Questões Sobre Período Colonial - História - concurso
891) Analisar os conflitos entre as potências europeias pela posse de colônias no Novo Mundo é interessante para que o aluno perceba como a ocupação e manutenção das terras recém-descobertas por Portugal na América exigiram do mesmo ações empreendedoras. Sobre o ensino desse tópico e de acordo com as orientações pedagógicas da Secretaria de Educação de Minas Gerais, assinale a alternativa incorreta:
- A) O Tratado de Tordesilhas (1494), assinado entre Portugal e Espanha, garantia a posse dos territórios conquistados pelos lusitanos.
- B) Outras nações europeias não aceitavam a divisão das terras de além-mar entre os países ibéricos, proposta pelo Tratado de Tordesilhas, e estavam dispostas a entrar na disputa pelo controle dos territórios do Novo Mundo.
- C) Em relação à tomada de parte das províncias do Norte pela Companhia das índias Ocidentais, é essencial que o professor apresente o contexto prévio dessa disputa entre portugueses e holandeses.
- D) Com o fim da União Ibérica, Portugal reassume o controle da colônia brasileira e passa a disputar com os Países Baixos territórios e espaços comerciais não só na América, mas também na Asia e na África.
A alternativa correta é letra A) O Tratado de Tordesilhas (1494), assinado entre Portugal e Espanha, garantia a posse dos territórios conquistados pelos lusitanos.
Gabarito: ALTERNATIVA A
Analisar os conflitos entre as potências europeias pela posse de colônias no Novo Mundo é interessante para que o aluno perceba como a ocupação e manutenção das terras recém-descobertas por Portugal na América exigiram do mesmo ações empreendedoras. Sobre o ensino desse tópico e de acordo com as orientações pedagógicas da Secretaria de Educação de Minas Gerais, assinale a alternativa incorreta:
- a) O Tratado de Tordesilhas (1494), assinado entre Portugal e Espanha, garantia a posse dos territórios conquistados pelos lusitanos.
É muito curioso o movimento do avaliador ao construir esta alternativa. Distraindo os candidatos com um conteúdo mais factual, ele inseriu um erro extremamente banal para premiar aqueles que preferiram solucionar pela lógica. Ora, se o Tratado de Tordesilhas foi firmado em 1494 e a chegada portuguesa à América ocorreu em 22 de abril de 1500, como poderia se estar garantindo "a posse dos territórios conquistados pelos lusitanos"? O estabelecimento de um meridiano que dividia as terras atlânticas ocidentais entre os dois reis católicos se deu antes mesmo da chegada portuguesa à América do Sul - tratava-se, portanto, de uma medida preventiva para evitar choques entre as duas monarquias sobre terras ignoradas que ainda seriam descobertas. Não faz o menor sentido falar em defesa de posse seis anos antes da chegada portuguesa. Por ser a única que apresenta erro, esta é a ALTERNATIVA CORRETA.
- b) Outras nações europeias não aceitavam a divisão das terras de além-mar entre os países ibéricos, proposta pelo Tratado de Tordesilhas, e estavam dispostas a entrar na disputa pelo controle dos territórios do Novo Mundo.
Houve importante incursões de nações europeias nas Américas para reverter as vantagens do pioneirismo ibérico, que havia sido consagrado pela divisão estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas. Além do financiamento estatal de atividades de pirataria contra navios portugueses e, principalmente, espanhóis originários da América, as potências europeias financiaram e empreenderam invasões em vários pontos, inclusive na América portuguesa. Os dois casos mais importantes disso na experiência colonial portuguesa foram as invasões francesas (no Rio de Janeiro e no Norte) e holandesas (concentradas no Nordeste, na zona açucareira). Sem erros na alternativa.
- c) Em relação à tomada de parte das províncias do Norte pela Companhia das índias Ocidentais, é essencial que o professor apresente o contexto prévio dessa disputa entre portugueses e holandeses.
Há uma certa imprecisão na alternativa. Em primeiro lugar, a colonização portuguesa não foi dividida em províncias (que seriam organizadas já no período monárquico brasileiro), mas sim em capitanias. Segundo, as incursões holandesas na América portuguesa ocorreram entre 1630 e 1654, um momento de transição na vida portuguesa. Entre 1580 e 1640, ocorreu a União Ibérica, quando, por uma crise dinástica, acumulou-se as Coroas de Portugal e de Espanha sob uma mesma dinastia, o que arrastou a América portuguesa para o contexto das guerras entre os Países Baixos e a Espanha - a Guerra dos Oitenta Anos (1568-1648). Quando da invasão holandesa, portanto, a guerra estava entre holandeses e espanhóis, mas a questão foi herdada por Portugal quando este alcançou sua restauração em 1640. Ainda que seja, de fato, importante discutir o contexto maior da guerra, a alternativa é bastante imprecisa. Sob protestos, ainda se pode entender que esta alternativa não é a incorreta.
- d) Com o fim da União Ibérica, Portugal reassume o controle da colônia brasileira e passa a disputar com os Países Baixos territórios e espaços comerciais não só na América, mas também na Asia e na África.
Como apontado acima, a restauração Bragança em Portugal herdou da União Ibérica uma situação muito delicada frente à grande ascensão dos Países Baixos. Se a disputa na América tinha a dramaticidade da invasão territorial, os territórios imperiais portugueses na Ásia e na África também sofriam coma rivalidade comercial holandesa, cujas práticas superavam em muito as arcaicas formas mercantilistas portuguesas centradas no Antigo Regime. O mundo burguês holandês contava com instituições e práticas muito mais eficientes para competir internacionalmente com os impérios ibéricos, o que demandou um grande esforço português para reorganizar a situação do seu império, bem como para expulsar os holandeses da região açucareira. Em seguida, inclusive, a instalação holandesa nas Antilhas se provaria uma ameaça gravíssima para a posição do açúcar produzido na América portuguesa. Sem erros na alternativa.
Ainda que com graves ressalvas, pode-se dizer que a única a apresentar erros é a ALTERNATIVA A.
892) O domínio holandês no Brasil colonial do século XVII teve em sua origem elementos ligados à conjuntura europeia da passagem do século XVI ao século XVII. Sobre essa realidade, assinale a alternativa CORRETA.
- A) Essa conjuntura foi marcada pela União Ibérica.
- B) A Holanda tornou-se aliada da Espanha.
- C) Portugal firmou contratos de exploração da América com a Holanda.
- D) O rei de Portugal rompeu relações com sua aliada Espanha.
- E) A Holanda nunca se interessou pela economia açucareira.
A alternativa correta é letra A) Essa conjuntura foi marcada pela União Ibérica.
A União Ibérica foi um período em que Portugal e Espanha estiveram unidos sob uma mesma coroa, entre 1580 e 1640. Durante esse período, a Holanda, que era uma potência naval e comercial em ascensão, viu-se impedida de estabelecer relações comerciais diretas com Portugal e suas colônias, incluindo o Brasil. Isso levou a Holanda a buscar formas de contornar essa situação e estabelecer sua presença no Brasil, o que culminou com a invasão holandesa do Brasil em 1630.
893) Eu por vezes tenho dito a V. A. aquilo que me parecia acerca dos negócios da França, e isto por ver por conjecturas e aparências grandes aquilo que podia suceder dos pontos mais aparentes, que consigo traziam muito prejuízo ao estado e aumento dos senhorios de V. A. E tudo se encerrava em vós, Senhor, trabalhardes com modos honestos de fazer que esta gente não houvesse de entrar nem possuir coisa de vossas navegações, pelo grandíssimo dano que daí se podia seguir.
- A) a persistência dos ataques franceses contra a América, que Portugal vinha tentando colonizar de modo efetivo desde a adoção do sistema de capitanias hereditárias.
- B) os primórdios da aliança que logo se estabeleceria entre as Coroas de Portugal e da França e que visava a combater as pretensões expansionistas da Espanha na América.
- C) a preocupação dos jesuítas portugueses com a expansão de jesuítas franceses, que, no Brasil, vinham exercendo grande influência sobre as populações nativas.
- D) o projeto de expansão territorial português na Europa, o qual, na época da carta, visava à dominação de territórios franceses tanto na Europa quanto na América.
- E) a manifestação de um conflito entre a recém-criada ordem jesuíta e a Coroa portuguesa em torno do combate à pirataria francesa.
A alternativa correta é letra A) a persistência dos ataques franceses contra a América, que Portugal vinha tentando colonizar de modo efetivo desde a adoção do sistema de capitanias hereditárias.
Gabarito: Letra A
(a persistência dos ataques franceses contra a América, que Portugal vinha tentando colonizar de modo efetivo desde a adoção do sistema de capitanias hereditárias.)
A posse da parte da América que coube aos portugueses foi realizada em 1500 pela expedição de Pedro Álvares Cabral. Depois de fincar uma cruz de madeira na terra em que esses exploradores portugueses desembarcaram, a expedição seguiu rumo à Índia para obter especiarias.
Entre 1501 e 1503, a Coroa portuguesa organizou expedições para sondar e reconhecer o litoral do novo território. Nesse contexto, foram dando nomes aos acidentes geográficos que encontraram na costa e criando feitorias para explorar o pau-brasil.
Interessada no comércio dessa madeira, a França organizou algumas expedições para o litoral brasileiro a fim de contrabandear o pau-brasil. A Coroa portuguesa enviou expedições guarda-costas para expulsar os franceses do litoral, mas essa ação se tornou muito difícil em função da dificuldade em se patrulhar o litoral que era grande e pelo número cada vez maior de franceses na costa brasileira.
No momento em que o jesuíta escreve ao rei D.João III, o Brasil estava sendo administrado pelo sistema de capitanias hereditárias, mas que se mostrava em dificuldades pelo desinteresse dos donatários, pelos ataques indígenas, pelas viagens de donatários mal-sucedidas e pelas constantes investidas dos franceses que aliavam a indígenas contrários aos colonos portugueses.
O que o jesuíta não poderia imaginar era que décadas mais tarde, os franceses organizariam um núcleo e povoamento na Baía de Guanabara entre 1555 e 1567, chamado de França Antártica.
Por que as demais estão incorretas?
Letra B: os primórdios da aliança que logo se estabeleceria entre as Coroas de Portugal e da França e que visava a combater as pretensões expansionistas da Espanha na América.
Portugal e França não eram aliados. A monarquia francesa desafiou as possessões espanholas e portuguesas delimitadas pelo Tratado de Tordesilhas de 1494. É célebre a frase do rei francês, Francisco I, questionando onde estava o testamento de Adão que dizia que o mundo pertencia aos espanhóis e portugueses.
Letra C: a preocupação dos jesuítas portugueses com a expansão de jesuítas franceses, que, no Brasil, vinham exercendo grande influência sobre as populações nativas.
Os jesuítas eram uma ordem religiosa criada no contexto da Reforma Religiosa e da Contrarreforma católica. Era uma organização católica com propósito de evangelizar e conquistar novos fiéis, principalmente na África, Ásia e América. O principal núcleo de povoamento francês no Brasil era huguenote, ou seja, protestante. O líder religioso não era um jesuíta, mas um pastor.
Letra D: o projeto de expansão territorial português na Europa, o qual, na época da carta, visava à dominação de territórios franceses tanto na Europa quanto na América.
O projeto de expansão territorial português não se concentrou na Europa. Portugal à época do documento tinha possessões na América, África e Ásia. Não pretendia dominar territórios franceses na Europa ou na América. Os franceses realizaram suas expedições marítimas mais tardiamente e procuraram se apossar de territórios livres que não estavam sob domínio de espanhóis ou portugueses.
Letra E: a manifestação de um conflito entre a recém-criada ordem jesuíta e a Coroa portuguesa em torno do combate à pirataria francesa.
O trecho do documento demonstra um alerta do jesuíta ao rei português para as diversas invasões de franceses que poderiam acarretar em perda do território. Portanto, não se trata de um conflito entre os jesuítas e a monarquia portuguesa, até porque no início da colonização do Brasil, a Companhia de Jesus foi a principal organização que contribuiu para a posse do território ao estabelecer aldeamentos e relações não violentas com os indígenas.
Referências:
AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.
894)
- A) expansão do comércio de escravos.
- B) propagação dos engenhos de açúcar.
- C) extinção do período colonial no Brasil.
- D) expulsão dos holandeses do Nordeste.
- E) finalização da Batalha dos Guararapes.
A alternativa correta é letra D) expulsão dos holandeses do Nordeste.
Gabarito: Letra D
expulsão dos holandeses do Nordeste
O selo comemorativo lançado em 1954 marca os 300 anos da derrota holandesa em Pernambuco diante das forças luso-brasileiras. A batalha é a conclusão do processo de expulsão e retomada dos territórios do Nordeste ocupados pelos holandeses desde 1630.
Dentre os fatores dessa reconquista territorial podemos citar: a Restauração Portuguesa diante da Coroa Espanhola, que assegurou a independência do reino português, encerrando assim a união das duas coroas ibéricas; o declínio dos preços de exportação do açúcar e o encarecimento do preço dos escravizados, que prejudicou quem dependia da economia açucareira, o retorno de Maurício de Nassau à Holanda e a consequente mudança de atuação da Companhia das Índias Ocidentais, empresa colonizadora holandesa que resolveu cobrar as dívidas feitas pelos colonos, além da luta religiosa contra os calvinistas holandeses.
O selo mostra as quatro lideranças do processo de restauração pernambucana e do Nordeste: João Fernandes Vieira, Antônio Vidal de Negreiros, Filipe Camarão e Henrique Dias que comandaram tropas que expulsaram os holandeses em definitivo em 1654.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: expansão do comércio de escravos.
A Restauração Pernambucana não teve como consequência direta a expansão do comércio de escravizados, pois durante o período de domínio holandês no Nordeste brasileiro houve uma forte aumento de cativos para os engenhos.
Letra B: propagação dos engenhos de açúcar.
A Restauração Pernambucana não teve como consequência direta a expansão dos engenhos de açúcar, pois durante o período de domínio holandês no Nordeste brasileiro houve uma forte aumento dessa unidades produtoras de açúcar e derivados.
Letra C: extinção do período colonial no Brasil.
A Restauração Pernambucana não teve como consequência direta o fim do período colonial. Para uma corrente de historiadores, o período colonial se encerra com a transferência da família real portuguesa em 1808. Para outros, só termina com a Independência em 1822.
Letra E: finalização da Batalha dos Guararapes.
A Batalha dos Guararapes foi um conflito entre tropas holandesas e luso-brasileiras ocorrido entre 1648 e 1649 e que marcou a vitória luso-brasileira e o caminho para expulsar definitivamente os holandeses.
Referência:
VAINFAS, Ronaldo. "Tempo dos flamengos: a experiência colonial holandesa". In: FRAGOSO, João Luís Ribeiro e GOUVÊA, Maria de Fátima (Orgs.). O Brasil Colonial. volume 2 . Rio de Janeiro : Civilização Brasileira, 2017.
895)
- A) Primeiro traço ele união dos grupos locais.
- B) Ardor hispânico ameaçado pela ação luso-batava.
- C) Ajuntamento entre negros e franceses para enfrentar os luso-britânicos.
- D) Desejo de formar uma aliança com os espanhóis e portugueses para expulsar os holandeses.
- E) Elemento principal na equação econômica da época: o tabaco haitiano em substituição ao açúcar.
A alternativa correta é letra A) Primeiro traço ele união dos grupos locais.
Gabarito: ALTERNATIVA A
O enunciado faz referência ao ciclo das chamadas invasões holandesas, que se concentraram entre 1624 e 1654. Após tentarem tomar Salvador, as forças holandesas se dirigiram à capitania de Pernambuco, um dos centros mais importantes de produção de açúcar na América portuguesa. Com uma série de vitórias militares, os invasores conseguiram estabelecer forte controle sobre Pernambuco. Tendo Maurício de Nassau à frente da administração, Recife passou por uma série de reformas e houve importante entrosamento comercial entre os holandeses e os produtores. No entanto, as relações com os holandeses entraram em crise depois de uma série de safras de baixa produtividade cujos rendimentos não eram suficientes para honrar os empréstimos tomados. No final da década de 1640, com a liderança dos senhores de engenho, Pernambuco pegaria em armas contra os invasores holandeses no que ficou conhecida como Insurreição Pernambucana. As batalhas dos Guararapes são comumente entendidas como a primeira manifestação nacionalista brasileira, criando formas de identificação que superavam a simples dominação colonial portuguesa. Assim, observemos as alternativas propostas.
- a) Primeiro traço ele união dos grupos locais.
Note o estudante o que diz a imagem: "Batalha dos Guararapes - assim nasceu a pátria". Esse tipo de narrativa, além da explicação dada acima, enquadra a noção de que na Batalha dos Guararapes foi iniciado um processo de conformação da nacionalidade brasileira. A união dos senhores de engenho locais, populares e as forças portuguesas descreviam um arco nativista inédito até então. ALTERNATIVA CORRETA.
- b) Ardor hispânico ameaçado pela ação luso-batava.
Portugal estava tentando reaver a região ocupada pelos batavos, e não eram aliados. Portanto, não faz sentido se considerar uma ação concertada entre os dois lados. Alternativa errada.
- c) Ajuntamento entre negros e franceses para enfrentar os luso-britânicos.
Não houve nenhuma participação francesa ou britânica na Batalha dos Guararapes. Alternativa errada.
- d) Desejo de formar uma aliança com os espanhóis e portugueses para expulsar os holandeses.
Com o fim da União Ibérica em 1840, a Espanha se retirou dos negócios portugueses e coube a Portugal travar sozinho o fim da guerra contra a Holanda pelo controle das regiões açucareiras do Brasil. Alternativa errada.
- e) Elemento principal na equação econômica da época: o tabaco haitiano em substituição ao açúcar.
O açúcar era o eixo econômico da Batalha dos Guararapes. Afinal, eram os senhores de engenho unidos contra a presença holandesa no Brasil. Ou seja, não cabe falar da inserção do tabaco haitiano nesse período. Alternativa errada.
Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.
896) O Brasil foi invadido em 10 de novembro de 1555 pelos
- A) argentinos.
- B) uruguaios.
- C) franceses.
- D) chilenos.
A alternativa correta é letra C) franceses.
Em 10 de novembro de 1555, o Brasil foi invadido pelos franceses, que estabeleceram a França Antártica, uma colônia francesa na região que hoje é o estado do Rio de Janeiro. Essa invasão foi liderada pelo vice-almirante francês Nicolas Durand de Villegaignon, que fundou a Fortaleza de Coligny na ilha de Serigipe, na baía de Guanabara.
897) “No início da colonização, os perós (portugueses) aproveitaram-se da desorganização das tribos que já se encontravam em guerra, uma contra outras, antes da chegada do branco. Além disso, as armas de fogo, e a chegada em grande quantidade de portugueses nas primeiras expedições colonizadoras, garantiram, no inicio o domínio do litoral. Mas não tardou e os tupinambás, sob o comando do cacique Cunhambebe e do cacique Aimberê, com apoio dos franceses comerciantes de arabutã (pau-brasil), conseguiram formar uma grande aliança de tribos inimigas dos portugueses, acima das rivalidades e divisões dos povos, contra a invasão de suas terras e a escravidão de seus povos.” (adap.)
- A) Confederação dos Tamoios.
- B) Nação Tupi.
- C) Confederação dos Tupis.
- D) Nação Tamoia.
- E) Nação Tupi-Guarani.
A alternativa correta é letra A) Confederação dos Tamoios.
Essa união de tribos, liderada pelos caciques Cunhambebe e Aimberê, com apoio dos franceses comerciantes de arabutã (pau-brasil), foi batizada de Confederação dos Tamoios. Os Tamoios eram uma das tribos indígenas que habitavam a região do litoral brasileiro, especialmente no atual estado do Rio de Janeiro. A Confederação dos Tamoios foi uma aliança de tribos inimigas dos portugueses, formada para resistir à invasão de suas terras e à escravidão de seus povos.
898) As reformas pombalinas, no período colonial, foram um conjunto de medidas decretadas pelo governo português, que, entre outras mudanças, acarretaram a
- A) fundação das companhias de comércio como a Companhia das Índias Ocidentais, para incrementar a exploração colonial e as trocas comerciais.
- B) proibição da instalação de manufaturas, a fim de revitalizar o Pacto Colonial e reforçar o poder português sobre a colônia, em plena atividade mineradora.
- C) expulsão da Companhia de Jesus do território colonial brasileiro sob acusações de conspiração, e o confisco de seus bens pelo Estado.
- D) centralização do poder sobre a colônia pela Coroa portuguesa mediante a extinção de órgãos administrativos e de cargos importantes, como o de vice-rei.
- E) flexibilização da cobrança de impostos em troca de maior apoio político da elite colonial, a fim de evitar o contrabando e a sonegação fiscal.
A alternativa correta é letra C) expulsão da Companhia de Jesus do território colonial brasileiro sob acusações de conspiração, e o confisco de seus bens pelo Estado.
Vamos analisar cada alternativa para identificar o impacto das reformas pombalinas no período colonial.
A) Fundação das companhias de comércio como a Companhia das Índias Ocidentais, para incrementar a exploração colonial e as trocas comerciais.
INCORRETO. As companhias de comércio, como a Companhia das Índias Ocidentais, foram criadas antes do período das reformas pombalinas e não estavam diretamente relacionadas a essas reformas. Além disso, a Companhia das Índias Ocidentais era uma empresa holandesa, não portuguesa. Portanto, essa alternativa está errada.
B) Proibição da instalação de manufaturas, a fim de revitalizar o Pacto Colonial e reforçar o poder português sobre a colônia, em plena atividade mineradora.
INCORRETO. As reformas pombalinas não proibiram a instalação de manufaturas. Na verdade, uma das medidas do Marquês de Pombal foi a criação de fábricas e indústrias, como a Real Fábrica de Ferro de Ipanema, em São Paulo. Isso fazia parte do esforço de modernização e diversificação da economia colonial, que já não dependia tanto da exploração do ouro, como no século anterior. Portanto, essa alternativa está errada.
C) Expulsão da Companhia de Jesus do território colonial brasileiro sob acusações de conspiração, e o confisco de seus bens pelo Estado.
CORRETO. A expulsão dos jesuítas foi uma das medidas mais marcantes das reformas pombalinas. O Marquês de Pombal acusou a Companhia de Jesus de conspiração e confisco seus bens. Além disso, os jesuítas foram expulsos do território colonial brasileiro e de outros territórios portugueses. A expulsão dos jesuítas tinha o objetivo de centralizar o poder nas mãos do Estado e diminuir a influência da Igreja na educação e na sociedade em geral. Portanto, essa alternativa está correta.
D) Centralização do poder sobre a colônia pela Coroa portuguesa mediante a extinção de órgãos administrativos e de cargos importantes, como o de vice-rei.
INCORRETO. A centralização do poder pela Coroa portuguesa foi uma característica das reformas pombalinas, mas não houve a extinção de órgãos administrativos e de cargos importantes, como o de vice-rei. Na verdade, o Marquês de Pombal fortaleceu a administração colonial e criou novos órgãos, como a Secretaria de Estado dos Negócios do Brasil. Portanto, essa alternativa está errada.
E) Flexibilização da cobrança de impostos em troca de maior apoio político da elite colonial, a fim de evitar o contrabando e a sonegação fiscal.
INCORRETO. As reformas pombalinas não flexibilizaram a cobrança de impostos. Na verdade, o Marquês de Pombal intensificou a cobrança de impostos e criou novos tributos, como o imposto sobre o tabaco. Isso fazia parte do esforço de aumentar a receita da Coroa e fortalecer o controle sobre a economia colonial. Portanto, essa alternativa está errada.
Portanto, a alternativa correta é a LETRA C.
899)
- A) F, V e F.
- B) F, V e V.
- C) V, F e F.
- D) V, V e V.
- E) F, F e V.
A alternativa correta é letra D) V, V e V.
Gabarito: Letra D
A sequência correta é: V,V e V.
Vamos analisar as proposições.
(V) As invasões holandesas se inserem no quadro das relações internacionais entre os países europeus, disputando o controle do comércio do açúcar.
As invasões holandesas em territórios ultramarinos pertencentes a Portugal e Espanha situam-se nas mudanças nas relações internacionais europeias. Se os holandeses mantinham uma boa relação econômica com Portugal de onde obtinham lucros em função do comércio açucareiro e boa relação política com a Espanha no tempo de Carlos V, a ascensão de Filipe II ao trono português graças à união das coroas ibéricas modificou completamente esse quadro. O monarca procurou retirar a autonomia política dos holandeses dentro do império bem como praticou uma política de intolerância religiosa em territórios espanhóis que recaiu também sobre os holandeses que eram do credo calvinista.
Como resposta à tentativa de retirada de autonomia e dos ataques aos protestantes holandeses houve rompimento com a Espanha, que por sua vez decidiu decretar um embargo econômico a qualquer navio holandês. Portugal foi envolvido nesse conflito entre espanhóis e holandeses, pois sendo parte da monarquia espanhola, ficou proibido de comercializar com os holandeses, principalmente o açúcar nordestino, importante produto vendido por Portugal aos holandeses que o revendiam no mercado europeu.
Assim, a Holanda entendeu Portugal como inimigo e decidiram ocupar o Nordeste para garantir diretamente o controle sobre a produção do açúcar colonial, sem necessitar comprar de Portugal.
( V ) A capitulação holandesa, em 1654, imposta pelo poderio português, é objeto de propaganda no frontispício mediante a sobreposição do escudo da Restauração a um mapa que alude aos domínios do Império ultramarino português.
Podemos notar no frontispício o escudo português da Dinastia de Bragança, responsável por empreender o processo de restauração monárquica diante da Espanha. Ou seja, o monarca e seus apoiadores da nobreza e do grupo mercantil decidiram realizar a independência portuguesa em relação à Coroa Espanhola. Feita essa independência, os portugueses com apoio dos colonos, diga-se de passagem, conseguiram expulsar os holandeses do Nordeste em 1654. Assim, o acontecimento da Restauração Portuguesa foi lido pelos colonos como um forte indício da luta pela restauração do nordeste ocupado pelos holandeses.
( V ) A especificidade do conflito em terras coloniais, marcado pelo uso de emboscadas com pequenos grupos, em constante movimento, está indicada na referência à “guerra brasílica” no título da obra.
O título da obra História da Guerra Brasílica guarda referência ao momento em que Portugal retoma o Nordeste que estava sob domínio holandês. Para vencer os holandeses, os colonos luso-brasileiros utilizaram-se de várias táticas, desde a aliança com indígenas e também com escravos até ao uso de emboscadas.
Referência:
VAINFAS, Ronaldo. "Tempo dos flamengos: a experiência colonial holandesa". In: FRAGOSO, João Luís Ribeiro e GOUVÊA, Maria de Fátima (Orgs.) O Brasil Colonial (1580-1720). volume 2. Rio de Janeiro : Civilização Brasileira, 2017.
900) Durante a Colônia, experimentou-se uma série de conflitos protagonizados por colonizadores e populações presentes no território.
- A) consistiu na invasão armada dos portugueses em territórios indígenas, com o objetivo de capturar o maior número de pessoas, incluindo mulheres e crianças, com a finalidade de escravizá-los.
- B) foi um conflito bélico protagonizado pelos holandeses após a ocupação de Pernambuco por esses últimos.
- C) tratava-se de guerras por conquistas de território realizadas entre os diversos grupos indígenas e nas quais os portugueses participavam, apoiando um grupo ou outro, dependendo dos seus interesses.
- D) consistiu na invasão armada dos grupos indígenas aos assentamentos portugueses, com a finalidade de capturar invasores para serem comidos ritualmente.
- E) foram guerras de retaliação que os portugueses realizavam em territórios ocupados pelos holandeses após serem atacados por eles.
A alternativa correta é letra A) consistiu na invasão armada dos portugueses em territórios indígenas, com o objetivo de capturar o maior número de pessoas, incluindo mulheres e crianças, com a finalidade de escravizá-los.
Gabarito: ALTERNATIVA A
Durante a Colônia, experimentou-se uma série de conflitos protagonizados por colonizadores e populações presentes no território.
Um deles, denominado “Guerra Justa”:
- a) consistiu na invasão armada dos portugueses em territórios indígenas, com o objetivo de capturar o maior número de pessoas, incluindo mulheres e crianças, com a finalidade de escravizá-los.
A ideia de Guerra Justa está umbilicalmente ligada à defesa da expansão da fé cristã - e, lembre-se sempre o estudante, a Igreja Católica teve uma participação expressiva no estabelecimento da empresa colonial do século XVI. Uma das grandes justificativas para a expansão ultramarina ibérica era justamente levar a fé cristã para territórios desconhecidos, cumprindo a missão da evangelização. A descoberta de povos originários na América amplificou muito a atenção católica para difundir o Cristianismo. Isso, no entanto, colocou um curto-circuito dentro da colonização: o impulso de escravizar os indígenas para a plantation e o estabelecimento de missões jesuítas para expansão da fé. Ainda no século XVI, Portugal proibiu a escravização de indígenas convertidos ou dóceis à ação da Igreja, bem como baniu a prática de atacar aldeamentos. No entanto, aquele que resistisse à expansão da fé passava a estar fora do enquadramento que proibia a escravização, tratando-se de uma "guerra justa". Ou seja, sempre que nações indígenas colocassem sérios obstáculos para a implantação da colonização ou da obra católica, a prática da guerra passava a ser considerada justa - uma forma absurda de "legítima defesa" dentro do mundo colonial português -, o que, por óbvio, também significava a possibilidade de se fazer novos escravos. ALTERNATIVA CORRETA.
- b) foi um conflito bélico protagonizado pelos holandeses após a ocupação de Pernambuco por esses últimos.
Quando das invasões holandesas em Pernambuco no século XVII, a implantação da indústria açucareira já era uma realidade e os períodos mais difíceis de conflitos com os povos originários já haviam sido superados na região. Além disso, a ação colonial holandesa não tinha a mesma carga de associação com a Igreja Católica; muito pelo contrário, a administração holandesa prezava pela liberdade de culto na vida colonial. Alternativa errada.
- c) tratava-se de guerras por conquistas de território realizadas entre os diversos grupos indígenas e nas quais os portugueses participavam, apoiando um grupo ou outro, dependendo dos seus interesses.
A alternativa tem uma construção truncada, o que dificulta a interpretação. De toda forma, de fato, havia conflitos entre diferentes povos indígenas e, inclusive, alianças de povos indígenas com outras potências para enfrentar seus inimigos locais e a presença portuguesa. Isso foi uma realidade bastante recorrente, principalmente no primeiro século e meio de ocupação portuguesa na América. No entanto, isso era trata como um assunto de guerra normal, não sendo necessário buscar um enquadramento ético e conceitual novo para justificar essas ações. Alternativa errada.
- d) consistiu na invasão armada dos grupos indígenas aos assentamentos portugueses, com a finalidade de capturar invasores para serem comidos ritualmente.
O conceito de Guerra Justa é uma construção europeia e só chegou aos nosso dias por ter sido objeto de discussão jurídica e filosófica na Europa. É bem possível que as nações indígenas tenham tido reflexões nesse sentido, no entanto, o genocídio que sofreram e a falta de registros escritos praticamente inviabilizam estudarmos com clareza quais eram os entendimentos dos diferentes povos indígenas sobre a presença portuguesa. Alternativa errada.
- e) foram guerras de retaliação que os portugueses realizavam em territórios ocupados pelos holandeses após serem atacados por eles.
As guerras movidas contra os holandeses em Pernambuco ficaram conhecidas como Insurreição Pernambucana ou simplesmente como "expulsão dos holandeses do Brasil". Esses conflitos estavam enquadrados no esforço da Restauração Portuguesa de 1640 (fim da União Ibérica) e dos enfrentamentos entre Portugal e Holanda; ou seja, mais uma de tantas guerras entre as potências europeias. Além disso, o enunciado é claro ao destacar que as guerras justas foram conceituações para se pensar as relações com os povos originários, e não para mediar as relações europeias. Alternativa errada.
Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.