavam, o Diretório tinha por intenção estimular a colonização e a “civilização” dos indígenas, organizando-os em aldeias para trabalharem na agricultura.
 
Letra B: da propagação de doenças originadas do contato com os colonizadores, que dizimaram boa parte da população indígena.
 
Muitos indígenas foram dizimados no contato com os colonos brancos, mas a criação de aldeamentos dentro da lógica pombalina teve a ver com a lógica econômica, de utilização dos índios como força de trabalho produtiva de gêneros para a metrópole. Ou seja, não era para proteger os indígenas do contato com os colonos, mas trazê-los para a esfera do reino como população economicamente ativa. Além do mais, o Diretório acabou estimulando a presença de brancos dentro dos aldeamentos indígenas.
 
Letra C: do empenho das ordens religiosas em proteger o indígena da exploração, o que garantiu a sua supremacia na administração colonial.
 
A política indigenista de Pombal procurou eliminar a participação das ordens religiosas na administração dos índios, sobretudo, os jesuítas, que eram vistos como entrave à incorporação econômica da população indígena.
 
 
Letra D: da política racista da Coroa Portuguesa, contrária à miscigenação, que organizava a sociedade em uma hierarquia dominada pelos brancos.
 
Pelas disposições do Diretório, havia um estimulo ao casamento entre colonos e índias para colonizar as terras do interior do Brasil.
 
 
Referências:
 
KARASCH, Mary.”Catequese e cativeiro: política indigenista em Goiás, 1780-1889”. In: CUNHA, Manuela Carneiro da (Org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
 
MONTEIRO, Nuno. “As reformas na monarquia pluricontinental portuguesa: de Pombal a dom Rodrigo de Sousa Coutinho”. In: FRAGOSO, João e GOUVÊA, Maria de Fatima. O Brasil Colonial: Volume 3 (1720-1821). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.

82) O ano de 1570 marca a publicação da primeira lei da Coroa Portuguesa proibindo a escravização indígena na colônia estabelecida no Novo Mundo. O efeito concreto dessa legislação foi:

  • A)  a disputa acirrada com outras potências europeias pelo controle dos nativos do novo continente recém descoberto.

  • B)  a escalada da luta das elites coloniais pela revogação da proibição de exploração compulsória da mão de obra africana.

  • C)  alianças e conflitos com diferentes grupos indígenas, através dos quais foi negociada a expansão colonialista portuguesa.

  • D)  a escolha pela escravização de africanos, pela completa impossibilidade de exploração do trabalho indígena.

  • E)  o aumento de conflitos entre missionários de ordens religiosas, colonos portugueses e autoridades coloniais pela exploração da mão de obra indígena.

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A alternativa correta é letra E)  o aumento de conflitos entre missionários de ordens religiosas, colonos portugueses e autoridades coloniais pela exploração da mão de obra indígena.

Gabarito: Letra E

 

As relações iniciais dos portugueses com os indígenas não foram baseadas na escravidão, mas no escambo, que consistia na troca de utensílios como facas, machados, espelhos, pela força de trabalho dos indígenas para obter a madeira do pau-brasil.

 

A implantação do sistema de capitanias hereditárias a partir de 1534, mudou essa relação entre os dois grupos, uma vez que os indígenas passaram a ser empregados nos primeiros engenhos que começaram a surgir na lavoura da cana-de-açúcar.

 

Essa relação entre colonos portugueses, luso-brasileiros, autoridades coloniais e indígenas ganhou novos contornos com a chegada dos missionários de várias ordens religiosas como os jesuítas, franciscanos, carmelitas e beneditinos. Elas passaram a catequizar os indígenas e a aldeá-los nas chamadas missões que constantemente eram atacadas pelos colonos que estavam em busca de índios para as lavouras de cana. 

 

A solução para tentar evitar os conflitos foi a promulgação por parte da Coroa da primeira lei proibitiva da escravização de indígenas em 1570.

 

De acordo com Stuart Schwartz, essa lei e as outras que se seguiram a ela (1587, 1595 e 1609), pouco serviram. Continuaram as disputas pela mão de obra indígenas entre colonos e religiosos. Havia por parte de algumas autoridades administrativas coloniais uma permissão para a realização de campanhas com a justificativa de serem “guerras justas” a fim de obter indígenas. Por vezes essas expedições atacavam os indígenas aldeados nas missões.

 

Em outras ocasiões havia uma negação das autoridades coloniais na realização das expedições de captura dos indígenas, fazendo com que essas relações se tornassem muito complexas.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A:  a disputa acirrada com outras potências europeias pelo controle dos nativos do novo continente recém descoberto.

 

A disputa pela mão de obra indígena se deu principalmente entre franceses e portugueses antes mesmo da publicação da lei de 1570. A lei não criou uma disputa em níveis internacionais, mas apenas em níveis locais, envolvendo colonos, religiosos, autoridades coloniais e os indígenas.

  

Letra B:  a escalada da luta das elites coloniais pela revogação da proibição de exploração compulsória da mão de obra africana.

 

Não houve lutas entre as elites coloniais para revogar a proibição da mão de obra escrava africana, pois a importação de escravizados da África ainda era tímida. O tráfico negreiro passou a ser altamente lucrativo e por conseguinte procurado pelas elites a partir do século XVI, atingindo o seu pico entre os séculos XVII e XVIII.

  

Letra C:  alianças e conflitos com diferentes grupos indígenas, através dos quais foi negociada a expansão colonialista portuguesa.

 

De fato havia alianças e conflitos entre diferentes grupos indígenas antes mesmo da elaboração da lei, durante a montagem da colonização em terras portuguesas na América. Basta lembrar da França Antártica no Rio de Janeiro, uma colônia francesa que contava com aliados indígenas na defesa e na extração do pau-brasil e que necessitou da aliança entre portugueses e indígenas rivais aos que eram aliados dos franceses para garantir a expulsão e desmantelamento da colônia francesa na Baía de Guanabara. O que quero dizer é que alianças e conflitos eram inerentes à organização da colonização portuguesa e se perpetuaram com a referida lei.

  

Letra D:  a escolha pela escravização de africanos, pela completa impossibilidade de exploração do trabalho indígena.

 

Como visto, mesmo com as sucessivas leis proibindo a escravização indígena ainda optou-se por essa mão de obra. A escolha pelos africanos só ocorreu em função de várias explicações: inadaptação do indígena à lavoura açucareira, mortes causadas por doenças, fugas e resistências indígenas e pelo entendimento de que o tráfico negreiro era uma atividade altamente lucrativa dentro de um período de alta demanda do açúcar.

 

Referência:

 

SCHWARTZ, Stuart. "Escravidão indígena e o início da escravidão africana". In: GOMES, Flávio e SCHWARCZ, Lilia (Orgs.). Dicionário da escravidão e liberdade: 50 textos críticos. 1ª ed. — São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

83) A política mercantilista do Império Português caracterizou-se como:

  • A)  o estabelecimento de um monopólio de exploração de recursos naturais e de trocas comerciais exclusivamente entre metrópole e colônia.

  • B)  a alta taxação de determinados produtos agrícolas, o que favorecia sobremaneira a metrópole portuguesa frente aos seus concorrentes europeus.

  • C)  uma reação à atividade de piratas britânicos no Atlântico, que costumavam usurpar os navios de bandeira portuguesa e espanhola.

  • D)  justificativa legal para o monopólio português no tráfico de escravos africanos direcionados para as colônias americanas.

  • E)  a busca pelo maior acúmulo de metais preciosos, adquiridos a partir do comércio de especiarias orientais.

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A alternativa correta é letra A)  o estabelecimento de um monopólio de exploração de recursos naturais e de trocas comerciais exclusivamente entre metrópole e colônia.

 

Gabarito: Letra A

 

Seguindo as concepções mercantilistas em voga de meados do século XV a meados do século XVIII, vários Estados europeus passaram a acumular metais preciosos e a proteger seus produtos para obter uma balança comercial favorável.

 

Estados com possessões coloniais, como Portugal e Espanha, procuraram também exercer um domínio sobre as suas colônias para obter vantagens econômicas, de preferência, exclusivas. Dessa forma, ao longo do processo de colonização, essas metrópoles implantaram uma série de instrumentos pretendendo controlar o comércio colonial, impondo preços e produtos para alcançar maiores lucros.

 

No colonialismo mercantilista, a economia da colônia era organizada em benefício da metrópole, devendo complementar a produção ou satisfazer os interesses dela. Assim, a metrópole impunha a colônia o “direito exclusivo” de fazer comércio com a região colonizada, comprando produtos dela pelo preço mais baixo e vendendo-lhe mercadorias pelo valor mais alto.

 

Esse monopólio, conhecido como Pacto Colonial, foi instrumento relevante para que a metrópole controlasse a vida econômica da colônia.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra B: a alta taxação de determinados produtos agrícolas, o que favorecia sobremaneira a metrópole portuguesa frente aos seus concorrentes europeus.

 

O que favorecia a metrópole portuguesa frente aos demais países europeus era a política de exclusividade ou monopólio do comércio com a colônia e não a alta taxação de certos produtos agrícolas.

 

Letra C: uma reação à atividade de piratas britânicos no Atlântico, que costumavam usurpar os navios de bandeira portuguesa e espanhola.

 

A política mercantilista portuguesa não foi uma reação à atividade de piratas britânicos. A pirataria é que foi uma reação à política mercantilista, especialmente ao monopólio comercial, do Império Português e não ao contrário.

 

Letra D: justificativa legal para o monopólio português no tráfico de escravos africanos direcionados para as colônias americanas.

 

Não houve um monopólio português no tráfico de escravos africanos para as colônias americanas. Portugal foi apenas um dos países europeus que negociaram com reis africanos experientes no comércio de escravos.

 

Letra E: a busca pelo maior acúmulo de metais preciosos, adquiridos a partir do comércio de especiarias orientais.

 

Somente no século XVIII é que metais preciosos serão encontrados no Brasil, então colônia portuguesa. É a partir desse momento que Portugal irá buscar o acúmulo de metais preciosos em terras coloniais brasileiras. Antes desse período a política visava a proteção da metrópole na disputa comercial com outros países europeus e, portanto, a política mercantilista privilegiava o direito exclusivo metropolitano.

 

Resposta baseada nas fontes:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 1. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: das sociedades sem Estado às monarquias absolutistas, volume 1. São Paulo: Saraiva, 2010.

84) A escravidão negra na Amazônia remonta ao século XVII, com as primeiras rotas escravistas para o Estado do Maranhão. A consolidação de um movimento regular de fornecimento de escravos africanos para a região ocorre somente no século XVIII, por conta do (a):

  • A) fortalecimento do empreendimento açucareiro na Amazônia, especialmente na região do Baixo Amazonas.

  • B) suporte das políticas pombalinas à efetivação da Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão.

  • C) declínio da escravização indígena, o que impulsionou ao uso exclusivo do trabalho compulsório de africanos.

  • D) decadência do pacto colonial, que fortaleceu empreendimentos particulares, interessados no abastecimento da Amazônia com escravos amazônicos.

  • E) ascensão do contrabando e do tráfico interprovincial de escravos negros no Brasil Colonial. 

     

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A alternativa correta é letra B) suporte das políticas pombalinas à efetivação da Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão.

Gabarito: ALTERNATIVA B

  

A escravidão negra na Amazônia remonta ao século XVII, com as primeiras rotas escravistas para o Estado do Maranhão. A consolidação de um movimento regular de fornecimento de escravos africanos para a região ocorre somente no século XVIII, por conta do (a):

  • a) fortalecimento do empreendimento açucareiro na Amazônia, especialmente na região do Baixo Amazonas.

Ainda que, de fato, tenha ocorrido a presença de produção açucareira na região, é incorreto dizer que foi um grande sucesso comparável a áreas tradicionais como Pernambuco. Por outro lado, na segunda metade do século XVIII, a competição internacional do açúcar fora decisivamente desequilibrada contra os produtos portugueses: a inserção das colônias francesas e holandesas nesse mercado com níveis de produtividade muito maiores minara os preços, estrangulando a já ultrapassada produção da América portuguesa. Portanto, àquela altura, seria impossível que a indústria açucareira pudesse se posicionar no Amazonas com grande sucesso. Alternativa errada.

 
  • b) suporte das políticas pombalinas à efetivação da Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão.

Marquês de Pombal foi o grande responsável pela reforma do Estado português em meados do século XVIII sob o estigma do despotismo esclarecido. Para o mundo colonial, as reformas pombalinas também implicaram em relevantes reorganizações político-administrativas. Elaborava-se, pela primeira vez, com toda clareza um plano de ocupação e de defesa do território colonial observando a complexidade geográfica, econômica e política do mundo colonial. O Estado do Brasil, sediado no Rio de Janeiro, ocupar-se-ia da faixa leste do território, estabelecendo uma linha defensiva para pensar a proteção dos engenhos açucareiros e das regiões mineradoras ao mesmo tempo em que se podia projetar certo poder sobre a Bacia do Prata. Já o Estado do Grão-Pará e Maranhão estabelecia a longa linha no Norte da colônia tendo Belém como epicentro e uma preocupação fundamental: proteger a foz do Amazonas. A efetivação da Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão era parte da estratégia para viabilizar o controle da região dentro desse enquadramento pelo dinamismo econômico, formando uma elite local e gerando ganhos importantes sobre o comércio local e fixando pessoas na região. Consequentemente, a demanda por mão de obra escrava foi ampliada subitamente, tracionando a oferta e o número de cativos. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • c) declínio da escravização indígena, o que impulsionou ao uso exclusivo do trabalho compulsório de africanos.

Formalmente, a escravização de indígenas que aceitassem a conversão religiosa estava proibida na América Portuguesa desde o século XVI; mas a prática perdurou ao longo dos séculos. Não se pode falar que, a partir do século XVIII, tenha surgido o exclusivismo sobre o trabalho compulsório de africanos, mas sim uma expressiva ampliação, ao passo que a escravização indígena perdeu protagonismo. Alternativa errada.

 
  • d) decadência do pacto colonial, que fortaleceu empreendimentos particulares, interessados no abastecimento da Amazônia com escravos amazônicos.

O Pacto Colonial, isto é, o exclusivo de comércio da colônia frente à sua metrópole só seria abolido em 1808 por ocasião da chegada da família real portuguesa à América. Ou seja, o pacto colonial jamais foi um impeditivo real para o comércio de escravos no Atlântico Sul, sendo antes uma importante fonte de recursos e de impostos. Por fim, cumpre destacar, que a escravização do nativos na Amazônia era uma prática antiga e permanente no universo local; ao passo que não faz sentido supor que o fim do exclusivo de comércio fosse alterar decisivamente esse comércio, já que era uma atividade local. Alternativa errada.

 
  • e) ascensão do contrabando e do tráfico interprovincial de escravos negros no Brasil Colonial.

A própria ideia de província já indica de que período da História do Brasil se está tratando: foi durante o Império (1822-1889) que as unidades menores foram tratadas como províncias. No período colonial (ou seja, no período abordado nesta questão, havia a bipartição administrativa entre Estado do Brasil e Estado do Grão-Pará e Maranhão e as divisões internas entre capitanias. Ou seja, já não faria o menor sentido falar em "tráfico interprovincial" no século XVIII da América Portuguesa. O aumento da complexidade do contrabando e dessas rotas domésticas de tráfico só ocorreria de fato na segunda metade do século XIX após a proibição da importação de novos cativos pela Lei Eusébio de Queirós em 1850. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA B.

85) Dos senhores dependem os lavradores que têm partidos arrendados em terras do mesmo engenho; e quanto os senhores são mais possantes e bem aparelhados de todo o necessário, afáveis e verdadeiros, tanto mais são procurados, ainda dos que não têm a cana cativa, ou por antiga obrigação, ou por preço que para isso receberam.

  • A) baseada no arrendamento de terras para a obtenção da cana a ser moída nos engenhos centrais.

  • B) caracterizada pelo funcionamento da economia de livre mercado em relação à compra e venda de cana.

  • C) dependente de insumos importados da Europa nas frotas que chegavam aos portos em busca do açúcar.

  • D) marcada pela interdependência econômica entre os senhores de engenho e os lavradores de cana.

  • E) sustentada no trabalho escravo desempenhado pelos lavradores de cana em terras arrendadas

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A alternativa correta é letra D) marcada pela interdependência econômica entre os senhores de engenho e os lavradores de cana.

Gabarito: Letra D

 

(marcada pela interdependência econômica entre os senhores de engenho e os lavradores de cana.)

  

A questão poderia ser resolvida através da interpretação.

 

No texto consta a informação de que os senhores de engenho dependiam dos lavradores de cana que trabalhavam no engenho do próprio senhor. 

 

Esses lavradores eram homens livres que cultivavam a cana, mas não eram donos de terras e nem dos instrumentos para a produção do açúcar. Procuravam os senhores para fazer o cultivo e a produção açucareira.

 

Logo, notamos nessa relação uma interdependência entre esses dois grupos, pois os lavradores dependem das terras dos senhores de engenho e os senhores de engenho dependem dos lavradores de cana para o cultivo e produção.

  

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: baseada no arrendamento de terras para a obtenção da cana a ser moída nos engenhos centrais.

 

Embora também existissem as pessoas que alugavam pedaços de terras dos senhores de engenhos (arrendatários), o texto não menciona esse tipo de prática.

  

Letra B: caracterizada pelo funcionamento da economia de livre mercado em relação à compra e venda de cana.

 

A compra e a venda de cana, bem como a produção açucareira não seguiam uma lógica do livre mercado. Os agentes envolvidos nesse tipo de comércio operavam sob a lógica do mercantilismo, colocando valores fixos sobre os produtos.

  

Letra C: dependente de insumos importados da Europa nas frotas que chegavam aos portos em busca do açúcar.

 

O texto não menciona qualquer insumo vindo da Europa.

  

Letra E: sustentada no trabalho escravo desempenhado pelos lavradores de cana em terras arrendadas

 

Os lavradores de cana eram livres e não eram escravizados. A mão de obra em um engenho poderia ser composta por homens livres e escravizados.

 

86) Durante o período colonial, as câmaras municipais se constituíram em lugares privilegiados da administração e do exercício de poder, consolidando-se como espaços

  • A) de ação política das elites locais e responsáveis por intermediar a relação entre a população e as demais esferas administrativas da colônia, tratando de problemas como o abastecimento.

  • B) de pequeno prestígio político, considerando que os cargos eram ocupados pelos chamados homens bons, nomeados pela Coroa e responsáveis pela coleta dos tributos e impostos.

  • C) desvinculados do cotidiano da população, uma vez que seus integrantes se reuniam poucas vezes ao ano, apenas para votar as propostas (posturas) apresentadas pelos juízes de fora.

  • D) marcados pela ausência de disputas políticas, por possuir uma composição proporcional e estarem reguladas por leis regionais que impediam o acúmulo de privilégios pelos colonos.

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A alternativa correta é letra A) de ação política das elites locais e responsáveis por intermediar a relação entre a população e as demais esferas administrativas da colônia, tratando de problemas como o abastecimento.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar a caracterização correta do papel das câmaras municipais durante o período colonial.

 

A) de ação política das elites locais e responsáveis por intermediar a relação entre a população e as demais esferas administrativas da colônia, tratando de problemas como o abastecimento.

CORRETO. As câmaras municipais, durante o período colonial, eram de fato espaços de ação política das elites locais. Elas eram compostas pelos chamados "homens bons", que eram membros da elite local e tinham o poder de tomar decisões em nome da comunidade. Além disso, as câmaras municipais tinham um papel importante na intermediação da relação entre a população e as demais esferas administrativas da colônia, como a administração provincial e a Coroa. Eles tratavam de uma variedade de assuntos, incluindo questões de abastecimento, como a provisão de alimentos e a manutenção de estradas e pontes.

 

B) de pequeno prestígio político, considerando que os cargos eram ocupados pelos chamados homens bons, nomeados pela Coroa e responsáveis pela coleta dos tributos e impostos.

INCORRETO. Embora os cargos fossem ocupados pelos chamados "homens bons", isso não significa que as câmaras municipais tinham pouco prestígio político. Pelo contrário, ser membro da câmara municipal era um sinal de status e poder na comunidade local. Além disso, a responsabilidade pela coleta de tributos e impostos era uma função importante e prestigiosa.

 

C) desvinculados do cotidiano da população, uma vez que seus integrantes se reuniam poucas vezes ao ano, apenas para votar as propostas (posturas) apresentadas pelos juízes de fora.

INCORRETO. As câmaras municipais estavam profundamente envolvidas no cotidiano da população. Elas eram responsáveis por uma variedade de funções administrativas e judiciais, incluindo a resolução de disputas locais, a supervisão das obras públicas e a manutenção da ordem pública. Além disso, embora os membros da câmara municipal se reunissem formalmente apenas algumas vezes por ano, eles estavam constantemente envolvidos nos assuntos da comunidade em sua capacidade oficial.

 

D) marcados pela ausência de disputas políticas, por possuir uma composição proporcional e estarem reguladas por leis regionais que impediam o acúmulo de privilégios pelos colonos.

INCORRETO. As câmaras municipais eram, de fato, marcadas por disputas políticas. A composição da câmara municipal era uma questão de grande importância política, e as disputas por cargos eram frequentes. Além disso, embora existissem leis destinadas a prevenir o acúmulo de privilégios, essas leis nem sempre eram eficazmente aplicadas, e a corrupção e o nepotismo eram problemas comuns.

 

Portanto, a alternativa correta é a LETRA A.

87) Leia o texto abaixo.

  • A) assemelhava-se à sociedade formada em torno da produção do açúcar, ambas marcadas pela diversidade das atividades econômicas e intensa mobilidade social.

  • B) caracterizou-se pela ausência de dinamismo e poucos conflitos entre os colonos e o governo português, desinteressado por esse tipo de atividade econômica.

  • C) provocou intenso deslocamento populacional, motivado pelo ouro de aluvião e atividades econômicas paralelas à mineração, como a agricultura e o comércio.

  • D) contou com uma produção artística precária, desprovida de religiosidade e marcada por valores e princípios tradicionais da cultura portuguesa.

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A alternativa correta é letra C) provocou intenso deslocamento populacional, motivado pelo ouro de aluvião e atividades econômicas paralelas à mineração, como a agricultura e o comércio.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar o fato que marcou aquele período histórico.

 

A) assemelhava-se à sociedade formada em torno da produção do açúcar, ambas marcadas pela diversidade das atividades econômicas e intensa mobilidade social.

INCORRETO. A sociedade mineradora e a sociedade açucareira tinham características bastante distintas. A sociedade açucareira era marcada pela monocultura, com a economia voltada quase que exclusivamente para a produção de açúcar. Já a sociedade mineradora, como o próprio texto indica, era marcada por uma diversidade de atividades econômicas, incluindo a mineração, a agricultura e o comércio. Quanto à mobilidade social, é importante notar que, apesar de haver certa mobilidade na sociedade mineradora, principalmente devido à possibilidade de enriquecimento rápido através da descoberta de ouro, a sociedade açucareira era marcada por uma estrutura social bastante rígida, com pouca mobilidade.

 

B) caracterizou-se pela ausência de dinamismo e poucos conflitos entre os colonos e o governo português, desinteressado por esse tipo de atividade econômica.

INCORRETO. O texto descreve um cenário de intensa atividade econômica e um grande fluxo de pessoas, indicando um alto nível de dinamismo na sociedade mineradora. Além disso, é sabido que o governo português tinha grande interesse na mineração, uma vez que o ouro era uma importante fonte de riqueza para a metrópole. Quanto aos conflitos, a cobrança de impostos e a fiscalização da coroa portuguesa sobre a atividade mineradora foram motivos de várias revoltas e conflitos durante o período.

 

C) provocou intenso deslocamento populacional, motivado pelo ouro de aluvião e atividades econômicas paralelas à mineração, como a agricultura e o comércio.

CORRETO. O texto indica claramente que a descoberta de ouro provocou um "afluxo formidável de gente", ou seja, um grande deslocamento populacional. Além disso, o texto menciona que essas pessoas estavam ocupadas não apenas com a mineração, mas também com atividades agrícolas e comerciais, indicando que a mineração não era a única atividade econômica da região.

 

D) contou com uma produção artística precária, desprovida de religiosidade e marcada por valores e princípios tradicionais da cultura portuguesa.

INCORRETO. A sociedade mineradora foi marcada por uma rica produção artística, com destaque para o barroco mineiro, que expressava a religiosidade da população através de obras de arte cheias de detalhes e ornamentações. Além disso, apesar de a cultura portuguesa ter influenciado a sociedade mineradora, também houve a incorporação de elementos da cultura africana e indígena, o que contribuiu para a formação de uma cultura própria e diversificada.

 

Portanto, a alternativa correta é a LETRA C.

88) Analise os itens abaixo:

  • A) ao sucesso da agroindústria açucareira no Brasil do século XVI, impulsionada pelo crescimento do comércio de exportação para a metrópole.

  • B) à expansão da atividade pecuária nas áreas agrícolas do Brasil do século XVII, que possibilitou a ocupação do interior nordestino.

  • C) às medidas liberalizantes adotadas pela Corte portuguesa no século XIX, que estimularam a vinda de colonos europeus ao Brasil.

  • D) às transformações econômicas e sociais provocadas pelo desenvolvimento da atividade mineradora no Brasil do século XVIII.

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A alternativa correta é letra D) às transformações econômicas e sociais provocadas pelo desenvolvimento da atividade mineradora no Brasil do século XVIII.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar a qual processo histórico brasileiro os itens se referem.

 

A) ao sucesso da agroindústria açucareira no Brasil do século XVI, impulsionada pelo crescimento do comércio de exportação para a metrópole.

INCORRETO. Apesar de o sucesso da agroindústria açucareira no século XVI ter levado a um aumento expressivo da população, principalmente através do tráfico negreiro, a expansão do trabalho livre e do mercado interno, assim como o surgimento de uma camada intermediária de trabalhadores livres e pequenos proprietários, não são características marcantes desse período. Além disso, o estímulo a movimentos nativistas e emancipacionistas é mais associado a momentos de crise na relação entre metrópole e colônia do que ao auge do ciclo do açúcar. Alternativa errada.

 

B) à expansão da atividade pecuária nas áreas agrícolas do Brasil do século XVII, que possibilitou a ocupação do interior nordestino.

INCORRETO. A expansão da atividade pecuária no século XVII contribuiu para a ocupação do interior nordestino, mas não se caracterizou pelo surgimento de uma camada intermediária de trabalhadores livres e pequenos proprietários, nem pelo estímulo a movimentos nativistas e emancipacionistas. Além disso, o aumento da população nesse período não foi marcado por uma grande vinda de portugueses, mas sim pelo deslocamento interno da população e pelo tráfico negreiro. Alternativa errada.

 

C) às medidas liberalizantes adotadas pela Corte portuguesa no século XIX, que estimularam a vinda de colonos europeus ao Brasil.

INCORRETO. As medidas liberalizantes do século XIX, como a abertura dos portos e a vinda da família real portuguesa, estimularam a vinda de colonos europeus ao Brasil e propiciaram uma expansão do mercado interno. No entanto, essas medidas não estão associadas ao expressivo aumento do tráfico negreiro, nem ao surgimento de uma camada intermediária de trabalhadores livres e pequenos proprietários. Além disso, o acirramento das tensões entre metrópole e colônia que levou a movimentos nativistas e emancipacionistas ocorreu antes desse período, durante o século XVIII. Alternativa errada.

 

D) às transformações econômicas e sociais provocadas pelo desenvolvimento da atividade mineradora no Brasil do século XVIII.

CORRETO. O desenvolvimento da atividade mineradora no século XVIII levou a um expressivo aumento da população, tanto pela expansão do tráfico negreiro quanto pela vinda de grande número de portugueses. A mineração também propiciou a expansão do trabalho livre e do mercado interno, até então limitados pela economia agroexportadora. O surgimento de uma camada intermediária de trabalhadores livres e pequenos proprietários, que viviam do comércio ou da exploração de minas menos lucrativas, estimulou uma certa mobilidade social. Além disso, o acirramento das tensões entre metrópole e colônia, devido à exploração excessiva pela Coroa e à tentativa de controle da atividade mineradora, estimulou movimentos nativistas e emancipacionistas, como a Inconfidência Mineira. Alternativa correta.

 

Portanto, a alternativa correta é a LETRA D.

89) Além do sistema de plantation (cana-deaçúcar) na organização econômica do Brasil colonial, também podemos destacar outros produtos na América Portuguesa, entre eles:

  • A) Maracujá e Milho.
  • B) Beterraba e Acerola.
  • C) Algodão e Tabaco.
  • D) Tabaco e Cajá.

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A resposta correta para esta questão é:

  • Alternativa C: Algodão e Tabaco.

Explicação:

Durante o período colonial, a economia da América Portuguesa, incluindo o Brasil, era baseada principalmente no sistema de plantation, no qual se cultivavam produtos de alto valor comercial para exportação. Além da cana-de-açúcar, o algodão e o tabaco eram dois dos principais produtos cultivados neste sistema.

O algodão era uma cultura importante no nordeste do Brasil, onde as condições climáticas eram favoráveis à sua produção. O tabaco, por sua vez, era cultivado em diversas regiões do Brasil, sendo uma das principais fontes de renda da colônia. Assim, a alternativa C é a correta.

As outras alternativas não são corretas porque:

  • A maracujá e o milho não eram produtos de exportação significativos durante o período colonial.

  • A beterraba e a acerola eram pouco cultivadas no Brasil colonial, uma vez que a demanda por açúcar e outros produtos mais valiosos era maior.

  • O cajú era cultivado no Brasil colonial, mas sua produção era muito menor do que a do algodão e do tabaco.

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90) Produto de destaque na economia colonial, que ocupou praticamente todo o litoral brasileiro:

  • A) Cana-de-Açúcar.
  • B) Ouro.
  • C) Tabaco.
  • D) Algodão, via exportação.

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Resposta:

A alternativa correta é letra A) Cana-de-Açúcar.

Explicação:

A cana-de-açúcar foi um produto de destaque na economia colonial brasileira, ocupando praticamente todo o litoral brasileiro. A produção de açúcar foi uma das principais atividades econômicas do Brasil Colônia, especialmente no Nordeste, onde o clima e o solo eram favoráveis ao cultivo da cana. A produção de açúcar foi responsável por atrair muitos colonizadores portugueses para o Brasil e também por gerar uma grande quantidade de riqueza para a Coroa Portuguesa.

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