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  Texto associado

(Fonte da Imagem: Paulo Whitaker/Reuters, 03/10/2013.)

Em 2013, um grupo de manifestantes derramou tinta vermelha sobre a obra de Victor Brecheret. Leia a declaração de Marcos dos Santos Tupã, liderança indígena, sobre o acontecimento:

Monumento à resistência do povo guarani

Para nós, povos indígenas, a pintura não é uma agressão ao corpo, mas uma forma de transformá-lo. (…) marchamos em direção a essa estátua de pedra, chamada de Monumento às Bandeiras, que homenageia aqueles que nos massacraram no passado. Lá subimos com nossas faixas, e hasteamos um pano vermelho que representa o sangue dos nossos antepassados, que foi derramado pelos bandeirantes, dos quais os brancos parecem ter tanto orgulho. Alguns apoiadores nãoindígenas entenderam a força do nosso ato simbólico, e pintaram com tinta vermelha o monumento. (…) [A obra] deixou de ser pedra e sangrou. Deixou de ser um monumento em homenagem aos genocidas que dizimaram nosso povo e transformou-se em um monumento à nossa resistência. (…) Foi apenas nesse momento que esta estátua se tornou um verdadeiro patrimônio público, pois deixou de servir apenas ao simbolismo colonizador das elites para dar voz a nós indígenas, que somos a parcela originária da sociedade brasileira.

Marcos dos Santos Tupã

(Fonte: “Monumento às bandeiras homenageia aqueles que nos massacraram”, diz liderança indígena. Revista Fórum, 5/10/2013.)

A partir do trecho apresentado, responda: o que foram as “bandeiras”?

Resposta:

A alternativa correta é letra B) planos de ocupação territorial da região Sudeste durante o período colonial.

Gabarito: Letra B

 

planos de ocupação territorial da região Sudeste durante o período colonial.

 

 

As bandeiras foram expedições armadas desenvolvidas no interior do Brasil que ocorreram entre os séculos XVII e XVIII, sendo em sua maioria promovidas por paulistas que necessitavam de mão de obra indígena para o cultivo de trigo e criação de gado no planalto paulistano.

 

A partir da segunda metade do século XVII, os paulistas organizaram expedições afim de capturar indígenas para além das regiões que conheciam (sul do Brasil). Com apoio da Coroa Portuguesa também partiram em busca de metais preciosos.

 

As bandeiras resultaram na interiorização do Brasil. Muitas viagens foram feitas em direção ao Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e à região Amazônica. Houve bastante captura de indígenas nessas regiões, além da descoberta de pedras preciosas e minérios. Próximas às áreas mineradoras constituíram-se arraiais e povoados que mais tarde originaram vilas e cidades e promoveram o crescimento urbano do sudeste do Brasil, principalmente no eixo São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

 

Portanto, as bandeiras tiveram a sua parcela de contribuição na expansão territorial do Brasil além de promoverem a ocupação territorial do Sudeste em função da captura de indígenas e das descobertas de minérios e pedras preciosas.

 

 

Por que as demais estão incorretas?

 

 

Letra A: movimentos populares que lutam contra o genocídio dos povos originários.

 

As bandeiras contribuíram para as mortes dos povos originários visto que eram expedições que buscavam escravizar os indígenas e trazê-los ao planalto paulista para trabalhos agrícolas. Além disso, muitas bandeiras eram contratadas para combaterem indígenas do sertão que atrapalhavam o avanço colonial em direção ao interior, pois as aldeias indígenas estavam localizadas em áreas cobiçadas pelos donos de gado que desejavam expandir a pecuária no nordeste.

 

 

Letra C: grupo de artistas que inventou uma versão para a história de São Paulo.

 

As bandeiras não eram movimentos artísticos. Eram expedições com caráter econômico de preação de indígenas. Mais tarde, a busca por metais preciosos também veio a somar aos objetivos dos bandeirantes.

 

 

Letra D: ações armadas que deram origem à ocupação da costa litorânea brasileira.

 

As bandeiras foram ações armadas, mas que não resultaram na ocupação do litoral brasileiro e sim do interior, pois se destinaram a essa região em busca de indígenas e metais preciosos.

 

 

Referências:

 

RAMINELLI, Ronald. "Bandeirantismo". In: VAINFAS, Ronaldo (Org). Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808). Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

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