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Texto para a questão.


A história do Brasil, nos três primeiros séculos, está intimamente ligada à da expansão comercial e colonial européia na Época Moderna. Parte integrante do império ultramarino português, o Brasil-colônia refletiu, em todo o largo período de sua formação colonial, os problemas e os mecanismos de conjunto que agitaram a política imperial lusitana. Por outro lado, a história da expansão ultramarina e da exploração colonial portuguesa desenrola-se no amplo quadro da competição entre as várias potências, em busca do equilíbrio europeu; dessa forma, é na história do sistema geral de colonização européia moderna que devemos procurar o esquema de determinações no interior do qual se processou a organização da vida econômica e social do Brasil na primeira fase de sua história e se encaminharam os problemas políticos de que esta região foi o teatro.

 

Fernando A. Novais. Aproximações: estudos de história e historiografia. São Paulo: Cosac Naify, 2005, p. 45.

Ponto de partida para a montagem do sistema colonial que envolveu o continente americano, ao longo da Idade Moderna, a expansão ultramarina européia dos séculos XV e XVI expressa, a um só tempo, o aprofundamento do colapso da ordem feudal e o surgimento de uma nova realidade econômica, social, política e cultural — o sistema capitalista — que se afirmaria plenamente mais tarde, com a Revolução Industrial. Relativamente a esse assunto, assinale a opção correta.

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Resposta:

A alternativa correta é letra C) O ciclo denominado de Grandes Navegações decorre, entre outras razões, do processo de transformação vivido pelo Ocidente europeu na Baixa Idade Média e marcado pela reativação da atividade comercial, pela crescente monetarização da economia e pelo reflorescimento da vida urbana.

Gabarito: Letra C

 

(O ciclo denominado de Grandes Navegações decorre, entre outras razões, do processo de transformação vivido pelo Ocidente europeu na Baixa Idade Média e marcado pela reativação da atividade comercial, pela crescente monetarização da economia e pelo reflorescimento da vida urbana.)

  

As Grandes Navegações situam-se no contexto de transformações político, sociais e econômicas do Ocidente europeu ocorrido entre os séculos XI e o século XIV, período conhecido como transição da Alta Idade Média para a Baixa Idade Média.

 

Antes dos navegadores se lançarem ao mar em busca de especiarias e metais preciosos, podemos destacar algumas condições anteriores que levaram à organização dessa grande onda expansionista europeia.

 

Em primeiro lugar devemos falar da reativação do comércio entre os séculos XII e XIII graças ao aumento da produção agrícola, o desenvolvimento do artesanato urbano e o maior contato com os povos do oriente. Nessa reativação do comércio surgiram novas rotas comerciais que ligavam diversos pontos do território europeu, africano e asiático. Aliás, eram as mercadorias da Ásia as mais cobiçadas no mercado europeu. Serão essas mercadorias e os lucros advindos delas um dos principais pontos que levarão às navegações europeias.

 

Outra consequência da reativação do comércio foi a crescente circulação de moedas usadas para pagar pelas mercadorias. As moedas eram feitas de metal, principalmente, ouro e prata que depois de cunhadas viravam essa forma de pagamento. Houve um momento na Europa que essas moedas ficaram escassas devido à falta de metais. Então, a solução foi importar esses metais da África, local já conhecido pelos europeus e que tinha minas de ouro.

 

E se falamos de comércio, falamos de cidade, pois são os locais por excelência dessa atividade econômica. O comércio faz aparecer as rotas e os pequenos burgos que se espalham pelo continente. É um verdadeiro renascimento urbano, já que no começo da Idade Média houve o esvaziamento das cidades devido às migrações dos povos germânicos e um aprofundamento do processo de ruralização da Europa.

  

Por que as demais estão incorretas?

  

Letra A: O pioneirismo português explica-se por motivos econômicos. Apesar das dificuldades derivadas da ausência do Estado nacional, lacuna que os portugueses somente conseguiram preencher no século XIX, a força de sua burguesia mercantil impulsionou as grandes viagens em busca de colônias.

  

O pioneirismo português explica-se por motivos econômicos e políticos. Não havia dificuldades por causa da ausência do Estado nacional. Os portugueses foram os pioneiros na construção do estado moderno absolutista. Foi justamente o processo de centralização política, que deu poder aos reis em detrimento dos nobres que possibilitou a expansão como uma política do reino português, usando capitais de comerciantes judeus, genoveses e portugueses.

  

Letra B: Embora o Oriente oferecesse reduzido atrativo comercial, já que sua produção em muito se assemelhava à européia, a região atraía os mercadores ocidentais pela possibilidade de fornecer mão-de-obra escrava a ser utilizada nas novas colônias americanas.

 

O Oriente oferecia um grande atrativo comercial. Era dessa região que se obtinham as especiarias, que possuíam alto valor no mercado europeu. 

  

Letra D: A descoberta e a conseqüente colonização da América, com os expressivos ganhos materiais daí advindos, foram decisivas para que o expansionismo europeu passasse ao largo do continente africano e, a rigor, se concentrasse no Novo Mundo.

 

O continente africano também teve a sua participação na expansão marítima. Foi a primeira área planejada como rota pelos portugueses até chegar à Índia. Na África, os portugueses obtinham ouro, marfim e escravos. Esses escravos mais tarde seriam transportados para o continente americano como mão de obra para os empreendimentos coloniais.

  

Letra E: Infere-se do texto que o sistema colonial introduzido na América foi de tal forma determinado pelas condições e necessidades do nascente capitalismo europeu, ao ponto de inviabilizar, nas colônias, a existência de uma dinâmica interna própria na organização de sua economia.

 

Alternativa incorreta, pois as colônias tinham seu próprio funcionamento interno, seja político, social e econômico. Não eram simplesmente áreas complementares das metrópoles. Eram localidades de gestão complexa, onde as autoridades metropolitanas precisavam constantemente negociar e dialogar para assegurar seus interesses. 

  
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