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A independência se fez em nome dos ideais liberais, justificando os interesses dos setores dominantes criollos que mantiveram a direção política do processo na América espanhola. Calavam-se os monopólios reais, abriam-se as linhas de comércio, a economia devia se reger sem a intervenção da antiga metrópole. Algumas concessões aos dominados também foram aceitas, mesmo no período de luta: Bolívar, por exemplo, acedeu em oferecer alforria aos escravos que se ligassem aos exércitos patrióticos. O Estado, que começava a se organizar depois de atingida a independência, assumiu como tarefa destruir a velha ordem colonial. Em primeiro lugar, tendo em vista os interesses criollos dominantes e também as pressões dos comerciantes ingleses, havia de derrubar todo o regime de monopólios, privilégios e restrições ao comércio e outros ramos da produção em geral. […]

(PRADO, Maria Ligia. Z. al, 1986. p. 16.)

No que se refere à destruição da “velha ordem colonial” mencionada anteriormente, podemos apontar como grandes mudanças a partir da ruptura colonial:

Resposta:

A alternativa correta é letra E) Houve a ascensão política dos criollos e com a instalação de novos regimes a elite se manteve no poder.

Gabarito: Letra E


A questão solicita dos candidatos e candidatas que apontem mudanças após o fim da dominação colonial espanhola e todo o sistema implantado com ela. Vamos analisar as alternativas a fim de encontrar o gabarito.
 

a)  A destruição dos foros especiais do Exército e da Igreja e a expulsão dessas instituições do país.
 

Incorreta. Embora os grupos sociais que dirigiram as independências buscassem destruir os foros e privilégios que existiam no Exército e na Igreja, na prática, as duas instituições ainda permaneceram fazendo parte da sociedade pós-colonial, cada um com um grau de força diferente. Em alguns países os exércitos saíram fortalecidos, pois contribuíram para as lutas de libertação e passaram a estar nas mãos dos criollos. Em outros, o exército logo foi suplantado por forças públicas nativas.  Em relação à Igreja, em alguns países ela ainda dominava o cenário intelectual e religioso, caso do México, da Colômbia e do Equador, mas em outros, houve a separação do Estado e da Igreja, com esta estando subordinada à esfera estatal, como na Argentina.

   

b)  No campo econômico, o controle ficou menos rígido e o pacto colonial foi claramente avultado.
 

Incorreta. No campo econômico, os diversos monopólios e restrições estabelecidos pelo Império Espanhol deixaram de existir. A economia passou a ser pautada pelas ideias liberais, pelo mercado, pela lei da oferta e da procura. O pacto colonial deixou de existir e, portanto, não foi intensificado.

   

c)  A conquista da liberdade econômica e a diversificação produtiva que permitiu a equidade social.
 

Incorreta. Os dirigentes dos novos estados trataram de assegurar que os interesses dos grupos sociais marginalizados ou não fossem atendidos ou se atendidos, que fosse de acordo com o controle das elites. Portanto, nas novas nações não se pode dizer que houve uma equidade social, pois as elites trataram de impedir quaisquer avanços sociais a fim de não perderem a direção do estado e a manutenção dos seus privilégios.

   

d)  A preponderância em relação à Inglaterra e a inserção da industrialização em todo território nacional.
 

Incorreta. Os novos estados acabaram por se tornarem um importante mercado consumidor para os produtos manufaturados ingleses, reforçando a dominação econômica britânica. Esse domínio inglês sob o mercado americano dificultava a concorrência das produções locais, uma vez que os artigos ingleses eram mais baratos e de melhor qualidade.

   

e)  Houve a ascensão política dos criollos e com a instalação de novos regimes a elite se manteve no poder.


Correta. As independências nos países que se libertaram do Império Espanhol foram feitas em nome dos ideais liberais, tanto políticos quanto econômicos. Esses ideais liberais eram a bandeira do grupo social descrito na historiografia como criollos, ou seja, os descendentes de espanhóis nascidos na América. Com o fim da dominação colonial, os criollos passaram a ser o principal grupo nas sociedades recém-independentes e iniciaram o processo de organização e direção dos novos estados latino-americanos. Assim, as independências acabaram com os privilégios dos grupos ligados à metrópole espanhola e possibilitaram a ascensão política dos criollos, o que na prática, houve a manutenção das elites no poder.

   

Referência:

 

PRADO, Maria Ligia. A formação das nações latino-americanas. 11ª ed. São Paulo: Atual, 1994.

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