No debate historiográfico, vários autores sustentam a tese de que, apesar de autoritário e repressivo, o Estado Novo brasileiro não pode ser considerado tipicamente fascista, pois lhe faltava
não pode ser considerado tipicamente fascista, pois lhe faltava
- A)um movimento miliciano controlado pelas Forças Armadas, uma polícia política organizada e uma política expansionista.
- B)um partido de massas oficial organizado em nível nacional, o investimento na formação de milícias paramilitares e uma política colonialista ou imperialista sobre os outros países.
- C)uma política ostensiva de propaganda de massas, uma constituição autoritária e o controle do Estado pelos altos oficiais do Exército.
- D)uma ideologia nacionalista, um partido único e centralizador e o uso do terror de Estado contra os oponentes.
- E)um ditador com amplos poderes, a instalação de campos clandestinos de concentração e o uso da censura sistemática nos meios de comunicação.
Resposta:
A alternativa correta é B)
O Estado Novo brasileiro (1937-1945), instaurado por Getúlio Vargas, frequentemente é objeto de comparação com regimes fascistas europeus da mesma época, como o de Mussolini na Itália ou o de Hitler na Alemanha. No entanto, análises historiográficas apontam diferenças fundamentais que impedem sua classificação como um regime tipicamente fascista. A alternativa correta (B) destaca três elementos ausentes no Estado Novo que eram centrais nos regimes fascistas: um partido de massas oficial organizado nacionalmente, o investimento em milícias paramilitares e uma política colonialista ou imperialista.
Diferentemente do fascismo italiano ou do nazismo alemão, o Estado Novo não possuía um partido único de massas com ampla mobilização popular. Apesar da existência de organizações como a Ação Integralista Brasileira (AIB), esta foi dissolvida após a Intentona Integralista de 1938. Além disso, o regime varguista não investiu em milícias paramilitares como força paralela às instituições estatais, mantendo o monopólio da coerção nas mãos do Exército e das polícias tradicionais. Por fim, o Brasil não adotou uma política externa expansionista ou colonialista, característica marcante dos regimes fascistas europeus.
Embora o Estado Novo compartilhasse com o fascismo traços como o autoritarismo, o anticomunismo e o nacionalismo, sua natureza era distinta. O regime brasileiro baseava-se mais em um corporativismo inspirado no modelo português de Salazar do que no fascismo clássico. A ausência dos elementos mencionados na alternativa B reforça a tese de que o Estado Novo foi um regime autoritário singular, adaptado ao contexto político e social brasileiro, mas não configurado como um regime fascista em sentido estrito.
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