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“A sociedade nascida no Nordeste açucareiro transcendeu sua finalidade puramente mercantil e constituiu-se, com seus próprios valores, na civilização do açúcar.”

FERLINI, Vera Lúcia Amaral. A civilização do açúcar. 11. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994, p. 9.

 O excerto traz à tona como a consolidação da produção de açúcar no Nordeste brasileiro engendrou uma série de modificações sociais, técnicas e econômicas no país entre os séculos XVI a XVIII. Sobre essas modificações, assinale a alternativa incorreta.

Resposta:

A alternativa correta é letra C) No caso dos engenhos de grande porte, chamados “reais”, os rios não eram utilizados para fornecer força motriz ao empreendimento

Gabarito: Letra C

 

No caso dos engenhos de grande porte, chamados “reais”, os rios não eram utilizados para fornecer força motriz ao empreendimento

 

A questão quer saber qual das alternativas é a incorreta.

 

Um dos principais equipamentos da produção açucareira era o engenho, que de início, era apenas uma instalação, mas depois passou a denominar toda a propriedade açucareira, com as terras, as lavouras, os equipamentos, a casa-grande e a senzala.

 

Os primeiros engenhos foram erguidos próximos aos cursos dos rios. Estes foram chamados de engenhos reais e eram de grande porte, utilizando-se da força das águas para gerar energia e movimentar as demais instalações que produziriam o açúcar e seus derivados.

   

Encontrando a incorreta, as demais estão corretas. Vamos comentá-las.

 

Letra A: A preferência pela produção do açúcar por Portugal estava justificada na sua experiência, nos contatos comerciais que lhe permitiam a inserção do produto no mercado europeu e ao fato de que o açúcar poderia ser produzido em larga escala no Brasil.

 

A escolha pela montagem da economia açucareira no Brasil se justificou pelo alto custo das especiarias no Oriente. Portugal reorientou sua política de colonização em direção à América com receio de perder o território e também porque precisava de uma economia mais rentável a longo prazo. Somado a isso também já havia a experiência da Coroa Portuguesa com o produto, pois já havia introduzido a especiaria nas ilhas do Atlântico, inclusive com a utilização da mão de obra escrava africana. Além disso, Portugal dispunha de contatos comerciais que permitiam a colocação do produto no mercado europeu, principalmente com os comerciantes genoveses e venezianos e ao fato de que o Brasil possuía terras em larga escala que poderiam ser utilizadas para a plantação de cana-de-açúcar.

   

Letra B: Para a formação dos canaviais o preparo do solo consistia na derrubada da mata e posterior ateio de fogo à vegetação. Os restos das ramagens eram reunidos e novamente incendiados. Nesse trato, o arado não era utilizado e o revolvimento da terra era realizado através da enxada pelos escravos

 

O trato dos canaviais começava na época das primeiras chuvas, entre fevereiro e março. A cana era plantada em terrenos altos a fim de evitar plantas que atrapalhassem o seu crescimento como capins e ervas daninhas. O preparo do solo seguia a antiga prática indígena de derrubar a mata e depois queimá-la. Os restos das ramagens eram reunidos e novamente ateava-se fogo. Para revolver a terra não havia a utilização de arados. Essa atividade ficava por conta dos escravizados que usavam as enxadas.

   

Letra D: O manejo de um engenho exigia a utilização de lenha, fundamental para alimentação das fornalhas, o que fez acelerar o desmatamento das matas próximas aos empreendimentos

 

Para a utilização de um engenho era fundamental a lenha, que alimentava as fornalhas. A busca por essa fonte de energia acabou por trazer como consequência o desmatamento das matas no litoral nordestino.

 

Letra E: A moagem da cana-de-açúcar tinha início geralmente em agosto e prolongava-se até abril ou início de maio do ano seguinte

 

O tempo do plantio da cana era entre fevereiro e março para aproveitar o verão. Já a moagem da cana era feita em agosto, mas poderia se estender até abril ou maio do ano seguinte.

   

Referência:

 

FERLINI, Vera Lúcia Amaral. A civilização do açúcar. São Paulo: Brasiliense, 1994.

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