Em março de 2014, o Senado Federal cogitou aprovar uma lei “antiterrorismo”, o que gerou muita polêmica entre a sociedade e provocou a discussão sobre a definição de terrorismo e de atos terroristas. Considere as afirmativas abaixo sobre as relações entre o poder instituído e manifestações de terror em diferentes momentos históricos: 1. Durante a Revolução Francesa, na fase jacobina, houve o período do Terror, em que o governo instituído perseguiu os seus opositores – mesmo aqueles que colaboraram com o início da revolução. 2. No período nazista, um dos instrumentos dos Estados foi o terror, com a perseguição política (aos opositores do regime) e racial (aos judeus), entre outros tipos de perseguição, instaurando um estado de permanente vigilância sobre os cidadãos. 3. Nos regimes ditatoriais da segunda metade do século XX na América Latina, qualquer organização armada, guerrilha ou mesmo opositores aos regimes eram considerados terroristas pelo Estado, o que justificava sua perseguição e aniquilação. 4. Depois da Segunda Guerra Mundial, instituiu-se a Guerra ao Terror, encampada pela URSS e pelos Estados Unidos para combater os neonazistas; após a queda do muro de Berlim o terrorismo voltou a crescer mundialmente. Assinale a alternativa correta.
Em março de 2014, o Senado Federal cogitou aprovar uma lei “antiterrorismo”, o que gerou muita polêmica entre a
sociedade e provocou a discussão sobre a definição de terrorismo e de atos terroristas. Considere as afirmativas
abaixo sobre as relações entre o poder instituído e manifestações de terror em diferentes momentos históricos:
1. Durante a Revolução Francesa, na fase jacobina, houve o período do Terror, em que o governo instituído perseguiu
os seus opositores – mesmo aqueles que colaboraram com o início da revolução.
2. No período nazista, um dos instrumentos dos Estados foi o terror, com a perseguição política (aos opositores do
regime) e racial (aos judeus), entre outros tipos de perseguição, instaurando um estado de permanente vigilância
sobre os cidadãos.
3. Nos regimes ditatoriais da segunda metade do século XX na América Latina, qualquer organização armada,
guerrilha ou mesmo opositores aos regimes eram considerados terroristas pelo Estado, o que justificava sua
perseguição e aniquilação.
4. Depois da Segunda Guerra Mundial, instituiu-se a Guerra ao Terror, encampada pela URSS e pelos Estados Unidos
para combater os neonazistas; após a queda do muro de Berlim o terrorismo voltou a crescer mundialmente.
Assinale a alternativa correta.
- A)Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
- B)Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
- C)Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
- D)Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
- E)Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
Resposta:
A alternativa correta é E)
Em março de 2014, o Senado Federal brasileiro discutiu a aprovação de uma lei antiterrorismo, gerando debates acalorados sobre a definição de terrorismo e seus limites. Esse contexto histórico nos leva a refletir sobre como o poder instituído, em diferentes momentos, utilizou o terror como instrumento de controle e repressão. Analisando as afirmativas apresentadas, é possível identificar padrões recorrentes na relação entre Estado e violência política.
A primeira afirmativa aborda o período do Terror durante a Revolução Francesa, quando o governo jacobino, liderado por Robespierre, perseguiu sistematicamente seus opositores, incluindo antigos aliados revolucionários. Essa fase demonstra como um regime revolucionário pode se transformar em um aparato de repressão interna, usando o medo como ferramenta de manutenção do poder.
A segunda afirmativa trata do terror de Estado no regime nazista, que institucionalizou a violência contra diversos grupos, especialmente judeus, comunistas e outras minorias. O nazismo criou um sistema de vigilância permanente e terror generalizado, mostrando como um Estado pode usar o aparato legal para justificar a perseguição em massa.
A terceira afirmativa refere-se às ditaduras latino-americanas do século XX, onde governos militares classificavam toda oposição como "terrorista" para legitimar sua repressão. Esse fenômeno revela como o conceito de terrorismo pode ser manipulado politicamente para criminalizar a dissidência.
A quarta afirmativa, no entanto, contém imprecisões históricas. A chamada "Guerra ao Terror" foi iniciada pelos EUA após os ataques de 11 de setembro de 2001, não após a Segunda Guerra Mundial, e não foi um esforço conjunto com a URSS contra neonazistas. Portanto, essa afirmação não corresponde à realidade histórica.
Assim, as afirmativas 1, 2 e 3 apresentam análises corretas sobre a relação entre poder estatal e terror em diferentes contextos históricos, enquanto a afirmativa 4 contém distorções factuais. Essa análise nos permite compreender como o conceito de terrorismo tem sido instrumentalizado ao longo da história, muitas vezes servindo mais a interesses políticos do que a uma genuína proteção da sociedade.
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