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Sobre as relações entre colonos e jesuítas, no que diz respeito ao uso da mão de obra indígena, analise as afirmativas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta.

 

I. O uso da mão de obra escrava pelos colonos não conflitava com os interesses da Coroa e nem com os dos jesuítas, mas ao insistirem no cativeiro indígena, os colonos despertaram a oposição dos inacianos.

 

II. As relações contrárias aos padres jesuítas por parte dos colonos acentuou-se pelo fato de os lusos acreditarem que os inacianos retardavam o desenvolvimento de suas atividades econômicas ao dificultar o uso da mão de obra indígena.

 

III. Os jesuítas foram expulsos da Capitania de São Vicente porque os colonos os denunciaram por transformar índios aldeados em escravos da Companhia.

 

Resposta:

A alternativa correta é letra D) somente I e II estão corretas

Gabarito: ALTERNATIVA D

  

Sobre as relações entre colonos e jesuítas, no que diz respeito ao uso da mão de obra indígena, analise as afirmativas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta.

 
  • I. O uso da mão de obra escrava pelos colonos não conflitava com os interesses da Coroa e nem com os dos jesuítas, mas ao insistirem no cativeiro indígena, os colonos despertaram a oposição dos inacianos.

O uso de mão de obra escrava, de uma maneira geral, não era objeto de consideração entre os religiosos. Os argumentos econômicos e a ocupação efetiva do território eram, para a Coroa portuguesa, motivos suficientes para justificar a escravização de indígenas e de negros. No entanto, a obra de evangelização dos indígenas levava à ação dos religiosos em aldeamentos para proteger essas populações em nome da conversão religiosa. Se não discutiam a escravização de africanos, os religiosos viam no apresamento indígena um risco direto às suas ações na América portuguesa, o que levaria a Igreja a pressionar a Igreja contra a escravização daqueles nativos que aceitassem a conversão ao catolicismo. Nesse processo, os jesuítas (também referidos como inacianos) tinham o protagonismo na obra de catequização. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 
  • II. As relações contrárias aos padres jesuítas por parte dos colonos acentuou-se pelo fato de os lusos acreditarem que os inacianos retardavam o desenvolvimento de suas atividades econômicas ao dificultar o uso da mão de obra indígena.

A partir de meados do século XVI, o cultivo de cana de açúcar começou a se mostrar viável na América portuguesa, primeiro na capitania de São Vicente e depois na capitania de Pernambuco. Com a opção por uma colonização efetiva e com a viabilização de uma grande atividade econômica, a experiência portuguesa passou a demandar um contingente expressivo de força de trabalho para a lavoura. Além disso, o modelo produtivo era a plantation, ou seja, a monocultura voltada para a exportação baseada no latifúndio e na mão de obra escrava. Para viabilizar o projeto, o primeiro esforço foi em torno da escravização indígena, um contingente abundante e de custo marginal relativamente baixo. No entanto, havia duas pressões contrárias nesse processo: primeiro, os nativos conheciam o território melhor do que os colonizadores e tinham uma organização prévia; ou seja, eram capazes de organizar grandes levantes e dificilmente eram despersonalizados a ponto de serem reduzidos à condição escrava. Na outra frente, o trabalho dos missionários jesuítas de conversão dos nativos fazia com que a Igreja pressionasse Portugal contra a prática; afinal, os novos convertidos não poderiam ser escravizados e os aldeamentos jesuítas não poderiam ser atacados por expedições de apresamento indígena. Não por acaso, a escravização de indígenas convertidos foi proibida por Portugal ainda no final do século XVI. Por isso, o referido atrito entre os produtores e os jesuítas, responsáveis pela proteção dos indígenas contra o cativeiro. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 
  • III. Os jesuítas foram expulsos da Capitania de São Vicente porque os colonos os denunciaram por transformar índios aldeados em escravos da Companhia.

Como explicado acima, os aldeamentos não serviam para a escravização, mas sim para a conversão dos indígenas ao cristianismo e aos costumes europeus. Assim, não faz sentido falar que os próprios jesuítas, que se opunham ao cativeiro indígena, promovessem a escravização dessas pessoas em seus redutos e aldeamentos. Afirmativa falsa.

 

Assim, são verdadeiras as afirmativas I e II.

 

a)  somente está correta

b)  somente II está correta

c)  somente III está correta

d)  somente I e II estão corretas

e)  somente II e III estão corretas

 

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.

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