Logo do Site - Banco de Questões

Questões Sobre Período Colonial - História - concurso

Continua após a publicidade..

921) A rebelião luso-brasileira em Pernambuco começou a ser urdida em 1644 e explodiu em 13 de junho de 1645, dia de Santo Antônio. Uma das primeiras medidas de João Fernandes foi decretar nulas as dívidas que os rebeldes tinham com os holandeses. Houve grande adesão da “nobreza da terra”, entusiasmada com esta proclamação heroica.

  • A)  fraqueza bélica dos protestantes batavos.

  • B)  comércio transatlântico da África ocidental.

  • C)  auxílio financeiro dos negociantes flamengos.

  • D)  diplomacia internacional dos Estados ibéricos.

  • E)  interesse econômico dos senhores de engenho.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra E)  interesse econômico dos senhores de engenho.

Gabarito: ALTERNATIVA E

 

A rebelião luso-brasileira em Pernambuco começou a ser urdida em 1644 e explodiu em 13 de junho de 1645, dia de Santo Antônio. Uma das primeiras medidas de João Fernandes foi decretar nulas as dívidas que os rebeldes tinham com os holandeses. Houve grande adesão da “nobreza da terra”, entusiasmada com esta proclamação heroica. VAINFAS, R. Guerra declarada e paz fingida na restauração portuguesa. Tempo, n.27,2009.

  • O desencadeamento dessa revolta na América portuguesa seiscentista foi o resultado do(a)

É estarrecedor o desleixo intelectual do avaliador ao elaborar uma questão como esta. Não se exigiu nenhum conhecimento histórico um pouco mais consistente, bastando a leitura rasa e preguiçosa do texto citado no enunciado - nem sendo necessário um elementar espírito crítico. Na visão de Vainfas, o adensamento da revolta contra a ocupação holandesa em Pernambuco se deu pelo perspectiva da anulação das dívidas contraídas com os holandeses ao longo dos mais de vinte anos de ocupação. Foi esta "proclamação heroica" que, na visão do autor, acirrou os ânimos decisivamente em favor da sublevação contra os batavos. Assim, observemos as alternativas propostas.

  • a)  fraqueza bélica dos protestantes batavos.

Ora, se os invasores batavos não tinham condições militares de sustentar a ocupação, como explicar que, apesar dos esforços portugueses, ela se prolongou por mais de vinte anos em Pernambuco? As posições batavas, pelo contrário, eram importantes e sólidas, ocorrendo grandes gastos com a contratação de tropas mercenárias na Europa e na América para sustentar militarmente a ocupação. Alternativa errada.

  • b)  comércio transatlântico da África ocidental.

Na região ocupada, os batavos assumiram o monopólio comercial, inclusive sobre o tráfico de escravos. As relações com a África ocidental, portanto, não estavam no campo focal dos revoltosos; tampouco são indicadas no trecho citado. Alternativa errada.

  • c)  auxílio financeiro dos negociantes flamengos.

Ora, se houvesse o tal auxílio financeiro dos negociantes flamengos, por que os senhores da terra se revoltariam contra aqueles que os financiava em forma de auxílio? A alternativa não tem nenhuma sustentação lógica, além de contrariar a ideia, expressa no enunciado, de que a promessa lusa de revogação das dívidas com os negociantes flamengos foi o motivo da adesão local ao movimento de expulsão destes. Alternativa errada.

  • d)  diplomacia internacional dos Estados ibéricos.

Em 1644, Portugal tinha reconquistado sua independência frente à Espanha há poucos anos depois de sessenta anos de União Ibérica. Portanto, a diplomacia portuguesa não andava exatamente junto com a espanhola, que também tinha outras preocupações naquele momento. Além disso, o trecho citado é muito claro sobre a natureza militar da revolta, bem como a intervenção político-econômica portuguesa dentro do seu império, sem citar relações diplomáticas. Alternativa errada.

  • e)  interesse econômico dos senhores de engenho.

A invasão holandesa em Pernambuco tinha como intuito principal o estabelecimento de uma cadeia produtiva do açúcar com fins comerciais sob o monopólio holandês. Isso implicou, consolidada a ocupação, na reorganização da produção com o intermédio dos capitais holandeses sobre os engenhos já estabelecidos e sobre a ampliação produtiva. Com importantes mercadores holandeses no Recife, os senhores de engenho tiveram acessos a linhas de crédito privadas e financiadas pela Companhia das Índias Ocidentais Holandesas com condições bastante favoráveis. Ainda que a cadeia de produção açucareira pernambucana tenha sido um sucesso e bastante lucrativa, o passar dos anos implicou no vencimento das obrigações de crédito contraídas pelos senhores de engenho, muitos dos quais, por imperícia ou por imprudência, não estavam em condições de honrar os contratos firmados. Assim, havia o eminente interesse econômico em abolir aquelas dívidas, ainda que isso significasse o engajamento ao lado dos portugueses contra os holandeses que outrora financiaram suas lavouras. Esta era a "proclamação heroica" do enunciado: a certeza de que, vencedores os portugueses, as dívidas calamitosas contraídas com os investidores holandeses seriam abolidas. ALTERNATIVA CORRETA.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.

922) Curiosamente, a Companhia das Índias Ocidentais foi considerada a primeira empresa de capital aberto, utilizando a venda de ações para os interessados em patrocinar a invasão das áreas de domínio espanhol. Fixados na porção mais rica da colônia portuguesa, caberia aos holandeses fortalecer as atividades produtivas com o intuito de cumprir o objetivo da ocupação da região. Para essa função, foi nomeado o conde Maurício de Nassau, que passou a administrar a área de domínio holandês a partir de 1637.

  • A) profunda harmonia com os produtores açucareiros e a relativa tolerância empreendida na administração da região.

  • B) exclusivismo de empréstimos aos senhores de engenho, não portugueses, ligados à atividade canavieira.

  • C) abastecimento de trabalhadores africanos escravizados, pela frota espanhola.

  • D) reforma arquitetônica empreendida nas cidades interioranas de Pernambuco, com o intuito de conquistar a simpatia dos senhores de engenho.

  • E) democratização religiosa empreendida, principalmente com relação às religiões de matrizes africana.

FAZER COMENTÁRIO
$@$v=v1.20-rv1$@$

A resposta correta é a letra A) profunda harmonia com os produtores açucareiros e a relativa tolerância empreendida na administração da região.

Essa alternativa é correta porque o conde Maurício de Nassau, nomeado para administrar a área de domínio holandês a partir de 1637, exercitou um controle político caracterizado por uma profunda harmonia com os produtores açucareiros e uma relativa tolerância em sua administração. Isso permitiu que os holandeses fortalecessem as atividades produtivas na região, cumprindo o objetivo da ocupação.

923) Observe a charge abaixo e responda a questão a seguir.

  • A) a outorga das leis restritivas de escravidão no reino, assinadas no ano de 1761 por D. José I, tendo a frente como idealizador das mesmas o Marquês de Pombal.

  • B) a criação das Companhias de Comércio do Estado do Grão- Pará e do Maranhão, em 1755, que garantiam o monopólio da Coroa por toda a atividade de comércio no Brasil.

  • C) o Alvará de 1785, que foi uma medida criada por D.Maria I, o qual proibia, entre outras atividades, a instalação de manufaturas no Brasil.

  • D)  o estabelecimento do Alvará de 1756 referente a atividade agrícola das Vinhas do Alto Douro instaladas na Capitania do Maranhão e Grã-Pará.

  • E) o Alvará de 1773 que livrava os ditos "Cristãos-Novos" de origem judaica da ameaça inquisitorial permitindo a instalação de companhias de comércio no Brasil.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra C) o Alvará de 1785, que foi uma medida criada por D.Maria I, o qual proibia, entre outras atividades, a instalação de manufaturas no Brasil.

Gabarito: ALTERNATIVA C

  

Observe a charge abaixo e responda a questão a seguir.

 

NOVAIS, Carlos Eduardo; LOBO, César - História do Brasil para principiantes - De Cabral a Cardoso 500 anos de Novela - Editora Ática - São Paulo, 1997, p.130

 
  • A charge faz referência a uma determinação instituída na segunda metade do século XVIII que foi:

Note bem o estudante que o que se tem em tela aqui não é a consistência do conteúdo das alternativas em si, mas sim a correlação adequada com a charge apresentada. Portanto, deveria o candidato estar muito atento à charge, e não descurar disso no momento de analisar as alternativas propostas.

 
  • a)  a outorga das leis restritivas de escravidão no reino, assinadas no ano de 1761 por D. José I, tendo a frente como idealizador das mesmas o Marquês de Pombal.

Ora, em nenhum ponto se faz referência a qualquer aspecto da escravidão na charge; tratando-se mais de tensões relacionadas ao comércio entre metrópole e colônia. De toda forma, cumpre esclarecer que, sob influência do Marquês de Pombal, D. José I promulgou, em 1761, a lei que proibia a importação de novos escravos para o território metropolitano e abolia a escravidão de indianos em Portugal e nas possessões portuguesas na Índia. No entanto, escravos e seus filhos continuariam no cativeiro no Reino de Portugal até 1773, quando se declara uma Lei do Ventre Livre, libertando os filhos de escravos nascidos a partir da data. No entanto, para o restante do império, as relações com a escravidão continuariam nos termos anteriores. Alternativa errada.

 
  • b)  a criação das Companhias de Comércio do Estado do Grão- Pará e do Maranhão, em 1755, que garantiam o monopólio da Coroa por toda a atividade de comércio no Brasil.

De fato, a Companhia Geral de Comércio do Estado do Grão-Pará e Maranhão foi fundada em 1755 tendo como missão manter o monopólio comercial português sobre sua colônia americana, o que pode ser parcialmente relacionado com a charge. No entanto, há o erro ao se dizer que esta companhia deveria se ocupar de toda atividade de comércio no Brasil, já que, naquele momento, havia a cisão administrativa entre o Estado do Brasil (compreendendo, grosso modo, o Nordeste e o Sudeste) e o Estado do Grão-Pará e do Maranhão (território equivalente à atual região Norte). Portanto, a referida companhia se ocupava do monopólio de comércio em torno da bacia do Amazonas, e não de todo o Brasil. Alternativa errada.

 
  • c)  o Alvará de 1785, que foi uma medida criada por D.Maria I, o qual proibia, entre outras atividades, a instalação de manufaturas no Brasil.

Dona Maria I, rainha de Portugal, expediu, em 1785, o famoso Alvará que proibia a instalação de manufaturas e de indústrias em geral em todos os territórios ultramarinos, mas com especial atenção para o Brasil. No documento, argumenta-se que a organização de atividades fabris poderiam comprometer a disponibilidade de trabalhadores para a lavoura e para a mineração, o que, na interpretação metropolitana, seria uma subutilização geral das riquezas e das potencialidades coloniais. A proibição no Brasil vigoraria até 1808, quando da fuga da família real portuguesa para a América. E é exatamente quanto a isso que a charge faz referência: proibia-se a atividade industrial no Brasil para criar uma reserva de mercado favorável às indústrias metropolitanas; ou, pelo menos, aos comerciantes portugueses. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • d)  o estabelecimento do Alvará de 1756 referente a atividade agrícola das Vinhas do Alto Douro instaladas na Capitania do Maranhão e Grã-Pará.

De fato, o referido alvará, criado por grande ação do Marquês de Pombal, cuidava da instalação da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, à qual caberia o monopólio do comércio vinífero daquela região portuguesa, sem nenhuma relação específica com o Estado do Grão-Pará e Maranhão. De toda forma, era uma discussão voltada ao mundo agrícola e suas redes de comércio, ao passo que a charge destaca as questões relacionadas à indústria. Alternativa errada.

 
  • e)  o Alvará de 1773 que livrava os ditos "Cristãos-Novos" de origem judaica da ameaça inquisitorial permitindo a instalação de companhias de comércio no Brasil.

Não há nenhuma referência a tensões religiosas na construção da charge, tampouco à instalação de comerciantes judeus, já que se trata de um diálogo entre um brasileiro e um português. E, de fato, em 1773, o Marquês de Pombal extinguiu as leis que estabeleciam diferenças entre cristãos-novos (judeus convertidos ao cristianismo) e cristãos-velhos (famílias tradicionalmente cristãs). No entanto, nada disso dialoga com o que se representa na charge. Alternativa errada.

  

Note bem o estudante que apenas uma alternativa abordava diretamente a questão industrial na colônia, o que é exatamente o foco da charge apresentada. Portanto, não faria sentido assinalar nenhuma outra alternativa, já que as demais não se dedicavam ao mesmo tema. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

924) Durante o período conhecido por União Ibérica, ocorreu o Embargo Espanhol ao comércio das colônias portuguesas com os holandeses. Isto motivou a Holanda a atacar o Nordeste brasileiro com a finalidade de romper o embargo e reativar as rotas comerciais entre o Brasil e a Europa. É fato relacionado à primeira investida dos holandeses ao Brasil, ocorrida em 08 de maio de 1624, a (o)(s)

  • A) conquista de Porto Calvo por Matias de Albuquerque.

  • B) ocupação de Salvador.

  • C) governo de Maurício de Nassau.

  • D) fundação do Arraial do Bom Jesus.

  • E) Batalhas de Guararapes.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra B) ocupação de Salvador.

Gabarito: ALTERNATIVA B

 

 

  • a)  conquista de Porto Calvo por Matias de Albuquerque.

Capitão-donatário de Pernambuco, Matias de Albuquerque teve uma destacada atuação na América Portuguesa no início do século XVII. Em 1634, já no contexto das invasões holandesas, Albuquerque foi forçado a uma retirada após ser rechaçado em ação no Recife e em Olinda, recuando para a Bahia. No entanto, no percurso, atacou e libertou Porto Calvo (Alagoas), que estava sob poder invasor. Alternativa errada.

 

  • b)  ocupação de Salvador.

Entre 1624 e 1625, as forças holandesas ocuparam Salvador, numa primeira tentativa de se fixar na América portuguesa. Em 8 de maio de 1864, uma esquadra da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais atacou Salvador com quase dois mil homens e tomou a capital baiana. Instalando um governo soteropolitano, os holandeses deixaram a cidade sob controle de Johan van Dorth e expulsaram Mathias de Albuquerque da região, obrigando-o a partir para Pernambuco. Em 1825, no entanto, um contragolpe naval seria organizado e conseguiria expulsar os holandeses de Salvador. ALTERNATIVA CORRETA.

 

  • c)  governo de Maurício de Nassau.

A administração de Maurício de Nassau, período mais importante das invasões holandesas, deu-se já numa fase posterior, durante a invasão em Pernambuco. Nassau administraria as posições holandesas na América de 1637 a 1644, quando importantes obras e investimentos seriam realizados, principalmente em Recife. Alternativa errada.

 

  • d)  fundação do Arraial do Bom Jesus.

O Arraial do Bom Jesus foi o epicentro do sistema defensivo montado por Matias de Albuquerque para resistir às invasões holandesas em Pernambuco. A partir de 1630, estariam ali entrincheiradas as principais forças portuguesas, resistindo até 1635. Alternativa errada.

 

  • e)  Batalhas de Guararapes.

No final da década de 1640, com a liderança dos senhores de engenho, Pernambuco pegaria em armas contra os invasores holandeses no que ficou conhecida como Insurreição Pernambucana. As batalhas dos Guararapes são comumente entendidas como a primeira manifestação nacionalista brasileira, criando formas de identificação que superavam a simples dominação colonial portuguesa. O confronto final se daria em 19 de fevereiro de 1649. Alternativa errada.

 

 

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA B.

925) Considerando a política colonial portuguesa em relação ao Brasil, o historiador Fernando Novais observou o sistema de colonização e a economia mercantilista. Quanto ao monopólio do comércio colonial, assinale a alternativa correta.

  • A) As fontes da época demonstram que a influência do iluminismo francês na Europa foi responsável pelo fim do monopólio colonial na América

  • B) O monopólio do comércio colonial garantia que a burguesia mercantil baixasse os preços dos produtos coloniais evitando que sua produção se tornasse antieconômica

  • C) Diante dos pequenos exércitos das nações europeias em formação e dos baixos recursos neles investidos compreende-se que o monopólio comercial nunca existiu

  • D) A influência de mercadores e banqueiros ingleses no Brasil demonstram que havia uma deliberada abertura dos portos praticada por Portugal

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra B) O monopólio do comércio colonial garantia que a burguesia mercantil baixasse os preços dos produtos coloniais evitando que sua produção se tornasse antieconômica

Gabarito: ALTERNATIVA B

  

Considerando a política colonial portuguesa em relação ao Brasil, o historiador Fernando Novais observou o sistema de colonização e a economia mercantilista. Quanto ao monopólio do comércio colonial, assinale a alternativa correta.

 
  • a)  As fontes da época demonstram que a influência do iluminismo francês na Europa foi responsável pelo fim do monopólio colonial na América

O exclusivo de comércio foi abolido por Portugal em 1808, no contexto da fuga da família real portuguesa para a colônia do Brasil. Naquele momento, Portugal vivia a eminência da invasão francesa e optou-se, sob a proteção naval britânica, pela transferência da corte portuguesa para a América. A abertura comercial da colônia para todas as nações amigas de Portugal foi antes resultado da pressão britânica sob influência do liberalismo econômico ensejado pela teoria de Adam Smith. O iluminismo francês só atingiria as estruturas política portuguesas em 1820, quando da contestação generalizada contra o absolutismo. Alternativa errada.

 
  • b)  O monopólio do comércio colonial garantia que a burguesia mercantil baixasse os preços dos produtos coloniais evitando que sua produção se tornasse antieconômica

A alternativa tem uma redação um pouco truncada, o que dificulta o julgamento adequado. De qualquer maneira, a garantia do monopólio comercial sobre a colônia permitia que os mercadores sediados na metrópole impusessem uma política de preços sobre os artigos coloniais, uma vez que eram os seus únicos compradores. Isto é, estava garantida a lucratividade da empresa colonial desde que a concorrência internacional não fosse robusta o suficiente para interferir nos preços praticados na Europa. Este tipo de "regulação" de preços, de fato, tinha impactos sobre a produção, modulando-lhe de maneira a garantir certa viabilidade econômica. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • c)  Diante dos pequenos exércitos das nações europeias em formação e dos baixos recursos neles investidos compreende-se que o monopólio comercial nunca existiu

Ainda que as forças regulares europeias fossem assimetricamente inferiores à extensão dos impérios que deveriam guardar, há de se observar que os contingentes populacionais instalados nas colônias era igualmente reduzido. Ou seja, ainda que com dificuldades, era possível manter o controle sobre o monopólio comercial sobre as colônias, principalmente por conta das grandes dificuldades logísticas que as envolviam de maneira geral. Além disso, há de se considerar que as estruturas do Antigo Regime iam muito além do controle militar propriamente dito, envolvendo também formas simbólicas de controle e a cooptação difusa. Alternativa errada.

 
  • d)  A influência de mercadores e banqueiros ingleses no Brasil demonstram que havia uma deliberada abertura dos portos praticada por Portugal

A política de abertura dos portos da qual derivou a entrada dos capitais e dos mercadores ingleses no Brasil colônia se deu em 1808, marcando exatamente o fim do monopólio de comércio sobre a colônia. Ou seja, os dois momentos não podem ser confundidos. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA B.

926) Considere o mapa representado à luz de seus conhecimentos sobre as Invasões Holandesas.

  • A) planejaram dominar a área assinalada no mapa, a partir da tomada de Salvador, projeto que não se concretizou, uma vez que as invasões foram rapidamente combatidas pela Coroa portuguesa, que evitou a ocupação por meio da mobilização e do armamento dos fazendeiros.

  • B) infringiram o Tratado de Tordesilhas, firmado por Espanha e Portugal e reconhecido por todas as nações europeias, que estabelecia a exclusividade da colonização da América do Sul por esses dois países, razão pela qual as potências ibéricas se aliaram para expulsá-los.

  • C) protagonizaram duas grandes invasões por mar, sendo a primeira em Salvador, logo derrotada, e a segunda em Recife, cidade que foi tomada e teve uma de suas áreas rebatizada de Cidade Maurícia, capital da “Nova Holanda”.

  • D) conseguiram conquistar uma vasta área territorial do nordeste brasileiro graças ao apoio obtido dos fazendeiros locais, que puderam comercializar livremente o açúcar no mercado internacional e ter participação direta nos lucros da Companhia das Índias Ocidentais.

  • E) ocuparam o nordeste brasileiro após duas sucessivas invasões, ambas vitoriosas por resultarem na infiltração de holandeses que articularam um processo lento de ocupação por meio da negociação com grupos indígenas e libertação dos escravos.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra C) protagonizaram duas grandes invasões por mar, sendo a primeira em Salvador, logo derrotada, e a segunda em Recife, cidade que foi tomada e teve uma de suas áreas rebatizada de Cidade Maurícia, capital da “Nova Holanda”.

Gabarito: ALTERNATIVA C

  

Considere o mapa representado à luz de seus conhecimentos sobre as Invasões Holandesas.

  

   

É correto afirmar que os holandeses

  • a)  planejaram dominar a área assinalada no mapa, a partir da tomada de Salvador, projeto que não se concretizou, uma vez que as invasões foram rapidamente combatidas pela Coroa portuguesa, que evitou a ocupação por meio da mobilização e do armamento dos fazendeiros.

De fato, a primeira tentativa de invasão holandesa na América portuguesa ocorreu em Salvador em 1824, cidade que já havia sido pilhada vinte anos antes. Tendo tomado a cidade, os holandeses tentaram uma expansão para o interior, mas foram repelidos pelos colonos que se organizaram sob a liderança de Matias de Albuquerque, novo governador. A expulsão final, no entanto, só ocorreria um ano depois, quando uma esquadra portuguesa sitiou a cidade e forçou a rendição holandesa. De qualquer forma, a observação atenta do mapa permite ver que os holandeses permaneceram na cidade até 1825, não sendo possível falar que foram "rapidamente combatidos pela Coroa portuguesa". Alternativa errada.

 
  • b)  infringiram o Tratado de Tordesilhas, firmado por Espanha e Portugal e reconhecido por todas as nações europeias, que estabelecia a exclusividade da colonização da América do Sul por esses dois países, razão pela qual as potências ibéricas se aliaram para expulsá-los.

Em primeiro lugar, é importante destacar que, entre 1580 e 1640, Portugal e Espanha viviam o período da União Ibérica, quando ambos os reinos eram governados por um só monarca. Nesse quadro, Espanha vivia sua turbulenta guerra contra os Países Baixos, que, após doze anos de trégua (1609-1621), voltaram à carga e atacaram vários pontos do império espanhol. Para a América, esse ataque foi estruturado administrativamente com a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, que, formada por capitais estatais e privados, tinha por função investir e controlar a produção de açúcar e o fornecimento de escravos. Portanto, as invasões às colônias eram tanto um ato de guerra como parte de uma estratégia muito maior, não cabendo discutir o Tratado de Tordesilhas. Celebrado em 1494, o tratado foi feito entre as Portugal e Espanha exclusivamente, dividindo entre si, sob a proteção da Igreja, as terras ocidentais fora da Europa "descobertas e por descobrir". Sendo bilateral, isso não obrigava outras nações ao reconhecimento. Alternativa errada.

 
  • c)  protagonizaram duas grandes invasões por mar, sendo a primeira em Salvador, logo derrotada, e a segunda em Recife, cidade que foi tomada e teve uma de suas áreas rebatizada de Cidade Maurícia, capital da “Nova Holanda”.

Depois da já referida invasão em Salvador, os holandeses reorganizaram suas forças e, cinco anos mais tarde, assediaram Pernambuco, conquistando Olinda logo em 1630. Ao longo dos sete anos seguintes, foram travados conflitos de resistência, mas os invasores se afirmaram sobre a resistência, ocupando o território entre o Ceará e o rio São Francisco. Entre 1637 e 1644, governou a região o príncipe holandês Maurício de Nassau. Nassau capitaneou um empreendimento de grande modernização em Pernambuco ao mesmo tempo que reativou a economia e estabeleceu medidas de tolerância e de renovação da Nova Holanda. Elevando Recife à condição de capital pernambucana, foi construída, à semelhança de Amsterdã, a Cidade Maurícia ao lado do velho Recife. Com desavenças com a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, Nassau deixaria o Recife em 1644 e as dificuldades entre a administração e os colonos se multiplicam, principalmente porque Portugal, novamente independente, dedica-se à reconquista da região, abrindo um ciclo de dez anos de batalhas contra os holandeses. Em 1664, Recife capitularia e o pleno domínio português seria restabelecido, encerrando o ciclo holandês na região. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • d)  conseguiram conquistar uma vasta área territorial do nordeste brasileiro graças ao apoio obtido dos fazendeiros locais, que puderam comercializar livremente o açúcar no mercado internacional e ter participação direta nos lucros da Companhia das Índias Ocidentais.

A ocupação holandesa mantinha o exclusivo de comércio com a Europa, dessa vez atribuído à Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, que estabeleceu linhas de créditos e condições para a produção açucareira em Pernambuco. Além disso, esses fazendeiros travaram conflitos contra os holandeses durante os sete primeiros anos da invasão, situação que só seria estabilizada com as negociações do governo de Maurício de Nassau. Alternativa errada.

 
  • e)  ocuparam o nordeste brasileiro após duas sucessivas invasões, ambas vitoriosas por resultarem na infiltração de holandeses que articularam um processo lento de ocupação por meio da negociação com grupos indígenas e libertação dos escravos.

Não houve libertação de escravos durante o período holandês no Nordeste. Pelo contrário, a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais também controlava o comércio e os estaques de mão de obra escrava no território ocupado. Além disso, na ocupação em Pernambuco, os holandeses, ainda que tenham contado com colaboradores locais, agiram primeiro pela força para assegurar seu território. A negociação e a reorganização dos negócios do açúcar só seriam realmente estabelecidos nos sete anos de Maurício de Nassau, já num segundo momento da presença em Pernambuco. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

927)

  • A) Mostrou-se insustentável após a Restauração portuguesa, em função da aliança luso-britânica.
  • B) Era o resultado de conflitos de ordem global que envolviam holandeses, espanhóis e portugueses.
  • C) Organizou-se de modo a dispensar o trabalho de africanos escravizados e de índios aldeados.
  • D) Representou um momento de intolerância religiosa em relação a outras matrizes culturais.
  • E) Caracterizou-se pelo aumento dos índices de produção da lavoura a níveis inéditos para os padrões portugueses.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra B) Era o resultado de conflitos de ordem global que envolviam holandeses, espanhóis e portugueses.

Gabarito: Letra B
 
Contexto:
 

  • Conflitos entre espanhóis e holandeses
  • União Ibérica (1580-1640)
  • Invasão Holandesa no nordeste


 
D. Sebastião desapareceu nos combates contra os muçulmanos no norte da África (1578). Seu desaparecimento deixou o trono português vago, uma vez que o rei não tinha herdeiros. 
 
Portugal se viu em uma crise sucessória na dinastia. Com apoio de burgueses e de nobres, a Coroa ficou nas mãos do monarca espanhol Filipe II, que argumentou ser herdeiro do trono por ser neto por parte de mãe de D. Manuel, o Venturoso. 
 
Filipe II uniu as duas coroas na chamada União Ibérica
 
Durante esse período, os espanhóis tiveram que lidar com várias guerras na Europa que misturavam os elementos políticos, econômicos e religiosos.
 
A monarquia espanhola decidida a consolidar o catolicismo em seus territórios como se estivesse em uma cruzada, ocupava regiões que professavam religiões consideradas “heréticas”. Foi assim na Holanda, de credo protestante calvinista. Conforme disse o historiador Manuel Rivero Rodriguez, para esses hereges, a Coroa não estava disposta a dialogar e nem tolerar.
 
Os holandeses por exemplo, pretendiam lutar pela independência. Não aceitavam o domínio católico em um país protestante que prezava pelas liberdades.
 
Nesse contexto, o governo espanhol restringiu as trocas comerciais entre holandeses, considerados inimigos do Império. Entretanto, os portugueses dependiam dos holandeses na economia açucareira. Toda a montagem do engenho, bem como transporte e refinamento do açúcar eram feitas por eles.
 
Assim, a invasão holandesa à América Portuguesa era uma resposta ao conflito com os espanhóis e com os portugueses que foram arrastados por causa da União Ibérica.
 
Além do mais, a invasão está inserida dentro de uma guerra de maiores proporções: A Guerra dos 30 Anos (1618-1648) que envolveu boa parte dos reinos europeus. Conflito marcado por disputas territoriais, econômicas e religiosas.
 
Nessa guerra, os holandeses se aproveitaram para ocupar não só nordeste da América Portuguesa, mas também colônias portuguesas na costa da África e no Pacífico. 
 
Por que as demais estão incorretas?
 
Letra A: Na verdade, não ficou insustentável em função da aliança entre portugueses e ingleses. Primeiro porque os colonos luso-brasileiros foram os principais responsáveis pela expulsão dos holandeses. E além do mais, os holandeses, após a saída do nordeste foram ocupar algumas colônias no caribe, continuando a produzir açúcar concorrendo com o açúcar luso-brasileiro. 
 
Letra C: Os holandeses continuaram a utilizar a mão de obra escrava africana na produção do açúcar. Inclusive, facilitam a importação dos escravos, pois conseguiram dominar Angola, principal centro fornecedor de escravos para o Brasil.
 
Letra D: O tempo da administração de Nassau (1637-1645) no nordeste é marcado pela tolerância religiosa entre católicos, protestantes e judeus.
 
Letra E: A produção da lavoura açucareira no Brasil oscilou de acordo com a ocupação holandesa. Num primeiro momento, o da conquista do nordeste, houve retração. No momento da administração de Nassau aumentou e quando Nassau deixou o governo, diminuiu novamente. Com a insurreição dos pernambucanos a produção da lavoura ficou em baixa devido à destruição dos engenhos e equipamentos.
 
Resposta baseada nas fontes:
 
 
DE MELLO, Evaldo Cabral. O Brasil Holandês (1630-1654). São Paulo: Penguin Classics, 2010. 
 
RODRÍGUEZ, Manuel Rivero. A Espanha de D. Quixote - uma viagem ao século do ouro (adaptado). Alianza Editorial, 2005.
 
VICENTINO, Cláudio. Teláris. História, 7º ano. 1ª ed. São Paulo: Ática, 2018.

928) Leia o texto

  • A)  As tentativas da burguesia francesa de controlar o comércio da colônia portuguesa, até então dominado pelos flamengos.

  • B)  O contato entre indígenas e europeus que praticavam o escambo do pau-brasil em nosso litoral.

  • C)  A guerra entre carijós e tupinambás, estimulada pelos comerciantes franceses que buscavam se apoderar das imensas reservas de madeira controladas pelos carijós.

  • D)  A transferência para o Brasil das rivalidades entre portugueses e franceses, que se acirravam desde que as tropas de Luiz XIV tomaram as colônias lusitanas no Oriente.

  • E)  A chamada “Guerra dos Índios” durante a qual os portugueses aliaram-se aos tamoios para expulsar os franceses e seus aliados tupinambás que haviam se estabelecido na Capitania da Bahia.

     

     

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra B)  O contato entre indígenas e europeus que praticavam o escambo do pau-brasil em nosso litoral.

Gabarito: ALTERNATIVA B

  

Leia o texto

 

“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutam. Uma vez um velho perguntou- me: Por que vindes vós outros, mairs e perôs [franceses e portugueses] buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra? Respondi que tínhamos muita, mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas. Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? - Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar […] – Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: Mas esse homem tão rico de que me falas não morre? – Sim, disse eu, morre como os outros”.

 

Discurso de um velho índio tupinambá, pronunciado na França Antártica, a Jean de Léry. LÉRY, Jean. Viagem à Terra do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1980

  

Assinale a alternativa que indica as circunstâncias em que o texto foi produzido.

  • a)  As tentativas da burguesia francesa de controlar o comércio da colônia portuguesa, até então dominado pelos flamengos.

O texto está circunscrito ao período das incursões francesas na América portuguesa, que se concentraram entre a segunda metade do século XVI e o início do século XVII. Ou seja, ainda a caminho da maximização do Absolutismo na França e muito distante de uma guinada decisiva em favor da burguesia francesa, a qual só se organizaria decisivamente na segunda metade do século XVIII. Por outro lado, é igualmente incorreto colocar as invasões flamencas (também chamadas de holandesas) nos territórios coloniais portugueses. A presença desses invasores na América portuguesa se concentrou, grosso modo, entre as décadas de 1620 e 1650; ou seja, é posterior ao período das invasões financiadas pela monarquia francesa. Alternativa errada.

 
  • b)  O contato entre indígenas e europeus que praticavam o escambo do pau-brasil em nosso litoral.

Esta é a mais simplória das alternativas e, por isso mesmo, não deixa espaço para dúvidas. O texto retrata o diálogo entre um explorador europeu e um indígena nativo da América, que não compreende a sanha dos estrangeiros para extrair o pau-brasil. O mundo mercantilista europeu via uma mercadoria riquíssima e exótica naquilo que o indígena entendia como parte comum da sua realidade, usando-a como lenha e como fonte de pigmentos sem um sentido comercial. Esse contato representado estava organizado em termos do escambo, com a troca de produtos para viabilizar o extrativismo vegetal pretendido pelos europeus, dentro do qual se manifesta o questionamento do indígena sobre a voracidade da ação europeia. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • c)  A guerra entre carijós e tupinambás, estimulada pelos comerciantes franceses que buscavam se apoderar das imensas reservas de madeira controladas pelos carijós.

Essa alternativa deveria ser descartada com um simples esforço de interpretação de texto: não há nenhuma referência a guerra no trecho citado no enunciado. Ainda que tenha ocorrido a guerra da Confederação dos Tamoios com o apoio francês para desestabilizar a presença portuguesa, que se aliara aos tupiniquins; não é a esse momento que o texto faz referência. Além disso, a oposição central dos tupinambás - financiados pelos franceses - era contra os tupiniquins, que lideraram o processo de entendimento com os exploradores portugueses no sul da costa explorada. Alternativa errada.

 
  • d)  A transferência para o Brasil das rivalidades entre portugueses e franceses, que se acirravam desde que as tropas de Luiz XIV tomaram as colônias lusitanas no Oriente.

O período de reinado de Luís XIV é muito posterior ao processo da França Antártica, que se concentrou entre 1555 e 1570. Chamado rei-sol, Luís XIV reinou entre 1643 e 1715 e foi fundamental para o estabelecimento do Antigo Regime na França. Além disso, as possessões portuguesas no Oriente não foram um alvo prioritário da França no século XVII. Alternativa errada.

 
  • e)  A chamada “Guerra dos Índios” durante a qual os portugueses aliaram-se aos tamoios para expulsar os franceses e seus aliados tupinambás que haviam se estabelecido na Capitania da Bahia.

Mais uma vez, é importante que o estudante interprete corretamente o trecho proposto no enunciado: não se está retratando nenhuma guerra. A guerra da Confederação dos Tamoios, conforme já explicado, organizou uma aliança indígena sob liderança dos tupinambás e com apoio francês para enfrentar as tropas portuguesas e seus aliados tupiniquins. O palco principal desses conflitos se deu entre o litoral fluminense e o litoral norte de São Paulo, bem como um eixo no Vale do Paraíba - ou seja, muito distante da capitania da Bahia, na qual se organizava o governo geral da colônia sob grande proteção das forças portuguesas. Alternativa errada.

  

Note bem o estudante que essa questão em nada exigia dos seus conhecimentos sobre a história da América Portuguesa, mas sim da sua capacidade de interpretar um texto simples. Perceber isso poderia ser decisivo para não desperdiçar tempo demais numa questão simples como esta e poder prosseguir sem maiores dificuldades pela prova. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA B.

929) Na década de 1630, os neerlandeses realizaram conquistas no litoral do Nordeste brasileiro. Interessados, sobretudo, no domínio da produção do açúcar, é possível informar que também concorreram para as incursões militares holandesas ao Brasil, fatores como:

  • A) as disputas entre os Países Baixos e o Império Espanhol, que havia incorporado a Coroa portuguesa e seus domínios.

  • B) a aliança firmada entre Portugal e os Países Baixos na disputa pelo açúcar produzido pelos espanhóis na região do Caribe.

  • C) o êxito diplomático obtido pela união da Coroa espanhola com as Províncias Unidas dos Países Baixos, contra os portugueses.

  • D) a União Ibérica que fortaleceu Portugal em detrimento da Espanha, inimiga dos Países Baixos desde a independência dos mesmos.

  • E) o fracasso dos portugueses na disputa com os holandeses pelo açúcar do Caribe no mercado internacional.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra A) as disputas entre os Países Baixos e o Império Espanhol, que havia incorporado a Coroa portuguesa e seus domínios.

Gabarito: ALTERNATIVA A

  

Na década de 1630, os neerlandeses realizaram conquistas no litoral do Nordeste brasileiro. Interessados, sobretudo, no domínio da produção do açúcar, é possível informar que também concorreram para as incursões militares holandesas ao Brasil, fatores como:

  • a)  as disputas entre os Países Baixos e o Império Espanhol, que havia incorporado a Coroa portuguesa e seus domínios.

Em 1580, a Coroa portuguesa entrou em crise sucessória pela morte de D. Henrique I, que não deixara herdeiros diretos. Pela linhagem dinástica, a sucessão coube ao rei espanhol, que unificaria as Coroas ibéricas sob o seu controle. Assim, Portugal passava a ser comandado pelo trono espanhol, o que, por óbvio, incluía o império colonial português. Naquele momento, a Espanha estava envolvida na Guerra dos Oitenta Anos contra as províncias neerlandesas, o que colocava também Portugal e seus domínios como alvos neerlandeses. A consequência disso para o Brasil foi o ciclo das invasões holandesas nas regiões produtoras de açúcar a partir da década de 1620. A presença holandesa em Pernambuco sobreviveria à própria União Ibéria, que seria encerrada em 1640; levando a guerra contra os portugueses até 1654. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • b)  a aliança firmada entre Portugal e os Países Baixos na disputa pelo açúcar produzido pelos espanhóis na região do Caribe.

A alternativa é absurda; afinal, os domínios portugueses na América foram alvo de invasões neerlandesas. Portanto, não há que se falar de uma aliança entre Portugal e os Países Baixos. Além disso, seriam os holandeses que se estabeleceriam nas Antilhas como grande produtor açucareiro. Alternativa errada.

 
  • c)  o êxito diplomático obtido pela união da Coroa espanhola com as Províncias Unidas dos Países Baixos, contra os portugueses.

Como explicado acima, Espanha e Países Baixos estavam envolvidos na Guerra dos Oitenta Anos (1568-1648). Naquele momento, os neerlandeses estavam buscando sua independência frente à Coroa espanhola, o que desencadeou uma guerra generalizada entre os dois países. Alternativa errada.

 
  • d)  a União Ibérica que fortaleceu Portugal em detrimento da Espanha, inimiga dos Países Baixos desde a independência dos mesmos.

A União Ibérica significou a ascensão espanhola sobre Portugal, e não o contrário. E, de fato, como já explicado, a guerra entre Espanha e Holanda já era anterior à unificação das Coroas e irradiaria para os domínios portugueses. Alternativa errada.

 
  • e)  o fracasso dos portugueses na disputa com os holandeses pelo açúcar do Caribe no mercado internacional.

Até as invasões holandesas no Nordeste, os Países Baixos ainda não dominavam a produção açucareira. A produção caribenha dos neerlandeses só seria estabelecida após serem expulsos do Nordeste brasileiro. Seria com essa concorrência internacional que a produção açucareira portuguesa declinaria no século XVIII. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

Continua após a publicidade..

930) A colonização neerlandesa no Nordeste Brasileiro, embora tenha durado menos de trinta anos, marcou de forma indelével o desenvolvimento econômico e urbano de cidades como Recife e Olinda. Quais teriam sido as motivações neerlandesas para a tomada de territórios americanos considerados pertencentes a Portugal no século XVII?

  • A) A invasão das capitanias do Nordeste insere-se em um cenário mais amplo de guerra entre os Países Baixos e a Inglaterra, aliada do Reino de Portugal
  • B) Manutenção e ampliação da hegemonia neerlandesa no comércio do açúcar no contexto europeu, sendo considerado também um ataque à Coroa Espanhola durante o período da União Ibérica
  • C) A ocupação das terras da capitania de Pernambuco teria sido realizada a pedido dos próprios colonos, os quais consideravam economicamente vantajosa a presença da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais
  • D) Contestação dos tratados diplomáticos celebrados entre Portugal e Espanha nos séculos XV e XVI, os quais excluíam os Países Baixos do processo de colonização das Américas
  • E) Conflitos religiosos entre protestantes e católicos na Europa, o que teria aumentado as hostilidades entre neerlandeses e portugueses em meados do século XVII

FAZER COMENTÁRIO
$@$v=undefined-rv1$@$

A alternativa correta é letra B) Manutenção e ampliação da hegemonia neerlandesa no comércio do açúcar no contexto europeu, sendo considerado também um ataque à Coroa Espanhola durante o período da União Ibérica

A motivação neerlandesa para a tomada de territórios americanos considerados pertencentes a Portugal no século XVII foi a manutenção e ampliação da hegemonia neerlandesa no comércio do açúcar no contexto europeu. Além disso, a invasão também pode ser vista como um ataque à Coroa Espanhola durante o período da União Ibérica, pois a Espanha e Portugal estavam unidas sob uma mesma coroa desde 1580. A Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais, que liderou a invasão, visava expandir seu controle sobre o comércio de açúcar, que era um dos principais produtos de exportação da região.

1 91 92 93 94 95 135