Segundo Maria Eliza Linhares Borges (In: Siman & Fonseca. Inaugurando a História e construindo a Nação), é possível estudar história a partir da cartografia. Partindo desse princípio, observe e analise o mapa.

A alternativa correta é letra E) apresenta o traçado das terras “descobertas” e em processo de colonização a partir de quem olha da Europa para a América.

Gabarito: ALTERNATIVA E

Segundo Maria Eliza Linhares Borges (In: Siman & Fonseca. Inaugurando a História e construindo a Nação), é possível estudar história a partir da cartografia. Partindo desse princípio, observe e analise o mapa.

É correto afirmar a respeito dessa cartografia, que ela

• a)  intenciona afastar navegadores que se aproximassem das terras “desconhecidas”, mostrando os perigos possíveis de serem nelas vivenciados.

A alternativa é insustentável em seus próprios termos. Ora, se uma representação cartográfica é responsável por mapear as terras, como poderia se ocupar de afastar os navegadores de terras desconhecidas? Aliás, como, por meio de um mapa fidedigno, afastar pessoas de áreas desconhecidas? Os adornos colocado sobre os mapas são antes formas tradicionais de se encarar algumas tensões, e não criações feitas para confundir ou amedrontar aqueles que viessem a depender desses mapas. Alternativa errada.

• b)  demostra as técnicas dos cartógrafos que viajavam a bordo dos navios para compor os mapas designados como Portulanos.

Os portulanos eram as cartas náuticas medievais feitas a partir do século XIII para orientar as navegações no Mediterrâneo. Com especial preocupação sobre as direções e as distâncias entre os principais portos europeus e africanos, os portulanos tinham uma preocupação eminentemente comercial. Ou seja, sob nenhum aspecto, essas cartas antigas podem ser confundidas com os mapas produzidos por europeus sobre a América. Alternativa errada.

• c)  expressa desenho diferenciado de um cartógrafo, pensado e modelado para desestimular viagens de imigrantes à América.

Esta alternativa retoma o mesmo raciocínio obtuso da primeira alternativa. Ora, não era função de um mapa desestimular uma viagem ou impingir medos, mas sim dar noções gerais razoavelmente precisas sobre a região. Além disso, esses mapas tinham acesso bastante restritos e não estavam à disposição de imigrantes e viajantes em geral. Tratavam-se de cartas náuticas bastante caras em sua produção e estratégicas para os impérios coloniais. Ou seja, não faz sentido pensá-las em termos tão comezinhos - e, aliás, a carta em análise tampouco tem elementos realmente dedicados ao medo ou coisa que o valha. Alternativa errada.

• d)  exibe a vegetação, o mundo animal, as terras e os nativos semelhantes aos europeus, fora centro do mundo e como inferno terrestre.

Não há nenhuma representação humana clara exposta no mapa e muito menos seria possível identificar se eram feitas à semelhança dos europeus. Trata-se de um documento francamente voltado para características físicas do litoral e para indicações gerais sobre a vegetação. Alternativa errada.

• e)  apresenta o traçado das terras “descobertas” e em processo de colonização a partir de quem olha da Europa para a América.

A forma como o mapa foi concebido denota também uma maneira de se interpretar o sentido da colonização europeia na América. Privilegia-se a visão a partir do mar; ou seja, a partir do ponto de vista do europeu que aporta na América e sobre o eixo de ocupação territorial (do litoral para o continente). As terras conhecidas àquela altura estavam sendo pensadas, de alguma maneira, a partir da Europa, e não com as posições mais comuns dos pontos cardiais na prática cartográfica. ALTERNATIVA CORRETA.

Note o estudante que todas as alternativas erradas não tinham a menor adesão com a imagem reproduzida no enunciado. Ou seja, tratava-se menos de um esforço de aferição de conhecimentos históricos do que de um exercício bastante simples de interpretação de um estímulo não-verbal. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.