Sobre o catolicismo e as devoções no Brasil colonial, é correto afirmar o seguinte:
- A) as festas de santo ou de natureza religiosa, os ritos e as irmandades católicas de devoção de determinados santos ou santas se constituíram como espaços de luta e conflito étnico- religiosos entre os que viviam na colônia, fossem portugueses, indígenas ou africanos, existindo, por exemplo, irmandades somente de brancos, outras de escravos ou até de índios.
- B) a presença constante e permanente do Santo Ofício ou Tribunal da Inquisição na colônia foi a razão pela qual o catolicismo no Brasil foi marcado pela ausência de heresias ou desvios da fé católica, não havendo condições para a prática de feitiçarias ou pajelanças, da mesma forma que não era permitido que judeus vivessem na América portuguesa.
- C) em razão do domínio holandês no nordeste, houve a perseguição aos católicos e a propagação da fé protestante na colônia, uma vez que a Holanda era um país de maioria protestante, o que explica o fechamento de igrejas e a expulsão dos padres e ordens religiosas do Brasil holandês, fazendo com que as práticas religiosas católicas ficassem restritas ao ambiente doméstico de forma clandestina.
- D) o catolicismo popular na colônia não conseguiu se desenvolver, sendo as práticas religiosas cristãs fortemente marcadas pela ortodoxia católica emanada de Roma, sede da Igreja, uma vez que havia uma forte e disseminada presença do clero na América portuguesa, não apenas assistindo espiritualmente a população, mas instruindo, catequizando e vigiando os fiéis.
Resposta:
A alternativa correta é A)
A afirmação está correta porque, durante o período colonial, as festas de santo, os ritos e as irmandades católicas de devoção de determinados santos ou santas se constituíram como espaços de luta e conflito étnico-religiosos entre os que viviam na colônia. Isso ocorreu porque esses espaços eram utilizados para expressar identidades étnicas e religiosas, e, consequentemente, geravam conflitos entre os diferentes grupos que viviam na colônia, fossem portugueses, indígenas ou africanos.
Existe registro histórico de irmandades que eram compostas apenas por brancos, outras apenas por escravos ou até mesmo por índios. Essas irmandades eram espaços de sociabilidade e identificação étnica e religiosa, e, portanto, eram também espaços de conflito e luta.
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