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Pensar a produção e a repercussão das leituras que a cultura e a mentalidade europeia produziram sobre aspectos específicos do Brasil, entre os séculos XVII e XIX, é um exercício complexo, porque tais representações são, em algumas medidas, divergentes, principalmente nas formas e conteúdos; só observamos dois expoentes deste período: Antônio Vieira e Alexandre Rodrigues Ferreira. Sobre as representações realizadas neste período, é correto afirmar que:

Resposta:

A alternativa correta é letra A) Todos, de algum modo, por meio de sermões, ou na pragmática das luzes, encontravam um meio de representar a natureza brasileira.

Gabarito: Letra A

 

Todos, de algum modo, por meio de sermões, ou na pragmática das luzes, encontravam um meio de representar a natureza brasileira.

   

Antônio Vieira e Alexandre Rodrigues Ferreira, cada um a seu modo, usaram seus conhecimentos para descrever e representar a natureza e as populações que habitavam o Brasil em momentos diferentes.

 

Antônio Vieira foi um dos mais importantes missionários no Brasil, importante figura da ideologia jesuíta e instrumento da Coroa Portuguesa no processo de aprofundamento da colonização do seu território na América. Antônio Vieira, através de seus sermões, descreveu um quadro da natureza e da sociedade onde pregava, sendo considerado um defensor da liberdade dos indígenas desde que eles fossem aldeados. O missionário proferiu e redigiu seus sermões entre meados e fim do século XVII.

 

Por sua vez, Alexandre Rodrigues Ferreira, não era um religioso, mas um pesquisador da universidade de Coimbra, portanto, dentro da esfera do secular. Ele foi um exemplo de como o Iluminismo atuou dentro da Coroa Portuguesa já que após se formar em filosofia natural ficou encarregado de comandar uma expedição cujo objetivo era catalogar espécies de animais e de vegetais, além de produzir estudos sobre agricultura, vilas, povoados e mapas cartográficos do Brasil. Todo esse acervo composto de diários seria usado pela Coroa para explorar racionalmente e economicamente o Brasil, o que poderíamos chamar de luzes pragmáticas portuguesa.

   

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra B: Por meio de pensamento Ilustrado, os autores representaram aspectos importantes, como natureza, homem e ciência; sendo essencial para as ideias edênicas.

 

Antônio Vieira não é considerado um homem das luzes. Seu pensamento está atrelado aos dogmas da Igreja Católica e não há qualquer defesa de uma secularização ou cientificidade que é característica da Ilustração.

   

Letra C: É comum, aos dois autores, a mesma matriz teológica em seus pensamentos, seja por meio de sermão, ou por escrituras sagradas, assim representam o que há de mais fiel no Brasil.

 

Antônio Vieira e Alexandre Rodrigues Ferreira não possuem a mesma matriz de pensamento, pois foram educados em instituições diferentes. Enquanto Vieira está envolto da ideologia jesuíta, pois foi formado em colégios dessa filosofia religiosa, Rodrigues Ferreira se formou em Coimbra em um curso de filosofia natural, no contexto de reforma do ensino português, justamente objetivando a secularização do conhecimento e o cientificismo.

   

Letra D: Ambos os autores, embora divergissem em alguns assuntos, possuíam a mesma matriz intelectual; assim, representavam o que era mais comum no pensamento europeu do período.

 

Os dois autores não possuíam a mesma matriz intelectual, pois viveram em contextos distintos, momentos diferentes e isso impactou na formação de suas ideologias. Enquanto Vieira está envolto da ideologia jesuíta, Rodrigues Ferreira fez seus estudos no século XVIII, o século das Luzes, onde a razão e a ciência são os pilares mais importantes do conhecimento humano e chegam a confrontar com os dogmas religiosos.

   

Referências:

 

HERMANN, Jacqueline. "Padre Antônio Vieira". In: VAINFAS, Ronaldo (Org.). Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808). Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

 

RAMINELLI, Ronald. "Alexandre Rodrigues Ferreira". In: VAINFAS, Ronaldo (Org.). Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808). Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

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