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“Na verdade, a agricultura brasileira só começou a existir concretamente como setor econômico diferenciado a partir da independência política do país e, principalmente, da formação em seu interior de uma economia de mercado. (…) Enquanto o Brasil foi colônia de Portugal e apêndice do seu mercado interno, as atividades agrícolas aqui existentes nunca chegaram a constituir-se num setor econômico claramente delimitado”.
SZMRECSÁNYI, Tamás. Pequena história da agricultura no Brasil. São Paulo: Contexto, 1990, p. 11.
Analise as afirmativas abaixo.
I. As primeiras práticas agrícolas depois da incursão europeia no país tinham caráter intermitente e confundiam-se com as atividades do próprio extrativismo.
II. O caráter nômade e extrativista das primeiras práticas agrícolas no país após a incursão europeia parece ter moldado um tipo de colonização muito mais direcionado ao enriquecimento rápido através da exploração dos recursos naturais e do trabalho de bases servis.
III. Os componentes fundamentais da organização social do Brasil-Colônia foram a grande propriedade fundiária, a monocultura de exportação e o trabalho escravo.
Assinale a alternativa correta.
- A) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
- B) As afirmativas I, II e III estão corretas
- C) Apenas a afirmativa I está correta
- D) Apenas a afirmativa II está correta
- E) Apenas a afirmativa III está correta
Resposta:
A alternativa correta é letra B) As afirmativas I, II e III estão corretas
Gabarito: Letra B
As afirmativas I, II e III estão corretas.
Analisemos as afirmativas:
I. As primeiras práticas agrícolas depois da incursão europeia no país tinham caráter intermitente e confundiam-se com as atividades do próprio extrativismo. (Correta)
As primeiras atividades agrícolas após a incursão europeia no território brasileiro possuíam caráter intermitente e confundiam-se com as atividades do próprio extrativismo porque os portugueses inicialmente não se interessaram em explorar economicamente o território, tendo em vista os negócios que mantinham na Índia e China, que eram bem mais lucrativos.
Assim, nos 30 primeiros anos após a primeira incursão europeia no território, os portugueses enviaram algumas expedições de reconhecimento do litoral e praticaram um comércio de escambo com indígenas através de algumas feitorias que eram utilizadas para comercializar o pau-brasil, extraído pelos indígenas.
O pau-brasil foi a primeira grande riqueza da terra explorada pelos portugueses, de 1500 a 1530, e tinha um viés extrativista.
II. O caráter nômade e extrativista das primeiras práticas agrícolas no país após a incursão europeia parece ter moldado um tipo de colonização muito mais direcionado ao enriquecimento rápido através da exploração dos recursos naturais e do trabalho de bases servis. (Correta)
O caráter nômade e extrativista das primeiras práticas agrícolas no país, ou seja, baseadas no trabalho momentâneo e extrativistas dos indígenas em troca de mercadorias como facas, espelhos, tesouras e agulhas, levaram os portugueses a estabelecer, nos 30 primeiros anos, um tipo de “colonização” de enriquecimento rápido, através da exploração dos recursos naturais, ou seja, do pau-brasil, e do trabalho de bases servis, por meio do escambo com os indígenas.
III. Os componentes fundamentais da organização social do Brasil-Colônia foram a grande propriedade fundiária, a monocultura de exportação e o trabalho escravo. (Correta)
A economia açucareira, base da economia da colônia em seus primeiros séculos de existência, tinha por característica o cultivo de um único produto (monocultura), a cana-de-açúcar, em uma grande extensão de terras (latifúndio), utilizando o trabalho de pessoas escravizadas e objetivando a venda desse produto para outros países (mercado externo) através da exportação.
Referências:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 2. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: das sociedades sem Estado às monarquias absolutistas, volume 1. São Paulo: Saraiva, 2010.
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